segunda-feira, 24 de setembro de 2018

COLUNA ESPLANADA DO DIA 24/09/2018


Baixo clero

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 









Há um movimento curioso a menos de duas semanas da eleição que tem ajudado Jair Bolsonaro nas bases eleitorais no interior. A frente suprapartidária de 110 deputados que ele lançou há mais de dois meses está atraindo aliados de Geraldo Alckmin (PSDB). São deputados do DEM, do PP, PR e outros partidos do Centrão que estão com o adversário tucano. Em suma, a cúpula dos partidos ficam com Alckmin, mas o ‘baixo clero’ está puxando para o candidato do PSL mais deputados federais antes cabos eleitorais de Alckmin. Onyx Lorenzoni (DEM), cujo partido apoia Alckmin, é o coordenador da campanha do capitão no Congresso.
Efeito no Rio
Movimento similar no Rio. Com a ascensão de Flávio, filho de Bolsonaro, líder para o Senado, candidatos de outras coligações pedem material dele para divulgar.
Tendências
Para um eventual segundo turno, caciques de Brasília já apostam em DEM liberando a bancada – boa parte para Bolsonaro – e PSDB, Solidariedade, PR e PRB com Haddad. Sim, PSDB com PT. É a social democracia, enfim, unida. A conferir.
Boca do povo
Nunca na história da publicidade do País o Posto Ipiranga teve propaganda espontânea tão popular como na deste ano com o bordão do candidato. Caiu na boca do povo.
Caravana 2.0
O ex-ministro e condenado na Lava Jato José Dirceu, que percorre – de carro – há três semanas Estados do Sudeste e Nordeste do Brasil para lançar seu livro de memórias, desistiu de ir a Macapá e a Boa Vista, capitais que estavam no roteiro de sua caravana. Belém será a última parada da primeira. Depois descansa com a família. Está solto sob liminar do ministro Dias Toffoli, agora presidente do STF.
$antas Casas
O Conselho Curador do bilionário Fundo de Garantia do Tempo de Serviço salvou os hospitais das falidas Santas Casas de Misericórdia país adentro. Aprovou a criação de uma linha de crédito com recursos do FGTS e vai liberar R$ 956,4 milhões do orçamento do Fundo para as entidades beneficiadas, ainda este 2018.
Ôh, da emergência!
A taxa de juros será de 8,66% ao ano, com prazo de amortização de 5 a 15 anos. Muitos deputados e senadores batalharam pela verba. Agora, é esperar o resultado no atendimento...
Lá, como cá
O novo presidente do Paraguai copiou Michel Temer – quando assumiu pós-Dilma em 2016 – e colocou no primeiro escalão alguns enrolados com a Justiça de seu país.
Dieta do Poder
A grande maioria engorda em campanha comendo pastel na rua. Mas o candidato Henrique Meirelles (MDB) perdeu 5 quilos em um mês.
Escola OAB
O crescimento registrado pelo candidato ao Governo do DF Ibaneis Rocha (MDB) – ex presidente da seccional da OAB – nas pesquisas animou alguns aliados, que pleiteiam o cargo de secretários em eventual  Governo. Um dos mais entusiasmados é Juliano Costa Couto, cujo período na presidência da OAB-DF está quase no fim.
Superstição
Engenheiro, administrador e compositor de sambinhas, Wagner Victer, ex-presidente da CEDAE e agora secretário da Educação do Governo do Rio, usa vez em quando um paletó azul claro como amuleto da sorte em homenagem a um ídolo, quando a situação aperta. É ‘benzido’ pelo Rei Roberto Carlos, seu amigo. Vai aos shows com o paletó.
Filho do peixe
Filho do ministro do STF Luiz Fux, Rodrigo Fux segue os passos do pai no Direito. Pegou um cliente tubarão. Sua High Level atende Ary Bergher e a Federação Israelita do Rio de Janeiro.
Datafolha
Sobre a lista de cidades onde houve pesquisadores, na última sondagem, que não apareceu ontem no site do TSE, o Datafolha informa que segue a regra de prazo para entrega – até o 7º dia da entrega para o registro – e que foi protocalada ontem no Tribunal.

sábado, 22 de setembro de 2018

DESEMPREGADOS DESISTEM DE PROCURAR EMPREGO NO BRASIL


Sem perspectiva, brasileiro desiste mais rapidamente de procurar emprego

Estadão Conteúdo








A proporção de brasileiros que ficam desempregados e logo desistem de procurar emprego tem aumentado nos últimos dois anos, segundo estudo divulgado na quinta-feira, (20), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). São trabalhadores que nem chegam a entrar na fila do desemprego, que hoje tem 12,9 milhões de pessoas, embora tivessem condições de trabalhar.

O IBGE classifica como "desalentado" o trabalhador que desiste de procurar emprego porque não consegue trabalho, ou não tem experiência, ou é muito jovem ou idoso, ou não encontra trabalho na localidade. No trimestre encerrado em julho, 4,8 milhões de brasileiros estavam nessa condição, maior patamar da série histórica, iniciada em 2012 pelo IBGE.

Segundo o estudo do Ipea, entre os trabalhadores que saíram do emprego e viraram inativos no trimestre seguinte, a participação dos desalentados subiu de 11,2%, no início de 2016, para 16,7%, no segundo trimestre de 2018 - o restante estava na inatividade por outros motivos, como simplesmente não querer trabalhar. Os pesquisadores do Ipea usaram dados do IBGE que "rastreiam" um mesmo entrevistado ao longo do tempo.

Tipicamente, o trabalhador passa ao desalento depois de ficar um longo período procurando emprego sem sucesso. Esse ainda é o comportamento majoritário, disse a pesquisadora Maria Andréia Parente Lameiras, uma das autoras do estudo do Ipea, mas o aumento da transição direta para o desalento chamou a atenção. "Isso pode indicar que a percepção do trabalhador sobre o mercado de trabalho é ruim. Ele escuta o noticiário e vê uma economia que cresce pouco", disse Maria Andréia.

É o caso de Célio Lima, de 25 anos, que já trabalhou na construção civil como gesseiro e desistiu de procurar emprego. "Vou esperar até que as obras voltem. Agora está tudo parado." Sem ensino fundamental completo, nem cursos técnicos, hoje ele vive de doações em um assentamento na zona oeste de Natal junto com outras 73 famílias.

O nível elevado de desemprego também influencia essa percepção, já que o trabalhador demitido geralmente conhece colegas que foram dispensados e não conseguiram se recolocar no mercado. "Recentemente, uma combinação de fatores induzem a pessoa a não participar do mercado de trabalho", disse Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). Entre eles, estão os baixos salários de admissão e o desemprego de longa duração.

No caso das mulheres, segundo Barbosa Filho, é comum que elas fiquem em casa cuidando dos filhos, por valer mais a pena do que pagar creche e transporte.

Embora tenha havido uma recuperação do ano passado para cá, o mercado de trabalho continua fraco. Os economistas lembram que a queda do desemprego foi puxada pelo crescimento de empregos informais e, também, pelo avanço do desalento, uma vez que só é considerado desempregado quem está procurando emprego. "O desalento está 'mascarando' a queda do desemprego", disse Barbosa Filho.

Na visão do professor Cláudio Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp, o desalento só cairá após uma redução no contingente de desempregados. "Isso daria um incentivo para a pessoa sair da letargia."

A DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA EQUIVALE A 77% DO PIB


Dívida pública só cai em nove anos, mostra estudo

Estadão Conteúdo









Mesmo fazendo reformas estruturais, como a da Previdência, e com o País crescendo ao ano, em média, pelo menos 2% na próxima década, ainda levariam nove anos para que a dívida pública comece a cair, segundo estudo do Credit Suisse. Contra esse cenário, no entanto, pesam propostas que foram discutidas pelos presidenciáveis, como o uso das reservas cambiais para abatimento da dívida ou a revisão do teto de gastos.

Criado pelo governo Temer, o teto de gastos limitou o aumento das despesas públicas, corrigidas pela inflação do ano anterior. Entre os sete principais candidatos a presidente, cinco já manifestaram que revogariam ou revisariam a medida.

Com a campanha, também voltou a ser discutida entre os economistas a ideia de utilizar o excedente das reservas cambiais, atualmente de cerca de US$ 380 bilhões, para abater da dívida pública.

O Banco Central divulgou que a dívida bruta do setor público era de R$ 5,186 trilhões em julho, o equivalente a 77% do Produto Interno Bruto (PIB).

O estudo do Credit Suisse aponta que o uso das reservas cambiais não seria suficiente para levar a dívida ao mesmo patamar dos demais países emergentes. De acordo com as estimativas, quando se deduz as reservas, a dívida pública cai para 65,9% do PIB, bem acima da média das economias emergentes, de 27,1% segundo dados de 2017 do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nesse contexto, diz o economista Bruno Lavieri, da consultoria 4E, é preocupante cogitar a possibilidade de revogar o teto de gastos ou de usar parte das reservas cambiais para abatimento da dívida, como alguns candidatos a presidente chegaram a fazer. "O teto de gastos sozinho não garante a redução da dívida, mas é um parâmetro que ajuda a conter o aumento de gastos. E usar as reservas deixaria o País exposto."

O economista do Credit Suisse Lucas Vilella concorda que as duas medidas seriam nocivas para o País, sobretudo em um momento de necessário ajuste nas contas públicas. "A ideia de reduzir as reservas não é recomendável, porque jogaria fora um seguro que o Brasil contratou durante anos e nos coloca hoje em uma situação melhor que a da Argentina ou da Turquia, mais expostas à crises."

Referência de risco

A dívida bruta é um dos principais indicadores internacionais que são usados pelas agências de classificação de risco. As notas que essas agências concedem servem para avaliar o grau de confiança dos investidores na economia de um país.

As agências costumam considerar o patamar de dívida bruta em 80% do PIB como uma "faixa da morte" para indicar se o endividamento de emergentes, como o Brasil, é insustentável.

Lavieri explica que o aumento da dívida pública de um país pode ser tão nocivo quanto seria para uma família que gasta mais do que ganha. "O endividamento do país chega a um ponto em que a tomada de novas dívidas fica mais difícil e mais cara. No fim, isso afeta a classificação de risco e também os juros. O País não chega a parar de funcionar, mas o custo de funcionamento acaba se tornando muito maior."

"O primeiro ano do próximo governo terá de ser de enfrentamento da dívida", avalia Vilella. Ele lembra que, fora garantir o crescimento da economia e as reformas, a estabilização do endividamento público teria de vir por um caminho mais duro, com um corte de gastos profundo e aumento de impostos.

No ritmo atual, a expectativa é que os resultados fiscais do Brasil sejam muito piores que os dos demais emergentes nos próximos anos. O FMI estima que, em cinco anos, as contas do Brasil só não vão estar em uma situação mais grave que as da Venezuela.

PRESSÃO AMERICANA PREJUDICA O COMÉRCIO DE SOJA BRASILEIRO


Pressionada por Trump, UE troca fornecedores de soja e prejudica Brasil

Estadão Conteúdo










Em apenas um ano, as importações da soja americana aumentaram em 133% por parte dos europeus

Pressionada pelas ameaças de Donald Trump, a Europa aumenta suas compras de produtos americanos e o Brasil perde a posição de maior fornecedor de soja para o mercado europeu. Dados publicados pela Comissão Europeia nesta quinta-feira (20), apontam que a exportação dos EUA de soja já atende 52% do mercado do bloco entre julho e setembro de 2018. No mesmo período de 2017, essa taxa era de apenas 25%.

Em apenas um ano, as importações da soja americana aumentaram em 133% por parte dos europeus. No total, os produtores dos EUA exportaram 1,4 milhão de toneladas no período dos três meses avaliado por Bruxelas.

Com a alta, os americanos deixaram o Brasil com 39% do mercado europeu de soja. Juntos, os dois países praticamente garantem o abastecimento total de soja aos países da UE. O terceiro colocado é o Canadá, com apenas 2,3% do mercado, taxa similar á do Paraguai.

Entre julho e setembro de 2017, o Brasil exportava 1,2 milhão de toneladas, representando 48% de todas as compras europeias. O Paraguai ainda vendia 500 mil toneladas e abarcava 20% do mercado da UE.

Em 2018, porém, a taxa de participação do Brasil caiu para 39%, com 1,1 milhão de toneladas vendidas. Já a participação do Paraguai foi cortada em quase 90%.

Os europeus insistem que a opção pela soja americana tem uma relação com o preço, mais competitivo neste ano que o restante da soja sul-americana. A exportação americana estaria custando 338 euros por tonelada, contra 359 euros do produto vendido pelo Brasil.

Mas, num comunicado de imprensa, Bruxelas deixou claro que o movimento atendia a um pacto entre os dois aliados do Atlântico Norte.

Em julho, na esperança de fortalecer a relação entre Bruxelas e Washington e evitar uma retaliação da Casa Branca contra os produtos europeus, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, e o presidente americano Donald Trump assinaram um compromisso de aumentar o comércio em várias áreas. A soja era um dos setores no alvo dos americanos.

Um mecanismo de acompanhamento foi criado e, agora, Bruxelas quer mostrar à Casa Branca que está cumprindo sua parte de incrementar a compra de bens americanos.

"Estamos comprometidos em cumprir nosso compromisso feito pelo presidente Juncker para aumentar o comércio, em especial sobre a soja", disse o comissário de Agricultura da UE, Phil Hogan. "Isso reflete nossa parceria de longa data no comércio e o potencial de atingir muito mais", apontou.

A pressão americana aos europeus ainda ocorre no mesmo momento em que Mercosul e UE praticamente abandonaram uma vez mais o diálogo sobre a criação de um acordo de livre comércio. O objetivo do presidente Michel Temer era o de fechar seu governo com a assinatura do entendimento, negociado já durante 18 anos.

Mas uma oferta abaixo do esperado pelos europeus impediu que o Mercosul pudesse, na semana passada, aceitar os termos do entendimento.

De acordo com o levantamento, a UE hoje importa 14 milhões de toneladas de soja por ano, principalmente como fonte de proteína para alimentar galinhas, porcos e gado, assim como para a produção de leite.


PROPOSTA DE FIM DA ESCALA DE TRABALHO 6X1

  Brasil e Mundo ...