'Vamos jogar
pesado na Previdência', diz Bolsonaro
Agência Brasil
Questionado se o governo federal cumprirá as metas fixadas para os 100
dias, o presidente afirmou que a grande maioria vai ser atendida e o restante,
parcialmente
No último dia de
viagem a Israel, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta (3) que o
governo está empenhado na aprovação da reforma da Previdência. Ele reiterou que
está aberto ao diálogo e disse que nesta quinta (4), às 8h30 começa sua agenda
de audiências. Também afirmou que pode encontrar o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), para conversar.
"Vamos jogar
pesado na [reforma da] Previdência porque ela é um marco; se der certo, temos
tudo para fazer o Brasil decolar”, disse Bolsonaro pouco antes de
embarcar às 6h (horário de Brasília) rumo ao Brasil. São cerca de 20 horas de
voo. “O Parlamento é soberano para fazer polimentos e tirar alguma coisa.”
O presidente não
detalhou que aspectos podem ser modificados ao longo das discussões no
Congresso. Os parlamentares sinalizaram que devem alterar os pontos relativos
ao Benefício de Pagamento Continuado (BPC) e aos trabalhadores rurais.
Bem-humorado,
Bolsonaro usou expressões do futebol para sintetizar o processo da reforma da
Previdência. “Quem vai bater o pênalti é a Câmara, depois o Senado. Nós
gostaríamos que não tivesse mudanças. Mas não existe projeto sem mudança”,
acrescentou. “A boa Previdência é a que passa.”
Diálogo
Bolsonaro disse
estar disposto a encontrar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, (DEM-RJ), para
conversar. Segundo ele, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), está preparando
um jantar na sexta-feira (5). Mas afirmou que prefere um encontro em Brasília
por questão de saúde.
“Estou com 64 anos
não dá para ter uma batida dessas. Complica, de repente estou com problemas de
saúde”, disse. “Sou paraquedista e sei do desgaste que é subir e saltar.”
Desemprego
O presidente
confirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha no texto de uma
medida provisória (MP) para impulsionar a geração de emprego. Porém, não entrou
em detalhes.
Segundo Bolsonaro, o
objetivo é “tirar o peso do Estado do empreendedor”. O texto deve incluir
medidas de desburocratização.
Acordos
O presidente reiterou
os convites que recebeu para visitar os países árabes, entre eles os Emirados
Árabes. "Fui convidado por [representantes de] vários países árabes [para
visitá-los]. Não estamos em situação de buscar encrenca com ninguém. Quero é
solução.”
Bolsonaro disse que
respeita os palestinos e o Estado de Israel, não concorda com ações
terroristas, pois isso contraria seus princípios.
Na próxima semana, a
ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina, marcou
reunião com representantes de 51 países árabes para conversar sobre comércio e
economia.
Metas
Questionado se o
governo federal cumprirá as metas fixadas para os 100 dias, o presidente
afirmou que a grande maioria vai ser atendida e o restante, parcialmente.
"Mais de 90%
serão atendidos, 10% serão parcialmente [atendidos]”, disse ele, exemplificando
com a própria história. “Meu plano deu certo, pois saí do zero e hoje sou
presidente.”
Em seguida, em tom
de brincadeira lembrou o quanto é pesado o cargo que exerce. “Estou
envelhecendo, a barra é pesada.”