quarta-feira, 21 de novembro de 2018

COLUNA ESPLANADA DO DIA 21/11/2018


A cota do PRTB

Coluna Esplanada – Leqandro Mazzini







Partido do general Hamilton Mourão, o nanico PRTB quer ser gigante no Governo de Jair Bolsonaro (PSL) e não se contenta apenas com o cargo do vice-presidente. Na Esplanada, anseia por um ministério que trate de infraestrutura. Por ora, nada concreto, mas o clima está tenso nos corredores dos gabinetes da transição entre os representantes do partido e o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), a quem cabe a divisão do bolo que se promete técnico na gestão.

Vai dar cana
Quinze anos se passaram do cruel assassinato de três fiscais do Trabalho e motorista em Unaí (MG) e a 4ª Turma do TRF 1 ainda julga recursos dos quatro mandantes.
Cinquentona
A Receita Federal chega hoje aos 50 anos com avanços, feitos e defeitos. A despeito da arrecadação bilionária que ajuda nos cofres do Governo, é capaz, vez ou outra, de deixar seu serviço telefônico (146) desligado ou ineficiente. Aos 50, o órgão ainda tem o peso de fazer do Brasil um país altamente burocrático na questão de (altos) impostos.

É do Brasil
O Brasil é um dos países do mundo onde os empresários perdem mais tempo e dinheiro para cumprir as obrigações tributárias. São quase duas mil horas por ano e R$ 60 bilhões em desperdício, segundo dados do Doing Business do Banco Mundial.
Cosa nostra
Um gargalo que a Receita deve remediar é o desdém – ou falta de pessoal, em especial – em relação a atividades ilegais e lavagem de dinheiro; e a ‘cegueira’ em operações de mais de 6 mil pessoas blindadas de fiscalização dos auditores, as chamadas PPE’s – Pessoas Politicamente Expostas. É coisa nossa, vergonhosa.

Marisa, por Lula
Enquanto tenta traçar nova defesa, ao lado dos advogados, no processo sobre o sítio de Atibaia, o ex-presidente Lula da Silva se debruça sobre um escrito muito pessoal. Antes de seu depoimento, em Curitiba, disse a amigos que vai escrever um depoimento sobre dona Marisa Leticia, a falecida esposa.
Bastidores do lar
O material irá para o livro sobre a ex -primeira dama, que o jornalista  Camilo Vannuchi conclui. O biógrafo entrevistou funcionários do Instituto Lula, entre eles o chefe da segurança do ex -presidente, Moraes, que conviveu próximo da família e presenciou bastidores da relação do casal.
Da arquibancada..
"O esporte já era o patinho feio do Governo federal  e agora será o patinho horroroso" -reclama  o ex-craque Afonsinho, ao lamentar a inexistência de um plano para o atual ministério, que será secretaria na futura administração do presidente Bolsonaro.
.. e em campo
Afonsinho, Paulo César Caju e Nei Correia, protagonistas do documentário de Lúcio Branco, “Barba, Cabelo e Bigode”, lançaram ontem o livro sobre o filme, na Festa Literária de Paquetá (RJ).
Sempre ele
Eduardo Suplicy cantou a o clássico ‘Sodade’, de Cesária Évora, ao fim de um congresso de língua portuguesa em Cabo Verde no sábado. Para desespero da plateia. Mas se salvou, muito aplaudido, ao recitar versos de Fernando Pessoa.
Imortais
A direção da ABL marcou para o dia 14 de abril a data da posse do cineasta e novo imortal eleito Cacá Diegues, que ocupará a vaga de Nelson Pereira dos Santos.
Imortais 2
A eleição para a escolha do futuro ocupante da cadeira que pertenceu ao sociólogo Hélio Jaguaribe será dia 14 de março. O mais cotado é Inácio de Loyola Brandão.
ESPLANADEIRA
. O Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional realizará o seu XVIII Encontro de 22 a 25 de novembro no Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa (BA)
.    O atual presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, faz palestra para empresários na Associação Comercial do Rio na quinta.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

O JUIZ SÉRGIO MORO FOI EXONERADO DA JUSTIÇA FEDERAL PARA SER MINISTRO DA JUSTIÇA


Publicada exoneração de Sergio Moro no Diário Oficial da União

Agência Brasil











Sergio Moro trocará Curitiba por Brasilia, onde será ministro da Justiça

A exoneração do juiz federal Sergio Moro foi publicada nesta segunda-feira, (19), no Diário Oficial da União, seção 2, página 47. Ele assumirá o super Ministério da Justiça, que agregará a Segurança Pública e parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Também deve participar da equipe de transição do governo.
O ato de número 428 é assinado pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª região, Carlos Eduardo Thompson Flores, informando que a exoneração ocorre a pedido do próprio Moro. Na sexta-feira (16) ele enviou ofício formalizando o pedido.
No pedido de exoneração, Moro argumentou que pretende “organizar a transição e as futuras ações do Ministério da Justiça”. “Houve quem reclamasse que eu, mesmo em férias, afastado da jurisdição e sem assumir cargo executivo, não poderia sequer participar do planejamento de ações do futuro governo.”
Em substituição a Moro no comando dos processos da Operação Lava Jato ficará temporariamente a juíza Gabriela Hardt. Como substituta, ela não pode assumir de forma definitiva a vaga de Moro.
Após a publicação do ato de exoneração, deve ser expedido o edital para concurso de remoção. A remoção é um concurso interno entre magistrados da Justiça Federal da 4ª Região para preenchimento de vagas.

BOLSONARO PENSA EM PRIVATIZAR PARTE DA PETROBRAS


Petrobras pode ser privatizada em parte, diz Jair Bolsonaro

Agência Brasil











"Alguma coisa você pode privatizar. Não toda. É uma empresa estratégica", diz Jair Bolsonaro sobre a Petrobras

O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (19), no Rio de Janeiro, que a Petrobras pode ser privatizada em parte. Ao mesmo tempo, ele avaliou que a estatal é uma empresa estratégica e que deve continuar existindo: "alguma coisa você pode privatizar. Não toda. É uma empresa estratégica."
Segundo Bolsonaro, não há decisão tomada. "Estamos conversando. Eu não sou uma pessoa inflexível. Mas nós temos que ter muita responsabilidade para levar adiante um plano como esse."
Pela manhã, em Brasília, o vice-presidente eleito Hamilton Mourão afirmou que o futuro governo pretende preservar o “núcleo duro” da estatal, mas a equipe estuda a possibilidade de negociar áreas como distribuição e refino.
Nomeação
Mais cedo, o economista Roberto Castello Branco foi confirmado para presidir a Petrobras. Em artigos recentes publicados na imprensa, ele defendeu a privatrização da empresa.
Indicado por Paulo Guedes, que assumirá o Ministério de Fazendo, Castello Branco aceitou o convite. Bolsonaro reiterou que Guedes tem carta branca no seu governo.
"Tudo que é envolvido com economia, ele está escalando o time. Eu só, obviamente, estou cobrando proatividade. Enxugar a máquina e fazê-la funcionar para o bem estar da população."
O presidente eleito acrescentou ainda que quer o valor do combustível mais barato. Porém, avaliou que os preços também levam em conta decisão dos governos estaduais. "Em grande parte, depende dos governadores, que colocam o ICMS lá em cima."
Banco do Brasil
Para o Banco do Brasil, Bolsonaro admitiu que estuda o nome de Ivan Monteiro, que atualmente está no comando da Petrobras. Segundo ele, a equipe econômica não terá direito de errar e está sendo montada com nomes que já são testados no mercado.
O presidente eleito deu as declarações na portaria do condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele saiu em um carro escoltado pela Polícia Federal pouco antes das 15h. O comboio voltou cerca de 30 minutos depois. Ele disse ter ido ao banco. "Eu sou um ser humano. De vez em quando eu falo para darmos um passeio aí, para poder sair de casa."
Educação
Questionado sobre o Ministério da Educação, Bolsonaro afirmou que avalia com calma os nomes. "Desde muito tempo, [o Ministério da Educação] está aparelhado. Há um marxismo lá dentro que trava o Brasil."
Bolsonaro disse que os governos do PT dobraram os gastos em educação e mesmo assim não houve melhoras nos índices: "a molecada não sabe fazer uma regra de três simples."
Bolsonaro descartou a possibilidade de nomear a atual presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, como ministra. "Essa não esteve à frente dessa prova do Enem? Está fora. Não tem nem cartão amarelo. É vermelho direto."


MICHELLE OBAMA LANÇA SEU LIVRO DE MEMÓRIAS - MINHA HISTÓRIA - EM WHASINGTON USA


A 'Conversa íntima' de Michelle Obama com 20 mil pessoas

Estadão Conteúdo









Não fossem os sapatos de salto fino calçados nos pés do início ao fim da noite, o evento de divulgação do livro de memórias de Michelle Obama em Washington pareceria um encontro de amigas na sala de estar. Neste sábado (17), a ex-primeira dama fez na capital dos Estados Unidos, onde vive com o marido e as duas filhas, a terceira parada da turnê de lançamento do seu livro "Minha História". E, com a performance em casa, ficou mais fácil contar com uma surpresa - se não para Michelle, ao menos para o público: a entrada de Barack Obama, nos últimos dez minutos do show.

Com um buquê de rosas nas mãos para a esposa, Obama foi ovacionado pela plateia, ouviu gritos de "sentimos sua falta" e sentou no braço da poltrona de Michelle para uma breve participação. "Isso é como...Sabe quando o Jay-Z aparece no show da Beyoncé?", disse o ex-presidente, se comparando com o rapper americano casado com a estrela pop. "Eu sabia que ela me desafiaria", disse Obama, perto das 22h30, ao descrever como se apaixonou por Michelle, depois de falar que a esposa é "extraordinariamente inteligente" e bonita.

Durante uma hora e meia, Michelle Obama conversou com Valerie Jarret, ex-conselheira da Casa Branca e próxima da ex-primeira dama há quase 30 anos sobre detalhes da vida íntima como terapia de casal, tratamentos de fertilidade, o desafio de ser mãe e profissional e, claro, a vida como esposa do presidente dos Estados Unidos.

Michelle fala direto com seu público, basicamente composto por mulheres, e justifica o nome da turnê: "uma conversa íntima com Michelle Obama", mesmo em uma arena com capacidade para 20 mil pessoas e ingressos esgotados. Com humor, fala de situações cotidianas e humaniza até protocolos formais como a cerimônia de posse presidencial e a chegada à Casa Branca: "de repente nos mudamos para uma casa onde nunca estive".

As filas para entrar no estádio Capital One Arena, em Washington, dobraram o quarteirão e as ruas do entorno foram fechadas. A espera do público do lado de fora fez o evento atrasar quase uma hora para começar e mesmo minutos depois do início, o aplicativo Stubhub, de revenda de ingressos, ainda anunciava o ticket mais barato por US$ 171 dólares (equivalente a R$ 640).

A 1,5 quilômetro da Casa Branca, onde o casal Obama viveu por oito anos, Michelle explorou pouco questões de política partidária. Em uma breve passagem, mostrou insatisfação com o momento atual e relatou que às vezes "como vocês", disse ao público, gostaria de ver Obama entrando em cena de forma mais crítica. "E ele fala 'esse não é o ponto. Você sabe, um presidente não age pelo seu próprio ego. Temos que ser cautelosos com o que dizer e quando'", disse Michelle. No livro, Michelle foi mais direta em críticas ao presidente Donald Trump: "Foi angustiante ver como o atual presidente levou muitos americanos a duvidarem de si mesmos e a duvidarem dos outros e temê-los. Às vezes me pergunto se em algum momento chegaremos ao fundo do poço", escreveu a ex-primeira dama, que chamou Trump de "misógino" no livro.

A turnê, como o livro, é política apesar de pessoal. Todo o relato de Michelle perpassa suas experiências de vida como mulher e como negra, os desafios que enfrentou por isso no caminho e como vê questões de política social e econômica.

Um exemplo é o momento em que conta que ouviu de uma conselheira profissional no ensino médio que não conseguiria entrar na Universidade de Princeton, onde conquistou seu primeiro diploma. "Toda pessoa que conheço, sendo mulher ou sendo um negro, tem uma história como essa", diz Michelle, que depois emenda falando sobre preconceitos existentes com políticas afirmativas para negros em universidades. "Há um estigma", disse. Ao se referir a ações comuns nas universidades americanas para garantir vaga a bons atletas ou músicos, por exemplo, a ex-primeira dama questiona: "Por que nós só temos problemas com ação afirmativa ligadas a raça?".

Michelle Obama falou de machismo, racismo, diferenças de oportunidades e educação pública, também da ausência de um Obama - que ela chama de "Barack" - ocupado com a política e sua necessidade de ser mãe e profissional ao mesmo tempo. "Eu quero que as pessoas saibam: até a Michelle Obama, a primeira dama, passou por essas situações", diz.

No livro, ela rechaça a ideia de concorrer a um cargo, apesar de os ambulantes no entorno do evento venderem souvenir e camisetas com a frase "Michelle 2020". A ex-primeira dama conta que insistiu para Obama não entrar para a política. "Foi bizarro", disse, sobre ver o marido começar a se tornar famoso. "Mas não apoiá-lo seria egoísmo."

Valerie Jarrett contou que Obama começava a ficar nervoso na Sala Oval perto das 18h30. O combinado com Michelle durante os anos na presidência era o de que ele jantaria em casa pontualmente com ela e as duas filhas, mesmo nos dias tumultuados em Washington. O jantar não esperaria, acertou Michelle, dizendo que por vezes Obama continuou a trabalhar até a madrugada, mas antes disso fazia a pausa para ficar com as filhas. "Não queria que minhas crianças, especialmente sendo mulheres, crescessem sentindo que a vida era sobre esperar um homem chegar", afirmou.

Michelle Obama deve visitar ao menos dez cidades americanas diferentes, depois de dar início aos eventos em Chicago, sua terra natal, na última Terça-feira 13. No dia de estreia, 725 mil unidades do livro foram vendidas. Reportagem do jornal Financial Times indicou que Obama e Michelle acertaram os direitos de publicação de uma biografia cada por mais de US$ 60 milhões - acima do que os valores apontados como pagos por editoras pelas memórias de outros ex-presidentes como Bill Clinton e George W. Bush. Como aconteceria num show da Beyoncé, os entornos do evento estavam cercados por ambulantes com camisetas com o rosto de Michelle estampado.

Dentro do estádio, a venda dos produtos oficiais ligados à turnê tinha ainda roupas de bebê por US$ 20 e camisetas com a célebre frase da ex-primeira dama na campanha de 2016: "Quando eles vão baixo, nós vamos alto".

Para o sucesso de um road show digno de estrela pop, Michelle lança mão de uma estratégia que aprendeu nos passos iniciais da campanha do marido à presidência, quando ainda era "a esposa do candidato": "Percebi que ninguém nunca me preparou. Eu nunca tive 'media training'. Era eu e minha história. Esse é o motivo pelo qual escrevi esse livro. O que nos conecta não é raça, partido, religião, são conversas em torno da mesa de jantar, é a relação com seus avós, a vida que você vive e suas memórias. Se você pode compartilhar isso com as pessoas, isso é o que as conecta".