sexta-feira, 11 de outubro de 2019

COLUNA ESPLANADA DO DIA 11/10/2019


What?!

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








Caiu como bomba em Brasília a revelação da Agência Bloomberg de que o governo dos Estados Unidos virou as costas para a principal demanda internacional do presidente Jair Bolsonaro: a entrada do Brasil no seleto clube da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nos corredores do Palácio, a tentativa de discurso público é minimizar o caso a burocracias do órgão: o presidente americano Donald Trump apoiou a indicação do Brasil, mas seguindo a devida tramitação da OCDE. Neste caso, a Argentina – apoiada oficialmente pelos EUA – está na frente na fila. Mas há quem aponte que o Brasil tem chance. A Argentina está quebrada, em moratória, e pode ser vetada pelos países membros, abrindo a vaga.
E...
...isso ocorre depois que o governo Bolsonaro topou alugar a Base de Alcântara para os EUA, liberou vistos para americanos, desenrolou acordos comerciais pró-América.
Vergonha
A comitiva oficial do Brasil para a beatificação de Irmã Dulce no Vaticano é de dar vergonha. Até ontem eram 59 políticos. Tem gente que não bota um pé na Igreja. Tem senhoras de parlamentares de carona. Há passageiro sem qualquer relação com o fato.
Aliás...
...Ninguém buscou um voo comercial, por conta própria, para Salvador. É onde haverá uma cerimônia oficial, da Igreja, na arena Fonte Nova, com transmissão de Roma.
Lembrete
Assim como o PGR Augusto Aras, o ex-presidente José Sarney viajou por sua conta a Roma. Embora convidados da comitiva do governo, foram em voos comerciais.
Faísca na bomba
Bastou uma nota na imprensa dizendo que a Refit lançaria um aplicativo de delivery de combustíveis, para que os dinossauros do setor se unissem numa guerra contra a empresa – a única refinaria privada do país. O que ninguém entende é a razão de o governador paulista, João Doria, deixar a Procuradoria do Estado se aliar aos sindicatos tradicionais contrários à concorrência e inovação.
Dedão
A situação do ex-ministro Geddel Lima só se complica no STF. Na terça, na Segunda Turma, o ministro Celso de Melo, revisor do voto do relator Edson Fachin, o seguiu e validou as provas das digitais nas notas dos R$ 51 milhões achadas nas malas.
Do coldre
O deputado Aluisio Mendes, que não foi um dos entusiastas da Operação Lava Jato, fez exame de consciência. É autor da PEC, elaborada pela Federação Nacional dos Policiais Federais, que remodela a corporação. Visa melhorar a resolução de crimes. Enquanto a PEC 412, de autonomia da PF, apresentada pelos delegados federais, voltou à gaveta.
Dois galos
O presidente do PSL, Luciano Bivar, é alma gêmea de Jair Bolsonaro. Gosta de uma briga. Em 2008, intrigado com a ascensão do irmão, Milton Bivar, compôs chapa de oposição a ele na disputa pela presidência do Sport Clube do Recife. Luciano perdeu.
E a nacional?
Quatro entidades que representam a Base Industrial de Defesa e Segurança do Brasil (BID) lançaram nota em que alertam sobre ataques contra a indústria nacional. O comunicado surge na semana em que a PM de São Paulo lançou edital internacional para compra de produtos que, por lei, só poderiam ser comprados de produção daqui.
PIB do setor
O edital exclui a indústria nacional da concorrência. Na nota, os representantes da indústria nacional afirmam que “abrir o mercado com regras desiguais é condenar o Brasil à desindustrialização e ao colonialismo tecnológico”. A BID alega que gera 60 mil empregos diretos e é responsável por 3,7% do PIB nacional.
Esplanadeira
#  A Casafy, plataforma global de vendas de imóveis, abre 500 vagas de emprego para monitores de visitação de imóveis.
Mercado Livre prepara novo catálogo para o Dia das Crianças, com mais de 2 mil brinquedos.
# A 2° edição do Brasil Financial Summit vai tratar dos principais temas do mercado financeiro, dia 17, em São Paulo.

CUBA ELEGE NOVO GOVERNO SEM RENUNCIAR O SOCIALISMO


Cuba abre alas para nova geração no governo, sem renunciar ao socialismo




© Omara GARCIA MEDEROS Presidente cubano, Miguel Díaz Canel (2ºD) cumprimenta o líder do Partido Comunista, Raúl Castro, durante o 66º aniversário da tomada do Quartel Moncada, em 26 de julho de 2019, em Granma


O socialismo, o partido único e a eleição indireta permanecem, mas algumas estruturas mudam: Cuba inaugurou nesta quinta-feira (10) um sistema de poder repartido em várias mãos.

Miguel Díaz-Canel, que atuava como presidente dos Conselhos de Estado e Ministros desde 2018, foi eleito pela Assembleia Nacional (Parlamento) presidente da República, posição restaurada pela nova Constituição após 43 anos.
"Hoje começa uma nova etapa de trabalho para os que representamos o Estado e o Governo, que vai demandar (...) disposição para se libertar aos poucos do peso de práticas obsoletas e mecanismos densos que desaceleram os processos", disse Díaz-Canel.
Salvador Valdés, de 74 anos, lhe acompanha na vice-presidência, enquanto Esteban Lazo, de 75, foi ratificado como chefe do Parlamento e também liderará o Conselho de Estado.
Dois revolucionários históricos que compunham o Conselho de Estado, os comandantes Ramiro Valdés, de 87 anos, e Guillermo García, de 91, foram deixados de fora desse órgão. Valdés permanecerá no seleto Burô Político do único Partido Comunista de Cuba (PCC), até 2021.
O Conselho de Estado, até agora com 31 membros, incluindo seis vice-presidentes, foi reduzido para 21, com quatro novos membros.
- Contexto adverso -
Até agora, a principal figura era o presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, posto ocupado por Fidel (1976-2008) e Raúl Castro (2008-2018), simultaneamente com cargo de primeiro-secretário do PCC.
Díaz-Canel sucedeu Raúl, de 88 anos, em 2018, embora ele mantenha a liderança do PCC até 2021, quando espera se aposentar.
Díaz-Canel passa a ser o presidente da República com um mandato de cinco anos, com opção de reeleição, e deve se cercar de seus contemporâneos, sempre sob o olhar atento dos líderes históricos.
Seu objetivo é estimular a lenta reforma econômica da ilha, em um contexto adverso.
Washington reforça o bloqueio que desde 1962 aplica contra a ilha e acusa Cuba de apoiar militarmente o governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Agora, aplica sanções aos barcos que transportam petróleo de Caracas, o que provocou uma escassez de combustível.
Nesta quarta-feira, em uma sessão do Parlamento, Díaz-Canel comentou que, devido às hostilidades de Washington, "os países irmãos não conseguiram cumprir seus compromissos de fornecimento e pagamento de petróleo", o que complica a liquidez. "Eles estão nos perseguindo navio a navio".
Nesta quinta, ele previu "dias intensos e desafiadores" devido ao "ressurgimento brutal do bloqueio", mas destacou que ninguém "vai nos tiorar a confiança no futuro". Como prioridades de seu governo definiu "a defesa e a economia"
A nova Constituição, aprovada no começo do ano, foi criticada pelo chefe da diplomacia americana Mike Pompeo. Para o secretário de Estado dos EUA, com ela, Cuba consolida seu sistema socialista sem "garantir ao povo cubano liberdades fundamentais".
- Nova geração com Internet -
"Uma nova geração de líderes chega ao poder, com uma estrutura institucional mais coletiva e um mandato de reforma" da economia, disse à AFP o acadêmico cubano Arturo López-Levy, da Universidade Holy Names, da Califórnia.
Mas "a seleção de pessoal passou pelos antigos líderes partidários, que agiram com importantes poderes de veto", acrescentou.
A lista foi elaborada por uma comissão de candidatos, após consulta aos deputados, e foi divulgada apenas no momento da eleição.
OS 605 deputados foram eleitos pela população em 2018, em uma votação fechada, com o mesmo número de assentos e de candidatos. Os parlamentares escolhem os altos cargos do país.
Na véspera, "não sabemos quem são os candidatos", acrescentou Fernández Estrada.
"Há uma faixa da população de entre 16 e 30 anos que expressa sua discordância com a eleição indireta nas redes sociais", prevista na Constituição aprovada em abril, afirmou Estrada.
Em dezembro, a rede 3G chegou a Cuba, abrindo espaço para uma sociedade civil crítica, mas não necessariamente uma oposição.
O presidente da República será o chefe de Estado e, em dezembro, nomeará um primeiro-ministro, outra figura que retorna à estrutura política.
"O país será governado pelas mesmas pessoas, mas, talvez em alguns assuntos, o fará de maneira mais contemporânea com o presente e menos ligado a preconceitos que agem como limitações autoimpostas", afirmou o cientista político Jorge Gómez Barata.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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