Guedes fala a congressistas
sobre tributos; Câmara vota medidas provisórias
Poder360
© Sérgio
Lima/Poder360 Lua cheia atrás do Congresso Nacional, em Brasília
A semana que se inicia terá uma audiência pública importante no
Congresso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala à comissão de deputados e
senadores que debate a reforma tributária. Guedes entregou a 1ª parte do projeto do
governo em 21 de julho.
A proposta do Executivo é juntar PIS e Cofins em uma alíquota única, a
CBS. Câmara e Senado têm projetos mais abrangentes (esta e esta, respectivamente),
que não incluem apenas impostos federais. A comissão serve para avaliar todas
as ideias disponíveis e produzir uma proposta para tramitar normalmente nas
duas Casas.
O ministro esteve com os 2 principais líderes do Centrão, Arthur Lira (PP-AL) e Wellington Roberto (PL-PB), na 6ª feira
(31.jul.2020) para falar sobre reforma tributária. Na saída, Lira disse que
aguardava para as próximas semanas 2ª parte do projeto de reforma do governo.
É desejo de Guedes criar 1 “microimposto” sobre
transações digitais para bancar uma desoneração da folha. Perguntados, os 2
deputados disseram que isso não foi tratado na reunião e que essa possibilidade
não é discutida em seu campo político. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que esse novo
tributo não teria futuro na
Casa que preside.
A comissão mista da reforma tributária teve os trabalhos retomados na
6ª feira (31.jul.2020), depois de uma interrupção por causa da pandemia. Antes,
a Câmara havia retomado o debate sem os senadores.
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ainda não marcou
sessão para serem votados os vetos Planalto. Eles estão se acumulando: já
são 42. Um deles, ao Novo Marco do Saneamento,
provocou a ira dos congressistas e, se fosse votado hoje, provavelmente seria
derrubado.
O Senado deve decidir sua pauta de votações da semana na 3ª feira
(4.ago.2020) em reunião dos líderes de bancada.
Câmara
O projeto mais urgente na pauta da Câmara é a MP 946 de 2020. Ela já
passou pela Casa, mas foi alterada no Senado e precisará de nova análise dos
deputados. Está na pauta de 3ª feira. Se não for votada, perde a validade.
O texto extingue o Fundo PIS/Pasep e permite que trabalhadores façam
saques das contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) durante a
pandemia. O relator, Marcel Van Hattem (Novo) disse ao Poder360 que
a votação deverá ser rápida.
Também estão na pauta da Câmara de 3ª as seguintes propostas:
- Eletricidade – MP 950 de 2020, com medidas
emergenciais para o setor elétrico durante a crise do coronavírus;
- Telecomunicações – MP 952 de 2020, que
posterga prazo de pagamento de tributos sobre os serviços do setor;
- Ciência – PL 2.306 de 2020, que
estabelece incentivo fiscal à empresa que fizer parceria com universidades
e institutos de ensino superior ou de pesquisa para desenvolver projetos
sobre a covid-19;
- Administração pública
– PL 1.485 de 2020, que
duplica penas de crimes contra a administração pública cometidos em época
de calamidade pública.
Esses são os projetos de votação mais provável ou nas primeiras posições
da agenda, mas não serão analisados no mesmo dia. A pauta serve também para as
sessões seguintes. A pauta completa da Câmara, com todas as propostas listadas,
pode ser lida neste link (276 kb).
Nesta semana também deve ser mais claramente delineada a pauta de temas ambientais buscada
por Rodrigo Maia. Ele tenta emitir ao mercado sinais que reduzam a
pressão econômica sobre o Brasil por causa das políticas para o meio ambiente.
Na 3ª feira deputados incumbidos por Maia de articular esses projetos
devem se reunir com a bancada do agronegócio.
Na reunião de líderes, provavelmente na 2ª feira (3.ago.2020), deve ser
discutida eventual volta das comissões. Os colegiados estão parados por causa
da pandemia. Maia é pressionado a reinstalá-las com funcionamento remoto,
similar ao mecanismo do plenário. Uma das ideias é limitar o número de
comissões que poderiam funcionar no mesmo dia.
Preocupa a direção da Câmara, porém, a quantidade de servidores que seriam
necessários em trabalho presencial para a volta das comissões. A maioria está
trabalhando à distância para evitar as transmissões do coronavírus.
Se os colegiados voltarem, PTB e Pros devem deixar o Blocão, liderado por
Arthur Lira, para formar o próprio grupo com PSL e PSC. É uma forma de
conseguir melhores espaços nas comissões. Antes, DEM e MDB fizeram movimento semelhante, mas
não criaram 1 bloco.