Nelson Teich, ministro da
Saúde, pede demissão
© Sérgio Lima/ Poder360 Nelson Teich
foi ministro da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro
O ministro Nelson Teich (Saúde) pediu demissão na manhã desta 6ª feira
(15.mai.2020). O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde. A pasta deve
detalhar o caso em entrevista durante a tarde.
O general Eduardo Pazuello, secretário-executivo da pasta, assume o
cargo interinamente. Pazuello foi colocado no ministério por sua capacidade de
organização logística. Sua nomeação, junto com de outros militares, levantou
suspeitas de que Nelson Teich seria tutorado na pasta.
Teich é o 2º comandante do ministério a deixar a função durante a
pandemia do coronavírus. O ministro anterior foi demitido em 16 de abril. Teich
assumiu a cadeira da Saúde em 17 de abril –estava para completar 1 mês.
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Teich esteve no Palácio do Planalto para conversar com Jair Bolsonaro às
11h. A relação dos 2 vinha se degenerando porque o presidente defende
abertamente o uso do remédio cloroquina como tratamento para a covid-19. Nem a
OMS (Organização Mundial da Saúde) nem o Ministério da Saúde reconhecem algum
fármaco ou vacina como cura para a doença. Bolsonaro queria que o ministro
recomendasse o medicamento. Ele resistia.
Em sua tradicional live desta 5ª feira (14.mai.2020), o
presidente da República falou de sua expectativa sobre o ministro da Saúde: “Acho
que amanhã o Nelson Teich dá uma resposta pra gente. Acho que vai ser pela
mudança do protocolo para que se possa aplicar [cloroquina] a
partir dos primeiros sintomas”.
Teich reclamava também de não ter sido ouvido sobre o decreto do presidente que
liberava a reabertura de academias, salões de beleza e barbearias. Na 2ª feira
(11.mai), Teich foi surpreendido com a
pergunta de 1 repórter a respeito da medida. Não sabia do que se tratava.
Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de Privacidade, Termos)
Teich sofria desprestígio dentro e fora do governo. Prefeitos relatam
que preferiam tratar de assuntos relevantes com o general Pazuello.
O ministro lidava ainda com a suspeita de estar sendo tutelado por conta
da presença de militares em cargos de chefia no ministério. Em conferência com
deputados, Teich se defendeu: “Embora
possa existir militares, outros profissionais, a liderança é minha”. Em outro momento, afirmou
que os militares só ficariam na pasta durante a pandemia.
MANDETTA: “OREMOS”
O antecessor de Teich, Luiz Henrique Mandetta, publicou 1 tweet
logo depois da notícia da demissão de Teich ser veiculada. Na mensagem, diz: “Oremos. Força SUS.
Ciência. Paciência. Fé!”.
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Mandetta entrou em atrito com Bolsonaro por defender o isolamento
social, enquanto o presidente pedia a reabertura da economia.
O presidente defende que a cura da covid-19 não pode ser pior que a
doença e que os comércios não podem ficar fechados. Acredita que, acabando com
o isolamento, reaquece a economia. Já Mandetta, assim como a OMS, achava que o
isolamento social era a melhor saída para frear as infecções do novo
coronavírus.






