terça-feira, 14 de julho de 2020

DISCUSSÃO DA LEI DAS FAKE NEWS É COMPLEXA - ELIMINA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Liberdade de expressão ameaçada

 

Sérgio Lima




Reflete-se, a todo momento, sobre as razões que nos fazem humanos. Este é o papel da filosofia: tentar indicar de onde viemos e para onde vamos. No entanto, o que nos torna diferente dos outros seres vivos é a capacidade de expressão, de comunicação, de interação clara e inequívoca, de ampliação da consciência e do conhecimento, da inquietude em aumentar horizontes.

Quando uma sociedade, de maneira geral, perde ou tem tolhida sua liberdade de expressão e comunicação, está condenada a seguir padrões definidos por poucos.

Em palavras menos bonitas, sem liberdade de expressão não há sociedade.

O conceito de democracia é inexorável à defesa das liberdades individuais: todos têm assegurado o direito inalienável de se expressarem como bem entenderem. E o conjunto de leis que rege esse sistema é o responsável por delimitar onde começa e termina o espaço de cada um.

Pré-definir o que um cidadão pode dizer ou como se expressar invalida qualquer conceito de sociedade democrática. Em uma sociedade altamente conectada, com acesso à troca de conhecimento em velocidades inimagináveis, a liberdade de expressão é mais do que um direito: torna-se bem intangível, conquista de cada ser humano ao nascer.

Neste momento, o Brasil está à beira de entrar em período de ameaça à liberdade de expressão irrestrita. O país corre o risco de ser condenado à obediência a quem é contra o livre pensar. Este é o maior perigo que se vive no Brasil: controle absoluto da internet com a cortina de fumaça da regulação. Se a internet é regulada da forma como pretendem alguns inimigos da democracia, a sociedade estará fadada a ruir no seu conceito fundamental. Não há sociedade; portanto, não há democracia; portanto, não há liberdade de expressão; portanto, não há vida.

Que os cidadãos, que – em sua imensa maioria – acreditam nas liberdades individuais agigantem-se e entendam que é necessário se expressar para assegurar o direito inato à liberdade. Que a democracia seja defendida – e, por consequência, o livre pensar, o livre dizer e a livre expressão. Termino com frase do professor de Psicologia da Universidade de Toronto, Jordan Peterson: “Controlar o que pode ser dito significa controlar o que pode ser pensado”.

Publicitário, especialista em marketing político e gestor da agência de conteúdo de marketing político Inclutech

 

COLUNA ESPLANADA DO DIA 14/07/2020

Fábrica de crises

 

Coluna Esplanada 

 


A citação infeliz do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, associando o Exército Brasileiro a um governo genocida apareceu num momento em que há, nos bastidores, esforço tremendo do presidente da República de trégua de bolsonaristas – políticos e militantes – nas críticas públicas à Corte e ao Legislativo. A turma do ‘deixa disso’ tentou agir rápido ontem, quando as declarações já tomavam rumos judiciais. O presidente Jair Bolsonaro segue em boa relação pessoal com o ministro presidente Dias Toffoli. Mendes jogou um galão de querosene num paiol onde há faísca constante, e acendeu a ira dos militares.

Cidadão comum

Abraham Weintraub tem passeado pelas avenidas de Washington DC sozinho, às vezes, de boné, para não ser reconhecido por brasileiros residentes.

Tentou

O ex-deputado Nelson Meurer, falecido aos 77 anos, vítima de Covid-19, era hipertenso e diabético. Sua defesa pediu prisão domiciliar ao ministro Edson Fachin (STF), em vão.

Tempos de Covid

O jornalista Chico Sant’ana lançou enquente no Twitter para dar nome de Naja a Damares Alves, Bia Kicis ou Sara Winter. A ministra rebateu de pronto: desde que ele coloque pessoalmente a plaquinha na serpente, ela faz até cerimônia.

Bode na sala
 
O senador Humberto Costa (PT-PE), da CPMI das Fake News, acusa o assessor especial da Presidência, Tércio Arnaud Thomas, de ser o coordenador do ‘Gabinete do ódio’ sobre contas nas redes sociais de defesa de Jair Bolsonaro e ataque a adversários.

(in)Defesa aérea

A base aérea de Apucarana (PR) tinha aviões Super Tucanos da FAB para interceptar aeronaves com drogas e contrabando. Mas foi no governo de Fernando Henrique. Depois dele, os caças foram retirados da região. Ninguém entende até hoje por que a base foi desativada.  
 
Ela resiste
 
Com resistência da maioria dos membros da executiva e militância do PT, a deputada federal Marília Arraes, apesar do apoio de Lula da Silva, sofre resistências também de partidos aliados no Recife para tentar chapa para eventual candidatura à prefeitura. O PSol não quis diálogo, procurado por ela.

Bondinho vive

O turista que passa pelo Rio, a passeio ou a negócios, tem programa imperdível (porque a capital ainda respira e sobrevive, apesar de tudo): pegar o bondinho no Centro, atrás do BB, para subir Santa Teresa, o bucólico bairro encravado nos morros atrás da lapa. Os bondes voltaram dia 24 de junho, das 10h às 16h, após paralisação em março.

Na pista

O Grupo Águia Branca, há décadas no setor de transporte de passageiros no Sudeste, lançou o app AguiaFlex, na carona da concorrente e pioneira Buser, vislumbrando boom no setor de compartilhamento de passageiros com passagens baratas.

Vegas 2021
 
A Reed Exhibitions e a American Gaming Association anunciaram o adiamento da maior feira do setor de cassinos do mundo, em Las Vegas, para 4 a 7 de outubro de 2021. A edição deste ano está cancelada.

Telemedicina...

Alguns dos principais planos de saúde já realizam juntos uma média de 250 mil consultas por mês, utilizando a telemedicina. O recurso foi aprovado pelo Congresso (PL 696/2020) e sancionado pelo presidente da República, enquanto durar a pandemia, mas é uma solução que deve permanecer no pós-crise.

...em alta

O tema será debatido na próxima quinta, às 15h, no webinar “Telemedicina no Novo Normal”, com a presença de especialistas no assunto. No link http://www.youtube.com/c/FenaSaúdeCanal.

Ponto final
 
Se o confinamento está sendo difícil para você, imagine para Ronaldinho Gaúcho, que não pode sair de um hotel em Assunção há meses nem pode fazer festas lá dentro.


Esplanadeira

#Apsa  registra aumento de 200% uso de apps de gestão condominial e soluções imobiliárias, após investir R$ 6 milhões nos últimos anos.

 

NOVA CRISE ENTRE O STF E OS MILITARES NO BRASIL

Bastidores: Temor de processo levou à reação militar

 

Marcelo Godoy

  

O medo de serem alvo de investigação por genocídio de povos indígenas em razão da acusação de inação do governo federal diante da pandemia de covid-19 foi o que provocou a reação do Ministério da Defesa e dos comandantes das três Forças às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O argumento dos generais é que qualquer leigo poderia usar o termo genocídio de maneira imprópria, mas o tipo penal na boca de um ministro tem um sentido preciso, que não pode ser ignorado. Daí o pedido para que a Procuradoria-Geral da República apure os fatos.


© Dida Sampaio/Estadão Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva

Era noite de sábado quando o general Edson Pujol foi informado sobre as declaração de Gilmar. “Mas não é possível”, reagiu. O comandante do Exército havia se encontrado com o ministro havia um mês, em um movimento que visava pacificar a relação da Corte com os militares. Gilmar saiu de lá convencido de que as ameaças de ruptura institucional feitas por Jair Bolsonaro eram um blefe, jogo de cena para sua militância. Com o fim da presença do presidente em manifestações antidemocráticas, tudo parecia calmo.

Para um general da ativa, a declaração poderia levar um procurador ou um tribunal internacional a instaurar um procedimento para apurar genocídio. Foi assim que afastou-se o argumento de que a nota da Defesa levava ao pé da letra a declaração do ministro, que só apontaria ser insustentável a pasta da Saúde permanecer 60 dias sem titular na pandemia. Ideia que levaria ainda à constatação de que os generais escalaram uma crise sem necessidade. Por fim, não houve estranhamento ao fato de a Defesa, em vez de o Planalto, ter respondido a uma crítica à Saúde e ao ministro interino, o general Eduardo Pazuello. Mesmo os generais mais moderados acreditaram que, desta vez, precisavam reagir. A reação da Defesa teve outra consequência: foi a senha para a militância bolsonaristas na internet retomar o discurso contra o STF, exigindo novamente um cabo e um soldado aos generais.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...