quinta-feira, 18 de julho de 2019

COLUNA ESPLANADA DO DIA 18/07/2019


Pacto federativo

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini







Em paralelo à tentativa de inclusão de estados e municípios no texto da reforma da Previdência no Senado no segundo semestre, governadores vão cobrar do Congresso e da equipe econômica do governo pautas consideradas prioritárias, que foram discutidas nos últimos meses, mas não avançaram. Ainda sem base no Senado, o Planalto precisa de votos e do apoio dos governadores para aprovar a PEC da Previdência – após a aprovação da mesma, espera-se, dia 6 de agosto, na Câmara, em segundo turno. O governo já acenou positivamente para demandas dos governadores, como discussão do pacto federativo e a divisão de recursos provenientes da exploração do petróleo do pré-sal.
Porém
A pauta do grupo é extensa, o que pode dificultar as negociações por votos. Inclui alterações na chamada “Lei Mansueto”, que organiza um plano de socorro aos estados.

Do caixa
Há também a demanda pela reestruturação do Fundeb e uma Proposta de Emenda Constitucional de redistribuição do fundo de participação estadual.

Foi recado
A decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, que parou investigações envolvendo dados do Coaf é um duro recado ao Ministério Público: existem apenas três poderes.

Tribunal de alianças
O clima do Tribunal de Contas da União (TCU) não poderia ser pior. A gestão do presidente José Múcio é tida como confusa e conturbada. No centro da crise da semana está a cessão de dois servidores do TCU para o BNDES.

É guerra 1
A nova diretoria do BNDES contém dois servidores do TCU: Adalberto Vasconcelos, ligado aos ministros Benjamin Zymler, Walton Alencar, Bruno Dantas e Vital do Rego (do grupo que atualmente dita abertamente os rumos do tribunal), e o servidor Alexandre Marques, indicado pelos filhos do presidente Bolsonaro, com os amigos José Múcio e Paulo Guedes como padrinhos.

É guerra 2
O grupo de ministros que lidera o tribunal, comandado por Walton Alencar, vetou o nome de Alexandre Marques, ligado aos filhos de Bolsonaro. José Múcio deu o troco: foi até Paulo Guedes, na noite de segunda-feira, e articulou a retirada do nome de Adalberto Vasconcelos. Este é um técnico respeitado no TCU, mas Múcio não economiza nas palavras: enquanto for ministro, Adalberto não irá a lugar algum.

Vai ficar
Se depender dos votos da bancada federal e dos integrantes da Executiva do PSB, o deputado Felipe Carreras, que votou a favor da reforma da Previdência, contrariando o partido, jamais será expulso do partido. Ele tem o apoio do colega João Campos, filho e herdeiro político do saudoso Eduardo Campos.

Dois lados
A possível nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para embaixador do Brasil nos Estados Unidos provocou reações distintas na Câmara e no Senado. Enquanto aliados coletam assinaturas para emplacar propostas que preveem a manutenção dos mandatos de parlamentares que assumam postos diplomáticos, no Senado, outra PEC, contra o nepotismo, poderá começar a tramitar no segundo semestre.

Resistência 
O senador Styvenson Valentim (Pode-RN) espera conseguir as 27 assinaturas de apoio à proposta. Sustenta que o texto vai alterar os artigos 37 e 87 da Constituição, para extinguir o nepotismo no país: “Se existe alguma brecha, se existe alguma possibilidade, é extrair toda e qualquer oportunidade para que isso aconteça”.

Mínimo 1
Embora mantida no parecer do relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020, do deputado Cacá Leão (PP-BA), a nova regra de reajuste do salário mínimo poderá ser alterada na Comissão Mista de Orçamento. A proposta do Planalto, que segue sem alterações no texto de Leão, prevê reajuste para R$ 1.040 no próximo ano, sem ganho real (acima da inflação).

Mínimo 2
Com relação ao valor atual, de R$ 998, o aumento nominal será de 4,2%, variação prevista para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Para os dois anos seguintes, a proposta sugere apenas a variação do INPC. Apesar das emendas, principalmente de deputados da oposição, que defendem alteração na regra, o relator diz apostar no “consenso”. A discussão da LDO será retomada em agosto pela CMO.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste

quarta-feira, 17 de julho de 2019

COLUNA ESPLANADA DO DIA 17/07/2019


Vem mais aí

Coluna Esplanada – Coluna Esplanada do dia 17/07/2019



A Força Tarefa da Operação Lava Jato trabalha atualmente com calhamaços da acusação de 429 réus, cuida de 754 pedidos de cooperação internacional e de (acredite) 180 colaborações premiadas. Vem muito mais giroflex da Polícia Federal para as ruas. Prova de que o ano tem sido movimentado em Curitiba, enquanto os holofotes denuncistas miram dois personagens principais que enquadraram bandidos de colarinho branco. A perspectiva é de que, nas próximas fases da operação, o cerco se feche em torno dos políticos acusados que perderam o foro privilegiado.
Mina de ouro 1
O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) deve faturar mais de R$ 1,1 bilhão (sim!, bilhão!) neste ano com o cerco a restaurantes, bares e hotéis na cobrança. Mas não divulga como paga (e quanto) aos artistas por direitos autorais de suas músicas.

Mina de ouro 2
Para este ano, a previsão é de faturar R$ 45 milhões apenas no setor hoteleiro. A Lei de Direitos Autorais (9.610/98) define os hotéis como locais de frequência coletiva. Os dados são do próprio Ecad para nossa reportagem.

Ou seja...
...É obrigatório o pagamento de direitos autorais na operação de hotéis. Mesmo que não haja música ambiente nos apartamentos. E mesmo que estejam sem uso.

Colisão burocrática
Um relatório de 41 páginas assinado por sete servidores do Tribunal de Contas do Paraná derruba a falácia da Infosolo de que é vítima de perseguição na praça. O documento, ao qual a Coluna teve acesso aponta que foi montada espécie de máfia para dirigir o edital do Detran e direcionar o contrato para a Infosolo. A empresa cobra alto – mais que outros estados – para registro de financiamento de veículos.

Da garagem
O relatório aponta que há “materialidade das irregularidades” em quatro anexos do calhamaço entregue à direção do TCE e ao governo do Paraná. As falhas estão no Edital de Credenciamento nº 001/2018 (protocolo n° 15.191.750-03) elaborado pelo Detran no ano passado, que deu ganho à Infosolo.

Êpa, êpa
Uma das irregularidades - e gritante! – indicadas é a celeridade da tramitação de avaliação dos documentos da Infosolo antes do prazo de 15 dias de expiração para a concorrência, enquanto outras empresas ainda se credenciavam.

Derrapagem
Um personagem chamou a atenção dos técnicos do TCE. Emerson Gomes, que presidiu a comissão de licitação, já fora citado como preposto da Dismaf – dos mesmos donos da Infosolo –, que chegou a ser investigada pela Polícia Federal no Mensalão do PT. Os técnicos aconselharam o TCE a cercar o grupo da licitação com multas e penalidades.

Fiscalização rural
Auditores fiscais agropecuários apontam que a Instrução Normativa nº 12/19 do Ministério da Agricultura, que transfere atribuições da fiscalização para carreiras que não exigem ensino superior, pode comprometer a segurança agropecuária e expor consumidores a produtos sem uma avaliação correta de qualidade e sanidade. Lembram do papelão na carne descoberto pela PF? É algo nesse sentido.

Som da história
Outra prova de que o país não cuida da sua história. Uma decana caixinha de música em madeira nobre, com as iniciais de seu nome cravadas em prata, que o presidente Getulio Vargas usava no gabinete no Palácio do Catete, foi arrematada por R$ 1.030 num leilão na internet. O lance inicial não chegava a R$ 100.

Preservada
Antes do arremate, o objeto foi oferecido para o PTB, partido que Getulio fundou, que a desdenhou. A preferência nestes casos é da União, que também deu de ombros. O comprador informa que vai guardá-la numa caixa de vidros, em local seguro.

Respeito e segurança
O lutador de MMA Vítor Belfort vai gravar amanhã no Rio de Janeiro um vídeo alertando para o sério problema das pessoas desaparecidas. Sua mãe, Jovita Belfort, é coordenadora de Desaparecidos da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do governo. Há um drama familiar conhecido nacionalmente. Até hoje, autoridades não encontraram sua irmã, Priscila Belfort, desaparecida há 15 anos.

Correção
Citamos que foi José Serra, então ministro da Saúde, quem deu o pontapé inicial ao cerco à indústria do cigarro no país. Ele ajudou. Mas o trabalho se iniciou no governo Sarney, com o então ministro da Saúde Borges da Silveira, leitor da Coluna que nos escreveu para lembrar que começou a regulamentação da propaganda do cigarro.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste

VICE-PRESIDENTE DO BRASIL DEFENDE A REFORMA POLÍTICA


Mourão defende voto distrital e reforma política contra 'proliferação de partidos'

Francisco Carlos de Assis e Paulo Beraldo 






                                                                     © Instituto Brasil 200/Divulgação O vice presidente, Hamilton Mourão 


O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), defendeu nesta terça-feira, 16, uma reforma política para acabar com a "proliferação de partidos" e disse ser favorável à adoção do sistema de voto distrital.

"É mais necessário do que nunca que o partido político realmente seja o transmissor das ideias da sociedade. A sociedade hoje na maioria das vezes não se vê representada", afirmou Mourão em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação, sugerindo a diminuição do número de legendas e o barateamento do sistema.
As declarações foram dadas em São Paulo após uma palestra com cerca de 300 empresários e representantes de entidades patronais e sindicais no Hotel Unique, na zona sul da capital paulista, onde foi lançado o Instituto Brasil 200.
O vice afirmou ser "francamente favorável" ao voto distrital para aproximar o eleitor do seu eleito. Segundo ele, isso também faria os partidos se fortalecerem e aumentaria a identificação entre representante e representado. O Estadão mostrou no sábado que um grupo de trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) propôs à Câmara adotar já em 2020 o sistema distrital misto em cidades com mais de 200 mil habitantes.
Questionado sobre como aprovar uma reforma política no Congresso Nacional, Mourão disse que há três pontos. "Política é uma trilogia: clareza porque todos têm que entender, não só os congressistas; determinação, para poder levar adiante isso aí, e paciência, porque o jogo político é paciência".