quarta-feira, 5 de agosto de 2020

EXPLOSÃO VIOLENTA ACONTECEU ONTEM NO LÍBANO

Líderes mundiais oferecem apoio ao Líbano após explosões

 

dw.com

 

Alemanha, França, EUA, Rússia prometem enviar ajuda ao país. Até Israel, com quem o Líbano está oficialmente em guerra, também envia sinal de solidariedade. Explosões deixaram ao menos 100 mortos e mais de 4 mil feridos.


© Getty Images/AFP/STR O impacto das explosões foi sentido por quilômetros e destruiu edifícios e veículos a vários quarteirões do porto de Beirute

Condolências e anúncios de ajuda chegaram de todo o mundo ao Líbano nesta quarta-feira (05/08), depois que sua capital Beirute foi atingida por duas devastadoras explosões que mataram ao menos 100 pessoas e feriram outras 4 mil nesta terça-feira (04/08). Um sinal de solidariedade foi enviado inclusive por Israel, com quem o país oficialmente ainda está em guerra.

O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, pediu aos "países amigos" que apoiassem um país que, além da pandemia de covid-19, enfrenta sua pior crise econômica em anos. Alemanha, França, EUA, Irã e até a nação inimiga de Israel ofereceram ajuda.

Oficialmente, Israel e Líbano ainda estão em guerra. Após as explosões no porto de Beirute, no entanto, Israel ofereceu apoio ao país vizinho. Por intermédio de mediadores internacionais, os ministros israelenses da Defesa, Benny Gantz, e do Exterior, Gabi Aschkenasi, "ofereceram ajuda médica e humanitária, além de apoio emergencial", segundo um comunicado.




Explosões atingem Beirute

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comunicou ter instruído o chefe do Conselho de Segurança Nacional (NSC), Meir Ben-Shabbat, a dialogar com o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nikolay Mladenov, para esclarecer como Israel pode ajudar ainda mais o Líbano.

Também vieram compromissos de ajuda de outros cantos do mundo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou suas condolências. "Os EUA estão prontos para ajudar o Líbano", disse Trump, na Casa Branca. "Estaremos lá para ajudar. Parece um ataque terrível."

As causas das explosões que culminaram no desastre não estão claras. Sem apresentar nenhuma prova, Trump, no entanto, especulou publicamente sobre um suposto "ataque" com um "tipo de bomba". "Encontrei alguns de nossos grandes generais e eles parecem achar que sim... Este não foi algum tipo de explosão de fabricação. Eles parecem acreditar que foi um ataque. Foi algum tipo de bomba, sim."

O Hisbolá, o grupo xiita libanês apoiado pelo Irã, afirmou que não acredita que ataques com foguetes israelenses estejam por trás das explosões. Militares israelenses também negaram envolvimento.

O primeiro-ministro libanês disse que 2.750 toneladas de nitrato de amônio – um produto químico volátil com muitos usos, como na fabricação de fertilizantes agrícolas e combustível de foguetes – que estavam armazenadas há anos num armazém no porto explodiram, mas também anunciou que investigações foram iniciadas e que os responsáveis serão encontrados.


© Getty Images/AFP/A. Amro Desespero e caos: explosões no porto de Beirute mataram 100 pessoas e feriram outras 4 mil

Alguns dos Estados do Golfo estavam entre os primeiros países que prometeram ajuda. O Catar anunciou o envio de hospitais de campanha para cuidar dos milhares de feridos. O Kuwait concordou em enviar ajuda médica de emergência. O ministro do Exterior da Jordânia, Aiman Safadi, disse que seu país está pronto para qualquer ajuda que o Líbano necessitar. O Iraque também ofereceu o envio de ajuda médica emergencial.

Declarações semelhantes vieram do Irã. O ministro das Relações Exteriores, Mohammed Java Sarif, escreveu em seu Twitter que o Irã está orando pelo "grande e resiliente povo do Líbano" e concluiu com o lema muito usado em tragédias: "Fique forte, Líbano".

O presidente da França, Emmanuel Macron, publicou mensagens em sua conta oficial no Twitter em francês e depois em árabe. "Expresso minha solidariedade fraterna com o povo libanês após a explosão", disse Macron, e acrescentou que "várias toneladas" de ajuda e recursos franceses já estavam a caminho de Beirute.


© Reuters/M. Azakir Cenas de guerra: área em torno do porto de Beirute completamente destruída, após duas explosões num armazém portuário

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, também prometeu apoio ao Líbano. O Ministério do Exterior da Alemanha comunicou que funcionários da embaixada alemã no Líbano estavam entre os feridos pela explosão.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a União Europeia (UE) "está pronta para prestar assistência e apoio". O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou um telegrama ao seu homólogo libanês, Michel Aoun, no qual oferece suas condolências pelas vidas perdidas com a explosão.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que as fotos de Beirute eram "chocantes" e que o Reino Unido oferece ajuda, inclusive para cidadãos britânicos afetados pela explosão.

O Itamaraty também emitiu uma nota de solidariedade com o povo e o governo do Líbano. A nota diz que o Ministério das Relações Exteriores brasileiro "acompanha com atenção os acontecimentos na cidade" e que, "não há, até o momento, notícia de cidadãos brasileiros mortos ou gravemente feridos".

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GOVERNO QUER AMPLIAÇÃO DOS GASTOS PARA FAZER OBRAS

Governo estuda formas de aumentar gastos públicos com obras

 

Augusto Fernandes

 

 


© Alan Santos /PR Bolsonaro na Bahia, onde inaugurou adutora. Obras dão empregos e turbinam reeleiçãoO governo federal estuda maneiras de aumentar os gastos públicos, sobretudo, nas áreas de infraestrutura e desenvolvimento regional, para impulsionar a economia do país durante e após a pandemia. Por mais que o tema não seja visto com bons olhos por parte do alto escalão do Executivo, há uma pressão em torno de Jair Bolsonaro para que a União invista em obras, principalmente pelo potencial de geração de empregos, o que, paralelamente, poderia melhorar o capital político do presidente e fazer com que ele cresça em popularidade para chegar forte às eleições de 2022.

Os principais entusiastas desse plano são os ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Rogério Marinho  (Desenvolvimento Regional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Para tanto, os três apoiam uma mudança provisória da PEC do teto dos gastos públicos, estabelecida há quatro anos e que vale até 2036. O texto limita o aumento dos desembolsos federais ao Orçamento do ano anterior corrigido pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O apelo para alterações na PEC ganhou força depois de o governo ter desistido de recorrer a créditos extraordinários para investimentos em obras públicas, manobra que driblaria justamente o teto dos gastos. Recentemente, o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, ficou perto de fazer uma consulta ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de utilização de parte do Orçamento de Guerra, criado para bancar ações de combate à covid-19, em empreendimentos de infraestrutura.

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Finalizações

A avaliação é de que apenas o atual montante previsto para as pastas de Infraestrutura e Desenvolvimento Regional no Orçamento — e nem a previsão para 2021 que tem de ser entregue pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional até o fim de agosto — não será suficiente para possibilitar a conclusão de obras e a abertura de novos investimentos. Isso tem sido defendido por Bolsonaro desde que ele viajou até o Ceará, em junho, para inaugurar um dos trechos da obra de transposição do Rio São Francisco. A partir daquele momento, o presidente passou a bater na tecla de que não quer deixar nenhuma obra parada e prometeu fazer viagens pelo país para entregar resultados todas as semanas.

Na semana passada, durante cerimônia virtual de assinatura de ordens de serviço em rodovias do Maranhão, Tarcísio disse que o Congresso precisa “enfrentar a questão da desvinculação” do teto de gastos, caso contrário “nosso espaço vai ser cada vez menor”. “Agora, infelizmente, temos um teto de gastos e temos despesas obrigatórias que crescem, e muita despesa vinculada. Como a gente tem o teto, se o recurso de saúde e educação estão crescendo, o recurso de infraestrutura está diminuindo”, alfinetou o ministro da Infraestrutura.

A equipe econômica de Bolsonaro, em contrapartida, não vê com bons olhos qualquer tipo de modificação na PEC, em especial o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues — que, em audiência pública no Senado, na última semana, tratou o teto dos gastos como a “super âncora fiscal” da União.

“Nós estamos sempre preocupados com a questão da credibilidade fiscal, que associa-se ao teto de gastos. Não entendemos a necessidade de revisão. O teto requer um zelo e atenção ainda mais focados, mais intensos do governo federal do que já tínhamos no ano passado, e assim será feito”, garantiu.

Negociação aberta no Congresso

A divergência sobre o investimento em obras e o estouro do teto de gastos não impediu o governo de conversar com deputados e senadores para encontrar outra forma de ampliar as despesas em infraestrutura. Uma saída pode ser a proposta elaborada pelo deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), que prevê a liberação de R$ 177,7 bilhões, retidos no Tesouro em 29 fundos setoriais, para ações de enfrentamento à pandemia e para conter os efeitos econômicos da crise sanitária.

O ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) consultou o relator do texto, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), para sugerir a destinação de, ao menos, R$ 23 bilhões para a pasta. O montante seria utilizado em empreendimentos de saneamento e para a revitalização do Rio São Francisco. O problema é que não está claro na proposta se esses recursos devem ser utilizados apenas em 2020 ou se a aplicação pode acontecer também nos anos seguintes.

Elmar se reúne hoje com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros líderes para apresentar a proposta do governo. Maia é contra, pois entende que essa verba só pode ser utilizada até o fim deste ano.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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