domingo, 15 de março de 2020

POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO VAI A PRAIA SEM MEDO DO CORONAVÍRUS


Covid-19: carioca vai à praia, apesar de decreto proibir aglomerações

Agência Brasil







Ensolarado, último sábado do verão levou milhares ao banho de mar
Nem mesmo o medo do coronavírus e de um decreto que proíbe a aglomeração de pessoas na cidade foram suficientes para impedir milhares de cariocas de ir à praia neste sábado (14) de sol, no último fim de semana do verão. Os banhistas ouvidos pela reportagem da Agência Brasil afirmam que ainda é cedo para evitar o banho de mar e que o ambiente aberto e ventilado não representa risco.
Na sexta-feira (13), o governador do estado, Wilson Witzel, editou um decreto fechando espaços públicos, como cinemas e teatros, e chegou a dizer que a Polícia Militar poderia evacuar as praias, se fosse necessário, para impedir aglomerações de pessoas. Porém, o hábito de pisar na areia ou de caminhar no calçadão está arraigado na cultura do carioca e será difícil de ser modificado.
“Nós estamos ao ar livre, com muito vento. Acho que isso não é uma coisa legal neste momento. Pode ser que haja necessidade. Caminhar faz parte da minha vida. Se eu não fizer isso, como eu vou ficar? A praia não é uma aglomeração em que as pessoas entram em contato toda hora”, disse o engenheiro João Antunes Moreira, que caminhava pelo calçadão de Ipanema enquanto tomava uma latinha de cerveja.
Apesar do medo gerado em vários países pelo coronavírus, muitos turistas podiam ser vistos pela orla carioca, sem demonstrar maiores preocupações. Nenhuma pessoa usando máscara foi avistada pela reportagem, em pouco mais de uma hora de trabalho na praia.
“No Líbano, o governo fechou as praias, os ginásios, as escolas e os shopping centers, mas aqui no Brasil eu não acho que será possível retirar todas essas pessoas da praia. Eu mesmo não estou com medo, tanto é que estou aqui. Cheguei faz três dias e vou ficar mais duas semanas”, disse o bancário libanês Oussama Hraiv, que ainda pretende ir a São Paulo, Salvador e Fernando de Noronha.
Para os que trabalham na praia e dependem de banhistas e turistas para sobreviver, a medida do governo, de evacuar as praias, não parece uma ideia de fácil execução. “Eu acho impraticável isso, porque já basta o calor que a gente tem dentro de casa. Ficar impossibilitado de se refrescar no mar... Aí a gente vai estar vivendo uma penitência social. Acho que morre mais gente de bala perdida do que de coronavírus”, disse o pintor Fábio Fragoso, que expõe telas coloridas no calçadão de Ipanema.
Mesmo pessoas mais idosas, que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus, consideram exagerada a medida do governador Witzel de evacuar as praias, se preciso, para evitar aglomerações. “Eu acho exagerado, mas a gente tá aí para cumprir", afirmou o aposentado Valmir Redua.
"Temos que manter uma distância razoável do outro, pelo menos de 1 metro. Eu não vejo problema, não. Se ficar muito colado, aí é complicado”, afirmou o aposentado, que tomava uma água de coco na praia do Leme, junto com a filha Monique Medeiros, que também não demonstrava maior preocupação: “Acho que atividade em lugar aberto, se não for em grandes multidões, dá para manter.”

TRUMP PODE ESTAR COM O CORONAVÍRUS PASSADO POR UM BRASILEIRO


Trump faz teste para saber se está com coronavírus


 
Ernst/Reuters Donald Trump, em pronunciamento sobre pandemia de coronavírus - 13/03/2020 REUTERS/Jonathan Ernst 



O presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou neste sábado 14 que se submeteu, na noite de sexta-feira, a um exame para saber se está infectado com o novo coronavírus. A imprensa americana pressionava o presidente por maiores esclarecimentos – se havia ou não se submetido a um teste de contágio do Covid-19, por exemplo – desde que foi confirmado que o secretário de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, estava contaminado. Wajngarten integrava a comitiva do presidente Bolsonaro que viajou a Miami no último fim de semana. Na ocasião, Bolsonaro e Trump jantaram juntos e realizaram reuniões bilaterais.
Duas outras pessoas que estavam com o presidente em Mar-a-Lago – o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e a advogada pessoal de Bolsonaro, Karina Kufa – testaram positivo. Outros integrantes da comitiva, como o deputado Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três, e a primeira-dama Michelle Bolsonaro receberam resultados negativos para o novo coronavírus.
O governo brasileiro havia comunicado oficialmente nesta quinta os Estados Unidos que o Wajngarten está infectado. “O governo brasileiro (…) comunicou às autoridades do governo norte-americano a ocorrência do evento [contaminação de Wajngarten] para que elas também adotem as medidas cautelares necessárias”, disse o Palácio do Planalto, na ocasião, em nota. Mesmo com a confirmação do diagnóstico do brasileiro, Donald Trump havia afirmado que não estava “preocupado”. Em um primeiro momento, a Casa Branca informou que o presidente não iria se submeter a testes do Covid-19.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro primeiro minimizou o impacto do novo coronavírus, mas depois apareceu em uma transmissão nas redes sociais usando máscara cirúrgica. Ele também fez um pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite de quinta desestimulando protestos que haviam sido convocados para este domingo 15.


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