terça-feira, 4 de agosto de 2020

TRUMP ANUNCIA NOVAS SANÇÕES À CHINA

Trump anuncia sanções à China e fim de status especial de Hong Kong

 

DW

Presidente dos EUA assina lei com novas sanções contra empresas e autoridades chinesas devido a lei de segurança nacional imposta por Pequim a Hong Kong. China condena medidas e promete retaliação contra Washington.



© picture-alliance/dpa/AP/E. Vucci Trump:

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ter assinado um decreto para encerrar o tratamento econômico e comercial especial concedido a Hong Kong, além de uma lei com a qual aplicará novas sanções a autoridades, empresas e bancos chineses para punir a China por restringir a autonomia da região. A lei foi aprovada com apoio bipartidário no Congresso americano no início deste mês. Nesta quarta-feira (15/07), a China reagiu prometendo retaliação.

Em entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca, Trump disse que Hong Kong agora será tratado da mesma forma que a China continental: "sem privilégios especiais, sem tratamento econômico especial".

"Assinei um decreto que põe fim ao tratamento especial dos EUA a Hong Kong. Agora, será tratada igual à China continental", inclusive na imposição de sanções, disse Trump.

"Eles não terão privilégios especiais, nenhum tratamento econômico especial, e não podem exportar tecnologias sensíveis para nós. Além disso, eles já sabem que colocamos tarifas maciças sobre a China", completou o chefe de governo, sugerindo que essas tarifas também serão aplicadas aos produtos de Hong Kong.

O decreto presidencial determina o bloqueio da propriedade americana de qualquer pessoa responsável ou cúmplice de "ações ou políticas que comprometam os processos ou instituições democráticas em Hong Kong". Um documento divulgado pela Casa Branca também afirma que as autoridades americanas podem "revogar exceções de licença para exportação para Hong Kong", e o decreto revoga tratamento especial para os portadores de passaporte de Hong Kong.

O decreto de Trump representa mais um passo em relação a seu anúncio em maio, quando ordenou que o seu governo minimizasse o tratamento preferencial dado à região, um status que ajudou a transformar a ex-colônia britânica num centro financeiro global durante as duas últimas décadas.

A medida é parte da retaliação de Washington pela aprovação da polêmica lei de segurança nacional para Hong Kong, que tenta proibir qualquer ato de "subversão contra o governo central chinês" na área e que Trump vê como uma forma de oprimir o território.

"Hoje assinei uma lei que me dá novas e poderosas ferramentas para responsabilizar os indivíduos e entidades envolvidos na extinção da liberdade de Hong Kong", declarou.

O presidente se referia à Lei da Autonomia de Hong Kong, recentemente aprovada pelo Congresso, que permite ao governo americano impor sanções contra indivíduos e bancos estrangeiros que contribuíram para a suposta erosão da autonomia do território semiautônomo.

"[Hong Kong] não será mais capaz de competir com os mercados livres. Suspeito que muitas pessoas vão deixar Hong Kong, e teremos mais negócios [nos Estados Unidos] por causa disso, porque acabamos de perder um grande concorrente", opinou.

O anúncio do Trump veio horas depois que a China anunciou sanções contra a empresa de armas Lockheed Martin, sediada nos EUA, e em meio à escalada das tensões com Pequim sobre Hong Kong, a pandemia da covid-19 e outras questões.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a China criticou as sanções dos EUA, dizendo que "difama maliciosamente" a lei de segurança nacional imposta em Hong Kong.

"A China dará as respostas necessárias para proteger seus interesses legítimos e imporá sanções a pessoas e entidades relevantes dos EUA", afirmou o Ministério do Exterior chinês.

A entrevista coletiva de Trump desta terça rapidamente se transformou em um longo comício, no qual o presidente, que provavelmente tentará a reeleição em novembro deste ano, comentou uma a uma as promessas eleitorais do pré-candidato do Partido Democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden.

Segundo o republicano, o entorno de Biden vem sendo um presente para os chineses e, caso ele chegue ao poder, aplicará uma ideologia única com relação à Venezuela e abrirá as fronteiras dos EUA a criminosos com políticas de imigração frouxas. "Todas as pessoas da América do Sul vão entrar aqui, todas as pessoas de todos os países vão entrar aqui", advertiu.

"Como vice-presidente, Biden foi um dos principais defensores do Acordo Climático de Paris, que era incrivelmente caro para o nosso país. Teria esmagado os fabricantes americanos, permitindo que a China poluísse a atmosfera com impunidade, mais um presente de Biden para o Partido Comunista Chinês'', disse.

 

SITUAÇÃO DAS OBRAS NA BR-381 QUE LIGA BELO HORIZONTE A GOVERNADOR VALADARES

BR–381 tem 11% de pistas duplicadas

Ministro Tarcísio Freitas inaugurou trecho de 7 km nesta segunda-feira e prevê outros 31 km até dezembro. Do total de 303 km, 35 km foram duplicados e 22 km estão liberados

Por THAÍS MOTA



Foto: Alex de Jesus - 3.8.2020

Seis anos após o início das obras, a BR–381 tem hoje 35 km de pistas duplicadas. Isso representa 11% dos 303 km que separam Belo Horizonte e Governador Valadares, na região leste de Minas. Nesta segunda-feira (3), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, inaugurou mais um trecho de sete quilômetros de duplicação da estrada, na altura do município de Nova União, na região Central do Estado.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), dos 35 km duplicados, apenas 22 km já têm o trânsito liberado aos veículos. O órgão é responsável por quatro dos 11 lotes das obras de duplicação da rodovia, sendo que dois deles – os trechos 3.2 e 3.3 – são túneis já construídos e entregues na gestão anterior do governo federal. No total, o projeto prevê a duplicação de 222 km e melhorias e/ou construção de terceira faixa em outros 81 km.

Em entrevista coletiva durante a inauguração, o ministro afirmou que até dezembro deste ano serão concluídos outros 31 km de duplicação. “A obra está andando em bom ritmo e, até dezembro, a gente entrega os 66 km de duplicação aqui da 381”, disse Freitas. Se confirmada a previsão, em seis anos, o governo federal terá entregue pouco mais de um sexto da obra.

Ainda segundo o ministro, do lote cujo trecho foi inaugurado ontem, já haviam sido concluídos anteriormente outros 22 km e outros três devem ficar pronto nos próximos dias. “A ideia é que, até outubro, a gente entregue os 37 km deste lote 7”, disse. Ele afirmou que outros 10 km do lote 3.1 devem ser entregues também em outubro próximo.

Todos esses prazos já foram adiados inúmeras vezes. Segundo o coordenador do movimento Nova 381, Luciano Araújo, há trechos cuja previsão era de conclusão em 2016 e 2017. “Infelizmente, a obra não está no ritmo que a gente gostaria. É óbvio que se tivesse ficado pronto dentro dos prazos seria melhor. Mas, tem uma série de fatores políticos e orçamentários, então isso vai criando problemas”, explica.

Um desses fatores é que um dos consórcios responsáveis por alguns trechos da duplicação – formado pelas empresas Isolux Córsan e Engevix – desistiu da obra. Então, o Consórcio Brasil/Engesur – segundo colocado e já responsável por outros trechos – assumiu parte deles. Mas, ainda segundo Araújo, após resolvido o impasse, também já houve outros atrasos e, atualmente, não há previsão para conclusão da duplicação.

“Os últimos prazos eram: em maio agora ficariam prontos esses dois lotes que estão em andamento e em junho entraria a concessão para que, em setembro, a concessionária já iniciar as obras e cobrar pedágio na rodovia. Mas, isso atrasou de novo. Então, a previsão é de que até setembro o lote 7 fica pronto e até dezembro o lote 3.1”, explicou o representante do movimento criado pelo setor empresarial de Minas em 2011 para reivindicar melhorias no trecho entre Belo Horizonte a Governador Valadares.

Freitas destacou que a obra na 381 é complexa porque a rodovia tem um tráfego intenso e demandou correção de traçado. “Além da duplicação, estão sendo construídas seis pontes, dois viadutos e dois túneis, e isso é fundamental para que a gente pudesse fazer a retificação do traçado e a correção geométrica. No final das contas, a duplicação com essas correções é o que vai diminuir o tempo de viagem e, sobretudo, salvar vidas”, afirmou Freitas.

Leilão de via deve ocorrer em 2021

Além da inauguração do trecho duplicado, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas também falou sobre a concessão da rodovia à iniciativa privada juntamente com a BR–262, trecho entre João Monlevade, na região Central de Minas, até o Espírito Santo. A previsão do ministro é que o leilão aconteça até o primeiro trimestre de 2021.

“A gente deve ter a aprovação dos estudos da concessão da 381/Minas junto com a 262/Espírito Santo. A gente está falando, então, de 595 km que serão duplicados, R$ 10 bilhões que serão investidos nos próximos anos. E esse estudo deve ser encaminhado, na sequência, para o Tribunal de Contas da União, e, assim que ele analisar e autorizar o leilão, nós o faremos. Isso deve acontecer entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2021”, afirmou.

Segundo o senador mineiro Carlos Viana (PSD), que acompanhou o ministro na inauguração, há pelo menos dois consórcios estrangeiros que já demonstraram interesse na BR-381. “Nós já temos dois grandes grupos interessados, principalmente agora com o dólar a R$ 5,35, o que tornou o investimento ainda mais em conta para estrangeiros”, disse. Ainda segundo Viana, um deles seria um fundo dos Emirados Árabes e outro fundo com capital chinês e inglês. “Ambos têm buscado informações sobre a concessão”, garantiu.

Ele também defendeu o modelo de concessão já que, de acordo com Viana, a União não teria recursos para a conclusão das obras. “Não há como a gente conseguir R$ 10,5 bilhões no Orçamento. Se nós fôssemos trabalhar a duplicação com o orçamento da União, do jeito que está proposto até Valadares e até o Espírito Santo, nós íamos gastar aí entre 40 e 50 anos”, disse.

Na avaliação do coordenador do movimento Nova 381, Luciano Araújo, o ideal era que as obras fossem realizadas pelo governo federal como previa o projeto inicial e, depois, a rodovia fosse entregue à iniciativa privada para manutenção.

“Por quê isso? Porque essa estrada é uma obra muito complexa, é montanha e curva pra caramba, então é uma obra muito difícil e muito cara. Ao dar a concessão antes do governo federal fazer a obra, o pedágio fica caro. E para que queremos a duplicação? Para melhorar a competitividade e atração de investimentos para a região. E, se você cobra um pedágio alto demais, acaba que ninguém vai querer se instalar onde o pedágio inviabiliza o negócio”, disse.

O projeto de concessão proposto pela ANTT é de 20 anos e prevê a duplicação de trechos também na BR-262, além da instalação de câmeras de segurança, 11 praças de pedágio e a construção de túneis e passarelas. No total, os trechos a serem duplicados das duas rodovias, (BR-381 e BR-262), somam 595 quilômetros.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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