Forças Armadas
vão fazer parte da vida nacional, diz Bolsonaro
Agência Brasil
Perguntado se
investiria mais nas universidades, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que
não
O presidente eleito,
Jair Bolsonaro, incluiu nesta quinta-feira (1), pela primeira vez o
Ministério da Defesa entre os três superminstérios de seu futuro governo - os
dois outros dois são o da Justiça e o da Economia. "A Defesa é
um outro superministério. As Forças Armadas vão sim fazer parte da vida
nacional. Não vão ser relegadas como nos governos de Fernando Henrqiue e do
PT", anunciou, em entrevista coletiva para emissoras de televisão.
Bolsonaro também deu
outros detalhes sobre a estrutura de seu futuro governo. Disse que o
ministérios da Agricultura e Meio Ambiente deverão mesmo ficar separados, mas
avisou que ele escolherá os dois ministros. "Não vão ser as ONGs",
afirmou, referindo-se à pasta do Meio Ambiente. Ele se disse "pronto
para voltar atrás" neste caso porque, primeiramente, relatou, o setor
rural defendeu de forma unânime a união dos dois ministérios, mas depois se
dividiu, por entender que a fusão prejudicaria o agronegócio no Exterior - onde
é exigido dos exportadores o cumprimento de normas ambientais.
O presidente eleito
também anunciou que o ensino superior sairá do âmbito do Ministério da Educação
e passará a ser administrado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. "Não
temos nenhuma das nossas universidades entre as melhores do mundo e o
nosso Marcos Pontes vai dar um gás especial para essa questão aí",
afirmou.
Perguntado se
investiria mais nas universidades, disse que não. "Pelo contrário, nós
queremos investir mais no ensino básico e médio". Provavelmente, relatou,
o seu governo deverá ter até 17 ministérios
- hoje são 29.
Economia e reforma
Jair Bolsonaro
também voltou a dizer que o futuro ministro da Economia, Paulo
Guedes, terá "carta branca" para escolher nomes e
para administrar a pasta que reunirá a Fazenda, o Planejamento e a Indústria e
o Comércio. Sem citar nomes, disse que há "gente boa" no governo
Temer que poderia ser aproveitada por Guedes. Bolsonaro reafirmou os
compromissos da sua equipe econômica com as metas de inflação, juros,
câmbio e com a reforma da Previdência.
Sobre votar ou não a
proposta de reforma agora, ele disse que isso depende de saber se haverá
quórum, já que o Congresso está esvaziado após a eleição. Ele considerou
aproveitar "alguma coisa" do que está aprovado na Comissão especial
da Câmara, mas voltou a defender especificidades para aposentadoria de diversas
categoria - inclusive os militares. Mas disse ser necessária e urgente a
reforma da Previdência. "Se ficarmos sentados olhando para o céu, vamos
correr o risco de virar uma Grécia", comparou.
Bolsonaro defendeu
também a desburocratização do Estado para favorecer empreendedores e uma
fiscalização que seja amigável. Também defendeu que a Petrobras faça parcerias
para investir mais. Anunciou, por fim, que ira avalizar o acordo
Boeing-Embraer.
Exterior
Ele se disse ainda
aberto a conversar, inclusive já na próxima semana, quando vira a
Brasília, com representantes da China e de outros países que querem
negociar com o Brasil. "Vamos fazer negócios sem viés ideológico",
avisou. Bolsonaro afirmou não ver "clima pesado ou
problemas" em mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para
Jerusalém. "Não é problema de vida ou morte, respeito os judeus e o povo
árabe". Ele disse que esses assuntos tratados pelo futuro ministro das
Relações Exteriores.