sábado, 20 de julho de 2019

O ENDIVIDAMENTO ENTRE OS BRASILEIROS É MUITO ALTO


Dever faz mal à saúde: endividamento afeta sono e produtividade de mais de 53 mi de brasileiros

Janaína Oliveira 






“Vou para a cama pensando em como resolver os problemas financeiros, mas acordo sem solução”, diz 

O policial civil mineiro Tiago Oliveira há tempos não tem uma noite bem dormida. Com o salário parcelado desde 2016 e o aumento das despesas desde que se casou e deixou a casa dos pais, as contas acumularam e ele se viu enrolado em meio a tantas dívidas. “Passei a dormir no máximo quatro horas. Vou para a cama pensando em como resolver os problemas financeiros, mas acordo sem solução. E pior, mais estressado e cansado”, diz.
Oliveira é um dos 54,8 milhões de brasileiros que têm o sono prejudicado por causa do endividamento, conforme aponta pesquisa do Instituto Locomotiva, em parceria com a Negocia Fácil, serviço de cobrança digital. Segundo o estudo feito em todas as regiões do país, inclusive Minas Gerais, 54,1 milhões dos inadimplentes estão com a autoestima prejudicada, 53,5 milhões têm o rendimento profissional afetado e 45,3 milhões sofrem com alterações no apetite.
Além desses efeitos colaterais, 45,9 milhões não atendem ligações de cobradores e 44,7 milhões sentem vergonha e medo de que alguém descubra que estão devendo na praça ou até com o nome sujo.

Ainda de acordo com a pesquisa, 57,9 milhões de brasileiros estão atormentados com as contas atrasadas. As preocupações assombram nove em cada dez devedores e quanto menor a renda, maior é a agonia – 84% das pessoas de classe AB se preocupam muito com as dívidas, enquanto 94% das pessoas da classe C e 98% das classes DE têm a mesma aflição.
“O levantamento derruba de uma vez por todas o mito de que o consumidor está inadimplente porque quer. De forma geral, as pessoas se preocupam muito e têm a vida pessoal e a saúde afetadas”, afirma o diretor de Pesquisa do Instituto Locomotiva, João Paulo Cunha.
Cotidiano
Para ele, a inadimplência está longe de ser um fenômeno puramente financeiro. Ela não só tem um alto impacto no cotidiano, como na economia geral.
“Uma parcela imensa da população endividada declara que o estado emocional, a concentração, o apetite, as relações familiares e até a vida amorosa são prejudicados. Já quem honra com os compromissos financeiros é mais feliz, saudável e produtivo no trabalho”, completa o diretor de Negócios Digitais do Negocia Fácil, José Moniz.
Com o nível de estresse elevado e as contas batendo à porta, o policial Tiago Oliveira chegou a pensar em pedir afastamento do serviço. As dificuldades incluem as mensalidades do curso de Direito sempre pagas com atraso e juros embutidos, o IPVA ainda não quitado e a revisão do carro concluída apenas após um empréstimo.
“Com tantos problemas é difícil trabalhar 100% focado. Mas a terapia tem me ajudado”, afirma ele, que também aposta na proximidade da formatura para finalmente ter alívio no bolso.
Já a relações públicas Luciana Alves quase viu o casamento ruir após o marido perder o emprego, a autoestima e a capacidade de honrar o aluguel e outras despesas. “Com o que ganho não consigo bancar tudo sozinha. Passo noites em claro, parei de comer e estou até tomando remédio para diminuir a ansiedade. Mas o mercado de trabalho está fechado. O jeito é ter paciência e acreditar que juntos vamos superar essa crise”, diz.

Ostentação e falta de planejamento atrapalham as finanças
Segundo dados da Serasa Experian, em maio de 2019, o Brasil registrou um total de 62,8 milhões de consumidores com nome sujo ou com contas em atraso, o que representa 40% da população adulta do país. Mas não são só a crise, o desemprego e a corrosão da renda que afundam o brasileiro no endividamento. Para a professora de Economia das Faculdades Promove Mafalda Ruivo, a falta de planejamento e de educação financeira acaba deixando as pessoas com a corda no pescoço.
“O ideal é fugir de prestações. Se quiser adquirir um bem, tente juntar o máximo de dinheiro possível para pagar à vista e com desconto. E analise se aquele produto é realmente necessário e cabe no orçamento. É melhor ficar sem do que perder o sono lá na frente”, recomenda.
Em caso de demissão do emprego, a recomendação é cortar ao máximo as despesas e reestruturar os débitos. “Procure o banco ou o credor para negociar antes que a dívida vire uma bola de neve”, indica a professora, que alerta ainda para os juros exorbitantes do cheque especial e do cartão.
As compras por impulso são outro fator que joga o consumidor no mar de dívidas. “O que ocorre é um mecanismo de compensação onde se tenta preencher um vazio existencial com bolsas, sapatos e outros objetos”, explica o psiquiatra e homeopata Aloísio Andrade.
Redes sociais
Segundo ele, a ostentação também é perceptível nas redes sociais, com fotos de viagens e restaurantes chiques que muitas vezes exigem gastos além do orçamento. “Essas postagens são uma forma de autoafir-mação e busca de status. Mas custam caro para o bolso e trazem desequilíbrio financeiro e consequências para a saúde”, adverte.
Entre os malefícios do endividamento para o organismo, o psiquiatra cita alterações no humor e no ritmo cardíaco e até perda da libido. “O dinheiro não garante a felicidade, mas a falta dele garante a infelicidade. Apesar de não resolver todos os problemas, o dinheiro é fundamental para manter o equilíbrio básico”, afirma.



VENEZUELANOS RECORREM À MENDICÂNCIA


ONU denuncia miséria de venezuelanos

Estadao Conteudo
Hoje em Dia - Belo Horizonte







Cerca de 14% dos imigrantes venezuelanos recorreram à mendicância durante a fuga da Venezuela e 2% apelaram ao "sexo de sobrevivência", revelou um relatório divulgado ontem pela agência da ONU para refugiados (Acnur), com base em milhares de entrevistas em oito países da região: Colômbia, Equador, Peru, Chile, Argentina, Uruguai, Brasil e República Dominicana.

Apresentado em Genebra, o relatório revela que 34% dos imigrantes não tinham nenhum tipo de permissão de entrada ou permanência no país onde foram entrevistados, 29% disseram ter um visto de turista e apenas 4%, uma autorização permanente.

"Temos visto um aumento de restrições fronteiriças e exigências para que os venezuelanos possam entrar em certos países. Já alertamos que isso pode levá-los a usar rotas irregulares e expô-los ao tráfico de pessoas", afirmou Liz Throssell, porta-voz do Acnur.

A metade de todos os entrevistados disse que ao menos um membro de sua família esteve ou está em risco em razão de sua origem ou porque teve de recorrer à mendicância, à prostituição ou porque foi obrigado a enviar crianças menores de 15 anos para trabalhar.

Fuga em massa. Segundo o relatório, 52% das crianças não frequentam a escola porque fazia pouco tempo que haviam chegado ao país ou porque estavam em trânsito, apesar de muitas não terem acesso à educação por não ter documentos pessoais ou escolares.

A crise política e econômica na Venezuela já provocou, segundo dados do Acnur, desde 2015, a fuga de cerca de 3 milhões de cidadãos. Atualmente, estima-se que cerca de 5 mil pessoas deixem o país a cada dia. O principal destino dos venezuelanos é a Colômbia, que já recebeu cerca de 1 milhão de pessoas. Para o Peru já foram cerca de 500 mil. Equador, Chile, Argentina e Panamá também são destinos bastante procurados, bem como o Brasil.

Se a crise política é resultado do fechamento do regime chavista, principalmente após a morte de Hugo Chávez, em março de 2013, e da reeleição de Nicolás Maduro, em maio de 2018, os problemas econômicos são resultados do descontrole financeiro do governo venezuelano.

A hiperinflação atingirá 10.000.000% neste ano, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Com o salário mínimo em torno de US$ 5 (R$ 20), a maioria das pessoas tem dificuldades de pagar por uma dúzia de ovos ou por um simples saco de arroz. Mesmo quem tem dinheiro sofre com a escassez de comida e remédios. Segundo estimativas da ONU, a crise econômica fez com que cerca de 90% das pessoas vivessem na pobreza.

Em abril, o Banco Mundial classificou a crise como a "pior da história moderna na América Latina". Após uma contração de 17,7% em 2017, o PIB venezuelano recuará 25% em 2019. A penúria econômica afetou a indústria petroleira, principal fonte de entrada de dólar da Venezuela.

Sem investimentos e em razão do sucateamento da estatal PDVSA, a produção chegou ao nível mais baixo em 30 anos. Em maio, a produção foi tão baixa que a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) anunciou que a vizinha Colômbia havia ultrapassado a Venezuela pela primeira vez em décadas.

Sanções americanas

Ainda ontem, os EUA impuseram sanções contra outros quatro militares da Direção-Geral de Contrainteligência Militar da Venezuela, em razão da morte, aparentemente durante tortura, do militar Rafael Acosta, detido por suspeita de conspiração contra o presidente Nicolás Maduro.

As novas sanções americanas envolvem o bloqueio dos bens e ativos que os chavistas possam ter direta ou indiretamente sob a jurisdição dos EUA, assim como a proibição de todas as transações legais que envolvam indivíduos e entidades americanos. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 20/07/2019


Lava Jato intensifica denúncias

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini






A força-tarefa do MPF dedicada à Lava Jato em Curitiba, coordenada pelo procurador Deltan Dallagnol, aumentou o número de denúncias apresentadas no primeiro semestre de 2019 com relação aos anos anteriores. Foram 17 denúncias até agora, contra 14 durante os 12 meses de 2017 e também 14 em 2018. A estimativa da força-tarefa é de que outras 40 ações de improbidade sejam propostas em 2019. Advogados de réus condenados têm prometido, nos bastidores, usar as mensagens atribuídas a Dallagnol para questionar a Lava Jato e tentar anular sentenças.
Vidraça
Dallagnol tem reafirmado que não reconhece as mensagens, que foi alvo de um ataque hacker e que pessoas ricas e poderosas atingidas ou que podem ser pegas pela Lava Jato têm interesse em divulgar as supostas conversas para anular sentenças.

Votos
O governo tem votos no Senado para aprovar a eventual indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para comandar a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Esta é a garantia de líderes governistas, repassada ao Planalto desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou a intenção de nomear o filho para o posto.

Derrota
Apesar do cenário otimista traçado por senadores aliados, o governo já sofreu derrotas no Plenário do Senado. Em junho, 47 senadores derrubaram os decretos do presidente Jair Bolsonaro que facilitaram o porte de armas.

Inidônea
Investigada na Operação Lava Jato por desvios de recursos públicos da Petrobras, a UTC Engenharia S.A. foi declarada inidônea para participar, por um ano, de licitação na administração pública federal.

Acórdão 
No acórdão da decisão, o ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), cita que a UTC participava de ação conjunta das empresas, “com união de vontades para a realização da fraude às licitações da Petrobras”. Ao considerar a colaboração da empresa com o Poder Público, o plenário do TCU decidiu pela declaração de inidoneidade por um ano, em vez de cinco, que seria a pena máxima.

Ação penal 
Em parecer encaminhado ao ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o subprocurador-geral da República, Nívio de Freitas, se manifesta contra o pedido de anulação de ação penal (caso triplex do Guarujá) feito pela defesa do ex-presidente Lula.

Interceptações 
No documento, Nívio aponta o “caráter ilegal das interceptações telemáticas” divulgadas, que demonstrariam suposta imparcialidade do então juiz titular da 13ª Vara Federal do Paraná à época, Sérgio Moro.

Réu aos 90
Alvo de processos na Justiça, o ex-governador do Tocantins Siqueira Campos (DEM) assume cadeira no Senado no lugar do senador Eduardo Gomes (MDB), nomeado secretário no governo do Estado. Aos 90 anos, Campos figura como réu em três ações civis sobre improbidade administrativa em obras.

Fake news 
A Refit nega rumores ventilados na imprensa de que irá aderir a um possível programa de reparcelamento de dívidas com o governo do Rio de Janeiro, fruto de um projeto de lei em discussão na Assembleia Legislativa do estado.

Ilegalidades 
Em mensagem ao governo, protocolada nesta semana, a Refit afirma que o referido projeto está “eivado de ilegalidades”, principalmente por não prever a aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para que produza efeitos.

Visita
O ex-presidente da Argentina Eduardo Duhalde visitou Lula, junto com o sociólogo Emir Sader, e levou jornais e livros argentinos para o líder petista.

Zen 
Lula contou a amigos que tem aproveitado a prisão em Curitiba para ler, também, livros sobre meditação.
Esplanadeira
# Exposição sobre a Bauhaus, escola de arte alemã, está em cartaz no Sesc, em Brasília, até o dia 26.
# O programa de visitação ao Congresso Nacional funcionará todos os dias até 31 de julho, período em que  não haverá votações no Senado e na Câmara dos Deputados.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste