terça-feira, 20 de novembro de 2018

COLUNA ESPLANADA DO DIA 20/11/2018


Médicos investidores

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 










O tiro que o presidente eleito Jair Bolsonaro deu em Cuba, que fez a ditadura recuar no ‘Mais Médicos’, será tão prejudicial para o governo caribenho - que perderá muito dinheiro - quanto para o Brasil, onde mais de mil cidades ficarão sem médico. Mas uma prova de que o Ministério da Justiça poderá receber milhares de pedidos de asilo é um caso no litoral da Bahia. O médico cubano R., 36 anos, descobriu os prazeres do capitalismo. Nos últimos anos, enquanto clinicava, passou a investir. Comprou uma caixa de som, e alugou para festas. Adquiriu um casal de coelhos e os fez reproduzir no quintal; hoje vende dezenas deles para açougues especializados e residências. Há um mês, abriu um bar que virou point na comunidade. Não quer voltar. A Coluna tem quatro testemunhas, e vai preservar a identidade do profissional.
Lá e cá            
Casos como o de R. se espalham Brasil adentro. São médicos que fincaram raízes, ou já têm filhos brasileiros, e não sentem saudade alguma do aperto financeiro em Cuba.
Famílias divididas
O Governo de Michel Temer já tem informações de que muitos cubanos que regressaram para o país de origem foram por saudade da família.
Transição
Há uma semana comissionados do 2º escalão esvaziam gavetas e desocupam salas do Palácio. Ordem do presidente Temer, que quer transparência cem por cento.
Viagem misteriosa
O cotado de Bolsonaro para o comando da Polícia Federal, delegado Maurício Valeixo, foi o que desembarcou em Curitiba em dezembro de 2015, num jato da FAB, com o então diretor-geral Leandro Daiello e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para reunião secreta com o comando local da Lava Jato. A Época registrou à ocasião.

Lei Onix
Proposto pelo senador Roberto Requião (MDB-PR) como provocação aos futuros ministros de Bolsonaro - Onix Lorenzoni e Sérgio Moro - o projeto que cria a chamada “Lei Onix” já avançou no Senado. A CCJ designou como relator da matéria o senador Wilder Morais (DEM-GO). O texto de Requião estabelece que arrependimento e confissão serão requisitos para o perdão judicial.

Isenção voa!
Não bastassem as caras passagens aéreas, as companhias não pagam imposto sobre a bagagem extra cobrada no checkin. Um presentão da ANAC.
Lá fora
Jornal francês e Monde chama de “personalidade desconhecida” o embaixador Ernesto Fraga Araújo em reportagem que detalha a confirmação do diplomata como ministro das Relações Exteriores do Governo Bolsonaro. O diário cita posições polêmicas do embaixador, como ter chamado o PT de “Partido Terrorista”.
É do povo!
A AGLO recebe nos dias 23 e 24 novembro, na quadra de areia do Parque Olímpico na Barra, no Rio, a final da Copa do Brasil de Beach Soccer. Os Estados do RN, RJ, DF, BA, AL e MA estão na disputa pelo título.
Que boquinha
O deputado federal eleito Boca Aberta (PROS-PR) enfrenta perrengue na Justiça, alvo do próprio suplente, que questiona sua candidatura sob liminar. Valdir Rossoni quer barrar a diplomação de Boca porque ele respondia a processo de cassação como vereador de Londrina.
Itaipu social
A gestão de Marcos Stamm na Itaipu Binacional prepara um pacote de dar inveja a prefeitos e governadores. Vai investir US$ 250 milhões – perto de R$ 1 bilhão – no entorno do mega lago, nas chamadas ‘obras externas’. Vem aí a segunda ponte Brasil-Paraguai, sobre o reservatório.
Itaipu social 2
Itaipu investirá também alguns milhões em parceria com a Infraero em melhorias no Aeroporto de Foz do Iguaçu, construção de mercados públicos em cidades vizinhas, recuperação de parques e revitalização de prainhas na orla do lago.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

BOLSONARO DIZ QUE A SUA DECISÃO SOBRE OS MÉDICOS CUBANOS É HUMANITÁRIA


Bolsonaro reitera que decisão sobre médicos cubanos é humanitária

Agência Brasil









Bolsonaro garante que o programa não será suspenso

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reiterou nesta sexta-feira (16) que a decisão de impor novas exigências aos profissionais cubanos, vinculados ao Programa Mais Médicos, tem razões humanitárias, para protegê-los do que considera “trabalho escravo” e preservar os serviços prestados à população brasileira. Ele garante que o programa não será suspenso.
Entre as medidas, estão fazer o Revalida – prova que verifica conhecimentos específicos na área médica, receber integralmente o salário e poder trazer a família para o Brasil. Cuba decidiu deixar o programa após as declarações de Bolsonaro. O Ministério da Saúde  informou nesta sexta-feira que a seleção dos brasileiros em substituição aos cubanos ocorrerá ainda este mês.
“Talvez a senhora seja mãe, já pensou em ficar longe dos seus filhos por um ano?”, respondeu o presidente eleito à jornalista que perguntou sobre a situação dos médicos cubanos. “É [essa] a situação de escravidão que praticamente as médicas e os médicos cubanos [que participam do programa Mais Médicos] estão sendo submetidos no Brasil”, disse em entrevista após café da manhã com o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar, no 1º Distrito Naval, no centro do Rio.
O presidente eleito afirmou ainda que o acordo de repasse de parte dos salários dos médicos para o governo de Cuba contraria os direitos dos profissionais. “Imaginou também confiscar 70% do salário?”
O rompimento do acordo com o governo cubano foi anunciado há dois dias quando o Ministério de Saúde Pública de Cuba, quando informou que não atenderia às exigências do governo eleito. Para Bolsonaro, é fundamental que os profissionais cubanos passem pelo Revalida. “Nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi atendido por um médico cubano", disse. "Será que nós devemos destinar [esse atendimento] aos mais pobres sem qualquer garantia que eles sejam razoáveis, no mínimo? Isso é injusto e desumano.”
O presidente eleito reiterou também que há “relatos de verdadeiras barbaridades” por profissionais de Cuba. “O que temos ouvido de muitos relatos são verdadeiras barbaridades. Queremos o salário integral e o direito de trazer as famílias para cá. Isso é pedir muito? Está nas nossas leis.”
Bolsonaro destacou que os profissionais cubanos que quiserem pedir asilo político ao Brasil, quando ele estiver na Presidência da República, será concedido.
Governadores
O presidente eleito disse ainda que vai se reunir com Paulo Guedes, indicado para o Ministério da Economia, para analisar a carta dos governadores, que reúne 13 itens, incluindo propostas e elencando prioridades. Ele afirmou que ainda não leu todo o documento.

SUBMARINO ARGENTINO FOI LOCALIZADO APÓS UM ANO DE BUSCAS


Submarino argentino é encontrado um ano após desaparecimento

Estadão Conteúdo








A Marinha da Argentina confirmou em anúncio pelo Twitter neste sábado (17), que pesquisadores encontraram o submarino ARA San Juan, que desapareceu há um ano com 44 tripulantes a bordo nas águas do Oceano Atlântico. A embarcação foi detectada a 800 metros de profundidade na Península Valdés, na Patagônia argentina.

De acordo com o anúncio, a confirmação foi realizada por um veículo operado por controle remoto da companhia norte-americana Ocean Infinity, contratada para auxiliar nas buscas. A empresa receberá US$ 7,5 milhões pelo achado.

O submarino desapareceu no dia 15 de novembro de 2017, quando realizava o percurso entre Ushuaia, no extremo sul da Argentina, e sua base em Mar del Plata.




El #MinisterioDeDefensa y la #ArmadaArgentina informan que en el día de la fecha, habiéndose investigado el punto de interés N°24 informado por Ocean Infinity, mediante la observación realizada con un ROV a 800 mts de profundidad, se ha dado identificación positiva al #AraSanJuan

No último contato com a embarcação, a cerca de 400 quilômetros da costa do país, a tripulação relatou avarias causadas por uma entrada de água pelo sistema de ventilação, que "provocou um curto-circuito e um princípio de incêndio" nas baterias. Horas depois, uma explosão foi detectada pela Marinha.

O navio Seabed Constructor da Ocean Infinity, companhia responsável pelas buscas sem sucesso do avião da Malaysia Airlines desaparecido em 2014, foi utilizado nas buscas.

O anúncio da descoberta do submarino acontece apenas dois dias depois de as famílias dos tripulantes realizarem um evento em homenagem ao aniversário de um ano do desaparecimento. (Com Agências Internacionais).

VICE-PRESIDENTE GEN. MOURÃO SERÁ O GERENTE DO GOVERNO


Bolsonaro avalia Mourão como 'gerente' do governo

Da Redação











Vice seria o responsável por coordenar ministérios, papel que hoje pertence à Casa Civil

A nova estrutura do Palácio do Planalto, que está sendo desenhada pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, prevê que a pasta da Casa Civil passe a ter uma outra atribuição e deixe de coordenar os ministérios do governo. Esse trabalho passaria a ser feito pelo vice-presidente eleito da República, general Hamilton Mourão. A ideia é liberar o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para a articulação política com o Congresso, já que a Secretaria de Governo - que desempenha esse papel atualmente - será extinta.

Na visão do núcleo mais próximo do presidente eleito, a articulação política e a abertura de um canal de ligação de Bolsonaro com os parlamentares vai demandar tempo e esforço em um cenário de votação de projetos considerados fundamentais pela nova gestão.

A estrutura do Planalto no governo Bolsonaro daria mais poderes ao general Mourão - que durante a campanha eleitoral deu declarações polêmicas e, por isso, chegou a ser desautorizado pelo então presidenciável do PSL - e pode acentuar as diferenças entre os grupos político e militar que cercam o presidente eleito.

Na avaliação de aliados, como o governo será comandado por um militar reformado do Exército, que pensa na hierarquia, a visão é de que todos os ministros têm o mesmo nível e não aceitariam cobrança de resultado de outro titular de "igual estatura". Colocar Mourão à frente da coordenação da Esplanada seria uma forma de dar ao vice-presidente eleito ascendência sobre os demais titulares do primeiro escalão para cobrar resultados.

Se o novo desenho for aprovado, o Palácio do Planalto perde uma secretaria com status de ministério - a de Governo -, ficando com apenas três pastas: Casa Civil, com Lorenzoni; Gabinete de Segurança Institucional (GSI), com o general Augusto Heleno, e Secretaria-Geral da Presidência, que deverá ser ocupada pelo ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno.

A Secretaria-Geral é uma espécie de "prefeitura do Planalto", embora o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) - que tem como finalidade a celebração de contratos de parceria com a iniciativa privada e outras medidas de desestatização - esteja vinculado a ela.

Outro cargo importante no palácio é a chefia de gabinete do presidente da República, que ainda não tem nome definido. O titular deste posto será o responsável por controlar a agenda e quem tem ou não acesso a Bolsonaro. Bebianno chegou a desempenhar esse papel durante a campanha e inicialmente estava cotado para o cargo. Na última semana, no entanto, Lorenzoni anunciou Bebianno como "futuro ministro" da Secretaria-Geral da Presidência, o que até agora não foi confirmado por Bolsonaro.

Projetos

No novo desenho, juntamente com a coordenação dos ministérios, devem ser deslocadas para a Vice-Presidência duas subchefias da Casa Civil - a de análise e acompanhamento de políticas governamentais e a de articulação e monitoramento. Está sendo estudado também a possibilidade de projetos vinculados ao PPI e as ações Programas de Aceleração do Crescimento (PAC) serem transferidas para a Vice-Presidência.

No caso do PPI, considerado pelo novo governo como uma área de excelência, há projetos prontos para serem privatizados a curto prazo que poderão render ao menos R$ 100 bilhões. Embora com recursos minguados para 2019, o PAC deverá ter disponível cerca de R$ 17 bilhões para as obras previstas.

A Casa Civil, por sua vez, manteria sob sua responsabilidade a secretaria executiva, a subchefia de assuntos jurídicos - por onde passam todos os atos do governo para serem aprovados -, a Imprensa Nacional, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial além de comitês, comissões e conselhos, como o Desenvolvimento Econômico e Social - o chamado Conselhão, que o novo governo quer reformular totalmente.

A Casa Civil tem 190 cargos comissionados, os chamados DAS, à sua disposição. O Palácio do Planalto conta hoje, ao todo, com cerca de 3.500 funcionários.

Peça-chave fala até com investidores

Depois de provocar divergências na campanha eleitoral por afirmações polêmicas, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, agora aparece como um dos aliados de mais confiança do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Nas duas últimas semanas, Bolsonaro delegou ao seu vice missões em várias áreas - que vão da comunicação, passando pela economia e transporte.

Uma das mais importantes foi a visita à sede da Petrobrás, no dia 9 de novembro, para "tomar pé da situação da empresa" e repassar um diagnóstico do que viu ao presidente eleito. Mourão, general da reserva, disse que gostou do que viu e que a empresa está saneada. As suas declarações levantaram especulações de que o presidente da estatal, Ivan Monteiro, poderia ficar no cargo, o que ainda não foi confirmado.

Dois dias antes, em 7 de novembro, Mourão recebeu outra missão - conhecer a empresa de comunicação digital que atende o governo Michel Temer e cujo contrato está em vigor, podendo ser estendido até 2020. Mourão esteve na sede da agência de publicidade Isobar, uma das duas que cuidam das mídias sociais do emedebista para ver como era o funcionamento. "O foco é reforçar a comunicação digital, que é a mídia do Bolsonaro, que é a mídia do (Donald) Trump (presidente dos Estados Unidos)", disse Mourão ao Estado, ressaltando que, na sua opinião, "aquele processo antigo de comunicação, via filmetes, propagandas tradicionais, que custam rios de dinheiro serão abandonados".

Na última terça-feira (13), Mourão foi designado para falar com o mercado, a convite do Bradesco BBI - que promove evento para investidores em Nova York, por meio de vídeo conferência. Sua afirmação de que Bolsonaro poderia privatizar a BR Distribuidora fez as ações da empresa subirem mais de 5%. Na quarta (14), compareceu à sede da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, cuja diretoria queria apresentar à equipe de transição cinco temas prioritários para o avanço da mobilidade urbana nacional.
(Com Estadão Conteúdo)