sábado, 6 de junho de 2020

BOLSONARO AVISA QUE NO FUTURO O BRASIL PODE SAIR DA OMS

Bolsonaro diz que Brasil pode sair da OMS

 

Agência Brasil

 

 

 

O presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) na pandemia e disse que o governo pode deixar a organização, que atuaria, segundo ele, "com viés ideológico". No fim de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS, congelando repasses que o governo norte-americano faria à entidade.

"E adianto aqui, os Estados Unidos saíram da OMS, e a gente estuda, no futuro, ou a OMS trabalha sem viés ideológico, ou vamos estar fora também. Não precisamos de ninguém de lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro", disse Bolsonaro a jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada, na noite desta sexta-feira (5).

O presidente fez referência à controvérsia causada pelas pesquisas que a OMS conduzia sobre a hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. "Para que serve essa OMS? A OMS recomendou há poucos dias não prosseguir mais com os estudos sobre a hidroxicloroquina, e agora voltou atrás. É só tirar a grana deles que eles começam pensar de maneira diferente", disse Bolsonaro.

A OMS retomou esta semana os estudos com o medicamento, após aplicar uma suspensão dos testes por 10 dias, depois da revisão de um estudo publicado pela revista médico-científica The Lancet.

A Organização Mundial da Saúde é uma agência internacional especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU). Sua sede é em Genebra, na Suíça. A OMS é composta por 194 Estados-Membros e dois membros associados. No caso do Brasil, para aderir à organização, o país ratificou internamente um tratado internacional de criação da agência. Uma eventual saída desse tratado teria que passar pelo Congresso Nacional.

Divulgação de balanço

Durante a entrevista, o presidente Jair Bolsonaro também comentou a mudança de horário na divulgação do balanço das infecções e mortes por covid-19, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Desde a última quarta-feira (3), a pasta só envia os dados consolidados do dia por volta das 22h. Antes, esse balanço era enviado por volta das 19h.

"É para pegar os resultados mais consolidados e tem que divulgar os mortos do dia. Ontem, os mortos eram de dias anteriores. Se quiser, faz um consolidado para trás, mas tem que mostrar os mortos do dia", disse Bolsonaro, sobre a metodologia de divulgação adotada pelo Ministério da Saúde.

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que os números de casos de covid-19 e de mortes causadas pela doença são repassados à pasta pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde. O ministério acrescenta que analisa e consolida os dados e que em alguns casos "há necessidade de checagem junto aos gestores locais". "Desta forma, o Ministério da Saúde tem buscado ajustar a divulgação dos dados, que são publicados diariamente na plataforma covid.saude.gov.br", destaca o texto.

GOVERNO ALTERA HORÁRIO DE DIVULGAÇÃO DOS DADOS

Após recordes na contagem de mortes por covid-19, Brasil muda divulgação de dados e reduz informações

 

Joana Oliveira

 

© SERGIO LIMA (AFP) O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores durante a inauguração de um hospital federal de campanha em Águas Lindas, Goiás, nesta sexta-feira.

Após recordes nos registros de mortes por covid-19 no Brasil, o Governo de Jair Bolsonaro mudou nesta sexta-feira a forma como os dados sobre a doença são divulgados diariamente. Os números não contavam o total de óbitos e infectados, como acontece desde o início dos casos no país —apenas os registros do dia foram divulgados. O site onde as informações são compiladas também saiu do ar. Pelo terceiro dia seguido, o balanço foi divulgado muito mais tarde que o comum, perto de 22h, após o término do Jornal Nacional, o noticiário de maior audiência no país. Com os 1.005 novos óbitos e 30.830 casos registrados nesta sexta-feira, o país passa a ter 35.026 mortos e 645.771 infectados.

Nos últimos dias, a qualidade da comunicação à imprensa feita pelo Governo federal em relação à doença piorou. As coletivas diárias com a área técnica do Ministério da Saúde, que marcaram a gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e prosseguiram com Nelson Teich, foram substituídas por duas ou três ao longo da semana —que muitas vezes acabam canceladas sem qualquer explicação logo antes de começar. O número de casos e óbitos, que inicialmente era informado às 17h, passaram a ser publicados, em um primeiro momento, entre as 19h e 20h. Mas, nesta semana, começaram a sair por volta das 22h, após o término do Jornal Nacional, e depois do horário em que parte dos jornais impressos do país concluem suas edições para a impressão, dificultando a realização de reportagens mas detalhadas com os números.

Questionado sobre a mudança de horário, Bolsonaro afirmou em uma coletiva nesta sexta-feira que “ninguém tem de correr para atender à Globo”. O atraso, segundo ele, acontece para que se “pegue o dado mais consolidado”. Os dados do boletim são compostos por informações reportadas pelos Governos Estaduais diariamente. O próprio ministério, entretanto, disse por diversas vezes que os Estados repassam os dados até às 15h. “Se ficar pronto às nove, tudo bem, mas não vai correr às seis da tarde para atender à Globo, a tevê funerária”, completou o presidente, para os aplausos de seus apoiadores que acompanhavam a entrevista coletiva. Nesta sexta-feira, o boletim foi divulgado logo após o término do jornal da TV Globo. A emissora, entretanto, interrompeu a novela Fina Estampa para divulgar as informações em formato de Plantão, um recurso usado para dar informações urgentes fora dos noticiários.

O presidente tem constantemente duvidado das informações repassadas pelos Estados e insinuado publicamente que nem todas elas podem ter sido provocadas pela covid-19, apesar de entrarem apenas nos boletins o que foi testado e confirmado. Por isso, os dados também podem passar nos próximos dias por uma recontagemconforme informou O Globo, que disse que o Governo considera as informações “fantasiosas ou manipuladas”. Carlos Wizard, que assumirá a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta, afirmou ao jornal que os números estão inflados, apesar de estudos científicos e de o próprio Ministério ter reconhecido, em gestões anteriores, que há um grande número de casos ainda não notificados, devido ao gargalo de testes no país. “Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus Estados, colocavam todo mundo como covid-19. Estamos revendo esses óbitos”, disse Wizard, sem apresentar provas de falhas.

A estratégia de colocar em dúvida os dados oficiais foi adotada em países como a Rússia, o terceiro país em número de casos confirmados no mundo (quase 450.000). No país, um protocolo do Ministério da Saúde, que compila os dados regionais de mortos como aqui, determina que, ao formular um diagnóstico patológico, é preciso diferenciar entre a morte pela covid-19 “quando esta for a enfermidade principal (a causa original da morte)” e o falecimento por outras doenças quando a covid-19 estiver presente (e diagnosticada com métodos analíticos), mas “sem morfologia clínica, que poderia causar a morte”. Essa pode ser uma das explicações para a baixa taxa de letalidade no país quando considerado o número total de casos: há pouco mais de 5.500 mortes — colocando a Rússia em décimo quarto no mundo neste quesito.

Nesta sexta, Bolsonaro voltou a se incomodar pela forma como a divulgação dos números é feita pela imprensa. “A pessoa tem dez comorbidades, está com 94 anos, e pegou o vírus. Potencializa. Parece que esse pessoal que... O Globo, o Jornal Nacional, gosta de dizer que o Brasil é recordista em mortes. Falta, inclusive, seriedade: bote mortos por milhões de habitantes. É querer comparar mortes no Brasil, que tem 210 milhões de habitantes com países que têm 10 milhões”.

Na quinta-feira, o Brasil superou a Itália em número de mortos pelo novo coronavírus. Nesta sexta-feira, Bolsonaro inaugurou o hospital federal de campanha de Águas de Lindoia (Goiás), o primeiro federal em três meses de pandemia no país. Novamente, o presidente saiu em público sem máscara, contrariando a própria legislação estadual, e provocou aglomerações.

O presidente também defendeu que a metodologia de divulgação dos dados precisa ser repensada. “Têm de divulgar os mortos no dia. Por exemplo, ontem [quinta-feira] dois terços dos mortos eram de dias anteriores. Tem de divulgar os do dia, o resto consolida pra trás. Se quiser fazer um programa no Fantástico todinho sobre mortos nas últimas semanas, tudo bem”, acrescentou, alfinetando, mais uma vez, a Rede Globo e seus telejornais.

Por conta da falta de insumos e da capacidade dos laboratórios para processar tantas amostras, o país tem um gargalo de testagem. Na quinta-feira, por exemplo, data em que os dados completos ainda foram divulgados, o país tinha 4.159 casos em investigação— ou seja, aguardando resultados. Com isso, o Brasil está sempre olhando para o retrovisor em termos de dados, já que a maior parte das mortes registradas e divulgadas no dia ocorreram, de fato, em dias anteriores. Apesar de o boletim trazer apenas o número de óbitos registrados, o Ministério já registra as mortes em seu sistema no dia em que elas ocorreram depois de os testes confirmarem a doença. A mudança poderia servir apenas para dificultar o acompanhamento dos casos, especialmente se o novo modelo de boletim, que não traz os dados totais, continuar a ser divulgado.

Com uma justificativa diferente da do presidente, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde responsabiliza as secretarias estaduais e municipais de saúde pelo atraso na divulgação dos dados. “O Ministério da Saúde informa que os dados de casos e óbitos são informados pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, que também possuem sistemas próprios de divulgação destas informações, em plataformas públicas. Assim, a pasta analisa e consolida os dados, sendo que em alguns casos há necessidade de checagem junto aos gestores locais", diz uma nota enviada aos jornalistas nesta sexta-feira. No entanto, a equipe ministerial deixou de responder solicitações da imprensa por e-mail ou telefone. Uma solicitação do EL PAÍS sobre o número de casos e mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em cada Estado do país permanece sem resposta há duas semanas. A comunicação direta com os jornalistas é falha desde o início da pandemia, mas antes os questionamentos eram respondidos nas coletivas diárias com a área técnica. Mas com a redução do número de coletivas, perguntas enviadas a assessores do ministério também têm sido ignoradas.

O didatismo que caracterizou as próprias coletivas —um momento de prestação de contas do Governo sobre as medidas de combate ao novo coronavírus— se perdeu. Mesmo com personalidades quase opostas, as reuniões comandadas por Mandetta, mais comunicativo, e Teich, mais contido e sucinto, proporcionavam análises técnicas e um panorama da pandemia no país, bem como as medidas já implementadas e aquelas previstas para o controle da covid-19. A equipe do Ministério da Saúde, chefiado interinamente por Eduardo Pazuello (antes, secretário-executivo de Teich) —que, em 20 dias à frente da pasta, ainda não participou de um encontro com a imprensa— utiliza, por vezes, esse momento para falar de temas que não estão diretamente relacionados com a pandemia, como uma campanha de doação de leite materno, por exemplo.

Enquanto isso, o Brasil segue com dificuldade de desenhar o tamanho e a intensidade da pandemia no país, e é impossível dizer se o país já atingiu um pico de mortes diárias por covid-19. O país ainda não implementou nenhuma estratégia de testagem em massa: mais de 190.000 testes ainda estão na fila de análise dos laboratórios, e o Ministério da Saúde diz que são processados mais de 50.000 testes por semana. No entanto, no início da própria crise, a própria pasta estimava a necessidade de realizar 30.000 testes por dia para ter um panorama real da população que foi infectada. A gestão também falha no acompanhamento dos leitos disponíveis em UTIs. Em abril, o então ministro Mandetta prometeu uma plataforma para monitorar essa disponibilidade e, no mesmo mês, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) anunciaram a criação de tal sistema, mas ele nunca foi apresentado.

Crítica dos EUA

A má gestão durante a maior crise sanitária dos últimos 100 anos rendeu críticas ao Governo brasileiro até por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliado de Bolsonaro. Nesta sexta-feira, Trump usou o Brasil como exemplo de país com “dificuldades” para lidar com o coronavírus. “Se você olhar para o Brasil, eles estão passando por dificuldades. A propósito, eles estão seguindo o exemplo da Suécia. A Suécia está passando por um momento terrível. Se tivéssemos feito isso, teríamos perdido um milhão, um milhão e meio, talvez até dois milhões ou mais de vidas”, disse o presidente norte-americano na Casa Branca, acrescentando que agora é hora de acelerar a reabertura em seu país. Os Estados Unidos são o país do mundo com o maior número de casos do novo coronavírus, com 1,9 milhão de infecções e mais de 108.000 mortos. O Brasil é o segundo do mundo em número de casos.

Questionado sobre a declaração de seu homólogo estado-unidense, Bolsonaro se esquivou. “É meu amigo, é meu irmão. Um abraço, Trump. Torço para que seja reeleito. Trump, aquele abraço!”. O presidente disse ainda que “está faltando a imprensa falar da volta da cloroquina”, mencionando a retratação de um artigo pela revista The Lancet, que levou a OMS a suspender estudos com o medicamento. Bolsonaro sugeriu que o Brasil pode deixar a organização no futuro, a exemplo do que fez Trump. “A OMS é o seguinte: o Trump tirou a grana deles e voltaram atrás em tudo (...) E vou adiantar aqui: os Estados Unidos saiu da OMS, e a gente estuda no futuro. Ou a OMS trabalha sem o viés ideológico ou nós vamos estar fora também”, ameaçou.

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DECRETO DE BOLSONARO AUTORIZA O EXÉRCITO A TER AVIÕES - AERONÁUTICA NÃO APROVA


Decreto de Bolsonaro inclui avião para Exército; brigadeiros criticam

Marcelo Godoy e Roberto Godoy 





© Gabriela Biló / Estadão Permissão. Exército poderá voltar a ter aviões em sua tropa 


A decisão do presidente Jair Bolsonaro de permitir ao Exército voltar a ter aviões provocou reação de integrantes da Força Aérea Brasileira (FAB). Brigadeiros ouvidos pelo Estadão criticam “a oportunidade da medida”, um período de crise econômica, em que as verbas para a Defesa são escassas. Também alegam que a medida pode afetar a operação conjunta das duas Forças.
Foi por meio do decreto 10.386, publicado no dia 2, que Bolsonaro e o ministro da defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, concederam ao Exército, após 79 anos, o direito de voltar a ter aeronaves de asa fixa. Até então, decreto de 1986 permitia ao Exército operar apenas helicópteros. “O problema não é o Exército ter sua aviação, mas o momento da decisão, que não é oportuno”, afirmou o tenente-brigadeiro-do-ar Sérgio Xavier Ferolla, ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM).
Os custos de manutenção de uma aviação são considerados altos. Os brigadeiros ouvidos pelo Estadão citam o exemplo da Marinha, que depois de décadas de disputas com a FAB obteve o direito de operar aviões em seu porta-aviões São Paulo. Depois que o navio aeródromo foi aposentado pela Força, a aviação de caça naval, com duas dezenas de A-4 Skyhawk, ficou sediada em terra, na base de São Pedro da Aldeia, no Rio.
Das três Forças, os integrantes da FAB são os que têm se mostrado mais distantes das polêmicas do governo. Em um ministério repleto de generais e almirantes, nenhum brigadeiro ocupa cargo na Esplanada. Apenas um coronel da Aeronáutica – o astronauta Marcos Pontes – é ministro (Ciência e Tecnologia). E vê seu cargo em risco diante das negociações de Bolsonaro com partidos do Centrão. Dos presidentes de clubes militares, só o da Aeronáutica, o brigadeiro Marco Carballo Perez, não se manifestou em apoio ao presidente contra recentes ações de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um coronel da FAB, que pediu anonimato, reclamou dos termos abrangentes do decreto presidencial, que permitiram no futuro o Exército e ter qualquer tipo de aeronave, não só as de transporte de tropa. Ferolla afirmou que não se opor à ideia de o Exército ter aviação de asa fixa. O brigadeiro, hoje na reserva, esteve entre os oficiais responsáveis por ajudar o Exército a montar sua base de helicópteros, na sede da Aviação do Exército, em Taubaté (SP). O episódio encerrou então uma disputa de quase vinte anos, desde que o Exército buscara em 1969 pela primeira vez comprar helicópteros Bell H-1H.
Prazo
Com a decisão de criar a tropa aeromóvel, o Exército foi autorizado em 1986 por decreto a ter helicóptero – decreto que Bolsonaro alterou. “ Hoje, o Exército é o maior operador do País de aeronaves de asas rotativa”, disse o deputado federal, general Roberto Peternelli (PSL-SP), que comandou a Aviação do Exército. Segundo ele, a intenção da Força – que contaria com a concordância dos comandos da Marinha e da Aeronáutica – é usar aeronaves em apoio logístico na Amazônia. “Muitas vezes a FAB tem prioridade distintas. E pode ser necessário o Exército fazer evacuação aeromédica.”
Não é a curto prazo que a aviação do Exército vai operar aeronaves de asa fixa, seus próprios cargueiros leves, para cumprir missões na linha de fronteira, da Amazônia principalmente. A primeira reunião do grupo técnico que cuida do programa está prevista para a segunda metade de julho. Só depois começará o processo de definições. Segundo um general ouvido pelo Estadão, todas as especificações devem ser revistas. O decreto que permite à Força Terrestre empregar aviões determina também que a Aeronáutica e a Marinha cooperem com a reestruturação. Recentemente, o tema passou pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, quando o general Alberto Santos Cruz era assessor especial da pasta. O plano foi exposto em uma reunião no Comando da Aeronáutica. A demanda do Exército era por maior autonomia e pronta resposta nas tarefas que exigem transporte aéreo.
“A FAB argumentou que bastava que fosse feito um aporte de dinheiro na sua infraestrutura logística para aumentar a disponibilidade dos meios”, lembra um brigadeiro, ex-integrante do Alto Comando. Em 2018, foi anunciada a intenção de compra de oito aviões Sherpa Short C-23, bimotores modernizados. Podem transportar 3,5 toneladas de carga ou 30 passageiros. Desmobilizados do Exército americano, seriam financiados por meio de operação de crédito do governo dos EUA de valor não revelado. O Exército não confirma o cronograma de entregas. O Estadão procurou o Ministério da Defesa, mas a pasta não se manifestou.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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