quarta-feira, 12 de agosto de 2020

PARANÁ VAI ADOTAR A VACINA RUSSA PARA A SUA POPULAÇÃO

 

 

Governo do Paraná diz que assinará parceria com Rússia para vacina contra Covid-19

 

Por Eduardo Simões e Pedro Fonseca

 

 

© Reuters/THE RUSSIAN DIRECT INVESTMENT FU Foto de divulgação fornecida pelo Fundo de Investimento Direto Russo com frascos de vacina contra a Covid-19 desenvolvida por um laboratório russo, em Moscou

Por Eduardo Simões e Pedro Fonseca

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo do Estado do Paraná assinará um acordo com a Rússia para uma parceria em uma vacina contra a Covid-19, disse nesta terça-feira o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná, Jorge Callado, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que ainda não recebeu qualquer pedido relacionado ao possível imunizante russo.

"Para que tenha qualquer troca de informações, qualquer reunião mais avançada é necessária a assinatura do acordo entre o governo do Paraná e a Rússia, que está prevista para acontecer", disse Callado em entrevista à GloboNews.

"Após esse ajuste com o governo da Rússia, as tratativas tecnológicas e científicas começam", acrescentou.

O governo do Paraná informou, em nota, que o governador Ratinho Júnior (PSD) se reunirá na quarta-feira com uma delegação russa liderada pelo embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, mas não confirmou que o acordo para a vacina será assinado nessa ocasião.

Segundo o governo paranaense, o encontro terá como objetivo "definir os termos de um possível acordo entre as partes".

A vacina russa foi aprovada menos de dois meses após o início dos testes em humanos, o que levou pesquisadores a questionarem se a Rússia não está colocando o prestígio nacional à frente da ciência.

A aprovação pelo Ministério da Saúde russo veio antes do início dos testes clínicos em Fase 3 com milhares de voluntários -- a etapa considerada normalmente como essencial para o registro de uma vacina.

Apesar de o chefe do fundo soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, ter dito que a vacina deve ser produzida no Brasil após aprovação regulatória, o diretor-assistente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, alertou que uma eventual produção fora da Rússia não deve ser feita até que os testes das Fases 2 e 3 sejam concluídos, para garantir sua segurança e eficácia.

“Qualquer produtor de vacina tem que seguir este procedimento que garante sua segurança e tem a recomendação da OMS”, disse Barbosa, que é ex-presidente da Anvisa, em entrevista coletiva virtual realizada pelo braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas.

A Anvisa informou, em nota, que o laboratório russo responsável pelo desenvolvimento da vacina não apresentou pedido de autorização de protocolo de pesquisa ou de registro no Brasil, e que também não houve solicitação de qualquer entidade ou parceiro da referida vacina.

Callado, da Tecpar, foi cauteloso com a parceria e disse que o acordo do governo paranaense com a Rússia é um "começo" e que depende da realização dos estágios necessários.

"É algo muito preliminar, não existe compromisso de produção enquanto essas etapas não forem validadas, não forem consolidadas e não forem liberadas pela Anvisa, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa", disse ele na entrevista à GloboNews.

O ex-diretor da Anvisa Ivo Bucaresky se mostrou cético com relação à vacina russa por ter sido desenvolvida tão rapidamente e com poucas pessoas testadas.

"Dessa vacina da Rússia eu tenho medo", disse Bucaresky à Reuters. "O governo russo foi no mínimo ousado, para não dizer inconsequente, ao jogar uma vacina tão pouco testada para vacinar a população", acrescentou.

Dois outros especialistas com passagem por altos cargos da Anvisa, que falaram sob condição de anonimato, disseram à Reuters não acreditar que a Tecpar tenha capacidade de fazer produção em massa da vacina.

O governo do Paraná minimizou essa preocupação, afirmando em comunicado que o instituto "é um órgão com capacidade técnica para participar do processo".

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse que a pressão política por uma vacina tem se sobreposto às preocupações científicas, mas afirmou confiar que o Paraná tem capacidade tecnológica para produzir a vacina e que o Brasil tem protocolos claros para aprovação de medicamentos e vacinas.

"Eu lhe garanto que deve ter muito presidente com muita inveja do Putin, falando: 'Eu poderia também pegar essa vacina, ver se temos uns frascos, trazer e mandar dar. Eu queria também sair nessa foto'", disse ele em entrevista à Reuters.

"Agora, o Brasil deve ter uma posição de zelar pelos testes, de zelar pela vida da população... Se eles (russos) aplicaram em 150 milhões de cidadãos russos será um bom termômetro."

OUTRAS VACINAS

A expectativa por uma vacina é enorme no Brasil, o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia --atrás apenas dos Estados Unidos--, com mais de 3 milhões de casos e 103.026 mortes confirmadas pela Covid-19 até o momento.

Atualmente, três vacinas estão passando por testes da Fase 3 no país aprovados pela Anvisa: a candidata do laboratório britânico AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford; a desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan; e a possível vacina da parceria Pfizer e BioNTech.

Outra empresa chinesa, a Sinopharm, também poderá realizar testes de sua candidata a vacina no Brasil, após assinatura de um acordo com o governo do Paraná no final do mês passado.

O governo federal já firmou acordo com a AstraZeneca para compra de até 100 milhões de doses da vacina da empresa, enquanto o governo de São Paulo participa do desenvolvimento da possível vacina da Sinovac.

 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

COLUNA ESPLANADA DO DIA 11/08/2020

 

Gás no debate

 

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini

 

 

O setor de exploração e produção vive uma batalha com a Nova Lei do Gás. De um lado, o projeto vai tirar da Petrobras o monopólio, a fim de abrir o mercado e, espera assim o Governo, baratear o produto na praça em 40% – desde o botijão até o gás industrial. Em outra frente, congressistas ouvem reclamações da Abegás, ainda contrária ao PL. Estes apontam ausência de solução para a construção de gasodutos, a fim de distribuir melhor o produto (hoje, 40% do gás explorado, em mar e terra, são reinjetados por falta de dutos e derretem US$ 2 bilhões em royalties que seriam destinados a Estados). Governistas indicam implicância da Abegás, associação de empresas que não querem a abertura do mercado. Enquanto estes atuais investidores do setor, na cadeia atual comandada pela Petrobras, reivindicam mais garantias.


Decolando
A Nova Lei do Gás é tão importante para alavancar a economia que o próprio presidente Jair Bolsonaro se envolveu na pauta. Vai a Aracaju na próxima segunda-feira (17), visitar uma termelétrica gerada a gás.


Cadeia ampla
Defensor do projeto, o relator deputado Laércio Oliveira, que convidou Bolsonaro, resssalta que “produtos de limpeza, pisos, plásticos, vidros, fertilizantes e remédios necessitam do gás para sua produção”.


Defensores de peso
Outros dois envolvidos na pauta são o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Além da quebra do monopólio de exploração da petroleira, há a venda de 51% do gasoduto Brasil-Bolívia.


No Congresso
O mercado privado se mobilizou no apoio. Amanhã, entidades da indústria entregam ao relator manifesto de apoio ao relatório apresentado e já aprovado na Comissão temática.

Radiografia do DEM
Eduardo Paes no Rio de Janeiro e Bruno Reis em Salvador são as principais apostas do DEM para as eleições nas capitais. No Sul, Gean Loureiro, em Florianópolis, está bem avaliado durante pandemia, segundo pesquisas para uso interno.

Te cuida, Greca
Já o prefeito Rafael Greca, de Curitiba, viu sua avaliação cair nos últimos dois meses pelo crescimento do Covid-19 e desperta desconfiança na cúpula demista por seu histórico de infidelidade. Essa avaliação vai determinar a distribuição do fundo eleitoral.

Sinal vermelho
O Ministério da Economia enquadrou a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mandou escolher qual andar quer continuar alugando para o seu escritório na famosa (e cara) Av. Paulista. Atualmente ocupa dois. Servidores aplaudem.

Basílica protegida
Quem passa pela Basílica de Aparecida depara-se com forte barreira sanitária contra o Covid-19. O movimento, dizem religiosos, caiu para média de 5 mil fiéis por dia. A Basílica recebia cerca de 30 mil/dia em tempos normais. O 12 de Outubro, dia da Santa Padroeira, sempre passa dos 150 mil romeiros.

Dá um filme
O resumo do script, por ora: ex-dono da cobra naja, proibida no Brasil, está solto em Brasília; seu padrasto PM fechava os olhos para o crime; Dois PMs ambientais foram afastados suspeitos de atrapalhar a investigação; Uma funcionária do Ibama afastada, suspeita de facilitar tráfico de animais.

Mistério no Lago
Outro caso estranho em Brasília: uma festinha náutica, com aglomeração em lancha superlotada com 11, todos sem coletes; Passageiro cai no lago, ninguém vê, a maioria evita comentar. Piloto marcou com a Polícia e não compareceu. Corpo do jovem advogado foi encontrado, e a Polícia Civil indica que pode encerrar o caso...

Obituário
Morreu vítima de Covid-19 em Brasília o ex-garçom do Senado João Jacó Fialho, 60 anos, conhecido por ganhar R$ 1 milhão na loteria. Era piauiense de Piranhas. Obituário político

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, interpelou judicialmente o Google.
De semanas para cá, no perfil que o portal publica após buscas de personagens famosos, a ex-presidente aparece nominada como “Ladrona de la nación”.

ESPLANADEIRA
# O escritório Feldens Madruga lança na quarta-feira a Zela, consultoria para implementação de programas de prevenção a lavagem de dinheiro e auxílio na recuperação de ativos. # André Glezer, ex-VP da Arlon Group, é o novo Head de Investimentos da Agrotools, e não CEO como publicamos.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...