quarta-feira, 6 de maio de 2020

CÂMARA APROVA PROJETO DE AJUDA AOS ESTADOS


Câmara aprova texto-base do socorro aos Estados, mas projeto voltará ao Senado

Caio Spechoto 






© Sérgio Lima/Poder360 O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em sessão da Casa 

A Câmara dos Deputados aprovou nesta 3ª feira (5.mai.2020) o texto-base do auxílio aos Estados e municípios costurado pelo Senado. A proposta inclui R$ 60 bilhões em recursos, além de suspensões de dívidas com a União equivalentes a outros R$ 60 bilhões.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, queria aprovar a proposta de uma forma que não fosse necessário voltar ao Senado. Com as alterações feitas no texto, a proposta terá de passar por uma nova avaliação dos senadores.
A ajuda financeira deve ser diluída ao longo de 4 meses. Trata-se de uma forma de socorrer os entes federativos, que sofrem com a desaceleração econômica causada pelas medidas de combate ao coronavírus ao mesmo tempo em que a demanda por serviços de saúde pública aumenta.
O texto-base foi aprovado por 437 votos a 34. Ainda falta a votação de destaques –trechos analisados separadamente. A proposta é o projeto de lei complementar 39 de 2020. Leia a íntegra (1Mb) do relatório elaborado pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), relator da proposta na Câmara.
A discussão sobre 1 auxílio a Estados e municípios começou na Câmara e foi motivo de atrito entre Rodrigo Maia e o governo federal. A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) tratava o projeto como uma bomba fiscal.
Eram estipulados R$ 80 bilhões em auxílio aos Estados e municípios a serem pagos em 6 meses, além da suspensão das dívidas. O texto era 1 substitutivo apresentado pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) ao chamado Plano Mansueto, 1 pacote de medidas para colocar as contas dos Estados em ordem.
A controvérsia fez o Senado começar uma nova articulação, deixando de lado a proposta aprovada pela Câmara. A costura foi liderada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A aprovação na Casa Alta foi em 2 de maio.
O valor das transferências e o período diminuíram: R$ 60 bilhões em 4 meses. Rodrigo Maia diz que se trata de proposta equivalente à da Câmara, quando olhada a proporção repasse/mês.
O demista fez críticas à forma de distribuição dos R$ 60 bilhões, e foi acompanhado por outros deputados, mas defendeu a aprovação mesmo assim. Dessa forma, o dinheiro ficaria disponível mais rapidamente aos entes.
Na proposta da Casa Baixa o governo reporia as perdas ICMS e ISS de Estados e municípios. Isso beneficiaria locais como São Paulo e Rio de Janeiro, que têm arrecadação própria mais relevante.
No texto costurado por Davi Alcolumbre, a distribuição de recursos leva em conta critérios como população local e incidência da covid-19, causada pelo coronavírus.
Neste ponto, houve uma derrota do presidente do Senado. Em 1 dos destaques a Câmara trocou o critério relacionado à quantidade de casos de coronavírus do Estado. Em vez do número relativo, o projeto aprovado leva em conta o número absoluto. O Amapá de Davi Alcolumbre receberá menos dinheiro.
De acordo com o Novo, partido autor do destaque, a mudança faz o valor per capita recebido pelo Estado de Alcolumbre cair de R$ 615,6 para R$ 258,4.
Partidos de oposição tentaram derrubar a proibição de aumentos salariais no setor público até o fim de 2021, mas não conseguiram.
União, Estados e municípios não poderão elevar essas despesas a não ser nos casos de servidores da segurança e das Forças Armadas, além de saúde, limpeza pública e assistência social, quando diretamente envolvidos no combate à pandemia. A proposta aprovada veda o uso de recursos do socorro para conceder esses aumentos.
Assistência social e limpeza foram incluídos em uma emenda de redação pelo relator. Esse tipo de emenda não implica em nova avaliação pelo Senado. Se a votação terminar sem mudanças nos destaques, a matéria vai direto para sanção presidencial.
A emenda aprovada também encurtou do fim de 2021 para o fim de 2020 a suspensão dos pagamentos de refinanciamento de dívidas dos municípios com a Previdência.

terça-feira, 5 de maio de 2020

COLUNA ESPLANADA DO DIA 05/05/2020

A reunião

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








A reunião do presidente Jair Bolsonaro com a cúpula das Forças Armadas e ministros militares do Planalto, no sábado – conforme a Coluna publicou em primeira mão no site – foi papo de compadres, mas Bolsonaro incluiu improvisadamente três temas à mesa: saída de Sérgio Moro da Justiça; STF e a investigação de manifestações; e combate a coronavírus. O maior pedido aos chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica, diante de um clima beligerante entre os Três Poderes, foi a garantia da lei e ordem para evitar novamente um eventual cenário de convulsão popular de 2013, durante o Governo Dilma Rousseff, que parou o País. Seguindo a Constituição, claro. Mas o presidente deixou o povo tenso – e precisa explicar – o que quis dizer com “Chegamos ao nosso limite, não tem mais conversa”.

Sem especulações
É balela pura qualquer informe além dessas pautas, principalmente invenção de que trama-se um golpe – o que a oposição sempre alardeia para incendiar o País.
Inimaginável
Um golpe é ilógico para os militares, conscientes de seu dever e da consolidação da democracia; sabem que não têm estrutura, nem dinheiro, nem tropa, nem bala no coldre.

Essa crise..
O vice-presidente, General Mourão, não participou da reunião. Está muito brabo com bolsonaristas que o chamam de índio golpista e índio traíra. Como se quisesse o cargo.
Aliás..
.. o comportamente institucional e republicano do vice Mourão é exemplar. Não faz sombra no chefe; sabe que é ali é único lugar do mundo onde um Capitão manda mais.
Sobrou até..
“Na crise atual, precisamos de um jornalismo livre a serviço de todas as pessoas, especialmente daquelas que não têm voz; um jornalismo engajado na busca da verdade e que abra caminh
..para o Papa
Mas defensores de Bolsonaro não perdoram Sua Santidade. Um internauta respondeu “blá blá blá blá”; outro escreveu: “O senhor não representa os católicos”. “Então, agora você fala pelos católicos?”, retrucou uma mulher. Para citar apenas três exemplos.

Como foi
Orlando Brito e Dida Sampaio foram os mais agredidos. Conta Brito – 55 anos de fotojornalismo em Brasília – que foi acudir Dida (levou socos na barriga e empurrões): quebraram meus óculos, me bateram, tentaram quebrar minha máquina.
Sem rodas
A Conab está sem veículos para entregar 74.252 cestas básicas a aldeias indígenas e a quilombolas País adentro. Promove amanhã leilão de frete para escolher transportadora.
Gilmar x Janot
Ainda tramita no STF o inquérito que investiga se o ex-PGR Rodrigo Janot realmente tentou matar o ministro Gilmar Mendes, conforme Janot citou em entrevista a jornal na ocasião do lançamento de suas memórias no cargo. Está sob sigilo desde setembro.
Destravando
A MP 960 prorrogou por um ano prazos que suspenderam pagamentos de impostos federais sobre matérias primas de produtos para exportação. É o regime especial de drawback . O Governo tem ajudado. A economia mundial é quem não poupa ninguém.
Pelo campo
O deputado federal Laércio Oliveira (Progressistas-SE) acredita que uma saída da crise é agregar tecnologia ao agronegócio. Mas alerta para a vulnerabilidade do País, que pode sofrer com interrupção prolongada do suprimento de fertilizantes.
Adeus a Aldir


Bela homenagem do coleguinha Rudolfo Lago, editor do Jornal de Brasília, com citações do poeta Aldir Blanc, falecido ontem: “O cara que sabia que ‘o amor é um falso brilhante’, que ‘alegria de quem está apaixonado é como a falsa euforia de um gol anulado’. Mas que ao mesmo tempo acreditava ‘na existência dourada do sol mesmo que em plena boca’ batesse ‘o açoite contínuo da noite’. Às vezes, quando a noite cai ‘feito um viaduto’, a ‘esperança equilibrista’ precisa nos lembrar que o show tem de continuar. Aldir, meu poeta, aos 55, por sua causa, sigo insistindo na juventude...”

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...