sábado, 20 de outubro de 2018

PARTES DO CRÂNIO DE LUZIA FORAM RECUPERADOS DO INCÊNDIO


Pesquisadores vão trabalhar na reconstituição do crânio de Luzia

Estadão Conteúdo









De acordo com os especialistas, foram achados partes da testa e do nariz, uma parte lateral e o fragmento de um fêmur que também pertencia ao fóssil e estava guardado

Desaparecido desde o incêndio que consumiu o Museu Nacional, o crânio da mineira Luzia - o mais antigo fóssil das Américas, com 12 mil anos - foi localizado em meio aos escombros. "O crânio foi encontrado fragmentado e vamos trabalhar na reconstituição. Pelo menos 80% dos fragmentos foram identificados e podemos aumentar esse número", disse o diretor do museu, Alexander Kellner. "Luzia está viva", comemorou.

De acordo com os especialistas, foram achados partes da testa e do nariz, uma parte lateral e o fragmento de um fêmur que também pertencia ao fóssil e estava guardado. O fóssil é uma das mais importantes peças do acervo do museu.

"Hoje é um dia feliz, conseguimos recuperar o crânio da Luzia e o dano foi menor do que esperávamos. Os pedaços sofreram alterações, danos, mas estamos otimistas com o achado e tudo o que ele representa. O crânio estava em um local preservado, estratégico. Ficava dentro de uma caixa de metal, dentro de um armário", disse a arqueóloga Claudia Rodrigues, responsável pela equipe de escavação.

O crânio será reconstruído, mas esse trabalho ainda não começou porque depende de repasse de verbas. "Precisamos fazer uma restauração e de uma casa para ela", explicou Kellner. "Estamos lutando no Congresso pelo orçamento. É um trabalho de tempo e de recursos."

O trabalho de arqueologia nos escombros não começou oficialmente. Segundo Kellner, a fase ainda é de escoramento das paredes internas do Palácio São Cristóvão justamente para que não haja desabamento.

Raro

Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, o fóssil é de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil. O crânio de Luzia e a reconstituição de sua face, que revelou traços semelhantes aos de negros africanos e aborígines australianos, estavam em exibição no museu.

A descoberta mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas. Com o estudo do fóssil, o arqueólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo (USP), postulou o modelo dos dois componentes biológicos, segundo o qual o continente americano foi colonizado por duas levas distintas de Homo sapiens, vindas da Ásia.

A primeira onda migratória teria ocorrido há pelo menos 14 mil anos e foi composta de indivíduos parecidos com Luzia, com traços semelhantes aos dos atuais negros africanos e aborígines australianos. Esse grupo, no entanto, não teria deixado descendentes. Uma segunda leva teria chegado há 13 mil anos e seus integrantes apresentavam um tipo físico característico dos asiáticos, dos quais descendem os índios atuais.

O Ministério do Planejamento anunciou nesta semana que vai ceder um terreno de 49,3 mil metros quadrados para abrigar laboratórios e centros de pesquisa do museu. O custo total de recuperação de todo o prédio atingido pelo fogo no dia 2 de setembro é de R$ 300 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 20/10/2019

Investigação virtual

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 








A ausência de um plano efetivo para combater a disseminação de notícias falsas e outros crimes eleitorais na internet e nas redes sociais se reflete na enxurrada de denúncias que chegaram ao Ministério Público desde o início das campanhas presidenciais deste ano. Já são mais de 250 representações represadas na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) protocoladas nos últimos dois meses. A maioria das denúncias trata de divulgação e impulsionamento de conteúdo feito por terceiros em apoio a candidatos. A PGE montou uma força-tarefa para apurar as denúncias.
Pesquisas & enquetes
Realização e divulgação de pesquisas e enquetes irregulares nas redes é o segundo tipo de denúncia mais frequente. As demais representações referem-se a outros supostos crimes relacionados à internet, como hackeamento de contas e doação irregular.
Estados                
Segundo o MP Eleitoral, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás são os estados que concentram o maior número de denúncias.
Contrabando na mira
Um passo importante para o combate ao contrabando e ao comércio de produtos ilegais foi dado na quarta-feira, 17: a assinatura do decreto que cria a Força-Tarefa de Inteligência para o combate ao crime organizado no Brasil, envolvendo os ministérios da Defesa, Fazenda e Segurança Pública.
Inteligência
A partir de agora, o País contará com uma estrutura capacitada para analisar,  compartilhar dados e produzir relatórios de inteligência que vão subsidiar a elaboração de políticas públicas para o enfrentamento das organizações criminosas que dominam esse mercado no Brasil.
Em pé de guerra
Principais coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) e eventuais futuros ministros, Ônix Lorenzoni e o guru econômico Paulo Guedes divergem abertamente sobre a manutenção de integrantes de Michel Temer no eventual governo do capitão reformado.
Terrorismo fiscal  
Guedes tem conversado com interlocutores da atual equipe econômica e sondado nomes que podem permanecer. Já Ônix defende “renovação” na Esplanada. Em 2017, o deputado gaúcho chegou a acusar Temer de ter praticado “terrorismo fiscal” para promover ajustes.
Ofensiva 
Ex-presidente da Petrobras e coordenador da campanha de Fernando Haddad, Sérgio Gabrielli intensifica a busca por votos de eleitores que, segundo ele, “podem não gostar do PT, mas que são mais contrários a ditadura”.
WhatsApp
Em encontros com militantes e partidos que apoiam Haddad, Gabrielli diz ter esperança de dobrar a votação do candidato petista com a intensificação dos grupos de WhatsApp para “mostrar as mentiras que estão sendo criadas”.
#MarketeirosDoJair
Alheio à denúncia de propagação de mensagens de WhatsApp com doações empresariais, o presidenciável Jair Bolsonaro lançou mais uma ferramenta para impulsionar a campanha na internet.
Convocados 
Eleitores voluntários foram convocados para gravar vídeos contando como colaboram para a campanha bolsonarista e publicá-los em suas redes sociais (Twitter e Instagram) com a hashtag #MarketeirosDoJair.
Reguladoras 
Avançou no Senado o projeto (PLS 13/2013) que torna obrigatória a prestação de contas das agências reguladoras ao Congresso Nacional. Proposta foi aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e segue para análise da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Preços 
Relator da proposta, Dalirio Beber (PSDB-SC) aponta que os atuais relatórios submetidos pelas agências reguladoras apresentam ausências graves em questões simples, como a evolução dos preços praticados pelo país ou a aferição do investimento necessário para se iniciar a oferta de serviços em municípios.

Esplanadeira
.  Tribunal de Contas da União (TCU) realiza hoje em Brasília seminário “A evolução das contas anuais” para debater o desenvolvimento do processo de prestação de contas anuais das unidades da administração pública federal.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O JUIZ SERGIO MORO DA OPERAÇÃO LAVA JATO NEGA INFLUÊNCIA NAS ELEIÇÕES


Moro nega influência nas eleições ao divulgar delação de Palocci

Agência Brasil








Juiz Sérgio Moro se explicou ao CNJ por ter divulgado delação de Palocci

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, encaminhou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manifestação em que nega ter tentado influenciar o processo eleitoral ao tornar público o teor da colaboração premiada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.
Parte dos depoimentos foram tornados público por Moro em 1º de outubro, seis dias antes do primeiro turno das eleições. Neles, Palocci acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff de participação direta no esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato.
Moro disse ao corregedor-nacional de Justiça, Humberto Martins, que não teve qualquer intenção de influenciar as eleições ao divulgar os depoimentos, uma vez que o atual candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, não é citado por Palocci. O magistrado acrescentou ainda que não poderia interromper o andamento do processo somente em função do calendário eleitoral.
“Retardar a publicidade do depoimento para depois das eleições poderia ser considerado tão inapropriado como a sua divulgação no período anterior. Se o depoimento, por hipótese, tem alguma influência nas eleições, ocultar a sua existência representa igual interferência a sua divulgação”, argumentou Moro.
Ele desqualificou as duas representações abertas contra ele no CNJ pelos deputados do PT Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira. Para Moro, os procedimentos “inserem-se na linha adotada por alguns agentes do Partido dos Trabalhadores de buscarem criminalizar a atividade jurisdicional”.
Moro afirmou ainda que os deputados petistas “buscam, estes mesmos agentes políticos, através de provocação ao Conselho Nacional de Justiça (cuja composição desejam, aliás, alterar), cercear decisões da Justiça que contrariam os seus interesses partidários, mesmo às custas da aplicação da lei a crimes de corrupção”.
Nas duas representações abertas pelo PT, o partido afirma que Moro "desvirtuou de seu dever de serenidade" ao tornar público o conteúdo da delação a seis dias do primeiro turno das eleições. Segundo o partido, o juiz inflamou a sociedade "a partir de documentos que não passaram pelo crivo do contraditório”.

JORNALISTA SAUDITA JAMAL KHASHOGGI FOI REALMENTE MORTO NO CONSULADO SAUDITA


Jornalista desaparecido fazia oposição ao regime saudita

Agência Brasil









Polícia da Turquia examina a residência do cônsul saudita em Istambul, por causa da investigação sobre o caso do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi

O último texto escrito pelo jornalista saudita Jamal Khashoggi antes do seu desaparecimento, no último dia 2 de outubro, foi publicado nesta quinta-feira pelo jornal The Washington Post. O jornalista sumiu após entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, para resolver questões burocráticas. Khashoggi fazia oposição ao governo saudita e criticou diretamente o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman e o rei Salman.
No mesmo dia do desaparecimento de Khashoggi, horas após o jornalista ter entrado no consulado, um comboio de seis veículos saiu do edifício diplomático e seguiu para a residência do cônsul, segundo informações da imprensa turca com base em imagens de câmeras de segurança.
O governo da Turquia se negou a comentar os rumores da imprensa, segundo os quais Khashoggi foi torturado, assassinado e inclusive esquartejado no consulado.
A polícia turca inspecionou o consulado na semana passada e coletou um grande número de amostras, mas considerou necessário estender a operação à residência do cônsul, que fica a 200 metros de distância. Nessa quarta-feira (17), policiais inspecionaram a residência do cônsul.
Carreira e exílio
Em setembro do ano passado, Khashoggi fugiu de seu país natal e se exilou nos Estados Unidos, justamente por causa de seu posicionamento político. Desde o ano passado, quando sua atuação profissional se tornou mais contundente, o jornalista vivia em Washington e colaborava com o jornal norte-americano que publicou seu último texto. Entre as ações do governo saudita que Khashoggi atacou está a intervenção militar no Iêmen, liderada pela Arábia Saudita.
Jamal Ahmad Khashoggi nasceu em Medina, no dia 13 de outubro de 1958. Durante sua carreira de jornalista, editou o jornal saudita Al Watan, do qual foi demitido duas vezes, porque abria espaço para opiniões mais progressistas. Ajudou a criar a rede de televisão Al-Arab News Channel, que foi tirada do ar um dia depois de transmitir uma entrevista com um crítico do governo do Barém.
Até 2016 mantinha uma coluna no diário árabe de propriedade saudita Al Hayat. Após Khashoggi criticar ações do príncipe herdeiro e do rei saudita, o contrato foi cancelado e o jornalista teve de encerrar sua conta no Twitter. Antes de se opor ao regime saudita, Khashoggi chegou a trabalhar em instituições públicas, tendo assessorado a embaixada saudita nos Estados Unidos.
Khashoggi cobrava do governo saudita reformas liberalizantes, garantia da liberdade de expressão e o fim da repressão no país. Para o governo saudita, o jornalista era um extremista islâmico. Na juventude, ele se aliou à Irmandade Muçulmana – grupo extremista islâmico que prega os ensinamentos do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, sem influência do mundo ocidental.
Último texto
O jornal americano contou, no editorial, a história e a luta de Khashoggi, além de publicar o último texto dele. Na abertura da coluna de Khashoggi, o jornal publicou uma nota da editora de opinião, Karen Attiah, na qual explica como recebeu o texto. Attiah disse ter recebido o texto no dia seguinte ao desaparecimento de Khashoggi, enviado por seu assistente e tradutor.
"The Post suspendeu a publicação, porque esperávamos que Jamal voltasse para que ele e eu pudéssemos editá-lo juntos. Agora tenho que aceitar: isso não vai acontecer. Esta é a última coluna dele que vou editar para o The Post. Esta coluna capta perfeitamente seu compromisso e paixão pela liberdade no mundo árabe. Uma liberdade para a qual ele aparentemente deu sua vida", escreveu. Encerrando a nota, Attiah agradece por Khashoggi ter escolhido o jornal como seu último posto de atuação.
No texto, Khashoggi defende a liberdade de expressão no mundo árabe. Ele cita o relatório Liberdade no Mundo de 2018, publicado pela Freedom House: apenas um país no mundo árabe foi classificado como "livre", a Tunísia. Jordânia, Marrocos e Kuwait foram classificados como "parcialmente livres". O restante dos países, como "não livre". "
Segundo Khashoggi, sem liberdade de informação, os árabes são desinformados ou mal informados. “Eles são incapazes de tratar adequadamente, muito menos discutir publicamente, assuntos que afetam a região e suas vidas cotidianas. Uma narrativa estatal domina a psique pública e, embora muitos não acreditem, a grande maioria da população é vítima dessa falsa narrativa. Infelizmente, é improvável que essa situação mude", escreveu.
Para Khashoggi, "o mundo árabe está enfrentando sua própria versão de uma Cortina de Ferro, imposta não por atores externos, mas por forças domésticas que disputam o poder".


DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO DA PF

  Brasil e Mundo ...