OEA abre
caminho para suspender Venezuela com 19 votos favoráveis
Agência Brasil
O ministro das
Relações Exteriores, Aloysio Nunes, participa da abertura da Assembleia Geral
da OEA
A Organização dos
Estados Americanos (OEA) decidiu nest aterça-feira (5) iniciar o processo de
suspensão da Venezuela da organização. A decisão foi feita por meio da
aprovação de uma resolução proposta por Brasil, Argentina, Canadá, Chile,
Estados Unidos, México, Peru, Paraguai, Guatemala e Costa Rica. No total, 19
países votaram a favor da resolução, 4 contra, e 11 se abstiveram.
A resolução é uma
tentativa da organização de agir frente ao agravamento da crise política,
econômica social e humanitária por que passa a Venezuela. O texto destaca que
as eleições do último dia 20 de maio, que reelegeram Nicolás Maduro para
comandar o país, não foram legítimas, por não cumprir com os padrões
internacionais, por não haver contado com a participação de todos os atores
políticos venezuelanos e ter-se desenvolvido sem as garantias necessárias para
um processo livre, justo, transparente e democrático.
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O documento também
menciona a necessidade de encontrar medidas para lidar com o “crescente número
de migrantes e refugiados venezuelanos” que se dirigem aos países-membros da
organização.
O texto pede a
aplicação dos artigos 20 e 21 da Carta Democrática Interamericana. Esse último
afirma que, quando a assembleia geral da organização reconhecer que houve
ruptura da ordem democrática de um integrante da organização e que as gestões
diplomáticas não surtiram efeito, “tomará a decisão de suspender o referido
Estado-Membro do exercício de seu direito de participação na OEA mediante o
voto afirmativo de dois terços dos Estados-Membros”.
Próximo passo da
suspensão
O próximo passo agora é convocar uma assembleia extraordinária para decidir sobre a suspensão. Para a convocação, o conselho permanente deve obter 24 votos a favor. Depois, durante a reunião da assembleia, são necessários outros 24 votos para aprovar a suspensão do país. A assembleia geral da OEA conta com 35 membros, incluindo Cuba, que foi suspensa no período da Guerra Fria e voltou à organização, mas decidiu não participar ativamente das reuniões, o que totaliza um número de 34 membros ativos.
O próximo passo agora é convocar uma assembleia extraordinária para decidir sobre a suspensão. Para a convocação, o conselho permanente deve obter 24 votos a favor. Depois, durante a reunião da assembleia, são necessários outros 24 votos para aprovar a suspensão do país. A assembleia geral da OEA conta com 35 membros, incluindo Cuba, que foi suspensa no período da Guerra Fria e voltou à organização, mas decidiu não participar ativamente das reuniões, o que totaliza um número de 34 membros ativos.
A OEA já havia
aprovado uma resolução, no dia 23 de fevereiro deste ano, em que pedia ao governo
venezuelano para reconsiderar a convocação de eleições presidenciais para 22 de
abril deste ano e para aceitar ajuda humanitária internacional. O país acabou
adiando as eleições para o dia 20 de maio. No dia 3 de abril, a organização
voltou a condenar o país, declarando que o país passava por um processo de
“alteração inconstitucional da ordem constitucional”.
A Venezuela já havia
pedido sair da organização em abril do ano passado, mas o prazo para que sua
saída se completasse seria em abril de 2019.
Uma eventual
suspensão confirmaria o entendimento de que as eleições de maio no país não
foram legítimas e poderia dificultar o acesso da Venezuela a ajuda
internacional que recebe de países de fora do hemisfério.
Se for suspensa, a
Venezuela seria o segundo país a passar recentemente pelo processo na OEA. O
primeiro foi Honduras, suspenso em 2009 em resposta ao golpe que afastou Manuel
Zelaya do poder, mesmo ano em que Cuba retornou à organização.