quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

CARGA DE IMPOSTOS NO BRASIL É MUITO GRANDE


Brasileiros já pagaram R$ 300 bi em impostos desde o início do ano

Agência Brasil








Os brasileiros pagaram R$ 300 bilhões em impostos desde o início deste ano. O valor foi atingido nesta quarta-feira (5), às 13h50, de acordo com o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O montante corresponde ao total pago para a União, estados e municípios na forma de impostos, taxas, multas e contribuições. A arrecadação de R$ 300 bilhões foi alcançada dois dias antes comparada ao ano de 2019, cujo valor foi atingido em 7 de fevereiro.
Para o economista da ACSP Marcel Solimeo, o resultado indica que a economia do país mostra sinais de recuperação. “Ao contrário do que as pessoas pensam, o aumento na arrecadação do governo com impostos não é algo ruim, quando isso acontece sem mudanças de alíquota”, explicou.
De acordo com Solimeo, os números contribuem para o aumento da arrecadação sobre o consumo. “Agora vamos aguardar que o governo continue reduzindo os gastos e melhorando o uso dos recursos públicos para que a economia cresça de forma mais acentuada”, disse.
O Impostômetro foi implantado em 2005 pela associação com o objetivo de conscientizar os brasileiros sobre a alta carga tributária no país e incentivá-los a cobrar os governos por serviços públicos de qualidade. No portal www.impostometro.com.br é possível visualizar valores arrecadados por período, estado, município e categoria.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 06/02/2020


Reformas

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini






Sem base consolidada no Congresso Nacional, o Planalto concentra a articulação política nos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tentar acelerar a tramitação e aprovar as propostas do pacote econômico, além das reformas – tributária e administrativa –, antes das eleições de outubro. Maia se mantém alinhado à pauta do governo, mas não abre mão do protagonismo. O democrata pretende abreviar o andamento da PEC Emergencial, que reduz os gastos com servidores, apensando-a a outra proposta de mesmo teor em tramitação na Câmara há dois anos.
Tributária
Sem previsão de envio da reforma tributária pelo governo, Alcolumbre e Maia decidiram acelerar as propostas que já tramitam nas duas Casas, com a criação de uma comissão mista composta por deputados e senadores.
PIS/Cofins
Além da oposição, a reforma tributária da Câmara (PEC 45) enfrenta resistência de deputados da Frente de Serviços e entidades que são contra a unificação do Pis/Cofins e defendem alíquotas intermediárias.
Desoneração
Para o presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), João Diniz, a PEC 45 e a reforma do PIS/Cofis são ruins para todo o setor que representa 2/3 do PIB do Brasil: “Nesse processo, a desoneração da folha é muito importante”.
Patrocínio$
O valor total dos patrocínios da Caixa caiu de R$ 267 milhões em 2018 para pouco mais de R$ 31 milhões no ano passado, conforme ofício (0001/2020) encaminhado pelo departamento de marketing do banco à Câmara dos Deputados.
Sudeste
No documento, ao qual a Coluna teve acesso, a Caixa informa que a região Sudeste ficou com a maior parte dos patrocínios (29,46%), seguida de Nordeste (29,32%) e Sul (23,06%). Em 2017, os patrocínios do banco somaram mais de R$ 569 milhões.

OAB x BNDES
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) enviou novo pedido de informações ao BNDES sobre contratos firmados pelo instituição financeira com escritórios estrangeiros de advocacia que realizaram auditoria nas operações de crédito da instituição.
Edital
A OAB solicita as cópias do edital de licitação e do contrato firmado entre o BNDES e o escritório Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP; dos contratos de subcontratação do escritório Levy & Salomão Advogados e das empresas Protiviti Inc, KPMG Assessores Ltda e Grant Thornton Auditoria e Consultoria Ltda.
Antártica
Parlamentares destinaram, nos últimos 5 anos, cerca de R$ 67,1 milhões em emendas para a reconstrução da nova estação brasileira na Antártica, reinaugurada em janeiro. Uma das emendas, da deputada Clarissa Garotinho (Pros/RJ), foi de R$ 500 mil em 2016.

Orçamento
Ao todo, desde 2015, somando os valores do orçamento e em emendas, foram destinados R$ 107,3 milhões. Acontece que, no final das contas, o total empenhado foi somente de R$ 48,8 milhões, o total liquidado foi de R$ 36,8 milhões e o total pago foi de R$ 34,7 milhões (só 32,3%).

Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne hoje e amanhã para definir a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 4,5% ao ano. A expectativa é de uma nova redução em 0,25 ponto percentual, para 4,25% ao ano.


PARA BAIXAR O PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS NO BRASIL SÓ A REFORMA TRIBUTÁRIA


Tributação dos combustíveis rendeu R$ 27 bilhões à União em 2019

Marina Barbosa






© Fornecido por Correio Braziliense Guedes não comentou O ministro da Economia, Paulo Guedes, já se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro, depois que o mandatário sugeriu zerar os impostos dos combustíveis. Porém, não quis falar sobre essa possibilidade. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, também preferiu não comentar. Afinal, o desafio lançado pelo chefe do Executivo pode até reduzir o preço final dos produtos, mas vai custar caro para o governo.
De acordo com a Receita Federal, a União arrecadou R$ 27,4 bilhões com os impostos federais que incidem sobre os combustíveis só em 2019. Desse montante, R$ 24,6 bilhões partiram do PIS/Cofins, que representa R$ 0,7925 do litro da gasolina e R$ 0,3515 do litro do diesel. E R$ 2,8 bilhões vieram da Cide-Combustíveis, que representa R$ 0,10 do litro da gasolina, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
Apesar de ainda não terem o total da arrecadação do ICMS dos combustíveis em 2019, os estados também já avisaram que essa é uma receita importante demais para ser renunciada por eles. Segundo o Comitê dos Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal (Comsefaz), responde por 20% de tudo o que os estados arrecadam com o ICMS — tributo que, por sinal, representa a principal fonte de receita de boa parte das unidades federativas. Em 2018, quando a arrecadação federal de combustíveis foi de cerca de R$ 32 bilhões, por exemplo, o ICMS rendeu quase R$ 56 bilhões. Afinal, como lembra a Fecombustíveis, essa é uma alíquota representativa: vai de 25% a 34%, de acordo com o estado.
Por conta disso, especialistas em contas públicas acreditam que o silêncio de Guedes é sintomático: renunciar a toda essa receita pode atrapalhar os planos de ajuste fiscal que tentam acabar com o deficit das contas públicas, sobretudo neste momento em que a arrecadação está só começando a se recuperar. “Não dá para abrir mão de uma receita assim de uma hora para outra. Desorganizaria as contas públicas da União, dos estados e dos municípios, porque geraria um rombo que não tem como preencher”, afirmou o economista e ex-deputado Luiz Carlos Hauly, autor de uma das propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso.
Os especialistas acreditam, então, que a redução dos impostos sobre os combustíveis dificilmente viria sozinha. “A Lei de Responsabilidade Fiscal não permite abrir mão de uma receita sem o equivalente corte de despesa ou alternativa de recurso. Então, teria de envolver um corte orçamentário como o Brasil nunca viu”, alertou Hauly. “Ou poderiam criar um imposto e aumentar a alíquota de outro, além de emitir mais dívidas”, acrescentou o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Marques. Ele disse que o impacto para os estados e municípios seria muito maior, já que os entes federados não têm a mesma margem de manobra da União.
Os dois lembraram, contudo, que essa proposta de zerar os impostos dos combustíveis não será executada se não tiver o apoio dos estados e dos municípios, como já indicaram os governadores. Afinal, precisaria ser aprovada pelo Congresso. “Politicamente, não dá para fazer isso. Quais deputados e senadores iam aprovar isso em um ano eleitoral?”, questionou Marques, dizendo que a fala de Bolsonaro pode ser, então, simplesmente eleitoral.
A melhor saída, apontada pelos especialistas, para essa crise dos combustíveis é, então, a reforma tributária. Afinal, as propostas que estão no Congresso — e só aguardam as proposições do governo federal para avançarem — preveem a criação de um imposto único que englobaria tanto o ICMS quanto o PIS/Cofins e a Cide e ainda reduziria a carga tributária dos combustíveis. “Uma das opções estudadas é uma alíquota de 25% para todos os estados, cuja base de cálculo seria o preço das refinarias, que é mais baixo, e não o preço das bombas dos postos”, afirmou Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF).

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