segunda-feira, 26 de novembro de 2018

COLUNA ESPLANADA DO DIA 26/11/2018


Café Frio

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini











Os governos de transições já estão mandando nos Estados em que a oposição venceu e no governo federal. No Rio, São Paulo, Minas Gerais, em especial, secretários de Estado das atuais gestões se revezam nos gabinetes de transição fora dos palácios, sem conforto, às vezes em fila de espera, para conversar com Wilson Witzel, João Doria e Romeu Zema, respectivamente. As gestões estão praticamente paralisadas. Em Brasília, o Palácio do Planalto transformou-se num silêncio da solidão de quem por ali passa, como Eliseu Padilha, que já perdeu o poder com o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mandando no atual e futuro Congresso Nacional.
Na moita
É questão de tempo. Essa fase da Lava Jato nessa sexta-feira em vários Estados sobre superfaturamento da sede da Petrobras na Bahia cerca para valer José Sérgio Gabrielli.
Nova regra
A frota de jatos da FAB, que transporta autoridades, ficará mais para transporte de órgãos a partir de 2019. A ordem no Governo Bolsonaro é avião de carreira para ministros.
Desespero Air
Veja o desespero do grupo de Valdemar da Costa Neto, o “dono” do PR, que manda desde o Governo Lula no Ministério dos Transportes e na Infraero. Como Valdemar levou um “fora” de Bolsonaro numa reunião em que sugeriu aliança, e vai perder toda a bocada de cargos – com pastas com orçamentos bilionários – sua trupe começou a se aproximar, devagar, de militares.
Sem chances
“Transportes” vai integrar o superministério da Infraestrutura – que também deve abranger a Infraero – e vai ficar na mão de sérios militares que sabem fazer obras e tocar uma gestão sem apadrinhamentos políticos. Assim espera Bolsonaro. Mas, o presidente da Infraero, Antonio Claret, apadrinhado de Valdemar, começou a taxiar perto de militares na esperança de ficar no futuro governo.

Regalias 
As mordomias das pastas também vão acabar. Claret, por exemplo, mora em BH e faz ponte aérea com Brasília. Tem carro com motorista, secretárias, hospedagem em hotel de luxo e tudo o mais que o atual cargo pode oferecer.
Nome do PCdoB
Reeleito para o Governo do Maranhão e indicado pelo PCdoB para ser o candidato à presidência em 2022, Flávio Dino (que renunciou ao cargo de juiz há anos, quando concorreu, pela primeira vez, a deputado federal), passará o sábado no Rio de Janeiro.

Em campanha
Dino quer pavimentar sua candidatura ao Planalto desde já e deve rodar o país. Nessa sexta-feira, tinha programada palestra, aberta ao público, organizada por estudantes e professores, numa livraria no Centro do Rio. O tema? “O que fazer com o Governo Bolsonaro”.

Boas vinda$
O governo federal quer dar um alívio para os imigrantes endinheirados – sejam da Venezuela, a massa atual, ou de outros países. Quem investir em imóvel no Brasil terá autorização para residência permanente. É a Resolução nº 36 do Ministério do Trabalho.

Perfil latino
Fato é que, nessa onda de debandada venezuelana, os milionários estão indo para o Caribe e Miami; os ricos vêm para Brasil – onde compram imóveis em Manaus, Rio e cidades do Sul – ou para Argentina e Chile. E os pobres ficam em Pacaraima...
Esplanada cultural
A ex-primeira-dama da França Carla Bruni gravou, há dois dias, em Paris, a convite do produtor Celso Fonseca, uma participação especial no CD “Mart’nália Canta Vinicius de Moraes”, que a cantora filha de Martinho da Vila lançará brevemente. A música escolhida pela intérprete e ex-m
odelo francesa foi “Insensatez”.

sábado, 24 de novembro de 2018

MÉDICOS ADIAM A CIRURGIA DE BOLSONARO


Cirurgia de Bolsonaro é adiada para depois da posse

Agência Brasil









Jair Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen durante ato político, em Juiz de Fora, em 6 de setembro


Prevista para 12 de dezembro, a cirurgia para retirada da bolsa de colostomia usada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro foi adiada. A informação consta de boletim médico emitido nesta sexta-feira (23) à tarde pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Bolsonaro esteve no Einstein nessa manhã e foi submetido a exames laboratoriais, de imagem e a consultas médicas.
Segundo os médicos, ele "encontra-se bem clinicamente e mantém ótima evolução, porém os exames de imagem ainda mostram inflamação do peritônio e processo de aderência entre as alças intestinais". Devido a esse quadro, a equipe informou que decidiu, em reunião multiprofissional, "postergar a realização da reconstrução do trânsito intestinal."
Bolsonaro será reavaliado em janeiro para definição do momento ideal da cirurgia. Assinam o boletim os médicos Antônio Luiz Macedo, cirurgião, Leandro Echenique, clínico e cardiologista, e Miguel Cendoroglo, diretor superintendente do Albert Einstein.
O presidente eleito chegou no final da manhã desta sexta a São Paulo para realizar os exames pré-operatórios. A avaliação médica precede a realização da terceira cirurgia a que Bolsonaro será submetido, desde que foi esfaqueado no abdômen por Adélio Bispo, durante ato político, em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro.
Ele fez uma cirurgia inicial, de grande porte, na Santa Casa de Juiz de Fora, depois uma segunda, já no Einstein, para corrigir a aderência. A estimativa é que o período de recuperação dessa terceira cirurgia demore de 10 a 15 dias.
Bolsonaro decolou de Brasília para São Paulo e pousou no aeroporto de Congonhas. Ele foi para o hospital de carro, escoltado por policiais federais. Um forte esquema de segurança foi montado nos arredores do Albert Einstein.
A retirada da bolsa de colostomia estava prevista para 12 de dezembro - 20 dias antes da posse, marcada para 1º de janeiro. Uma nova data só será marcada em janeiro.


O IMPÉRIO QUE O CAPANGA DE HUGO CHÁVEZ MONTOU NA VENEZUELA


Ex-guarda-costas de Chávez que lavou US$ 1 bilhão em propina vira 'delator nº 1'

Estadão Conteúdo












O homem que por anos foi a garantia de segurança de Hugo Chávez hoje é o grande trunfo de investigadores americanos para comprovar a corrupção na Venezuela. Detido nos EUA no ano passado, Alejandro Andrade é considerado peça-chave num inquérito internacional que busca dinheiro desviado pelo chavismo.

Na terça-feira (20), a Justiça dos EUA revelou a existência de um esquema ilegal de câmbio que movimentou subornos de mais de US$ 1 bilhão na Venezuela, hoje governada por Nicolás Maduro. Para que o sistema funcionasse, a corrupção passou por Andrade, catapultado do posto de guarda-costas para o de chefe do Tesouro Nacional.

A Justiça americana prendeu Andrade no final de 2017 e fechou com ele um acordo de delação premiada. Permitiu que ele permanecesse em prisão domiciliar, mas exigiu colaboração total.

Além de devolver avião, cavalos, relógios de luxo e propriedades, o venezuelano deu informações que levaram os americanos a abrir inquéritos contra pelo menos 20 diretores e ex-dirigentes da PDVSA, a estatal do petróleo da Venezuela.

A Justiça americana acredita que, com as informações de Andrade, pode descobrir quem eram os principais beneficiários do esquema de corrupção.

O processo nos EUA revela dezenas de transferências de milhões de dólares entre o banco HSBC, na Suíça, e a aquisição de bens de luxo no mercado americano. Em março de 2013 foram transferidos da Suíça para os EUA cerca de US$ 281 mil para a compra de um barco. No mesmo ano, foram gastos US$ 1 milhão para instalar um sistema de segurança na casa de Andrade.

Os investigadores suspeitam que o uso do banco na Suíça não é uma coincidência. A partir de 2005, o governo de Chávez fechou um acordo para que a instituição financeira em Genebra fosse a gestora do Tesouro. Em 2007, Andrade passou a ocupar o cargo e a ter autoridade sobre as contas secretamente mantidas na Suíça. Estima-se que essas contas possam ter acumulado US$ 14 bilhões.

Sua gestão no Tesouro Nacional foi alvo de duras críticas. A oposição o acusava de negociar com empresários o acesso ao mercado de câmbio em troca de propinas milionárias. Ainda em 2008, em audiência parlamentar, Andrade foi denunciado por ter montado o esquema financeiro com a compra de papéis da dívida de países como Bolívia e Argentina. Ainda em 2009, agências reguladoras americanas passaram a investigar as transações do Tesouro venezuelano.

Parte das suspeitas foi confirmada nesta semana pela Justiça americana, que indiciou dois empresários por pagamentos que movimentaram US$ 1 bilhão.

Andrade deixou o Tesouro em 2010 e passou a presidir o Bandes, o principal banco estatal venezuelano. O governo lhe fornecia uma unidade da Guarda Nacional Bolivariana para que fizesse a proteção permanente de sua família e de sua casa.

Quando Chávez morreu, em 2013, inimigos de Andrade chegaram a avisar a procuradora-geral, Luisa Ortega, que crimes cometidos por pessoas próximas ao líder custaram mais de US$ 20 bilhões para a economia. Procurado, o governo em Caracas não respondeu às perguntas da reportagem.

Ascensão

Com o fim do governo Chávez, Andrade se mudou para os EUA. Com um jato de luxo, fazia com frequência viagens para Caracas. O ex-segurança de Chávez passou a frequentar locais exclusivos na Flórida e dedicou seu tempo aos cavalos e aos jogos de polo. No total, teria cerca de 150 animais, sendo que alguns poderiam estar avaliados em US$ 500 mil.

A vida do guarda-costas nem sempre foi de luxo. Ele cresceu em um meio modesto, mas caiu nas graças de Chávez em 1992, ao participar do fracassado golpe militar. Durante a campanha eleitoral de 1998, foi seu segurança privado e, em 1999, elegeu-se deputado.

Muitos creditam à perda de um olho seu momento de sorte. Ele perdeu a vista em um golpe de "chapita", uma espécie de beisebol em que a bola é substituída por tampinhas de refrigerantes.

Em um jogo descontraído dentro próprio palácio do governo, uma das tampinhas acertou o olho de Andrade. Desde então, ele ficou ainda mais próximo de Chávez, que se tornou padrinho de seu filho mais novo.

DILMA, LULA E OUTROS INTEGRANTES DO PT VIRAM RÉUS NA JUSTIÇA BRASILEIRA


Lula, Dilma, Palocci e Mantega viram réus na Justiça Federal

Agência Brasil









Dilma e Lula, além de outros integrantes do PT, foram denunciados pelo crime de organização criminosa

A Justiça Federal em Brasília recebeu nesta sexta-feira (23) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além outros integrantes do PT, pelo crime de organização criminosa. A decisão foi proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara.
Com a decisão, além de Lula e Dilma, passam à condição de réus no processo os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Eles foram acusados pelo MPF de praticar “uma miríade [quantidade grande e indeterminada] de delitos” na administração pública durante os governos de Lula e de Dilma Rousseff, somando R$ 1,4 bilhão em desvio de recursos dos cofres públicos.
O caso começou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, mas foi remetido à primeira instância após os acusados deixarem os cargos e perderem o foro privilegiado.
Denúncia
A denúncia foi feita ao STF em setembro do ano passado. De acordo com a procuradoria, os crimes foram praticados de 2002 a maio de 2016 na Petrobras, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e no Ministério do Planejamento.
Segundo a acusação, o ex-presidente Lula foi um dos responsáveis pela liderança da organização criminosa.
“Nesse sentido, Lula, de 2002 até maio de 2016, foi uma importante liderança, seja por que foi um dos responsáveis pela constituição da organização e pelo desenho do sistema de arrecadação de propina, seja por que, na qualidade de presidente da República por oito anos, atuou diretamente na negociação espúria em torno da nomeação de cargos públicos com o fito de obter, de forma indevida, o apoio político necessário junto ao PP e ao PMDB para que seus interesses e do seu grupo político fossem acolhidos no âmbito do Congresso Nacional", diz o MPF.
Mantega e Dilma
A defesa de Guido Mantega informou que não foi notificada da decisão.

O advogado Alberto Toron, representante da ex-presidenta Dilma Rousseff, disse que não vai comentar o caso. Mais tarde, a assessoria de Dilma divulgou nota afirmando que a decisão do juiz da 10ª Vara Federal de Brasília de instaurar processo criminal contra a ex-presidenta, "por supostamente integrar uma organização criminosa, está baseada numa tentativa clara de criminalização da política e do PT".
"O processo aberto deslegitima a soberania do voto popular ao tornar o exercício da Presidência uma atividade criminosa. A denúncia é genérica, e as acusações não derivam de inquéritos ou de qualquer investigação prévia. Dilma Rousseff jamais foi ouvida por autoridades policiais ou judiciais sobre as acusações que lhe são feitas neste processo. Jamais teve a oportunidade de defesa", diz o texto, que acrescenta: "A única interpretação possível é que a ex-presidenta Dilma, como os outros réus, está sendo vítima de lawfare, quando se utilizam deferramentas legais para processá-la sem provas."
PT, Vaccari e Lula
Em nota à imprensa, o PT disse que denúncia do MPF não se sustenta "em fatos nem provas". No texto, o partido afirma é perseguido pelos setores Justiça e pelo Ministério Público. “Quem vem atuando como verdadeira organização fora da lei no país, já há alguns anos, são setores partidarizados do Ministério Público e do sistema judicial, que perseguem o PT e suas lideranças com acusações sem pé nem cabeça, com o objetivo de criminalizar o partido. Trabalham cotidianamente para excluir o PT da vida política brasileira, valendo-se de mentiras e do abuso de poder. Cometem, em conluio organizado e hierarquizado, um crime contra a democracia, contra o direito de livre organização política”, diz a nota.
O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, defensor de João Vaccari, afirmou que ficará demonstrado no processo que o ex-tesoureiro do PT jamais integrou uma organização criminosa. "Vaccari foi tesoureiro do PT e dessa forma solicitava, como é atribuição de qualquer tesoureiro, doações legais destinadas ao seu partido, as quais eram realizadas por depósito em conta bancária do partido, com recibo e com prestação de contas às autoridades competentes”, disse.
O representante da Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que a abertura da ação penal representa a “continuidade à perseguição judicial” contra o ex-presidente.
Para Zanin, o MPF pretende atribuir a Lula a acusação de organização criminosa para fatos anteriores a 2013, quando não existia a Lei das Organizações Criminosas, que tipificou o delito.
“Lula não cometeu qualquer crime durante o exercício do cargo de presidente da República e tampouco participou de qualquer organização criminosa. Ao contrário, seu governo serviu de modelo para outros países e os programas implantados naquele período foram reconhecidos e premiados por entidades internacionais como o ONU”, disse o advogado.