quarta-feira, 15 de maio de 2019

COLUNA ESPLANADA DO DIA 15/05/2019


Turbulência à vista

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini











O até agora tranquilo céu de brigadeiro de Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), ganhou nuvens turvas para as próximas semanas. Sanovicz já prepara explicações - que dificilmente serão compreendidas, diante do humor dos executivos das companhias -, depois de ser jogado na turbulência por um dos herdeiros da Gol Linhas Aéreas. Henrique Constantino, em sua delação premiada homologada pela Justiça, no Anexo 7, diz claramente que a Abear intermediou propina para Marco Maia, Romero Jucá, Rodrigo Maia, Edinho Araújo, Vicente Cândido, Bruno Araújo, Ciro Nogueira e outros parlamentares e ex-parlamentares. Executivos das aéreas signatárias da Abear estão em contato para decidir se abandonam a associação ou se atiram Sanovicz desse avião em chamas.
Vai nessa!
Nas cabines de comando das grandes aéreas, o que se comenta é que Constantino pulou de pára-quedas, mas Sanovicz pode ser empurrado ao vento, e sem o equipamento.
Quem é
Sanovicz é ligado à ex-senadora Marta Suplicy, foi presidente da Anhembi Turismo e Eventos, da cidade de São Paulo, quando ela foi prefeita, e já foi alvo do MP paulista por improbidade administrativa em contratações de funcionários sem concurso.
Taxiando
A Abear informa que “desconhece os fatos e o teor da delação premiada” e completa: “Caso a entidade seja procurada pela Justiça para esclarecimentos, estará à disposição”.
Fusão parada
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, com papel centralizador da pasta, não tem dado conta do recado, os fatos mostram. O plano de reestruturação de parte das agências reguladoras não saiu do papel. Antes de assumir a pasta, ele alardeara que um dos objetivos da extinção da Agência Nacional de Transportes Terrestres e da Agência Nacional Transportes Aquaviários seria acabar com o aparelhamento político e indicações de diretores vinculados a partidos.
Reunião da reunião
Em abril, o Ministério da Infraestrutura criou um grupo de trabalho para, entre outras atribuições, fazer revisão da estrutura administrativa nas agências, “apontando eventuais necessidades de ajustes”. O grupo tem prazo de 90 dias para apresentar um relatório conclusivo à Secretaria Executiva do Ministério.
Mesa para dois
Enquanto isso, o ministro Tarcísio segue sua rotina. Foi visto por fonte da Coluna em companhia de bela assessora da pasta num almoço, com vinho à mesa, dia 26 de abril, na caríssima churrascaria Fogo de Chão. Ainda bem que tem motorista. Porque beber em dia de trabalho dá sono, e se polícia pega ao volante, dá multa e cadeia.
Falta explicar
A grande maioria da população (60,8%) entende lhufas da proposta de Reforma da Previdência. O índice se acentua entre o público alvo, acima dos 60 anos (62,2%), mostra sondagem nacional da Paraná Pesquisas.
Mega da energia
Algo está muito errado na conta da privatização. O ex-presidente Michel Temer queria - e agora Paulo Guedes, o semi-presidente quer - vender a Eletrobrás por R$ 15 bilhões. A estatal de energia acaba de registrar lucro líquido de R$ 1,5 bilhão apenas no 1º trimestre. O leitor que é esperto e entende de conta sabe que o eventual comprador vai ganhar na loteria em dois anos.
Aliás...
... Geração e distribuição de energia são consideradas questões de soberania nacional na China, França, Estados Unidos e outros países.
FBC x Moro
O senador e líder do Governo Fernando Bezerra Coelho não dá ponto sem nó. Como relator da reforma administrativa foi duramente criticado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. FBC, como é conhecido o senador, manteve o Coaf sob o bojo da Justiça. Embora tenha sido voto vencido, FBC deu sinal de aliança.
Esplanadeira
# O Pátio Brasil Shopping, em Brasília, recebe o Festival Tesouros do Japão, a partir de sexta-feira, com a famosa Boneca Japonesa Kokeshi com 1.80m e outros objetos. # Claudio Castro, da Sergio Castro Imóveis, tomou posse no Conselho de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

OS CONSUMIDORES COMO SEMPRE PAGAM AS CONTAS NA BRIGA ENTRE EUA E A CHINA


Quem tem mais a perder na guerra comercial entre EUA e China?


 



              © EPA Trump com autoridade chinesa destacada para as negociações comerciais, o vice-premiê Liu He

A guerra comercial entre EUA e China se agravou nos últimos dias, e os dois países anunciaram novas tarifas sobre bilhões de dólares em produtos uns dos outros.
O presidente americano, Donald Trump, disse repetidas vezes que a China pagará esses custos, apesar de seu assessor econômico, Larry Kudlow, ter admitido que cabe às empresas americanas pagarem as tarifas sobre quaisquer bens trazidos da China.
Trump afirma também que a guerra comercial é boa para os EUA e gera bilhões de dólares para o Tesouro americano. Ele está certo? Quem vai perder mais à medida que o conflito aumenta?
Quem paga de fato pelo aumento de tarifas nos EUA?
Os importadores americanos, e não as exportadoras chinesas, pagam as tarifas sob a forma de impostos ao governo dos EUA, afirma Christophe Bondy, advogado da Cooley LLP.
Bondy, que foi consultor-sênior do governo canadense durante as negociações do acordo de livre-comércio entre Canadá e a União Europeia, diz que é provável que esses custos adicionais sejam simplesmente repassados aos consumidores americanos na forma de preços mais altos.
"As tarifas têm um efeito avassalador nas cadeias de suprimentos", disse.
© BBC
Qual é o impacto da guerra comercial na China?
A China continua sendo o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, com alta de 7% nas exportações no ano passado. No entanto, os fluxos comerciais para os EUA caíram em 9% no primeiro trimestre de 2019, sinalizando que a guerra comercial está começando a surtir efeitos mais significativos.
Apesar disso, Meredith Crowley, especialista em Comércio da Universidade de Cambridge, diz que não há evidências de que as empresas chinesas tenham cortado seus preços como uma estratégia para não perder vendas às empresas americanas.
"Alguns exportadores de produtos altamente substituíveis acabam de sair do mercado, já que as empresas americanas começaram a importar de outros lugares. Suas margens são muito baixas, e as tarifas estão claramente prejudicando essas empresas."
"Acho que aqueles que vendem produtos altamente especializados não reduziram seus preços, possivelmente porque os importadores dos EUA confiam demais neles."
E qual tem sido o impacto nos EUA?
De acordo com dois estudos acadêmicos publicados em março, empresas e consumidores americanos pagaram quase todo o custo das tarifas comerciais dos EUA impostas às importações da China e a outros países no ano passado.
Economistas do Banco Central de Nova York, da Universidade Princeton e da Universidade Columbia calcularam que as tarifas impostas a uma ampla gama de importações, de aço a máquinas de lavar, custam US$ 3 bilhões por mês em custos tributários adicionais.
Eles identificaram também mais US$ 1,4 bilhão em perdas relacionadas à demanda.
Outro estudo, assinado por nomes como Pinelopi Goldberg, economista-chefe do Banco Mundial, também descobriu que os consumidores e as empresas americanas estavam pagando a maior parte dos custos das tarifas.
Segundo sua análise, depois de levar em conta a retaliação de outros países, as maiores vítimas das guerras comerciais de Trump foram os agricultores e trabalhadores em áreas que apoiaram Trump nas eleições presidenciais de 2016.
© BBC
Por que as empresas dos EUA não vão simplesmente comprar em outros países?
Trump disse que as empresas dos EUA que importam da China devem procurar os produtos em outro lugar - talvez no Vietnã - ou, melhor ainda, comprar de fabricantes americanos.
Mas Bondy, especialista em acordos comerciais, diz que essa mudança não é tão simples.
"Leva muito tempo para a produtividade e as cadeias de valor serem reorientadas, e tudo isso tem um custo. Pegue como exemplo as tarifas de aço que os EUA impuseram no ano passado - não é como se de repente houvesse centenas de novas fábricas sendo construídas nos EUA."
A China também é uma potência industrial, superando seus rivais mais próximos, o que dificulta sua substituição nas cadeias globais de fornecimento.


© Getty Images Presidente Obama aumentou tarifas sobre pneus chineses, mas especialistas afirmam que americanos pagaram a conta

Tarifas comerciais já funcionaram em algum momento?

Há pouca evidência para afirmar que essas medidas são efetivas, afirmam tanto Bondy quanto Crowley, de Cambridge.

Em 2009, o então presidente americano, Barack Obama, aplicou uma alta tarifa de 35% sobre pneus chineses, citando um aumento nas importações que custavam empregos nos EUA.
Mas uma pesquisa do Instituto Peterson de Economia Internacional de 2012 mostrou que, embora cerca de 1.200 empregos tenham sido economizados, o dinheiro extra que os consumidores americanos precisaram gastar levou à redução de gastos em outros bens de varejo, "indiretamente diminuindo o emprego no setor".
"Somando-se à coluna das perdas, a China retaliou impondo normas antidumping às exportações de peças de frango dos EUA, custando à indústria cerca de US$ 1 bilhão em vendas", afirmava esse documento.
O único exemplo geralmente dado para defender as tarifas é a decisão do ex-presidente americano Ronald Reagan de impor altas taxas às motocicletas japonesas em 1983.
O movimento é creditado como um resgate da concorrente americana Harley Davidson de uma onda de competidores estrangeiros.
Mas alguns argumentam que foram os próprios esforços da empresa - incluindo modernizar suas fábricas e construir motores melhores - que realmente impulsionaram sua recuperação.
As tarifas dos EUA forçarão a China a aceitar um acordo?

Crowley, de Cambridge, afirma que a conjuntura de obrigações e necessidades pode atrair a China de volta à mesa de negociações, mas a especialista não espera que eles ofereçam ou aceitem compromissos radicais.
"Sim, os chineses estão tendo uma desaceleração maior no crescimento, e exportam mais para os EUA do que vice-versa, então sofrerão mais com uma guerra comercial. Mas eles não estão realmente interessados em mudar suas leis, e mesmo se o fizerem, eles realmente têm a cultura legal para impor isso?"
Bondy, que assessorou o Canadá no acordo com a União Europeia, acha que as ameaças tarifárias do Trump tratam mais de aumentar sua base de eleitores de olho na reeleição em 2020 e emplacar manchetes em sites e jornais.
"As tarifas são mais fáceis de entender do que o trabalho árduo de negociar conjuntos comuns de regras sobre coisas como o comportamento de entidades estatais, proteção da propriedade intelectual, acesso justo a mercados e proteções básicas para trabalhadores e meio ambiente".



ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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