sexta-feira, 12 de julho de 2019

CÂMARA VOTARÁ HOJE SEXTA-FEIRA O SEGUNDO TURNO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA



Câmara altera 3 pontos do texto-base da Previdência; análise continua nesta sexta

Estadão Conteúdo


  



A Câmara dos Deputados encerrou às 2h da madrugada desta sexta-feira, (12) de julho, a sessão que analisava os destaques da reforma da Previdência. O plenário não conseguiu analisar todas as sugestões de alterações ao texto-base. Ainda faltam oito destaques, que devem ser apreciados em sessão desta sexta. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou uma nova sessão para as 9h da manhã.

Ao fim da sessão, Maia afirmou que havia risco de se votar os próximos destaques com os deputados já cansados. "Tinha risco de um supressivo e já tinham dois partidos obstruindo", disse. "Amanhã (hoje, sexta) a gente termina os destaques, encaminha para comissão especial e vê se a gente consegue ainda mobilização para votar o segundo turno", afirmou. Maia, no entanto, demonstrou preocupação em manter um quórum qualificado em uma sexta-feira. "Não sei quando termina, quero que termine tudo amanhã (sexta) à noite ou sábado de manhã", disse.

Questionado se a aprovação poderia ficar para o segundo semestre e se isso seria prejudicial para a reforma, ele afirmou que o melhor é terminar tudo antes do recesso. "Como o Senado não vai votar agora, não vejo nenhuma gravidade, mas o ideal é que a gente possa terminar tudo amanhã e ainda nesse semestre".

No texto-base, aprovado na noite de quarta-feira, 10, foram modificadas as regras do cálculo do benefício para mulheres, do tempo mínimo de contribuição para homens e das idades mínimas que serão exigidas de policiais.

O que mudou

Tanto homens quanto mulheres passaram a ter regras um pouco mais vantajosas, com o tempo de contribuição mínimo permanecendo em 15 anos, como é hoje. As mulheres ficaram, contudo, com regras de cálculo do benefício um pouco melhores.

Por meio de emenda aglutinativa apresentada pelo DEM, o benefício para as mulheres será de 60% da média salarial de contribuição, com dois pontos percentuais para cada ano a mais de trabalho a partir dos 15 anos de contribuição.

Para os homens, essa regra de dois pontos percentuais a cada ano só valerá a partir dos 20 anos de contribuição. A condição foi estabelecida pelo destaque apresentado pelo PSB, que permitiu que eles se aposentem após 15 anos de contribuição.

Já as alterações para policiais foram feitas por meio de uma emenda aglutinativa apresentada pela bancada do Podemos. Ela reduziu a ideia mínima exigida para policiais federais, policiais civis do Distrito Federal e agentes penitenciários e socioeducativos federais desde que eles cumpram a regra de pedágio de 100% do tempo de contribuição que faltar para se aposentar. Ou seja, vão precisar trabalhar o dobro do tempo que falta para se aposentar.

Para essas categorias de segurança pública, a idade mínima será de 52 anos para mulheres e de 53 anos para homens mais o pedágio. Caso essa condição não seja cumprida, a idade exigida segue sendo a de 55 anos para ambos os sexos, conforme previsto no texto original. Nos dois casos, o tempo de contribuição tem de ser de 25 anos para mulheres e de 30 anos para homens, com 15 e 20 anos de serviço policial respectivamente.

Professores

O destaque dos professores, apresentado pelo PDT, ficou para ser analisado na sessão desta sexta-feira. A mudança tem o apoio de vários partidos. Ela propõe reduzir a idade mínima para 55 anos no caso dos homens e 52 anos no caso das mulheres. A alteração atinge professores federais, de instituições privadas e dos municípios que não têm regimes próprios.

Pelo texto aprovado na quarta-feira, os professores se aposentarão com 60 anos (homens) e 57 anos (mulheres), com 25 anos de contribuição. Hoje não há idade mínima, mas se exige tempo de contribuição de 25 anos (mulheres) e 30 anos (homens) no setor privado. No setor público, a idade mínima exigida é de 50 anos (mulheres) e 55 anos (homens), com 25 anos (mulheres) e 30 anos (homens) de tempo mínimo de contribuição, sendo 10 anos como servidor público e 5 anos no cargo de professor.


Câmara altera 3 pontos do texto-base da Previdência; análise continua nesta sexta

Estadão Conteúdo



A Câmara dos Deputados encerrou às 2h da madrugada desta sexta-feira, (12) de julho, a sessão que analisava os destaques da reforma da Previdência. O plenário não conseguiu analisar todas as sugestões de alterações ao texto-base. Ainda faltam oito destaques, que devem ser apreciados em sessão desta sexta. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou uma nova sessão para as 9h da manhã.

Ao fim da sessão, Maia afirmou que havia risco de se votar os próximos destaques com os deputados já cansados. "Tinha risco de um supressivo e já tinham dois partidos obstruindo", disse. "Amanhã (hoje, sexta) a gente termina os destaques, encaminha para comissão especial e vê se a gente consegue ainda mobilização para votar o segundo turno", afirmou. Maia, no entanto, demonstrou preocupação em manter um quórum qualificado em uma sexta-feira. "Não sei quando termina, quero que termine tudo amanhã (sexta) à noite ou sábado de manhã", disse.

Questionado se a aprovação poderia ficar para o segundo semestre e se isso seria prejudicial para a reforma, ele afirmou que o melhor é terminar tudo antes do recesso. "Como o Senado não vai votar agora, não vejo nenhuma gravidade, mas o ideal é que a gente possa terminar tudo amanhã e ainda nesse semestre".

No texto-base, aprovado na noite de quarta-feira, 10, foram modificadas as regras do cálculo do benefício para mulheres, do tempo mínimo de contribuição para homens e das idades mínimas que serão exigidas de policiais.

O que mudou

Tanto homens quanto mulheres passaram a ter regras um pouco mais vantajosas, com o tempo de contribuição mínimo permanecendo em 15 anos, como é hoje. As mulheres ficaram, contudo, com regras de cálculo do benefício um pouco melhores.

Por meio de emenda aglutinativa apresentada pelo DEM, o benefício para as mulheres será de 60% da média salarial de contribuição, com dois pontos percentuais para cada ano a mais de trabalho a partir dos 15 anos de contribuição.

Para os homens, essa regra de dois pontos percentuais a cada ano só valerá a partir dos 20 anos de contribuição. A condição foi estabelecida pelo destaque apresentado pelo PSB, que permitiu que eles se aposentem após 15 anos de contribuição.

Já as alterações para policiais foram feitas por meio de uma emenda aglutinativa apresentada pela bancada do Podemos. Ela reduziu a ideia mínima exigida para policiais federais, policiais civis do Distrito Federal e agentes penitenciários e socioeducativos federais desde que eles cumpram a regra de pedágio de 100% do tempo de contribuição que faltar para se aposentar. Ou seja, vão precisar trabalhar o dobro do tempo que falta para se aposentar.

Para essas categorias de segurança pública, a idade mínima será de 52 anos para mulheres e de 53 anos para homens mais o pedágio. Caso essa condição não seja cumprida, a idade exigida segue sendo a de 55 anos para ambos os sexos, conforme previsto no texto original. Nos dois casos, o tempo de contribuição tem de ser de 25 anos para mulheres e de 30 anos para homens, com 15 e 20 anos de serviço policial respectivamente.

Professores

O destaque dos professores, apresentado pelo PDT, ficou para ser analisado na sessão desta sexta-feira. A mudança tem o apoio de vários partidos. Ela propõe reduzir a idade mínima para 55 anos no caso dos homens e 52 anos no caso das mulheres. A alteração atinge professores federais, de instituições privadas e dos municípios que não têm regimes próprios.

Pelo texto aprovado na quarta-feira, os professores se aposentarão com 60 anos (homens) e 57 anos (mulheres), com 25 anos de contribuição. Hoje não há idade mínima, mas se exige tempo de contribuição de 25 anos (mulheres) e 30 anos (homens) no setor privado. No setor público, a idade mínima exigida é de 50 anos (mulheres) e 55 anos (homens), com 25 anos (mulheres) e 30 anos (homens) de tempo mínimo de contribuição, sendo 10 anos como servidor público e 5 anos no cargo de professor.


JOVENS DO IRÃ SÃO ADEPTOS AOS PRODUTOS AMERICANOS APESAR DA TENSÃO ENTRE OS DOIS PAÍSES


Produtos americanos fazem sucesso no Irã apesar de tensão diplomática

Estadão Conteúdo





Em um restaurante da moda na capital do Irã, os clientes bebem Coca-Cola com canudos enquanto os garçons levam porta temperos cheios de ketchup Heinz e dois tipos de molho Tabasco para as mesas. Seja em restaurantes de alto padrão ou em lojas de esquina, marcas americanas podem ser vistas em todo o Irã, apesar das crescentes tensões entre os dois países.

As sanções americanas afetaram muito o petróleo e outras áreas industriais deste país de 80 milhões de pessoas, mas alimentos, filmes, música e roupas ocidentais ainda estão amplamente disponíveis. E, 40 anos após a Revolução Islâmica e a tomada da Embaixada dos Estados Unidos, apesar dos cartazes e comícios declarando "Morte à América", os iranianos - particularmente os jovens - são adeptos dos produtos americanos.

"O estilo de vida americano é muito atraente", diz Ahmad Rezaee, de 21 anos, que bebeu duas garrafas de Coca enquanto conversava com um amigo. "(Coca-cola) retrata esse estilo de vida para nós."

As tensões aumentaram após a decisão do governo Trump no ano passado de se retirar do acordo nuclear assinado entre o Irã e as potências em 2015 e restaurar as sanções ao país. Nas últimas semanas, o Irã começou a violar abertamente os limites estabelecidos pelo acordo, dizendo que não pode aceitar os termos a menos que outros signatários ofereçam ajuda econômica.

Apesar disso, beber uma Coca ou uma Pepsi depois de comer kebab no Irã já virou um hábito, embora os refrigerantes não sejam tão doces quanto os seus equivalentes vendidos nos EUA. Ambas as marcas são engarrafadas por empresas locais, Khoshgovar Mashhad para a Coca-Cola; e Sasan e Neysun Shargh para Pepsi, que são afiliadas à Imam Reza Foundation, um conglomerado econômico ligado à teocracia xiita do país.

De acordo com um relatório de 2016 da empresa de pesquisa Euromonitor International, a Coca-Cola detinha 28% do mercado no Irã, enquanto a Pepsi tinha cerca de 20%.

Perguntada sobre as vendas naquele país, a Coca-Cola disse que vendeu concentrado para o Irã por mais de 20 anos de acordo com as políticas de sanções dos EUA. "As autorizações são de natureza muito restritiva", disse a Coca-Cola. "A empresa não possui qualquer participação acionária na engarrafadora do Irã e não possui ativos tangíveis no Irã."

A Pepsi não respondeu aos questionamentos da reportagem. A Kraft Heinz disse que "como muitas empresas ocidentais, alguns (de seus) produtos são disponibilizados por meio de um distribuidor local iraniano". A McIlhenny, fabricante da Tabasco, disse que "proíbe expressamente seus distribuidores de revenderem produtos da marca Tabasco no Irã."

"Infelizmente, como é o caso de todos os fabricantes, a McIlhenny tem uma capacidade limitada de impedir que redes de distribuição terceirizadas desviem secretamente nossos produtos para o Irã e muitas vezes precisamos contar com agências dos EUA e autoridades legais para identificar empresas de fachada e indivíduos envolvidos em evasão de sanções", disse o CEO da companhia, Harold Osborn, em comunicado.

No V Café, perto da Universidade de Teerã, os clientes bebiam Coca-Cola e temperavam sua comida com condimentos americanos enquanto vídeos de destinos de viagem de todo o mundo eram exibidos em uma tela gigante. Rezaee e Sima Najafzadeh, estudante de 21 anos, bebiam Coca-Cola, dizendo que gostavam do sabor e que gostariam de ter mais acesso a iPhones, McDonald's e outros produtos americanos. "Nós amamos os americanos", disse Sima.

Essa admiração também vale para filmes americanos. Rezaee reconheceu ter encontrado uma cópia pirata de Vingadores: Ultimato na internet já que a película não foi exibida nos cinemas do país.

Quem não têm uma boa conexão com a internet pode encontrar filmes lançados recentemente como John Wick 3: Parabellum por menos R$ 2 na movimentada rua Enghelab, em Teerã, onde os vendedores ambulantes também oferecem retratos de um jovem Al Pacino. Música pop e rock ocidental ecoam do ocasional de carros que passam pelo local.

Os canais de televisão estatais iranianos até transmitem filmes americanos mais antigos, dublados em farsi. O filme de Alta Frequência (2000), estrelado por Dennis Quaid, foi exibido recente.

No "Grand Bazaar" de Teerã, coração pulsante da capital, uma toalha de praia mostrando Mickey Mouse com uma prancha de surfe no sul da Califórnia estava pendurada em uma viga. Pilhas de jeans também estavam em oferta, mas marcas americanas como a Levi Strauss desapareceram nos últimos meses depois da desvalorização da moeda iraniana.

Essa situação do mercado, no entanto, foi boa para o Par Group, um fabricante local de jeans que produz cerca de 3 milhões de metros quadrados de jeans por mês a partir de materiais nacionais e estrangeiros. Vendedores nas lojas do no Bazaar reconheceram as raízes do produto na cultura cowboy americana, mas dizem que o jeans continua sendo popular nas ruas de Teerã.

"Em todo o mundo as pessoas usam jeans e os iranianos são muitos ligados na moda", diz Amin Moradi, um dos vendedores que trabalha neste grande complexo.

No gigantesco shopping center Irã Mall, em Teerã, uma loja chamada TOMSon vende o que parece ser o calçado Toms da marca homônima californiana. A empresa não respondeu aos pedidos de comentário sobre uma possível representação comercial no Irã.

De todas as importações americanas, no entanto, a mais improvável deve ser o Reator de Pesquisa de Teerã, um presente nuclear dos EUA que chegou ao país em 1967 como parte do programa "Atoms for Peace", criado nos anos 1950 pelo presidente americano Dwight D. Eisenhower, e que existe até os dias de hoje.

O DIA DOS HOMENS


Um pouco mais sobre o universo masculino

Simone Demolinari





Assim como as mulheres, os homens também têm um dia para chamar de seu. Aliás, não só um, mas dois. Em 19 de novembro é comemorado o Dia Internacional do Homem; em 15 de julho, a lembrança é somente no Brasil.

A cada ano que passa, essa data vem ganhando força. O intuito é lutar por duas grandes causas: os cuidados com a saúde física e mental e a igualdade de gênero.

Ambas as lutas se justificam. Os homens vivem em média cinco anos a menos que as mulheres. Uma vez que a fisiologia não explica essa diferença, fica evidente um descuido com a saúde. No plano mental não é diferente. A depressão e o suicídio vêm crescendo e atingindo números alarmantes na população masculina.

Por uma questão cultural, social e também devido ao estigma que relaciona esse transtorno à “fraqueza”, muitos homens acabam sofrendo em silêncio.

A dificuldade para reconhecer e admitir sintomas da doença dificulta a solução do problema. Muitas vezes, as vítimas não conseguem admitir nem para si, muito menos para os outros.

É onde mora o perigo. Homem tem muita dificuldade para falar das próprias emoções, para desabafar. A máxima “homem não chora” ainda existe, em menor escala, mas há resquício de uma opressão em que não era dado ao homem o direito de se expressar livremente.

Aí entra a luta por igualdade da parte dos homens. Até parece estranho vê-los lutando por “direitos iguais”, já que geralmente essa batalha parte das mulheres. Mas tanto eles quanto elas sofrem devido à desigualdade. O machismo, que inicialmente dá vantagens, também oprime o homem quando não o rebaixa por não ser bem sucedido profissionalmente, quando tem estatura baixa, quando sente medo. O comando “vire homem!” é imperativo e não dá margem para que ele seja sensível, e, sim, o obriga a pertencer a um molde.

O fato é que esse modelo do que é ser homem está ultrapassado.

O padrão de masculinidade ficou tão alto que muitos homens são tomados pelos sentimentos de inferioridade e acabam seguindo por um de dois caminhos: uns se tornam ainda mais machões e para conseguir sustentar esse molde desenvolvem o lado narcisista e egoísta. E outros, menos rígidos, abandonam as imposições e largam o papel de “super homem”. 

O machismo, que inicialmente dá vantagens, também oprime o homem

Um documentário de 2015 intitulado The Mask You Live In ( A máscara em que você vive) mostra, por meio de uma investigação, como o modelo “macho dominante” afeta crianças, jovens e adultos. Os garotos revelam como é comum ter que esconder sentimentos como raiva e tristeza e confessam que já pensaram em tirar a própria vida por conta da dificuldade de se encaixar no padrão imposto e por não ter com quem desabafar.

Além disso, alguns jovens que foram detidos por condutas violentas falaram sobre como a violência se tornou uma válvula de escape e uma forma de se afirmarem como viris nos grupos de amigos.

Uma triste realidade que vem sendo aos poucos modificada.