quinta-feira, 12 de março de 2020

EFEITO CORONAVÍRUS NOS PREÇOS DO PETRÓLEO NO MUNDO


Coronavírus afeta variação nos preços do barril de petróleo no mundo

Agência Brasil








A turbulência dos preços do barril do petróleo esta semana é uma consequência de um cenário que vem se construindo desde meados do ano passado, embora não com a velocidade e a violência que se nota agora, a partir da pandemia do coronavírus. A análise foi feita à Agência Brasil pelo pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), Henrique Jager.
“Desde meados do ano passado, o preço do barril do petróleo vem se apresentando com alta volatilidade e uma tendência de queda, por conta de uma percepção do mercado de que a oferta estava crescendo em um ritmo maior do que a demanda”, disse o pesquisador.
Segundo pesquisador, esse movimento pode ser atribuído ao incremento da pesquisa e exploração do petróleo ocorrido entre 2005/2008, levando o preço do barril do produto a atingir, em 2010, perto de US$ 140. A consequência foi o aumento na oferta.
China
Outro fator que impactou no mercado internacional de petróleo foi a China, grande importadora de petróleo no mundo, cuja economia vinha evoluindo à taxa de 9% ou 10% ao ano e reduziu para 5% a 6% ao ano. “E agora, com o coronavírus, no primeiro trimestre de 2020, as estimativas são de redução da ordem de 20% no consumo do maior importador de petróleo”. Jager acrescentou que, no Japão, a redução da demanda no curto prazo deve alcançar quase 22%. “Claro que isso tem impacto no preço”, afirmou.
A Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) tentou fazer uma redução na produção, mas não conseguiu fechar um acordo nesse sentido nem dentro da própria entidade nem, principalmente, entre a Rússia e a Arábia Saudita, que são os dois grandes exportadores mundiais de petróleo. Sem acordo, a Arábia Saudita decidiu manter a decisão de aumentar a produção. “E os preços despencaram de uma hora para a outra, por falta desse acordo entre Arábia Saudita e a Rússia”.
Como os preços já vinham caindo neste primeiro trimestre do ano em curso, a tendência de queda se acentuou na última semana devido à crise do coronavírus e, também, pela leitura de uma oferta maior que a demanda. Segundo analisou o pesquisador do INEEP, trata-se de uma questão conjuntural “porque o coronavírus vai passar”.
Henrique Jager disse que, de modo geral, há a percepção de que os preços vão recuperar parte da perda no médio prazo. “Mas, no longo prazo, os preços devem se manter com uma volatilidade grande”. Ontem à tarde, o valor do barril estava em US$ 36,17 (- 2,9%) para o petróleo tipo Brent e US$ 33,36 (- 2,9%) o petróleo WTI. O petróleo WTI (‘West Texas Intermediate’) é o comercializado na Bolsa de Nova York e referente ao produto extraído principalmente na região do Golfo do México. Já o Brent é comercializado na Bolsa de Londres e tem como referência o petróleo extraído no Mar do Norte e no Oriente Médio. A expectativa é que os preços do barril não retomem o patamar de meados do ano passado, da ordem de US$ 60 a US$ 70, e fiquem em torno de US$ 50, considerando uma recuperação rápida da economia da China, “o que a gente não vislumbra”.
Recessão
De acordo com o pesquisador, isso vai depender muito do ritmo de retomada das demais economias do mundo. Destacou que a crise do coronavírus está saindo da China e entrando de forma muito pesada na Europa e Estados Unidos. Henrique Jager avaliou que como as empresas de energia têm peso grande na taxa de investimento da economia norte-americana, a redução do preço do petróleo vai diminuir o capital disponível para investimento e isso vai ter impacto forte na economia como um todo daquele país. Alguns economistas já começam a apontar que o risco de recessão para a economia americana é muito grande.
“As empresas de petróleo vão ter dificuldade para pagar suas dívidas e, consequentemente, vão diminuir suas taxas de investimento”. Como o setor de energia é muito importante para os Estados Unidos, a possibilidade é haver grande impacto na economia americana como um todo nos próximos meses. “Você tem impacto por um lado, porque a economia para, por causa da doença, mas isso pode se estender a depender disso (vírus), porque você vai descapitalizar as empresas de petróleo, que têm um peso importante na economia americana”.
Brasil
O cenário pode ser aplicado também no Brasil, no caso da Petrobras, analisou o pesquisador do INEEP. “Se o preço ficar na casa dos US$ 30 por muitos meses, isso vai afetar muito fortemente a Petrobras”, afirmou. Indicou que a estratégia que a Petrobras vem adotando nos últimos dois a três anos de concentrar as atividades em exploração e produção (E&P), vai contra a posição de ser uma empresa verticalizada, atuando em vários setores da economia, como ocorria até então.
Como o petróleo é o principal produto da empresa, a queda do preço internacional tem impacto negativo sobre a companhia. “Como você está focando todo o seu esforço em E&P, acaba ficando mais fragilizada do que as demais companhias de petróleo”, disse Jager. Esclareceu que as grandes companhias internacionais têm um peso grande no petróleo, mas atuam também na petroquímica, no refino, em logística, na busca de energias alternativas, por exemplo. E a Petrobras está se desfazendo de todas as suas empresas nessas áreas, bem como na distribuição, explicou.
Jager disse que se o preço do barril do petróleo cai muito, o preço do produto na bomba de gasolina não cai, porque a empresa não repassa toda a queda. O mesmo ocorre em um cenário de alta do preço. Nesses casos, os setores de refino e petroquímica atuam como fatores anticíclicos, ou seja, quando o preço do barril do petróleo cai, os preços destes produtos caem menos, ajudando a preservar a margem de lucro da empresa, e vice-versa. Ao se desfazer de participação nesses setores, a Petrobras está aumentando sua fragilidade no quadro internacional de baixa de preço do barril do petróleo que está apontado no horizonte de curto e médio prazo.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 12/03/2020


Nas ruas

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 








Bolsonaristas estão com medo de o ‘fator coronavírus’ esvaziar as manifestações pró-Governo no domingo. O foco dos apoiadores é lotar a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, a Av. Paulista, em São Paulo, e metade da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Se a foto não sair bem, o discurso da justificativa pelo medo do contágio está pronto. Mas alguns congressistas bolsonaristas viram uma questão política na suspensão das aulas na rede pública do Distrito Federal e na USP – conhecido reduto da elite esquerda pensadora. Acham que é movimento para causar medo e esvaziar as ruas.

O óbvio
Mas essa turma que só vê política está cega para o óbvio: fato é que a pandemia do coronavírus no mundo está deixando muita gente em casa. A Itália está toda parada.

Porta de entrada
Uma funcionária de empresa que opera nos canais de inspeção do Aeroporto de Guarulhos está infectada com o coronavírus. E a Anvisa continua sem gente suficiente nos terminais.

Ô louco!
A Mesa da Câmara dos Deputados agiu rápido, consciente, e enterrou o projeto de lei do deputado Boca Aberta (PROS-PR), que previa amputação de mão de corrupto condenado.

Com o respeito...
... É porque, talvez, não sobraria muita gente com as duas mãos ali.

Camaleoa
Ex-feminista pró-aborto, de esquerda e encrenqueira, Sara Winter – hoje evangélica, mãe e bolsonarista – ganhou documentário de cinema sobre sua vida e transformação. Estreia dia 7 de abril. É “A Vida de Sara”, com produção da Lumine TV.<EM></CW>

Igreja
Dom Sérgio da Rocha se despede de Brasília. Com a aposentadoria do Dom Murilo Krieger, ele foi nomeado novo Arcebispo de Salvador.

Bronca no cardápio
A ministra Damares Alves ganhou almoço de aniversário ontem no Fausto & Manoel do Pontão do Lago Sul. Mas o segundo andar, reservado, não tinha acesso para três cadeirantes que a acompanhavam. Foi um constrangimento. Ela pegou o microfone para discurso e deu uma bronca nos proprietários.

BA$A
O Banco da Amazônia publica hoje nos jornais do Pará, onde fica a sede, seu balanço financeiro de 2019. É uma boa oportunidade para ver como vão as contas do financiamento de empresas – tem gente que pegou milhões e jogou em off shore.

Rasante
Veja como a pandemia do coronavírus derrubou os preços das passagens aéreas em alguns importantes trechos internacionais. Ontem, era possível encontrar bilhetes de São Paulo-Nova York e Rio-NY por R$ 2,4 mil. Lisboa-NY saía mais barato, por R$ 2,2 mil. E quem saísse de Portugal para Miami, pagava R$ 1,9 mil. A maioria desses trechos, em tempos sem tensão, sai quase pelo dobro desses valores. <EM>

Mãos ao alto
Tem farmácia em Brasília assaltando o pobre do consumidor. Vidrinhos de álcool gel, antes a R$ 18, estão expostos na fachada de algumas lojas a R$ 50.

Tá vivo? 
Lembra do cliente da Vivo que ficou 28 minutos para tentar apenas mudar o plano, foi atendido por três interlocutores no canal por telefone e desligaram a ligação? Cancelou ontem a linha.

Babel de PE
A Secretaria de Educação de Pernambuco respondeu sobre o investimento de R$ 51 milhões para ensinar as línguas inglesa, espanhola e alemã para alunos da rede estadual, apesar de ter professores concursados e terceirizados para as duas primeiras. É para o programa Ganhe o Mundo, que treina jovens para intercâmbio em dez países. Informa que serão oferecidas aulas para 15 mil estudantes nos próximos 3 anos, e os mil mais bem avaliados ganham bolsa (R$ 719/mês) para morar no exterior e aprender mais. Ainda justifica que não utiliza os professores da rede pública porque as aulas são extracurriculares e fora do período da escola. Tá bom..

COM DÓLAR ALTO E CORONAVÍRUS O MINISTRO GUEDES PEDE SERENIDADE.


‘Precisamos de serenidade’, diz Guedes sobre queda na Bolsa e dólar a R$ 5

Douglas Rodrigues 





© Sérgio Lima/Poder360 O ministro Paulo Guedes (Economia) em jantar do Poder360-Ideias em 2019

Enquanto os congressistas atacam o ministro Paulo Guedes (Economia) nas redes sociais, o próprio disse que é hora de aproveitar a crise em torno do novo coronavírus e transformá-la em reformas.


“É 1 momento de serenidade. Nós precisamos de serenidade. Fomos ontem ao Congresso, a pedido do presidente da República, exatamente para termos uma conversa em torno da crise.”
A declaração foi feita na manhã desta 5ª feira (12.mar.2020) em entrevista à imprensa na portaria do ministério.
Guedes contou que na noite de 4ª esteve reunido com membros do governo, congressistas e com os presidentes Davi Alcolumbre (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara).
Muitos dos deputados e senadores pediram ações concretas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, que já atingiu 129 mil pessoas em todo mundo e deixou 4.711 mortos. No Brasil, o patógeno já começou a se espalhar e infectou 69 pessoas.
“Há espaço para medidas emergenciais, além dessas medidas de reforma?” questionou Guedes. Ele respondeu: Certamente”.
O ministro da Economia disse que irá discutir uma ideia do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de usar R$ 5 bilhões das emendas do Orçamento do relator, alvo de disputa entre os Poderes, para combater o impacto da Covid-19. Outros R$ 5 bilhões ou mais seriam usados para criar 1 fundo de emergência.
“O impacto vem, mas o impacto passa.  Na China, por exemplo, o impacto do ponto de vista de saúde pública começou a passar. E a economia mais para frente deve começar a se recuperar. O impacto de saúde pública começou a atingir o Brasil. É hora de união”, disse.
Sobre a queda na Bolsa de Valores, que já se desvalorizou R$ 1,04 trilhão e registrou 4 paralizações em 2020, o ministro disse é 1 movimento natural.
“Temos capacidade de enfrentar qualquer exacerbação indevida da crise. Toda essa ansiedade no mercado de câmbio e ações são naturais, no sentido de crise. É uma crise grave e todo mundo começa a se movimentar. Temos a serenidade de transformar a crise em reformas. Com as reformas, vêm o crescimento, a geração de emprego e renda.”
Às 10h21, as negociações foram suspensas na Bolsa brasileira por 30 minutos, enquanto as ações caíam 11,65%, aos 75.247 pontos. Depois de 43 minutos, às 11h04, foram interrompidas novamente, quando a queda chegou a 15,43%, aos 72.026 pontos. Já o câmbio bateu R$ 5 pela 1ª vez na história.
Além da Covid-19, os analistas do mercado financeiro reagiram mal a uma derrota que o governo sofreu no Congresso na tarde de 4ª feira. Os congressistas derrubaram 1 veto do presidente Jair Bolsonaro que impedia a ampliação do grupo de pessoas que têm direito a receber assistência pelo BPC (Benefício de Prestação Continuada). A medida cria 1 gasto extra ao governo de R$ 20,1 bilhões neste ano. Em 10 anos, chega a R$ 217,1 bilhões –cerca de 20% do ganho em 10 anos da reforma da Previdência.
Guedes falou que o governo irá ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal de Contas da União contra a derrubada do veto. Argumenta que o Congresso criou uma despesa sem dizer de onde virá a receita, o que é inconstitucional.

GOVERNO LULA ESCOLHEU SEU INIMIGO NÚMERO UM AS BIG TECHS

  Big Techs ...