GSI muda esquema de segurança e até Bolsonaro passa
por raio X
Julia Lindner
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ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança
Institucional, diz que formato de escoltas é ‘adaptado’ conforme o evento
BRASÍLIA – Alvo de
críticas do vereador Carlos Bolsonaro
(PSC-RJ), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da
República reforçou o esquema de segurança para viagens da comitiva
presidencial. Nos deslocamentos feitos nesta semana, até mesmo o presidente Jair Bolsonaro
teve que passar por detector de metais e raio X antes de embarcar para Belo
Horizonte e São Paulo. A informação foi confirmada por dois assessores que
acompanharam os trajetos.
Ao Estadão/Broadcast,
o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que “o
procedimento de segurança está mais rigoroso”, mas não especificou quais outras
medidas foram adotadas.
A decisão ocorre
após um militar que integrava a equipe de apoio à comitiva presidencial ser preso com 39 quilos de cocaína na Espanha. O avião em que
ele estava dava suporte para a aeronave do presidente e sua equipe – cujo
destino final seria Osaka, no Japão, para encontro do G20.
Mais cedo, o
ministro do GSI, Augusto Heleno, reconheceu que uma falha na segurança
possibilitou que um sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) embarcasse com a
droga sem ser detectado. Em entrevista à GloboNews, ele ponderou que a
segurança do presidente “é muito séria, muito competente, muito bem treinada”.
“Aconteceu uma falha é isso será corrigido”, declarou na entrevista.
No mesmo dia, o
presidente Jair Bolsonaro defendeu o serviço prestado pelo GSI e
enfatizou que confia “100%” no trabalho de Heleno. “Estou muito bem com o GSI, me sinto muito seguro e
tranquilo”, disse.
No início da semana um dos filhos do
presidente, Carlos Bolsonaro, questionou os procedimentos do GSI dizendo que
são subordinado a algo em que ele não acredita, sem citar diretamente o nome de
Augusto Heleno, responsável pela pasta. “Por que acha que não ando com
seguranças? Principalmente aqueles oferecidos pelo GSI? Sua grande maioria
podem até ser homens bem intencionados e acredito que sejam, mas estão
subordinadas a algo que não acredito”, escreveu.
Na quinta-feira, ao compartilhar
notícia sobre o suicídio de um empresário na gente do ministro de Minas e
Energia, Bento Albuquerque, em Aracaju (SE), Carlos avaliou que houve “mais uma
falha na segurança”. “Seria bom a segurança do Presidente ficar mais atenta”,
escreveu em rede social.
Segundo integrantes
do Palácio do Planalto, a orientação é de silêncio total sobre as
declarações de Carlos para evitar amplificar ainda mais o conflito.