quinta-feira, 9 de julho de 2020

SADOMASOQUISMO EMOCIONAL

Sadomasoquismo emocional

 

Simone Demolinari

 

 

 

 

 

A origem do nome “sadomasoquismo” vem da junção dos nomes de Marquês de Sade e Leopold van Sacher- Masoch. Sade, escritor do século 18, autor de obras literárias sobre atos sexuais brutais, o que deu origem a expressão ‘sadismo’.

Já o ‘masoquismo’ é derivado do nome de Masoch, também escritor, que descreveu personagens que se envolviam com prazeres associados à flagelação.

Portanto, sadomasoquismo é uma prática que busca a obtenção do prazer onde um promove e o outro recebe a dor. O termo é, via de regra, vinculado ao sexo, e às dores físicas, mas, a questão pode ir além disso.

Se ampliarmos a dimensão do sadomasoquismo para além do sexo, podemos encontrá-lo em relações onde há abuso, domínio, sofrimento e dor (não a física, mas talvez a pior delas, a moral e sentimental).

E é disso que esse artigo aborda: “sadomasoquismo emocional”.

Trata-se de um padrão relacional em que um dos parceiros agride o outro sistematicamente através de imposições, ciúmes, duplo padrão comportamental, autoritarismo, regras unilaterais, explosões verbais entre outras agressividades evidentes ou sutis. Enquanto um agride, o outro tolera (e sente prazer). Não um prazer clássico manifestado através da alegria, mas um prazer mórbido subentendido na dependência e dificuldade em eliminar quem o prejudica, o sádico.

Permanecer nessa dinâmica muito tempo faz com que haja uma adaptação psíquica sadomasoquista: aquele que promove o sofrimento sente prazer em ter sua agressividade extravasada; sente sua raiva aliviada mesmo que isso custe a dor do outro.

Já aquele que sofre acostuma-se a ser “amado” dessa maneira e “gosta” da dor que sente. A prova disso é que quando se envolve numa relação sem a presença do sofrimento, acha , por alguma razão inexplicável, a relação “sem tempero”.

Aliás, uma característica evidente do masoquismo emocional é se achar “forte” por suportar tanto. E exemplos não faltam: um casamento ruim onde a parte prejudicada, mesmo sofrendo, não abre mão da relação; um funcionário permanentemente humilhado pelo chefe e mesmo assim gosta daquela condição; uma relação de amizade onde um é explorado mas atende prontamente as demandas considerando aquele seu melhor amigo, um irmão menosprezado que se coloca sempre de prontidão.

O ponto curioso é que, por serem anomalias afins, o sadismo e o masoquismo podem se manifestar numa mesma pessoa. Dessa forma, quem está acostumado a sofrer pode inverter o ciclo e começar a causar sofrimento. Um exemplo típico dessa inversão é a vingança – pessoas que passam anos se submetendo a maus-tratos se rebelam e começam a torturar o outro.
O sadomasoquismo emocional não é fácil de ser percebido devido à trama psíquica sofisticada. A patologia se desenvolve à espreita: despoja os afetados da lucidez, deixando-os acreditar que a relação é envolvida de amor, o quanto na verdade, a doença é o que prepondera.

 

O COVI-19 PODE SER TRANSMITIDO PELO AR EM LOCAIS PÚBLICOS


Possibilidade da Covid-19 ser transmitida pelo ar pode deixar situação mais caótica, diz médico

Luciano Dias 









A possibilidade do novo coronavírus ser transmitido pelo ar em locais públicos pode tornar o combate à doença ainda mais "caótico". É o que disse nesta quarta-feira (8) o infectologista Estevão Urbano, integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte.
"Isso significa que as pessoas estão ainda mais em risco. Se for comprovada essa hipótese, complicaria ainda mais a vida de todos nós para evitar o contágio da doença", destacou o médico.
Nessa terça-feira (7), a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que existem evidências a respeito de transmissão do coronavírus pelo ar. Segundo Benedetta Allegranzi, diretora de prevenção e controle de infecções da OMS, a "possibilidade de transmissão pelo ar em locais públicos - principalmente em condições muito específicas, locais cheios, fechados, mal ventilados que foram descritos - não pode ser descartada".
No entanto, a organização explicou que ainda são necessários estudos mais aprofundados para confirmar a suspeita de transmissão do vírus pelo ar.
Cuidados redobrados
De acordo com Estevão Urbano, se a possibilidade for comprovada, o contágio do coronavírus pode ser parecido, em alguns momentos, com a transmissão da tuberculose, que pode ser propagada partir da inalação de gotículas expelidas pela tosse, fala ou espirro do doente. "A partícula (do novo coronavírus) poderia ser transmitida por longas distâncias", acrescentou o infectologista.
As microgotículas das pessoas infectadas podem permanecer suspensas no ar por várias horas no chamado "aerosol", sendo espalhadas por dezenas de metros. Um risco que, segundo os especialistas, é ainda maior em locais fechados e mal ventilados. Neste cenário de incertezas, Estevão Urbano recomendou uma atenção maior em relação aos protocolos de segurança.  "O distanciamento, que hoje é em torno de 1,5 a 2 metros, terá que aumentar, caso comprove a hipótese de transmissão pelo ar. As máscaras de proteção também terão que ser com potências maiores. Temos que ficar atentos", explicou.
A possibilidade reconhecida pela OMS é acompanhada com atenção pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte. Por enquanto, as medidas de flexibilização do comércio permanecem as mesmas dos últimos dias da capital.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

BRASILEIROS E EMPRESAS ESTÃO SUPER ENDIVIDADOS

BC: superendividamento afeta de forma duradoura qualidade de vida

 

Agência Brasil

 

 

 

 

Clientes bancários superendividados nem sempre tornam-se inadimplentes, mas vivem em um ciclo vicioso de tomar mais crédito para conseguir pagar os empréstimos antigos e manter as contas em dia. A avaliação é de especialistas que participaram de seminário virtual para debater os resultados do Relatório de Endividamento de Risco no Brasil, elaborado pelo Banco Central (BC).

Segundo os dados do BC, no Brasil, a população com carteira de crédito ativa atingiu 85 milhões de tomadores em dezembro de 2019. Desse total, 5,4% ou 4,6 milhões de tomadores estavam em situação de endividamento de risco, ou seja, devem às instituições financeiras mais do que podem pagar.

O BC destaca que a população de renda média – entre R$ 2 mil e R$10 mil – e com idade acima de 54 anos é financeiramente mais vulnerável. “Tal recorte se justifica pelo maior nível de relacionamento bancário dessa população, com acesso a uma maior gama de produtos financeiros e a maiores limites de crédito”, diz o relatório.


Em meio a pandemia, renegociação de dívidas tem crescido

No relatório o BC define como superendividamento “o resultado de um processo no qual indivíduos e famílias se encontram em dificuldade de pagar suas dívidas a ponto de afetar de maneira relevante e duradoura seu padrão de vida”. Segundo o BC, os endividados de risco podem estar simultaneamente superendividados. “Há possivelmente uma propensão a que os tomadores aqui identificados como endividados de risco se encontrem, simultaneamente, em situação de superendividamento ou que, eventualmente, possam chegar a esse estágio se ações preventivas e de correção não forem tomadas”, diz o relatório.

Comprometimento de renda

A juíza Caroline Santos Lima, coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania das Execuções Fiscais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), destacou que cidadãos com renda alta são os que mais acionam a Justiça, mas o superendividamento atinge a todas as classes sociais. “Nestes últimos 5 anos de tratamento e prevenção, observamos pessoas com renda elevada com nível de comprometimento de renda absurdo e com baixíssima qualidade de vida”, disse. Segundo ela, o acesso à informação e a advogados contribuem para que pessoas com alta renda procurem mais a Justiça. Entretanto, ela disse que é preocupante a situação de pessoas de todas as classes de renda, principalmente os idosos.

Ciclo vicioso

A defensora pública Patrícia Cardoso Maciel Tavares, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, disse que o superendividamento geralmente começa com dívidas no cartão de crédito, cheque especial e crédito direto ao consumidor com débito em conta. “Como são linhas de crédito mais caras, o cliente acaba sendo aconselhado a trocar por dívida mais barata e aí troca por consignado”, disse. Ela acrescentou que como as parcelas do crédito consignado são pagos com o desconto no salário, o consumidor com a renda reduzida acaba voltando a recorrer a outro tipo de crédito para conseguir manter as contas em dia. “Como são formas automáticas de pagamento, não consegue parar de pagar para poder se reorganizar, com aconselhamento”, destacou Patrícia Tavares.

A defensora pública ressaltou ainda que as pessoas nesse ciclo de refinanciamentos têm a renda quase toda direcionada aos bancos. “Quando começa a renegociar, a pessoa sequer fica com o proveito da renegociação. Tudo que toma de crédito devolve no mesmo instante para a instituição financeira. É muito sórdido. Isso faz com que todo o dinheiro circulante desses milhões de superendividados fiquem somente em um setor da economia que é o setor financeiro, ao passo que poderia investir em comércio e serviços”, destacou.

Renegociações

Em meio à pandemia de covid-19, que tem levado à redução da renda de famílias, a renegociação de dívidas tem crescido. De acordo com dados do BC de maio, o saldo das operações de composição de dívidas, que é a renegociação de mais de uma modalidade de crédito em conjunto, chegou a R$ 50,448 bilhões em maio, crescimento de 6,6% no mês e de 40,6%, em 12 meses. As novas concessões chegaram a R$ 9,335 bilhões, em maio, com alta de 7,7% no mês e de 80,1%, em 12 meses.

O diretor de Autorregulação e Relações com Clientes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Amaury Oliva, disse que o superendividamento não traz benefícios para os bancos. “O endividamento excessivo é ruim para todos: cidadão, estado, os bancos”, argumentou. Ele afirmou que a inadimplência gera incerteza e eleva o risco de concessão de crédito, o que por consequência, torna os empréstimos mais caros. “Hoje a inadimplência responde por mais 37% do spread bancário [diferença entre taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes]”, disse.

Projeto de lei

O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Maurício Moura, e Patrícia Tavares defenderam a aprovação do projeto de nº 3515, que tem o objetivo de prevenir e tratar o superendividamento.

Para a defensora pública, o projeto não tem as palavras “pandemia” e “urgente”, mas a crise gerada pelo novo coronavírus torna a aprovação da legislação uma “necessidade imperiosa”. Ela argumentou que as empresas receberam socorro para situações de crise e é preciso pensar também nas pessoas físicas, dando a elas condições de organizarem suas finanças.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...