sábado, 16 de fevereiro de 2019

FUNCIONÁRIOS DA VALE PRESOS POR SUPSEITA DE FRAUDES EM LAUDOS DA BARRAGEM DE BRUMADINHO


Ministério Público suspeita que Vale tenha usado laudos forjados para barragem

Raul Mariano – Jornal Hoje em Dia











Os oito funcionários da Vale, presos nessa sexta-feira em Belo Horizonte, foram citados em depoimentos dos engenheiros detidos em 29 de janeiro


Um suposto esquema de fraude no monitoramento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, é investigado pelo Ministério Público mineiro. A suspeita é a de que funcionários da Tuv Sud – empresa alemã responsável pelas vistorias técnicas – tenham sido pressionados pela Vale a assinarem os laudos atestando condições favoráveis do reservatório. Nessa sexta-feira, oito pessoas ligadas à Vale foram presas temporariamente.
Por meio da análise de e-mails trocados entre agentes da mineradora e da empresa de auditoria, os investigadores levantaram a hipótese de que haveria um “esquema patrocinado pela Vale, no sentido de maquiar dados técnicos, externalizando, falsamente, a situação de normalidade (…) possibilitando que a situação de risco da barragem fosse perpetuada”.
Segundo as mensagens, revela a decisão judicial que embasou o pedido de prisão, funcionários da Tuv Sud já haviam constatado anormalidades na barragem I, em Brumadinho, desde 2018. Eles também teriam expressado claramente que se sentiam forçados a emitir os laudos favoráveis à mineradora sob o risco de perderem o contrato firmado.
Em maio do ano passado, um dos engenheiros da terceirizada chegou a afirmar aos colegas de empresa, por e-mail, sobre a impossibilidade de assinarem a Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem na Mina do Feijão. Na mesma mensagem, pontuou: “como sempre a Vale irá nos jogar contra a parede e perguntar: e se não passar, irão assinar ou não?”.
Na conclusão do documento, o juiz Rodrigo Heleno Chaves, da 2ª Vara da Comarca de Brumadinho, afirma que em janeiro deste ano, dias antes do desastre, uma “alteração drástica” nos piezômetros – dispositivos usados para medir a pressão das barragens – indicava que “não havia outra alternativa aos funcionários da Vale” senão a de acionar a imediata evacuação da área.
O magistrado também afirma que os oito funcionários da mineradora, mesmo não desejando diretamente que a tragédia acontecesse, assumiram o risco real de que ela ocorresse, “pois já haviam previsto e aceitado as consequências”.
Os seis homens presos temporariamente seriam levados para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. As mulheres seguiriam para o Complexo Estevão Pinto, no bairro Horto, na capital mineira
Prisões
Entre os funcionários da Vale presos estão o gerente-executivo de geotecnia da companhia e a equipe responsável por acionar o plano de emergência.
O advogado Lucas Laire, mestre em direito penal e professor da PUC Minas, explica que, apesar dos indícios de que os funcionários tinham conhecimento dos problemas na barragem, há poucas chances de que sejam condenados por homicídio qualificado, tese defendida pela promotoria.
“A jurisprudência no Brasil ainda é bem resistente à hipótese de dolo eventual (quando a pessoa não tem a intenção, mas assume o risco de matar)”, explica. “Mas caso haja o entendimento de que houve homicídio qualificado, a pena vai de 12 a 30 anos, podendo aumentar de acordo com o número de mortes”, acrescenta.
Laire destaca, ainda, que em casos como o do rompimento da barragem em Brumadinho, é normal que muitas pessoas sejam presas no primeiro momento. “Mas quando se inicia a defesa técnica, (a acusação) não se sustenta. São condutas claramente culposas (sem intenção), o problema é que as penas são pequenas”, conclui o professor.

Ouro Preto
As conversas interceptadas pelo Ministério Público revelam ainda que a barragem de Forquilha III, também da Vale, localizada em Ouro Preto, na região Central do Estado, teria problemas e mesmo assim receberia o aval da empresa responsável com base nas “promessas de intervenções de melhoria”.
A VOGBR, mencionada no documento como a companhia a cargo da vistoria da estrutura, informou por nota, nessa sexta-feira, que “não realizou inspeção de segurança com emissão de Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) da referida barragem” e que já prestou esclarecimentos a Polícia Federal” sobre o caso.
A Vale declarou, também em nota, contar com laudos técnicos, preparados por auditoria independente, atestando a segurança e estabilidade de Forquilha III. A empresa ainda informou que, no caso de Brumadinho, os responsáveis pelo monitoramento tinham autonomia para agir caso fosse constatada a necessidade de evacuação da área.
“Considerando a qualificação, nível de especialização e autonomia do corpo técnico local e para assegurar a agilidade de resposta, nem a Diretoria Executiva, nem o Conselho de Administração precisam ser envolvidos em decisões relativas a situações emergenciais”, afirmou a companhia.
O Hoje em Dia localizou os advogados de parte dos envolvidos, mas os defensores afirmaram que qualquer manifestação sobre os funcionários da mineradora “estaria centrada na Comunicação da Vale”.
A Tuv Sud não comentou a investigação criminal. Sobre o rompimento da barragem, declarou que contribui com as apurações.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Agência Nacional de Mineração (ANM) foram questionadas sobre novas medidas para fiscalização das mineradoras, mas não se posicionaram.
(Colaboraram Bruno Inácio e Mariana Durães)



TRUMP QUER CONSTRUIR O MURO DE QUALQUER JEITO


Trump declara emergência nacional para construir muro

Agência Brasil











Trump afirmou que sua determinação é motivada pela “necessidade” de conter a insegurança na região fronteiriça

Trump afirmou que sua determinação é motivada pela “necessidade” de conter a insegurança na região fronteiriça


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (15) que vai declarar ainda nesta sexta-feira “emergência nacional” para financiar o muro na fronteira com o México. Em entrevista coletiva concedida no jardim da Casa Branca, ele disse que assinaria a declaração ao "voltar ao Salão Oval".
O norte-americano lembrou que o muro foi uma promessa de campanha. Mas que sua determinação é motivada pela “necessidade” de conter a insegurança na região fronteiriça.
“Temos grande quantidade de drogas entrando no nosso país e muito vindo pela fronteira sul”, ressaltou.
Trump elogiou a atuação dos militares na regição fronteiriça. “Conseguimos demantelar duas caravanas que estavam entrando no país”, disse. Segundo ele, os militares trabalham intensamente para impedir a entrada de imigrantes ilegais.“[A declaração de emergência nacional] já foi assinada muitas vezes antes e deu aos presidentes o poder. [Eles] assinaram em casos bem menos importantes. Estamos falando de uma invasão do nosso país com drogas, tráfico humano e com todo tipo de criminosos e gangues”, disse.
No pronunciamento, Trump afirmou que sabe que a medida será alvo de reações e disputada na Justiça, inclusive na Suprema Corte. No entanto, ele disse que está convencido que espera ganhar as ações.
Custos
Na quinta-feira (14) o Congresso norte-americano aprovou a proposta de orçamento, impedindo uma nova paralisação no país. Trump queria incluir cerca de US$ 2 bilhões para a construção do muro. Porém, há divergências políticas em torno da construção.
Segundo Trump, há muros como o que ele quer construir em El Paso, no Texas, e que funcionam. “Muros funcionam 100%”, destacou. Segundo ele, este é apenas um exemplo. “Todo mundo sabe que esses muro funcionam.”
De acordo com o norte-americano, gostaria de ver "uma grande reforma da imigração, não apenas um muro".
Vítimas
Trump fez a declaração na presença da imprensa e de grupos de famílias de vítimas de imigrantes, segundo ele, ilegais. Ele citou nominalmente uma senhora que perdeu a filha e outra que o marido foi assassinado.
Segundo o presidente, há uma grande quantidade de drogas letais entrando nos Estados Unidos. Ele lembrou que o “mercado” consumidor dos Estados Unidos é “gigantesco”. “Nós temos uma invasão de drogas e de pessoas, isso é inaceitável”, disse. “Nós queremos interromper o fluxo de drogas e criminosos no nosso país.”
Negociadores dos partidos Republicano e Democrata encarregados da elaboração de uma proposta orçamentária capaz de comandar apoio bipartidário no Congresso dos Estados Unidos terão uma nova reunião nesta segunda-feira (11) para reavivar as conversas sobre questões de segurança na fronteira, centrais na tarefa de evitar uma nova paralisação parcial do governo no sábado. Um ar de pessimismo, no entanto, perdura após a interrupção do diálogo ao longo do fim de semana.

Entre as causas do hiato estão as demandas da oposição de que haja um limite ao número de migrantes que autoridades podem deter, e os dois lados seguem separados em torno de quanto dinheiro deve ser reservado para o muro que o presidente Donald Trump exige construir na divisa com o México. No último minuto desta sexta-feira, expira o orçamento-tampão de três semanas acertado entre as duas legendas para dar tempo à tentativa de se fechar um acordo definitivo.

A disputa em torno das detenções pela Fiscalização de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) vai ao âmago da visão de cada partido sobre a imigração. Republicanos se posicionam a favor de uma fiscalização rígida com base nas leis de imigração e têm pouco interesse em flexibilizá-las se os democratas se recusarem a financiar o muro fronteiriço.

Já a oposição despreza a proposta da barreira e, em troca pela verba para segurança na fronteira, quer cortar o que vê como fiscalização desnecessariamente dura pela ICE.

Em aparições nas emissoras NBC e Fox News, o chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney disse que "absolutamente não dá" para eliminar a possibilidade de um novo shutdown se um acordo não for alcançado em torno do muro de outras questões fronteiriças.
"Você não pode tirar um shutdown da mesa e você não pode pegar US$ 5,7 (bilhões) da mesa", ele afirmou à NBC, "mas se você terminar em algum lugar no meio, é, então o que você provavelmente vai ver é o presidente dizer, 'É, ok, e vou achar o dinheiro em algum outro lugar", concluiu, referindo-se à soma pedida pela Casa Branca exclusivamente para construir o muro.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 16/02/2019


Humilhação

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini










O ministro da Secretaria da Presidência, Gustavo Bebianno, está praticamente demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e não caiu na real. É essa a sensação entre aliados dentro e fora do Palácio. A indicação do presidente em dizer que ele mentiu ao citar contato, e o áudio divulgado pelo filho, vereador Carlos Bolsonaro, com um ‘fora’ do presidente para o ministro, foram o suficiente para indicar a porta de saída. Os Bolsonaro querem forçar a saída do ministro. Caso não saia, é passivo de demissão após o Carnaval. Bebianno usou o PSL durante a campanha como bem entendeu, e isso incomodou muito Bolsonaro e os filhos. Agora, ficou notório.
Pai & filho
O projeto de poder de Bebianno nunca foi bem visto por Carlos, um nome fora do Governo, mas o filho e aliado mais próximo hoje do presidente. Ele e pai estão afinados
O cerne
Bebianno tentou controlar toda a direção do Patriota – executivas nacional e estaduais –como condicionante para Bolsonaro se lançar pelo partido. Mas foi impedido pelo presidente da legenda, Adilson Barroso, que relatou o episódio à época à Coluna.
Vai nessa
Bebianno partiu para o plano B, e conseguiu o cenário que precisava no PSL. Bolsonaro topou, deu-lhe poder, sem acompanhar de perto as negociações.
Agora, a conta
Com o PSL nas mãos, Bebianno iniciou articulações de candidaturas de senadores e governadores em todos os Estados. Os Bolsonaro ficaram alheios à operação. Agora, a conta pode começar a aparecer: operações suspeitas de repasses de fundo eleitoral.
O defensor
Só o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defende Bebianno dentro do Palácio. É ele quem convence líderes a defenderem Bebianno na mídia. Enquanto ele e Bebianno apontam ingerência desnecessária de Carlos no Governo, o núcleo militar e restante dos ministros já trabalha com hipótese de afastamento em algumas semanas.
Oposição pontual
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), tem reunido a bancada mais de uma vez por semana. Combinaram de fazer uma ofensiva nas redes sociais ( ferramenta que alçou Bolsonaro ao estrelato ). E que a oposição do PT não será grito geral, mas pontual. Em suma, não vão mirar a atirar em crises do Governo (como caso Bebianno), mas trabalhar contra projetos de Bolsonaro que possam prejudicar o social.
Trânsito sigiloso
Ex-governador da Bahia mas também ex-ministro da Defesa, o senador petista Jaques Wagner tem tido uma excelente interlocução com militares de alta patente do Governo. Em especial com o almirante Bento Costa, ministro de Minas e Energia.
Fraude
O corregedor do Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), montou força-tarefa com servidores do gabinete, de outros departamentos e policiais legislativos para analisar imagens da sessão que elegeu o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). Vão investigar o milagre da mão boba: como notório, apareceram na urna 82 votos para 81 senadores. O caso pode dar cassação a senador caso constate que um deles votou duas vezes.
Lupa na tela
Na última terça-feira, Rocha recebeu mais de 11 mil fotos de vários ângulos do plenário do Senado. À Coluna, o tucano adianta que pretende concluir a análise das imagens nos próximos 15 dias. “São muitas horas de filmagens e milhares de fotos, mas pretendemos concluir essa etapa da apuração no curso deste mês”, afirma.
Continência
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, pediu e deputados desistiram da pressão para tentar recriar o Ministério da Segurança Pública. O deputado Capitão Augusto (PR-SP), um dos principais interlocutores de Moro no Congresso, já até engavetou o texto da emenda que previa a recriação da pasta no bojo das discussões do pacote anticrime.
Mais do mesmo
Deputados da Frente Parlamentar da Segurança Pública – a tal ‘bancada da bala’ - vão apresentar vários projetos ao pacote anticrime de Moro, entre eles o que prevê a instalação (de novo?) de bloqueadores de celulares em presídios.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...