Cemig tem maior lucro da história e CEO diz que
privatização deve ser aprovada neste ano
Lucas Simões
Presidente da Cemig,
Cledorvino Belini quer tornar a empresa mais atrativa para a iniciativa privada
Em um momento de
reestruturação, a Cemig anunciou lucro líquido de R$ 2,1 bilhões no primeiro
semestre deste ano, ante prejuízo de R$ 10,8 milhões no mesmo período de 2018.
Esse é o melhor balanço semestral da história da companhia energética. Com o
resultado, a Cemig decidiu investir R$ 8,2 bilhões até 2022 em diversas
frentes. A medida deve ter impacto positivo para a valorização da companhia,
que deve ser privatizada na gestão de Romeu Zema (Novo).
Cledorvino Belini,
presidente da companhia, disse nessa sexta-feira durante coletiva de
imprensa em São Paulo que o objetivo é “privatizar tudo” da empresa que tem
negócios em geração, transmissão e distribuição de energia e é uma das maiores
elétricas do Brasil. “O governo deve apresentar (o projeto) agora. Vai ser um
processo político de negociação do governo com a Assembleia, então é difícil
fazer uma previsão, mas acredito que esteja completo, aprovado, até o final
deste ano”, disse Belini, que está há seis meses no cargo.
Pela lei, é necessário que os deputados aprovem o plano de privatização, que ainda precisa passar por um referendo.
Pela lei, é necessário que os deputados aprovem o plano de privatização, que ainda precisa passar por um referendo.
Para o diretor de
Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Mauricio Fernandes, caso a
empresa seja mesmo privatizada, conforme o planejamento do governador Zema,
“será vendida uma empresa mais eficiente”, em sua análise. “Se o governo e
a ALMG decidirem pela priva-tização, estará sendo vendida uma empresa mais
eficiente. Isso é o mais importante”, disse Fernandes.
INVESTIMENTOS
A economia prevista
com a reestruturação- que inclui a redução de um quarto dos cargos de
superintendência e gerência e um programa de demissão voluntária, entre outras
medidas - permitirá que a Cemig invista R$ 8,2 bilhões nos próximos quatro
anos.
Até 2022, serão
construídas 80 novas subestações com capacidade para atender 1,5 milhão de
novos clientes e construídos 2,6 mil quilômetros de linhas de distribuição. A
previsão é a de que serão aportados R$ 6,2 bilhões na área de concessão e R$
1,9 bilhões na geração e transmissão de energia. Apenas a Cemig Distribuição
deverá realizar, nos próximos quatro anos, um investimento adicional de R$ 1,2
bilhão na modernização do sistema elétrico e no aumento da disponibilidade de
carga na rede de distribuição de energia que atende Minas Gerais.