sexta-feira, 15 de maio de 2020

RODRIGO MAIA PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E BOLSONRO FAZEM AS PAZES


Maia se reúne com Bolsonaro e defende retomada do diálogo apesar de divergências

 

© Reuters/ADRIANO MACHADO Presidente da Câmara, Rodrigo Maia

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), conversou nesta quinta-feira com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto e defendeu que seja retomado o diálogo entre os Poderes e em todas as esferas da administração na busca de uma solução para a crise do coronavírus.
A relação de Maia e Bolsonaro vinha enfrentando um estremecimento, com duros ataques do presidente da República ao deputado, tendo como pano de fundo a disputa pelo apoio do grupo político conhecido como "centrão".
"Acho que o diálogo e a construção de caminhos em conjunto geram uma maior esperança dos brasileiros nesse momento", disse Maia a jornalistas após o encontro com Bolsonaro.
"Os conflitos e as brigas geram insegurança e a perda da confiança da sociedade, já que aqueles que têm a responsabilidade do diálogo e de construção dos caminhos em conjunto estão confrontando."
Segundo o presidente da Câmara, o convite para o encontro partiu há algumas semanas dos ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Maia disse que visitava o gabinete de crise montado para o enfrentamento à crise do coronavírus no Palácio do Planalto quando Bolsonaro chegou e o convidou para um café. A conversa durou cerca de 30 minutos, segundo o deputado.
Imagens do encontro veiculadas por emissores de TV mostram Maia, de máscara de proteção, constrangido ao tentar cumprimentar Bolsonaro à distância, como tem feito com os pares no plenário da Câmara, de onde tem comandado sessões remotas devido às restrições de circulação de pessoas por conta do novo vírus. Bolsonaro, sem máscara, no entanto, parece não perceber a tentativa de cumprimento e abraça de lado o deputado.
"Meu papel, independentemente daquilo que concordo e daquilo de divirjo, meu papel institucional é levar a pauta da Câmara", afirmou Maia na entrevista coletiva pós-encontro.
"Temos, de forma majoritária, essa divergência sobre o momento do isolamento, mas isso não pode nos dividir", argumentou. "Acho que o importante é que todos possam voltar a sentar na mesa e discutir os caminhos", defendeu o deputado, citando como exemplo a necessidade de ampliação do número de testes para detecção de Covid-19.
O abraço de Bolsonaro ocorreu algumas horas após o presidente criticar indiretamente o deputado, sem citá-lo nominalmente, em videoconferência com empresários.
Bolsonaro também chegou a acusar Maia, há pouco menos de um mês, de conduzir o país ao caos e de atuar para tirá-lo da Presidência da República.
Apoiadores do presidente também têm o deputado como alvo preferencial em ataques na internet e também em manifestações nas ruas, que chegam a pedir ainda o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendem uma intervenção militar.
Maia negou que tenha conversado com o presidente sobre as movimentações do governo para a construção de uma base de apoio no Congresso, e disse que cumpria na conversa seu papel institucional.
As investidas de Bolsonaro junto ao centrão, que incluíram a oferta de cargos, minaram o monopólio político do presidente da Câmara neste grupo, ainda que muitos parlamentares estejam com um pé em cada barco.
Na entrevista após o encontro, o presidente da Câmara voltou ainda a defender as reformas econômica e disse que elas serão ainda mais relevantes na retomada das atividades do país no pós crise, citando especificamente a tributária e a administrativa.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

quinta-feira, 14 de maio de 2020

QUARENTENA GLOBAL É UM FATO INÉDITO


Quarentena global é evento inédito na história das pandemias

Agência Brasil







Apesar de o distanciamento entre as pessoas ser um procedimento utilizado desde a antiguidade para evitar o contágio de doenças, é na atual pandemia de coronavírus que está ocorrendo, pela primeira vez, uma quarentena de proporção global. A análise é do pesquisador e autor do livro Pandemias - a Humanidade em Risco, o infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Stefan Cunha Ujvari.
Ao menos 1,5 bilhão de pessoas no mundo estão sendo afetadas pelas ações de combate ao coronavírus, como o fechamento de escolas, o isolamento social ou quarentenas. Os dados, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), levam em conta somente o impacto nas crianças afastadas da escola, e mostram a força que uma pandemia tem em alterar o cotidiano das pessoas.
De acordo com o pesquisador, a atual pandemia tem ecos do passado, ou seja, elementos comuns às pandemias antigas, como o pânico e o aparecimento de fake news. No entanto, ela traz a novidade da realização de uma quarentena global, praticamente sendo feita, ao mesmo tempo, por centenas de países.
“Não tem como a gente comparar [a atual pandemia]. É uma questão única essa, de praticamente a gente ter parado o planeta todo por causa de uma epidemia nova e todos os problemas que ela vai causar no sistema de saúde e, basicamente, na economia. Não tem uma comparação, é um caso único, de quarentena geral, de praticamente todos os países”, disse.
Peste Negra
De acordo com o pesquisador, apesar das diferenças, muito do que as pessoas estão atualmente enfrentando, como o isolamento e a diminuição do comércio, já foi vivido pelas gerações que passaram por pandemias anteriores, como a Peste Negra ou Peste Bubônica, por exemplo.
“O comércio parava, porque as cidades próximas ficavam com medo da Peste Bubônica chegar na cidade. Fechavam os portões da cidade, não tinha trâmite comercial, a economia declinava naquela cidade. As pessoas ficavam dentro de casa, praticamente isoladas, porque elas achavam, naquela época, que uma das causas da epidemia eram os miasmas, que seriam gases venenosos que saíam do solo ou mesmo das pessoas que morriam”, disse.
A Peste Negra devastou a Europa entre 1347 e 1351, causando um número de mortes superior a qualquer outra epidemia ou guerra até então. Houve vários surtos graves da doença até 1400 no continente. Estudos indicam que a praga, surgida na China, foi causada pela bactéria Yersinia pestis, que infectava humanos por meio da pulga Xenopsylla cheopis, que geralmente vive em ratos.
“As pessoas ficavam dentro de casa, isoladas, janelas fechadas, para os ventos não trazerem os miasmas. Os cadáveres eram colocados na porta das casas e os órgãos dos governos das cidades levavam em carroças, enterravam em valas coletivas, era um verdadeiro caos”, disse Cunha.
A doença foi levada, por meio do transporte naval até os portos do Mar Mediterrâneo, de onde se espalhou afetando a Itália,
o norte da África, Espanha, França, Áustria, Hungria, Suíça, Alemanha e Países Baixos. Em seguida, a epidemia atingiu a Inglaterra, a Escócia, Escandinávia e os países bálticos.
“Essa é a mais significativa epidemia porque em um curto espaço de tempo, ela matou um terço de toda a população da Europa. Depois disso, ficou eclodindo em algumas cidades até o século 18”, diz Cunha.
Gripe Espanhola
Segundo o pesquisador, sempre houve nessas grandes epidemias uma característica básica que era o pânico. “A Gripe Espanhola de 1918 gerava pânico e hoje a gente vê que acaba a cloroquina nas farmácias, acabam máscaras. Naquela época, acabavam nas mercearias a cachaça, o alho e o limão, porque as pessoas acreditavam que eram substâncias que preveniam a doença”, disse Cunha.
A epidemia de Gripe Espanhola, a partir de 1918, foi o surto de gripe mais grave do século 20. Considerando a mortalidade causada pela doença, foi uma das epidemias mais devastadora da história da humanidade. A doença, que afetou praticamente todo o mundo, era transmitida de pessoa para pessoa por meio de secreções respiratórias. A gripe foi causada por um subtipo H1N1 do vírus Influenza, e resultou na morte de 25 a 50 milhões de pessoas.
Estudos indicam que a epidemia começou a ser registrada nos Estados Unidos, no estado do Kansas. O primeiro surto ocorreu inicialmente em março de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial. Em julho, o vírus atingiu a Polônia. A gripe era seguida, normalmente, de uma pneumonia, que podia matar poucos dias depois do aparecimento dos sintomas da gripe.
Como a Espanha foi neutra na Primeira Guerra Mundial, a imprensa local – que não estava sob censura em razão do conflito – noticiava normalmente as ocorrências relativas à pandemia no país. Nos demais países que participavam do conflito, o tema era censurado nos jornais. Dessa forma, ilusoriamente, a Espanha registrava maior número de casos da doença, que acabou sendo batizada com o nome do país europeu.
No Brasil, a epidemia chegou em setembro de 1918, por meio do o navio inglês Demerara, vindo de Lisboa. Dele, desembarcaram pessoas em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Em pouco mais de duas semanas, além dessas cidades, surgiram casos de gripe em outras localidades do Nordeste e em São Paulo. Estima-se que, só no Rio de Janeiro, tenham morrido 14.348 pessoas. Em São Paulo, cerca de 2 mil pessoas morreram.
“No século 20, a gente teve a chegada da Gripe Espanhola no Brasil, uma espécie de globalização da doença. Aqui acabou tendo um impacto muito grande na economia e na mortalidade das grandes cidades brasileiras”, disse Cunha.
Gripe Suína
Noventa anos depois da Gripe Espanhola, uma nova cepa do vírus H1N1 Influenza voltou a circular e causou nova pandemia. Originalmente, a doença era chamada de gripe suína porque havia a suspeita de que o vírus tivesse sido transmitido ao homem a partir de porcos. A doença começou a ser registrada inicialmente no México e depois se espalhou pelos Estados Unidos.
O surto de H1N1 de 2009 não foi tão mortal quanto a pandemia de 1918 a 1919. No entanto, o vírus era altamente contagioso e se espalhou rapidamente, o que fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitisse um alerta de pandemia em abril de 2009.  “A gente teve a chegada de outra grande epidemia que foi a nossa gripe suína de 2009. Ela acabou chegando aqui causando surpresa, que foi a mortalidade de população jovem, e poupando os idosos”, disse Cunha.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 14/05/2020


Cenas do Brasil

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








Uma cena constrangedora no gabinete do prefeito de Balneário Camboriú (SC), há dias, ilustra um pouco do que passa o Brasil sobre subnotificação e casos de Covid-19 e insistência contra o confinamento necessário. O prefeito Fabrício Oliveira estava reunido com equipe de urbanistas de Jaime Lerner e foi chamado pela secretária. Saiu da sala. Voltou com máscara, muito constrangido, avisou que testara positivo para coronavírus, e encerrou a reunião: peço que entrem em quarentena.

Cloroquina x Covid

A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, visita o Hospital Tibério Nunes em Floriano (PI), que tem usado cloroquina, com sucesso, na recuperação de infectados.

Demorou

A Rádio Justiça afastou, após pressão do sindicato, um operador contaminado por coronavírus. Ele teve por semanas contato com colegas, mesmo com sintomas fortes.

Tele SUS

O Ministério da Saúde lançou o serviço Disque Saúde 136, em parceria com as operadoras, e o aplicativo Coronavírus-SUS para dúvidas sobre a pandemia.

Caso Moro

Fontes da Coluna apontam que três delegados são imprescindíveis nas oitivas da investigação do STF, se a Corte quiser se aprofundar: Juliana de Sá Pereira Pacheco, do Recursos Humanos, Daniel França, ex-coordenador de segurança de Bolsonaro,  e Rodrigo Carvalho, subordinado direto de Alexandre Ramagem, o quase-DG.

Sem paz

A paz da PF com o presidente Jair Bolsonaro está longe, talvez impossível de acontecer. Das hostes à cúpula, ninguém quer a imagem de uma suposta polícia presidencial.

Raio X

A atuação da família Kanner, que controla a gigante do varejo Riachuelo, entrou no radar do Palácio do Planalto. Integrantes da família têm adotado um discurso de oposição ao presidente e ao Governo. As críticas são no campo da ética e da moral.

No provador

Quem lida com o assunto tem certeza de que a empresa, crítica como é, não terá dificuldade de passar pelo mesmo raio X de boas práticas que exige com tanto rigor.

Na pauta

As reformas tributária e administrativa voltarão à pauta do Congresso até o começo de junho, garantiu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no lançamento virtual do livro Tributação 4.0, organizado pela ABDF, presidida pelo advogado Gustavo Brigagão. 

MERCADO

Sem crise

Nem tudo é crise, acredite. O mercado de consórcios deve crescer até 15% em 2020, segundo dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios.

Sem crise 2

A TIM fechou o primeiro trimestre com alta de 8,3% no lucro líquido.

Bloqueio

O deputado Vinícius Farah (MDB-RJ) apresentou indicação legislativa ao Ministério da Fazenda para que os cartórios de protestos não atuem durante a pandemia. Ou seja, enquanto durar a crise do coronavírus, SPC e Serasa não poderão negativar ninguém.

Vaivém

Na segunda-feira, o Senado havia aprovado por 72 votos a 4 projeto semelhante. O PL 675/20, dos deputados Denis Bezerra (PSD-CE) e Vilson da Fataemeg (PBS-MG), recebeu 20 emendas e por isso volta para a Câmara.
 

ESPLANADEIRA
# Supermercados Mundial lança playlist “Para relaxar no fim do home office” no Spotify.  # Inscrições para participar do concurso da Cachaça Magnífica vão até o dia 17. # ONG ‘Meninas e Mulheres’ recebe doações de alimentos para comunidades cariocas. (21) 969360072. # Quod, birô de crédito autorizado pelo BC, oferece a micro e pequenas empresas o serviço de análise de crédito ilimitado a R$ 0,99 por dois meses. # Ex-presidente FHC participa de ‘live’ hoje com rabino Michel Schlesinger.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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