quarta-feira, 9 de outubro de 2019

CRISE NO EQUADOR POR AUMENTO DE COMBUSTÍVEIS


De capital transferida a milhares nas ruas, o que está acontecendo no Equador?

 

                                                  © AFP Protesto em Quito na segunda-feira, contra fim no subsídio no preço dos combustíveis 



O presidente do Equador, Lenín Moreno, mudou temporariamente o governo da capital Quito para a cidade costeira de Guayaquil, no mais recente capítulo da maior crise política do país nos últimos anos.
O Equador enfrenta há seis dias protestos que têm levado milhares de pessoas às ruas, em resposta ao anúncio de Moreno de eliminar os subsídios a combustíveis para conter o déficit fiscal equatoriano.
Mais de 500 pessoas foram detidas em meio às manifestações e conflitos com forças de segurança, e 50 policiais chegaram a ser feitos reféns em diferentes locais.
Os protestos foram originalmente liderados por sindicatos ligados ao setor de transporte, afirmando que o fim dos subsídios a combustíveis está levando a um aumento no preço de itens básicos de consumo.
O governo, por sua vez, mandou prender 20 comerciantes acusados de aumentar o preço de produtos como milho, cebola, cenoura e batata, cujos valores são controlados.
"Não há justificativa para elevar os preços", afirmou a ministra do Interior, Maria Romo.
O Ministério de Energia também anunciou na segunda-feira (08/10) que as atividades em três campos de produção de petróleo na região amazônica foram suspensas "em razão da tomada das instalações por grupos de pessoas de fora da operação", segundo a agência France Presse.
O governo afirmou que isso afetará 12% da produção de petróleo do país, mas não afirmou quais grupos são responsáveis pela ação.
Bloqueios de estradas também afetaram a distribuição de combustível, levando a escassez em algumas partes do país.
Moreno, enquanto isso, afirmou que não vai voltar atrás quanto ao fim dos subsídios e declarou dois meses de estado de exceção.
Uma greve nacional está prevista para quarta-feira, informa a agência Reuters.
Jaime Vargas, líder indígena, disse que "mais de 20 mil indígenas vão chegar a Quito" para o protesto. Outro líder, Luis Iguamba, afirmou que será mantida a pressão sobre o governo.
A pressão é significativa do ponto de vista histórico, uma vez que protestos liderados por indígenas já foram parte importante, por exemplo, do processo de derrubada do presidente Jamil Mahuad, em 2000, durante outro período de crise.
Disputa de poder
Moreno também acusou seu antecessor, Rafael Correa (hoje em autoexílio na Bélgica), de orquestrar um "golpe".
Em discurso na noite de segunda-feira, Moreno afirmou que os protestos não são "uma manifestação de descontentamento social em decorrência de uma decisão do governo".
"Os saques, vandalismo e violência que vimos mostram que há uma motivação política organizada para desestabilizar o governo, romper a ordem constitucional e democrática", afirmou, agregando que Correa (seu antecessor e mentor político, antes de virar rival) e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, estão por trás desses "plano de desestabilização".
 

© Secretaria General de Comunicación Lenín Moreno (ao centro) com o comando militar do Equador; presidente afirma que protestos têm motivação política, e não popular 



Em Bruxelas, Correa afirmou se tratar de uma "mentira". "(É absurdo) dizer que sou tão poderoso que com um iPhone em Bruxelas eu poderia liderar os protestos", declarou à Reuters. "A realidade é que as pessoas não aguentavam mais", em referência às medidas de austeridade implementadas por Moreno com apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Correa também afirmou que "se necessário, voltarei (ao Equador). Eu teria de ser candidato a algo, por exemplo, a vice-presidente".
Nesta terça-feira, o governo equatoriano afirmou estar aberto à mediação internacional, pela ONU ou pela Igreja Católica, para pacificar o país.
Por que Moreno eliminou os subsídios?
Na semana passada, Moreno afirmou que o subsídio a combustíveis, que custa anualmente US$ 1,3 bilhão, não é mais viável economicamente.
A eliminação desses subsídios, inicialmente introduzidos nos anos 1970, é parte de um plano que, segundo Moreno, vai fortalecer a cambaleante economia equatoriana e aliviar seu déficit.
Como parte de um acordo de empréstimo de US$ 4,2 bilhões do FMI, o governo concordou em reduzir os gastos públicos.
Segundo a France Presse, o fim dos subsídios, a partir de 3 de outubro, levou a um aumento de 120% no preço dos combustíveis.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

SUBMARINO NUCLEAR BRASILEIRO ESTÁ EM MONTAGEM FINAL


Submarino Humaitá entra em fase final de montagem

Estadão Conteúdo 






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A embarcação será o segundo dos quatro submersíveis comprados do estaleiro DCNS e financiados pelo banco BNP Paribas
O presidente Jair Bolsonaro participará nesta sexta-feira (11), no Rio, da solenidade que marcará o início de nova etapa da construção do submarino Humaitá. A embarcação será o segundo dos quatro submersíveis comprados do estaleiro DCNS e financiados pelo banco BNP Paribas, ambos franceses, em 2008, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No estaleiro-base da Marinha, em Itaguaí, na região metropolitana do Rio, técnicos e operários começarão a juntar as cinco partes do casco da embarcação, construídas separadamente. O ato será simbólico. Faltará ligar milhares de cabos dos sistemas internos.

Um palanque já foi montado para Bolsonaro diante do submersível, modelo S-BR. A construção faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). A justificativa brasileira para, em parceria com a França, construir os quatro submarinos convencionais e comprar o casco do futuro submarino a propulsão nuclear, é defender a soberania nacional.

Após a junção das partes, o Humaitá passará mais um ano em fase de construção e aprimoramento de seu interior. Só no segundo semestre do ano que vem será lançado ao mar para a fase de testes. É nesse estágio que está o Riachuelo, o primeiro submarino previsto no Prosub. O pioneiro foi lançado ao mar no fim do ano passado, em cerimônia com o então presidente Michel Temer e o próprio Bolsonaro, que estava prestes a tomar posse na Presidência.

A Marinha prevê o lançamento ao mar de um submarino convencional por ano. Após o Humaitá será a vez do Tonelero e, depois dele, do Angostura. Eles devem ser lançados em 2021 e 2022, respectivamente.

"Nós temos uma extensa área marítima que chamamos de Amazônia Azul, com 5,7 milhões de quilômetros quadrados. É muito importante termos condições de garantir nossa soberania e defender nossas riquezas", disse o almirante Celso Mizutani Koga, engenheiro responsável pela obras.

Depois dos quatro convencionais, virá a construção do submarino à propulsão nuclear. Ele levará o nome de Álvaro Alberto, almirante brasileiro pioneiro na pesquisa do setor. O almirante Koga classificou esse futuro submersível como "a cereja do bolo" do Prosub.

Projeto

A tecnologia escolhida pela Marinha é francesa, dos submarinos Scorpéne, que usam motores diesel-elétricos. O processo de transferência de conhecimento é amplo. No navio atômico, último do pacote binacional contratado, a participação da engenharia do Naval Group está limitada às partes não nucleares.

O projeto original dos quatro modelos convencionais sofreram alterações em benefício do conforto dos 31 tripulantes regulares e da capacidade de alcance. A "Versão Br", uma denominação informal, é cerca de 10 metros mais longa que a da especificação de catálogo.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 08/10/2019


Cautela no Palácio

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini






Mal o presidente Jair Bolsonaro indicou que poderá trocar o Diretor Geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, surgiram operações que, à boca de bolsonaristas, são recados da corporação para o Palácio do Planalto. Citam os mandados de busca e apreensão contra o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra, suspeito de receber propinas no Governo de Dilma Rousseff. E o indiciamento do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, na investigação sobre as candidaturas de ‘laranjas’ do PSL mineiro em 2018. Bolsonaro vai manter os dois, por ora. Mas no Palácio dá-se como entendido o recado da turma do giroflex: Nenhum Governo controla a PF. É autônoma e apartidária.

É da lei
E, vale ressaltar, a PF não inventa operações ou cria uma para cercar um suspeito. É uma polícia judiciária. São operações embasadas em investigações bem fundamentadas.
É campeão
Dos campos de petróleo suspeitos na África, passando pela encrencada Sete Brasil (plataformas bilionárias), e agora a operação da PF sobre suspeita do vazamento da taxa Selic, André Esteves (BTG Pactual) tornou-se o banqueiro mais enrolado do Brasil.
O sucessor
O ministro da Economia, Paulo Guedes, deve deixar o Governo em fevereiro. Só espera a aprovação da Reforma da Previdência e a consolidação da Reforma Tributária. Ele já prepara um sucessor nas hostes.
Dedo na tomada
O Brasil está entregando a geração e distribuição de sua energia elétrica a grupos italianos, franceses e, principalmente, chineses. O setor é superavitário no País – é apenas mal administrado, mostram números dos sindicatos dos servidores. Diferentes governos estaduais já venderam sua geração e outros promovem o processo de privatização. São motivados pelo maior case, o da Eletrobras, do Governo federal.</CS>

Dedo na tomada 2
Um movimento discreto está forte no setor há anos. Pequenas hidrelétricas no interior já são vendidas para grupos estrangeiros, que pagam de R$ 1 bilhão a R$ 2 bi. Chegará um momento que os chineses e italianos terão o poder de controlar a energia do Brasil.</CS>

Lá fora
Em países de primeiro mundo, como França e Estados Unidos, a geração e distribuição de energia são questão de soberania nacional. Aliás, são as forças armadas quem fazem a segurança das térmicas e usinas nucleares e hidrelétricas.

Rumo digital
O mercado brasileiro já conta com mais de 12,6 mil startups, conforme dados da Associação Brasileira de Startups.

Derrapagem 1
A Controladoria-Geral da União abriu processo administrativo para investigar a Volvo Veículos por irregularidades em patrocínio de projeto cultural. O processo investigará suspeitas de irregularidades, entre 2008 e 2009, sobre patrocínios via Lei Rouanet.

Derrapagem 2
O valor do patrocínio, usado como referência para o cálculo do benefício fiscal, foi superior a R$ 1 milhão. A suspeita é de desvio de finalidade: os eventos previstos nos projetos – “Arte e Cultura nas Estradas” e “Aquarela Instrumental Brasileira” – teriam sido realizados para atender o interesse da patrocinadora Volvo, não com retorno social.

Brasil boia
Além do Ministério do Meio Ambiente, deputados cobram do Ministério da Defesa esclarecimentos sobre das manchas de petróleo encontradas no litoral do Nordeste. O petróleo cru já chegou às praias da Bahia. É o maior crime ambiental este ano e só neste fim de semana o presidente Bolsonaro alertou a PF e Defesa para investigarem.

Alíquotas
A Secretaria Especial de Comércio Exterior zerou as alíquotas para compras no exterior de 147 máquinas e equipamentos industriais, bens de informática e telecomunicação, sem produção no Brasil. As alíquotas chegavam a 16%.

Rio arquitetônico
O Rio de Janeiro será em 2020 a primeira Capital Mundial da Arquitetura UNESCO.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...