segunda-feira, 6 de abril de 2020

NOTÍCIAS DO DIA 06/04/2020


Agenda do dia: veja o que você precisa saber hoje





© Foto: Adriano Machado/Reuters 


GOVERNO
- Bolsonaro: ‘Hora de quem está se achando vai chegar’
Em meio a uma disputa e divergências com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre estratégia para combate ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro mandou uma série de recados na tarde de domingo (5). Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, ele disse que ‘algo subiu na cabeça’ de pessoas do seu governo, mas que a ‘hora deles vai chegar’. ‘A minha caneta funciona’, afirmou Bolsonaro, sem mencionar nomes. (Via Estadão)
- ‘Medida restritiva é jogada política’, diz Bolsonaro
O presidente voltou ontem a criticar as medidas de isolamento social que vêm sendo tomadas pelos Estados brasileiros, como uma forma de evitar a disseminação do novo coronavírus. ‘Cada chefe de executivo querendo dizer que determinou mais medida restritiva que o outro. Como se tivessem preocupados com a vida de alguém. A gente sabe que a preocupação não é com vida. É jogada política na maioria das vezes’, disse. (Via Correio Braziliense)
SAÚDE
- Brasil tem 486 mortes e mais de 11 mil casos
O Ministério da Saúde divulgou na tarde de domingo (5), o novo balanço dos casos de Covid-19 no Brasil. O país tem 11.130 casos confirmados da doença (aumento de 852 casos de sábado para domingo) com 486 mortes – 54 novos óbitos em 24 horas (aumento de 12,5%). No sábado, havia 432 mortes e 10.278 casos confirmados. Com isso, a taxa de letalidade do coronavírus no país subiu para 4,4%. (Via Veja)
- Coronavírus: Brasil testará tratamento com plasma
O consórcio do Albert Einstein, Sírio-Libanês e Universidade de São Paulo recebeu autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para começar a fazer testes clínicos com o plasma do sangue de pessoas que se recuperaram do coronavírus em pacientes em estado grave. Chamado de plasma convalescente, rico em anticorpos, ele já vem sendo usado por décadas para tratar doenças infecciosas, como o ebola e a influenza. (Via Cláudia)
ECONOMIA
- Guedes diz a varejistas que feriados serão antecipados
Com o objetivo de minimizar os impactos econômicos com o isolamento social, o governo decidiu antecipar os feriados deste ano para o período de quarentena. A informação foi dada no sábado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante uma videoconferência com empresários do setor varejista. O ministro explicou ainda que a alteração já foi autorizada há algumas semanas, mas não soube, no entanto, dar mais detalhes. A medida visa compensar o período de comércio com portas fechadas. (Via Veja)
MUNDO
- Rainha pede coragem e determinação aos ingleses
A rainha Elizabeth 2ª preparou no domingo (5) um raro discurso televisivo, pedindo coragem e determinação aos súditos na luta contra a pandemia de Covid-19. ‘Espero que nos próximos anos todos possam se orgulhar de como lidaram com esse desafio’, afirma a monarca de 93 anos. Este é apenas o 4º pronunciamento do tipo nos 68 anos de reinado de Elizabeth 2ª. (Via BBC News)



ESPORTES
- Ex-presidente da CBF José Maria Marin retorna ao Brasil
Por conta da idade avançada (87 anos) e dos riscos do novo coronavírus, José Maria Marín retornou ao Brasil. O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desembarcou domingo no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo, vindo de um voo de Nova York. O dirigente estava detido há cinco anos nos EUA e cumpria prisão domiciliar por fraude bancária, organização criminosa e lavagem de dinheiro. (Via Veja)
TELEVISÃO
- Gabi Martins é eliminada no ‘BBB20’
A cantora Gabi Martins foi a 11ª pessoa eliminada do ‘BBB20’, reality show da Globo, no domingo. Ela disputou paredão e recebeu 59,61% dos votos contra Babu (4,11%) e Thelma (36,28%). Nove pessoas seguem em busca do prêmio final, de R$ 1,5 milhão. Ainda ontem, houve a formação de mais um paredão, com Babu, Flayslane e Marcela. Um dos três deixa a casa na próxima terça-feira (7). (Via Estadão)
FIQUE EM CASA
Dicas e informações para enfrentar o período de isolamento

BOLSONARO QUER DEMITIR O MINISTRO DA SAÚDE POR CIUMES DO PROTAGONISMO DO MINISTRO


Em crise com Mandetta, Bolsonaro diz que hora de quem está ‘se achando’ vai chegar
Mateus Vargas 





© DIDA SAMPAIO/ESTADÃO O presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, acompanhado de grupos religiosos que fizeram orações contra a pandemia neste domingo, 5

BRASÍLIA – Em meio a uma disputa e divergências com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre estratégia para combate ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro mandou uma série de recados na tarde deste domingo, 5.
Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, ele disse que “algo subiu na cabeça” de pessoas do seu governo, mas que a “hora deles vai chegar”. “A minha caneta funciona”, afirmou Bolsonaro, sem mencionar nomes.
“Algumas pessoas no meu governo, algo subiu a cabeça deles. Estão se achando. Eram pessoas normais, mas de repente viraram estrelas. Falam pelos cotovelos. Tem provocações. Mas a hora deles não chegou ainda não. Vai chegar a hora deles. A minha caneta funciona. Não tenho medo de usar a caneta nem pavor. E ela vai ser usada para o bem do Brasil, não é para o meu bem. Nada pessoal meu. A gente vai vencer essa”, declarou o presidente.
Bolsonaro escancarou seu descontentamento com Mandetta na última semana. O presidente disse que falta “humildade” ao ministro e, embora tenha afirmado que não pretende dispensá-lo “no meio da guerra”, ressaltou que ninguém é “indemissível” em seu governo.
O protagonismo do auxiliar diante da crise envolvendo a pandemia do coronavírus já vinha incomodando o presidente há algum tempo. Questionado pelo Estado sobre as declarações de Bolsonaro feitas na última quinta-feira, 2, Mandetta respondeu: "Trabalho, lavoro, lavoro", repetindo a palavra que significa "trabalho" em italiano.
Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de Privacidade)
No dia seguinte às declarações do chefe, Mandetta disse que continuaria no governo, afirmando que um médico não abandona o seu paciente. O incômodo de Bolsonaro não está restrito apenas à insistência de Mandetta em apoiar as quarentenas decretadas pelos Estados. O presidente também está extremamente irritado com o crescimento de popularidade de seu ministro, enquanto vê sua reprovação crescer entre a população, com atestam as pesquisas desta última semana.
Presidente descumpre recomendações novamente
Neste domingo de Ramos, 5, Bolsonaro voltou a descumprir recomendações mais básicas do Ministério da Saúde contra a covid-19. Em frente ao Palácio da Alvorada, ele cumprimentou e abraçou apoiadores, com quem se aglomerou para orações. Bolsonaro chegou a afirmar que seria “esculhambado” pela imprensa ao receber pedidos de selfies.
Na semana passada, o presidente já havia contrariado orientações sanitárias ao fazer um tour por Brasília, quando também provocou aglomerações e cumprimentou fãs. O Ministério da Saúde coloca o Distrito Federal, onde vive Bolsonaro, como uma das unidades da federação que estão entrando em fase “descontrolada” de contaminação, quando já não é possível indicar quantos casos serão registrados. Para estes locais, a pasta recomenda que medidas de isolamento amplo sejam mantidas.
O presidente também voltou a criticar, neste domingo, quarentenas determinadas por governadores. Ele disse que “cada chefe do Executivo” quis impor “mais medidas restritivas que o outro”. “Como se estivessem preocupados com a vida de alguém. A gente sabe que a preocupação é muitas vezes jogada política”, disse Bolsonaro.
O presidente afirmou ainda que trabalha para, após a pandemia, recolocar o Brasil em lugar de destaque. “Nenhum país do mundo tem o que a gente tem. Em especial o povo, até pacífico demais, até muitas vezes. Mas a gente tem de pregar isso. Mensagem de paz e não de terrorismo, histeria, como foi pregado junto ao povo brasileiro.”
Em transmissão nas redes sociais neste domingo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acusou governadores de quererem derrubar seu pai, ou de querer desgastá-lo para as eleições de 2022. O deputado disse ainda que o isolamento social contra o novo coronavírus não deve durar sequer até o fim de abril, justamente o período em que autoridades da saúde estimam que o avanço da doença atingirá o seu pico no Brasil.
“Tem um discurso feito para aproveitar a pandemia e tentar colocar na conta do presidente Bolsonaro. Seja para tentar retirá-lo do poder imediatamente, o que eles mais desejam, ou para desgastar até 2022”, disse Eduardo.