segunda-feira, 3 de junho de 2019

REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA CÂMARA ESTÁ CHEGANDO AO SEU FINAL


Raio X das 277 emendas à reforma da Previdência mostra transição no foco
Agência Câmara Notícias






Terminou na quinta-feira (30), às 19 horas, o prazo para apresentação de emendas ao texto da reforma da Previdência (PEC 6/19). No total, foram 277, das quais 163 entregues no último dia (59%).
Depois da conferência das assinaturas, as emendas serão analisadas pelo relator na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que pode acatá-las ou não, no todo ou em parte.
Para apresentar emendas, cada autor precisava coletar pelo menos 171 assinaturas de deputados. Se não passar na comissão especial, qualquer uma ainda poderá ser analisada pelo Plenário.
As bancadas do PDT e do PL fizeram emendas substitutivas globais – na prática, textos novos. A economia prevista com a aprovação integral do texto original é de R$ 1,236 trilhão em dez anos.
Raio X das emendas
As regras de transição dos atuais servidores públicos e trabalhadores do setor privado foram o principal foco das emendas apresentadas.
Juntos, os termos “transição” ou “pedágio” surgiram como os principais tópicos nas emendas à reforma da Previdência, com 71% – estão em 197 das 277 sugestões apresentadas. Na outra ponta, “abono salarial” só aparece em 8 (3%).
Muitas sugestões são amplas, com várias mudanças ao mesmo tempo; mas também há emendas que tratam de pontos específicos. Como um texto pode conter mais de um tópico, o total de menções é muito superior ao de emendas.
palavras-chave
Emendas
% total
transição, pedágio
197
71%
servidor, servidora, servidores, RPPS
154
56%
RGPS, regime geral
142
51%
mulher, mulheres, gênero
130
47%
lei complementar, desconstitucionalização
125
45%
valor da aposentadoria, valor do benefício, cálculo, média aritmética,
115
42%
tempo de contribuição
112
40%
idade mínima, sobrevida
93
34%
militar, militares, Forças Armadas, bombeiros
73
26%
policial, policiais, guardas, penitenciário, penitenciários, socioeducativo, socioeducativos
65
23%
rural, rurais
59
21%
alíquota, alíquotas, progressiva, progressivas, confisco
41
15%
BPC, benefício de prestação continuada, benefícios de prestação continuada
30
11%
capitalização, capitalizado, 201-A,
19
7%
mandato, mandatos
11
4%
abono salarial
8
3%
A tabela acima indica o total de emendas com um ou mais termos de cada grupo de palavras-chave, no texto da norma ou nas justificativas.
Ainda que um tópico seja citado mais de uma vez, o levantamento evita a dupla contagem ao considerar como apenas uma a proposta que traga ao mesmo tempo, por exemplo, “policial” e “policiais”.
Esses resultados foram obtidos a partir do Sistema de Informações Legislativas (Sileg), por meio de um buscador que examinou o conteúdo das 277 emendas em comparação a assuntos debatidos na comissão especial que analisa a reforma da Previdência – ou, de modo simplificado, as “palavras-chave” mais usadas por parlamentares nas reuniões.
Parecer
Samuel Moreira reafirmou ontem que espera concluir o relatório até no máximo 15 de junho, mas ressalvou que poderá adiantar o trabalho.
“Concentro esforços para ajudar o presidente da Câmara a cumprir o cronograma que deseja”, disse, citando pedido feito por Rodrigo Maia, que não quer esperar o final do semestre para a votação em Plenário.
“Posso até adiantar um pouco, é possível que até o final da semana que vem ou no começo da outra o relatório seja entregue”, continuou.
Mudanças
A Proposta de Emenda à Constituição 6/19 pretende alterar o sistema de Previdência Social para os trabalhadores do setor privado e para os servidores públicos de todos os Poderes e de todos os entes federados (União, estados e municípios).
A idade mínima para a aposentaria será de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres. Há regras de transição para os atuais contribuintes.
O texto retira da Constituição vários dispositivos que tratam da Previdência Social, transferindo a regulamentação para lei complementar. O objetivo, segundo o governo, é conter a diferença entre o que é arrecadado pelo sistema e o montante usado para pagar os benefícios.
Em 2018, o déficit previdenciário total – setores privado e público mais militares – foi de R$ 264,4 bilhões.

BOLSONARO DIZ ESTAR DE BEM COM O CONGRESSO


Bolsonaro diz estar 'de boa' com Maia e 'bem' com o Congresso





Brasília - O presidente Jair Bolsonaro declarou neste sábado, 01, estar "de boa" com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e estar "bem" com o Congresso. O aceno a Maia foi feito por Bolsonaro durante entrevista após participar de almoço na casa de um amigo, no Lago Sul, em Brasília.
O presidente relatou que desejava editar uma medida provisória para alterar o prazo de validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mas foi convencido pelo parlamentar fluminense a encaminhar um projeto de lei sobre o assunto. "Logicamente, não tem urgência, eu reconheço, mas (uma MP) entra em prática imediatamente, essa que seria a ideia. Mas o Rodrigo Maia... tudo bem, eu estou de boa com o Rodrigo, sem problema nenhum, e segunda ou terça-feira a gente entra com o projeto", disse Bolsonaro.
Questionado sobre a relação com o Congresso, o presidente relatou que tem procurado construir uma aproximação com deputados e senadores. "Estou bem com o Parlamento,fui muito bem recebido por umas 50 deputadas na terça ou quarta. Está indo bem, tenho viajado, nas minhas viagens levo em média cinco parlamentares comigo. Tenho recebido em média uns 15 parlamentares por dia, nenhuma pergunta, nenhum pedido constrangedor. Temos conversado coisas boas."
Ele relatou que, como presidente da República, tem uma vida de "dificuldades", mas não quis falar em erros nos cinco meses de governo. "Não posso falar onde errei, a responsabilidade é minha."
Supremo. Um dia depois de sugerir a nomeação de um evangélico para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro não quis falar, neste sábado, em nenhum nome. "Em novembro do ano que vem, eu te digo em primeira mão", disse Bolsonaro quando questionado sobre o assunto.
Em novembro de 2020 deve ser aberta uma vaga de ministro do Supremo com a aposentadoria compulsória do decano da corte, Celso de Mello. No mês passado, em entrevista à rádio Bandeirantes, Bolsonaro disse esperar cumprir o "compromisso" de nomear o ministro da Justiça Sérgio Moro o Supremo. No dia seguinte, o presidente voltou atrás e disse não ter acordo com Moro sobre a vaga no Supremo.
Quando questionado se Moro, que é católico, estaria fora da disputa, Bolsonaro disse que "sempre" falou que queria algém com o perfil do ex-juiz. "Falei durante a pré-campanha e a campanha que eu queria alguém no Supremo do perfil do (Sérgio) Moro, mas nada além disso', declarou.
Gênero. Ao comentara polêmica na Câmara em torno da palavra "gênero" na medida provisória que promove um pente-fino em benefícios do INSS, o presidente declarou que vai determinar que fichas preenchidas em aeroportos tragam no formulário as palavras "pai e mãe", e não "genitor 1 e genitor 2".