sexta-feira, 3 de abril de 2020

NOTÍCIAS DO DIA 03/04/2020


Agenda do dia: veja o que você precisa saber hoje


 
© Foto: Ueslei Marcelino/Reuters Bolsonaro atacou governadores e seu ministro da Saúde 


GOVERNO
- Bolsonaro ataca Mandetta, mas nega demissão
Depois de dias contrariando as orientações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a pandemia causada pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro o atacou diretamente na quinta-feira (2). Embora tenha reconhecido que não pretende dispensá-lo 'no meio da guerra', Bolsonaro afirmou que falta 'humildade' a seu subordinado. 'Ele é uma pessoa que em algum momento extrapolou'. Questionado, Mandetta respondeu: 'Eu só trabalho'. (Via Poder 360)
- Ministério busca 5 milhões de profissionais contra o coronavírus
O Ministério da Saúde busca 5 milhões de profissionais que poderão atuar em todo o País no combate à Covid-19. A ação 'O Brasil Conta Comigo - Profissionais da Saúde' foi publicada no Diário Oficial na quinta-feira. Serão cadastrados profissionais de serviço social, biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, psicologia e técnicos em radiologia. (Via Estadão)

BRASIL
- Brasil passa de 300 mortes confirmadas por Covid-19

- Coveiros experimentam o peso e o silêncio do coronavírus
Apesar de aumentarem diariamente, os casos de infecção pelo novo coronavírus sofrem o fenômeno da subnotificação, reconhecido nesta semana pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Quem lida de perto com a quantidade avassaladora de mortes apenas suspeitas de Covid-19 são os coveiros de Vila Formosa, em São Paulo. Eles afirmam que a carga diária de mortos dobrou para quase 60 enterros por dia e dizem estar convencidos de que o coronavírus mata, em silêncio, muito mais do que as estatísticas oficiais. (Via Reuters)

ECONOMIA
- Auxílio de R$ 600 e crédito extra são publicados
Mais de 24 horas depois do anúncio da sanção, o governo publicou ontem em edição extra do Diário Oficial da União a lei que garante o pagamento do auxílio emergencial por três meses de R$ 600 a trabalhadores informais, intermitentes e empreendedores individuais. Junto com a sanção, o presidente Jair Bolsonaro editou uma Medida Provisória que abre crédito extra de R$ 98 bilhões ao Ministério da Cidadania para pagar o benefício. O pagamento dos R$ 600 ainda não tem data para começar. (Via Estadão)

- MP dos salários é inconstitucional, dizem procuradores
A MP 936, medida provisória que permite a suspensão do contrato de trabalho e a redução do salário dos trabalhadores brasileiros durante a pandemia do coronavírus, foi considerada inconstitucional por juízes e procuradores do trabalho. Duas associações da categoria explicaram em carta que a Constituição não permite a redução salarial sem que isso seja acordado por meio de uma negociação coletiva, como permite a MP 936. (Via Estadão)

- IR 2020: Receita mantém cronograma de restituição
O secretário da Receita Federal, José Tostes Neto, anunciou ontem que o governo vai manter o cronograma de restituição do Imposto de Renda neste ano mesmo com o adiamento para 30 de junho do prazo de entrega das declarações. Os cinco lotes serão pagos de maio a setembro, totalizando R$ 26 bilhões. O primeiro a ser pago, em 30 de maio, vai priorizar idosos, pessoas com deficiência e portadores de doenças graves. (Via Estadão)

MUNDO
- EUA ultrapassam 5 mil mortes por coronavírus
De acordo com dados da universidade americana Johns Hopkins, os Estados Unidos já contabilizam mais de 5 mil mortes em decorrência da Covid-19. Na quinta-feira (2), o número total de óbitos era de 5.137 e o de infecções, de 216.722. Nova York é a cidade com o maior número de vítimas fatais, com 1.374 mortes. (Via Poder360)

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ESPORTES
- Globo suspende verba de direitos de TV do Carioca
Com a pandemia causada pelo novo coronavírus e a suspensão dos jogos de futebol, o Grupo Globo não irá pagar a última parcela pelos direitos de transmissão do Campeonato Carioca. O Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro (Saferj) reagiu negativamente à decisão. A Globo, por sua vez, diz que mantém o pagamento dos clubes da Série A, Série B e Copa do Brasil. (Via Lance)

FIQUE EM CASA
Dicas e informações para enfrentar o período de isolamento

BOLSONARO BRIGA COM O SEU MINISTRO DA SAÚDE DEVIDO O SEU PROTAGONISMO


Descontentamento na Esplanada: Bolsonaro dispara contra Mandetta

Renato Souza 





© Isac Nóbrega/PR O protagonismo de Mandetta, muito elogiado por todos os setores da sociedade, tem incomodado o presidente No mais claro sinal de descontentamento com Luiz Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas ao ministro da Saúde, que vem ganhando destaque em meio ao combate à pandemia de coronavírus. Há semanas, nos bastidores do Planalto, interlocutores apontam uma tentativa do comandante do Executivo de fritar a imagem do médico que atua na linha de frente das medidas adotadas em razão da disseminação da Covid-19 no país. Ontem, em entrevista à Rádio Jovem Pan, o chefe de Estado afirmou que o subordinado “extrapolou em algum momento”, e completou declarando que Mandetta “não tem humildade”. Apesar das críticas, ele ressaltou que não pretende demitir o ministro neste momento.
“O Mandetta já sabe que a gente está se bicando há algum tempo. Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele é uma pessoa que, em algum momento, extrapolou”, acusou, confessando abertamente a existência de atritos entre os dois que, até então, negava. “Ele sabe que tem uma hierarquia entre nós. Eu sempre respeitei todos os ministros, o Mandetta também. Ele montou o ministério de acordo com sua vontade. Eu espero que ele dê conta do recado.”
O “desabafo” de Bolsonaro aconteceu após ele ser perguntado se demitiria Mandetta para escolher um ministro da Saúde que concordasse que a medida de controle à pandemia mais efetiva para o momento seria o isolamento vertical, em que apenas as pessoas do grupo de risco, como idosos, deveriam cumprir confinamento. O presidente tem reiterado esse desejo diariamente, enquanto o ministro cobra cautela.
“O Mandetta quer fazer valer muito a vontade dele. Pode ser que ele teje (sic) certo, pode ser. Mas tá faltando um pouco mais de humildade dele para conduzir o Brasil neste momento difícil que nós nos encontramos e que precisamos dele para que a gente vença essa batalha com o menor número de mortes possível”, enfatizou.
O presidente ainda reclamou que, no Ministério da Saúde, alguns profissionais se contagiaram pelo clima de “histeria” e de “pânico” em razão da pandemia e ordenou que “já está no momento de todos botarem o pé no chão”. “Se destruir o vírus e destruir também os empregos, nós vamos destruir o Brasil. É isso que nós temos de entender. É como numa guerra. Numa guerra, infelizmente, você perde soldados, e soldados são seres humanos”, argumentou. “E, aqui, você também vai perder gente, nessa luta contra o vírus. Mas se você fizer dessa forma que alguns governadores e prefeitos estão fazendo, até por orientação do Ministério da Economia (na verdade, da Saúde), o preço vai ser muito alto a ser pago lá na frente.”
Mandetta não polemizou com Bolsonaro. Às críticas do mandatário, disse apenas “ok” e acrescentou que não comenta o que o presidente da República fala. “Ele tem mandato popular, e quem tem mandato popular fala, e quem não tem, como eu, trabalha”, resumiu, em entrevista à Folha de S. Paulo. “Nunca fiz nenhum comentário sobre as ações dele. Não se comenta o que o presidente da República fala.”
AtritosDesde os primeiros casos de coronavírus no Brasil, Mandetta defende distanciamento social, compra de suprimentos médicos, criação de leitos de UTI, hospitais de campanha e investimento em pesquisa científica para conter a tragédia provocada pela doença na maioria das nações atingidas. Na contramão disso, Bolsonaro descumpre recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do ministro e sai às ruas, juntando aglomerações e anunciando tratamentos que ainda não foram comprovados cientificamente.
A postura técnica de Mandetta agrada parlamentares tanto do governo quanto de oposição e arranca elogios de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a ponto de o presidente da Corte, Dias Toffoli, afirmar, em uma das sessões, que ele é “inamovível” no governo. No entanto, o protagonismo do titular da Saúde incomodou Bolsonaro, que agiu para reduzir a presença dele em coletivas de imprensa, comunicados e boletins sobre a situação epidemiológica do país. Além de os informes terem sido transferidos para o Planalto, a presença de integrantes da área militar do governo nas conferências foi reforçada, mesmo sem ligação direta com o combate à epidemia.
DivisãoNos bastidores, outros ministros têm mostrado apoio às medidas definidas por Mandetta. Até mesmo parte da ala militar entende a gravidade da crise de saúde pública, social e econômica e defende a postura estratégica do titular da Saúde.
Enquanto outras nações acordaram para a necessidade de isolamento social e a importância de medidas econômicas para socorrer os mais vulneráveis e as empresas, Bolsonaro ainda duvida da gravidade da situação. No entanto, acreditava-se que o atrito no centro do Executivo, que opõe ideologia e realidade científica, não seria levado a público. “A preocupação minha é o vírus e o desemprego, que não pode ser tratada de forma dissociada. No domingo, eu, como chefe de Estado, como comandante, fui a Ceilândia e Taguatinga ver o povo. É triste e desesperador o que a gente vê, em especial junto aos informais”, frisou. “Esses levaram uma paulada no meio da testa, com as medidas tomadas por alguns governadores. O que foi, ao meu entender, uma série de medidas exageradas. De 0 a 30 anos, tem 0% de óbito no Brasil; de 30 a 39, tem 3,3% de óbito”, frisou. A saída pelas ruas da capital, no domingo, provocou críticas de Legislativo, Judiciário e entidades da sociedade civil.
Jejum contra a pandemiaO presidente Jair Bolsonaro disse que vai definir um dia de jejum contra a Covid-19: “Paz, tranquilidade. Para quem tem fé, Papai do céu está conosco, acredite em Deus. E vamos brevemente, de acordo com o que evangélicos e católicos têm pedido para mim, marcar um dia de jejum de todo o povo brasileiro para a gente ficar livre deste mal o mais rápido possível”, afirmou.
Volta do comércio por decretoO presidente Jair Bolsonaro reforçou que as questões do "vírus e desemprego não podem ser tratadas de forma dissociada" no Brasil e defendeu o afrouxamento das regras de quarentena. Segundo o presidente, se, a partir da próxima semana, "não começar a voltar o emprego, vou ter de tomar uma decisão". Entre as alternativas, Bolsonaro, em entrevista à Rádio Jovem Pan, sugeriu "numa canetada" autorizar o retorno às atividades dos comerciantes. "Eu tenho um projeto de decreto pronto para ser assinado, se for preciso, que considera como atividade essencial toda aquela indispensável para levar o pão para casa todo dia", afirmou o presidente. Segundo ele, "enquanto o Supremo ou o Legislativo não suspender os efeitos do meu decreto, o comércio vai ser aberto. É assim que funciona".

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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