sábado, 9 de fevereiro de 2019

CHANCE DE ENCONTRAR CORPOS EM BRUMADINHO-MG ESTÁ DIMINUINDO


Dezessete corpos são identificados pelo IML e cai para 165 o número de desaparecidos em Brumadinho

José Vítor Camilo










Apesar de todo o trabalho dos bombeiros, nenhum corpo foi localizado nesta sexta-feira (8)


Caiu para 165 o número de pessoas desaparecidas no rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi divulgada no fim da tarde desta sexta-feira (8) pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec-MG), que confirmou a identificação de outros 17 corpos pelo Instituto Médico Legal (IML), o que reduziu a lista das vítimas desaparecidas.
Com a atualização, chega a 151 o número de óbitos já identificados até o momento, sendo que somente outros seis corpos estão sem identificação. Além disso, há ainda duas pessoas hospitalizadas e 138 desabrigadas pela tragédia.
Esta sexta, 15º dia de buscas desde o rompimento, foi o primeiro dia em que nenhum corpo foi localizado pelo Corpo de Bombeiros. Ao todo, a corporação conta com um efetivo total de 369 pessoas, sendo 143 militares da corporação, 64 da Força Nacional, 118 militares de outros estados e 29 voluntários.
Ao longo do dia, o foco das buscas foram na usina ITM, na área administrativa (refeitório, casa e estacionamento), na área da ferrovia da Vale e em outras áreas com acúmulo de rejeito. Foram 22 equipes diferentes em campo, além de dois botes fazendo buscas no rio Paraopeba. Nos trabalhos também foram utilizadas 28 máquinas pesadas, 12 aeronaves e 17 cães farejadores.
Mais cedo o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros de Minas, concedeu entrevista e explicou que é normal a diminuição de encontro de vítimas neste momento do resgate. "Começamos as buscas em partes mais profundas, o que é mais difícil e demanda um trabalho mais cuidadoso", explica.
No início da semana, o tenente chegou a dizer que é possível que alguns corpos levados e soterrados pela lama nunca mais sejam recuperados, tanto devido ao estado de decomposição, quanto à dificuldade de acesso. Ele garantiu, porém, que o objetivo é recuperar todos.

O GOVERNO QUER PRIVATIZAR TODAS AS ESTATAIS


Guedes defende privatizações e diz que a velha política morreu

Agência Brasil











Guedes disse as estatais não serão usadas para manter “uma forma equivocada de fazer política”



O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender nesta sexta-feira (8) o processo de privatização de estatais vinculadas ao governo federal. Em palestra na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sobre a desestatização do setor elétrico, Guedes disse as estatais não serão usadas para manter “uma forma equivocada de fazer política”.
“Nós temos que pensar também que a velha política morreu. Nós não sabemos ainda qual é a nova, mas essa morreu. As estatais não vão mais alimentar uma forma equivocada de fazer política, esse excesso de gasto do governo que corrompeu a democracia e travou o crescimento da economia,” argumentou.
Ao participar do seminário Desestatizações no Setor Elétrico: Distribuidoras Federalizadas, o Papel do BNDES e Parceiros Institucionais, Guedes disse que o processo de privatização das distribuidoras da Eletrobras, levado a cabo no fim do ano passado, é um excelente exemplo que deve servir de referência para os próximos programas de privatizações.
Depois de ressaltar que as estatais não vão mais alimentar essa fórmula equivocada, que vigorou até recentemente, de fazer política, o ministro disse que esse modelo atrasou o crescimento do país. “E a própria classe política já percebeu esse equívoco. E lá tem muita gente boa, gente séria, mas também tem gente que quer fazer bagunça”, afirmou Guedes.
Segundo o ministro da Economia, as empresas estatais são “um ninho de corrupção, e não servem para nada”. Na palestra, Gudes afirmou que a princípio era favorável à privatização de todas as estatais, mas que o presidente Jair Bolsonaro e os militares defendem a manutenção de algumas delas.
Reforma da Previdência
O ministro da Economia também defendeu a reforma da Previdência, a principal pauta econômica do governo. “Se formos analisar as contas hoje, o principal gasto é com a Previdência. Quebraram nossa Previdência num sistema de repartição condenado porque, antes do Brasil envelhecer, o sistema já deu sinais de colapso. Então, tem que fazer uma reforma.”
Segundo Guedes, o Estado está gastando muito com o sistema previdenciário, “que vai quebrar, que é uma fábrica de desigualdade, promove privilégios, transfere renda de pobre para quem tem mais recursos. O ministro criticou os gastos do país com a dívida púbica, que, para ele, possibilitaria a reconstrução de uma Europa por ano.
“É a segunda grande despesa pública: o Brasil reconstrói uma Europa por ano só pagando juros sobre a dívida interna. Não é razoável, tem que fazer uma operação de salvamento”, afirmou.
Como terceiro grande gasto do governo federal, Guedes citou a própria máquina pública do governo. “Dentro dessa máquina, uma série de empresas estatais que não têm mais capacidade de investimento. Não têm mais recursos para investir, estão quebradas financeiramente, perdendo dinheiro, gerando dívida, às vezes ninhos de corrupção, empreguismo. Não investe e não deixa ninguém investir”, afirmou.
Para o ministro, esse modelo se esgotou. “Vamos ter que passar o filme ao contrário. Vamos ter que segurar gastos por alguns anos, e eu gostaria que fossem algumas décadas. Você não precisa cortar [custos], é só não deixar crescer. Não precisa ser traumático, é só exercer o controle.”

COLUNA ESPLANADA DO DIA 09/02/2019


Voto aberto
Coluna Esplanada – Leandro Mazzini











A proposta (PRS 53/2018) que acaba com o voto secreto para presidente e outros cargos irá tramitar em regime de urgência no Senado. Autor do projeto e um dos articuladores da vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP), o senador Lasier Martins (PSD-RS) já conseguiu as assinaturas (21) necessárias para a urgência de tramitação na Comissão de Constituição e Justiça, onde aguarda definição de um relator. Texto modifica o artigo 60 do Regimento do Senado que sustenta o voto secreto nas eleições da Mesa Diretora.
Dirceu na tela
José Dirceu vai ao Rio, dia 23, para encontro com amigos que vão ajudá-lo no documentário de TV sobre suas memórias. Dia 24 sobe a Petrópolis para autógrafos.
Ministério
O ministro Marcelo Álvaro, do Turismo, que retomou o cargo ontem contra previsões pessimistas de investigações, montou um gabinete todo mineiro, de sua terra.
Mãos ao alto!
O histórico de CPIs – e o que delas resultou – alerta o povo para que desconfie de parlamentares insistentes em investigação da Vale. É caso de Polícia, e só.
Contra-Decretos
A oposição na Câmara já apresentou nove projetos de decreto legislativo (PDL) para tentar derrubar medidas do Governo Jair Bolsonaro que entraram em vigor em Janeiro. Um deles, da deputada Margarida Salomão (PT-MG), pretende suspender o Decreto 9.690/19 que alterou a Lei de Acesso à Informação e ampliou o número de servidores que podem classificar os dados sigilosos.
Maldição do cargo
O todo poderoso Onyx Lorenzoni (3 ministérios e as presidências das Casas no Congresso na conta) virou o alvo dos deputados do Centrão na Câmara. É a turma que quer dificultar a aprovação da reforma da Previdência e do pacote anticrime.
Boi de ouro
O ex-governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, tem chance inédita de explicar, diante da quase moratório do Estado, o decreto de fim de ano que concedeu perdão de quase R$ 1 bilhão em ICMS à JBS, três anos atrás.
Brumadinho 
Os cerca de 400 bombeiros do Estado de Minas – guerreiros incansáveis, vale ressaltar – dão conta do trabalho de busca de desaparecidos no lamaçal da Vale. Será mesmo? Ou precisam da ajuda de quase 2 mil soldados das Brigadas de BH e de Juiz de Fora que o Exército disponibilizou, não requisitados pelo governador Romeu Zema?
Mão de obra
Em nota à Coluna, a assessoria do Governo de Minas informa que os soldados não têm o preparo técnico dos bombeiros, e que o Exército tem colaborado com cessão de helicópteros e pessoal de apoio, como a desobstrução da pista da MG-040.
Lula e Marisa
A direção do PT fará homenagem amanhã à dona Marisa, esposa falecida do ex-presidente Lula da Silva, durante a festa dos 39 anos de fundação do partido na quadra do Sindicato dos Bancários, em São Paulo. Amigos e advogados que visitaram Lula na prisão disseram que o ex-presidente fala muito na esposa, que morreu há dois anos.
Coluna no rádio
O colunista estreou como comentarista da Rádio Globo Noroeste Paulista, sede São José do Rio Preto, no programa Café das Seis com o experts Carlos Viana, Alexander Mamed e Andressa Zafalon. Todas as segundas, com bastidores de Brasília para conceituada rádio e ouvintes de 40 cidades da região.
Coluna na TV
Retomaremos em março o boletim semanal para o telejornal Mais Notícias, comandado por Luiz Fernando Rocha na Rede Mais, Record TV de Minas Gerais.

ESPLANADEIRA
. A Tegra Incorporadora, do Grupo Brookfield, promove eventos de experimentação para dois de seus empreendimentos no Rio de Janeiro, amanhã, em Jacarepaguá, e dia 14 no Volp40, em Botafogo,

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

ATIVIDADES FÍSICAS E SOCIAIS PROTEGEM O CÉREBRO DO ALZHEIMER


Atividades físicas e sociais protegem cérebro de danos do Alzheimer

Agência Brasil










Os estímulos promovem mudanças morfológicas e funcionais no cérebro, que protegem o órgão de lesões que causam as perdas cognitivas


Atividades físicas, sociais e de lazer praticadas por idosos e pacientes com doença de Alzheimer podem ajudar a preservar funções cognitivas e a retardar a perda da memória, mostra novo estudo desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP) e na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Os estímulos promovem mudanças morfológicas e funcionais no cérebro, que protegem o órgão de lesões que causam as perdas cognitivas.
A descoberta foi feita por meio de um experimento com camudongos transgênicos, os quais foram alterados geneticamente para ter uma super expressão das placas senis no cérebro. Essas placas são uma das características da doença de Alzheimer. Os animais foram separados em três grupos: os transgênicos que receberiam estímulos, os transgênicos que não receberiam e os animais-controle que não têm a doença.
“Quando eles estavam um pouquinho mais velhos, por volta de 8 a 10 meses, colocamos parte desses animais em um ambiente enriquecido, que é uma caixa com vários brinquedos, e fomos trocando os brinquedos a cada dois dias”, explicou Tânia Viel, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coordenadora do projeto.
O experimento durou quatro meses e, após esse período, eles foram submetidos à avaliação de atividade motora, por meio de sensores, e de memória espacial, com um teste chamado labirinto de Barnes. Os resultados mostram que os camudongos transgênicos que foram estimulados com os brinquedos tiveram uma redução de 24,5% no tempo para cumprir o teste do labirinto, na comparação com os animais que não estiveram no ambiente enriquecido.
Também foram analisados os cérebros dos camundongos. Ao verificar as amostras do tecido cerebral, os pesquisadores constataram que os animais transgênicos que passaram pelos estímulos apresentaram uma redução de 69,2% na densidade total de placas senis, em comparação com os que não foram estimulados.
Além da diminuição das placas senis, eles tiveram aumento de uma proteína que ajuda a limpar essa placa. Trata-se do receptor SR-B1, que se expressa na célula micróglia. O receptor faz com que essa célula se ligue às placas e ajude a removê-las. “Os animais-controle, sem a doença, tinham essa proteína que ajuda a limpar a placa, inclusive todo mundo produz essa proteína. Os animais com Alzheimer tiveram uma redução bem grande dessa proteína e os animais do ambiente enriquecido [que tiveram estímulos] estavam parecidos com os animais-controle”, explicou Viel.
A pesquisadora diz que o trabalho comprova hipóteses anteriores e que agora o grupo trabalha para ampliar a verificação em cães e seres humanos. Para isso, será necessário, inicialmente, descobrir marcadores no sangue que apontem a relação com a doença de Alzheimer.
“Em ratos, a gente analisa o cérebro e o sangue para ver se esses biomarcadores estão tanto no cérebro quanto no sangue. Quando a pessoa perde a memória, há algumas proteínas que aumentam no cérebro e outras que diminuem. Nos cães e nos seres humanos, a gente está vendo só no sangue”, justificou. Com a descoberta desses marcadores no sangue, será possível fazer experimentos similares ao do camundongo, com testes motores e de memória, para confirmar ou descartar as alterações em cães e seres humanos após os estímulos.
Para Tânia Viel, como não se sabe qual ser humano desenvolverá a doença, quanto mais aumentar a estimulação na vida dele, melhor vai ser para a proteção do cérebro. “É mudar a própria rotina. Muita gente fala que não teve tempo para fazer outras coisas, mas se a pessoa tiver condições e puder passear no quarteirão, já começa por aí, fazer uma atividade física e uma atividade lúdica, passear com cachorro, com filho, curso de idiomas, de dança. Isso ajuda a preservar o cérebro”, sugere.