terça-feira, 18 de julho de 2017

O GOVERNO QUER DESAFOGAR O SUS OFERECENDO PLANOS POPULARES QUE NÃO AGRADAM A POPULAÇÃO



Limitações de serviços para plano de saúde popular podem virar problema para usuários

Filipe Motta e Tatiana Moraes











INTERESSES PRIVADOS - Para Hermann Tiesenhausen, do Conselho Federal de Medicina, novo modelo não vai desafogar o SUS

O usuário pode comprar gato por lebre com a proposta de criação de planos de saúde a baixo custo que o governo federal planeja lançar. A medida, segundo especialistas, não desafoga o SUS e não beneficia o consumidor. Em contrapartida, favorece operadoras privadas, que perderam 1,5 milhões de usuários somente de junho de 2015 a junho 2016, conforme dados que constam no relatório do grupo de trabalho do projeto.
Com possibilidade de reajustes fora das normas atuais da Agência Nacional de Saúde (ANS), aumento nas taxas de coparticipação (que pode chegar em 50%) e leque reduzido de serviços, o consumidor pode acabar tendo que desembolsar mais nos momentos de emergência.
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Afinal, embora ele precise arcar com uma mensalidade para utilizar os serviços, dois dos três planos em discussão não contemplam exames e procedimentos de média e alta complexidade. Nestes casos, o usuário teria que recorrer ao SUS. No terceiro plano sugerido, os procedimentos são contemplados, mediante pagamento de parte dos gastos pelo cliente.
“Os planos de saúde econômicos propostos pelo governo são uma espécie de ‘propaganda enganosa’. A pessoa contrata o plano, mas acaba no SUS”
Maria Inês Dolci
Vice-presidente da Proteste
Como reflexo, a proposta não resolveria a sobrecarga de usuários no SUS, que continuaria como porta de escape das pessoas que aderirem ao novo modelo e precisarem de serviços de média e alta complexidade, afirmam especialistas.
“A partir do momento em que a cobertura dos novos planos propostos não é irrestrita, obrigatoriamente a demanda vai ser resolvida no SUS. O novo modelo não vai desafogar o sistema público. Vai servir como mais um modelo de negócio empresarial para resolver interesses privados”, afirma Hermann Tiesenhausen, representante mineiro no Conselho Federal de Medicina (CFM).
O promotor Fabiano Moraes, coordenador do Grupo de Trabalho de Planos de Saúde do Ministério Público Federal, tem opinião semelhante. Segundo ele, os planos não serão suficientes para que o governo reduza os gastos.
“O argumento do Ministério da Saúde é de que a crise fez com que aumentasse a demanda do SUS e que seriam necessárias alternativas. Pelo modelo proposto, os planos de saúde econômicos lidam com atendimento de baixa complexidade, que são os de menor impacto na saúde pública. O que custa mais alto para as contas públicas são atendimentos de emergência, cirurgias e exames complexos, que não são cobertos pela proposta”, critica.
“Quem trabalha na saúde pública sabe que muitos pacientes não têm dinheiro para comprar nem o remédio. Se for necessário pagar 50% da consulta, muitos até podem comprar o plano, mas eles não terão dinheiro para usá-lo”
Fernando Mendonça
Sinmed
Enrolação
Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), Fernando Mendonça, a criação dos planos econômicos não passa de “enrolação do governo federal para tirar dele a responsabilidade de atuar na saúde pública”.
Ele destaca que a forma de adesão dos médicos e o pagamento dos profissionais ainda são uma incógnita. “Está tudo muito obscuro ainda. Não sabemos como vai funcionar. O governo joga para os médicos a responsabilidade, mas não explica como será a nossa atuação”, lamenta. O Ministério da Saúde não se manifestou.
É uma proposta interessante, mas está perigosa, ainda precisa ser mais bem avaliada. O governo precisa analisá-la junto às operadoras, senão a coisa vai ficar torta. Vai aumentar o número de ações judiciais, vai vir inquietação, insatisfação”
José Fernando Rossi
Abramge-MG
Convênios de baixo custo devem ‘explodir’ judicialização
Para que os planos econômicos propostos pelo governo federal comecem a vigorar é necessário mudar a Lei 9656, que rege as ações das operadoras, conforme a vice-presidente da Associação de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci. Entre as alterações previstas está a “flexibilização” dos reajustes das mensalidades.
Isso significa que os gatilhos para aumento dos planos podem ser maiores do que o determinado atualmente pela lei. “Neste caso, o consumidor vai pagar muito, se levado em consideração que os planos não oferecem uma cobertura completa”, critica o presidente do Sindicato dos Médicos de Minas (Sinmed-MG), Fernando Mendonça.
Outra mudança é a revisão da coparticipação para 50% no pagamento das consultas e ampliação do prazo mínimo para marcação do atendimento. Hoje, os planos têm sete dias marcar consultas básicas, por exemplo. “Quem trabalha na saúde pública sabe que muitos pacientes não têm dinheiro para comprar nem o remédio. Se for necessário pagar 50% da consulta, muitos até podem comprar o plano, mas eles não terão dinheiro para usá-lo”, rechaça o presidente do Sinmed.
Operadoras receosa
Além das críticas da classe médica, as próprias operadoras de saúde estão receosas em criar um produto com preços populares. Elas defendem que é preciso que a proposta do governo estabeleça com clareza que o SUS assumirá os serviços de alta e média complexidade dos pacientes, evitando a judicialização da questão.
É o que afirma José Fernando Rossi, da Associação Brasileira de Medicina de Grupo em Minas Gerais (Abramge-MG), que representa operadoras de saúde privada.
“É uma proposta interessante, mas está perigosa, ainda precisa ser mais bem avaliada. O governo precisa analisá-la junto às operadoras, senão a coisa vai ficar torta. O usuário precisa de uma cobertura de algum evento hospitalar. Ele não tendo direito, o primeiro lugar que vai é à Justiça”.
Além disso
No momento, a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) finaliza o processo de consultas públicas à proposta de criação dos planos populares – qualquer interessado pode enviar propostas até o dia 28 deste mês, no site da ANS.
A consulta acontece após um grupo de trabalho composto pelo Ministério da Saúde, ANS e Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) definir o escopo da nova modalidade de planos.
O grupo reuniu representantes de mais de 20 instituições ligadas à saúde suplementar, em seis reuniões presenciais. O Conselho Federal de Medicina se recusou a participar da discussão por discordar da proposta.
Em abril deste ano, entidades médicas, como o Conselho de Medicina de São Paulo, e de defesa do consumidor, como a Proteste, chegaram a lançar um manifesto contra a proposta. O grupo reclamou de falta de transparência por parte do governo, já que teria havido demora, inclusive, no encaminhamento das discussões para os próprios envolvidos.
Para Fabiano Moraes, do grupo de trabalho de Planos de Saúde do Ministério Público Federal, o modelo proposto pelo governo é perigoso, a médio prazo, porque pode elevar os custos não só para o usuário, como para as próprias operadoras de saúde e para o governo.
“Com a lógica de coparticipação, as pessoas deixam de fazer os exame preventivos e, depois, os problemas aparecem de formas mais graves, exigindo tratamentos mais caros”, afirma.
O médico Hermann Tiesenhausen, membro do Conselheiro Federal de Medicina (CFM), reforça a necessidade de o governo assumir de forma mais efetiva o atendimento primário, ao invés de trabalhar com a lógica de transferi-la para a iniciativa privada.
“O governo quer terceirizar uma situação que não consegue resolver”, critica.


COLUNA ESPLANADA DO DIA 18/07/2017



A guerra

Coluna Esplanada – Leanddro Mazzini 







O presidente Michel Temer enviou o ministro Moreira Franco para conversar com a cúpula da TV Globo há dois meses, numa tentativa de trégua. Mas foi em vão. Temer então declarou guerra. E passou a ordenar a execução de eventuais dívidas da emissora com a União, de impostos e de financiamentos no BNDES. No contra-ataque, a emissora determinou a aproximação de seus principais executivos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na tentativa de fazê-lo presidente da República. Mesmo que seja por um ano, até a eleição direta.
Dupla
São constantes as conversas de Maia com o vice-presidente de relações institucionais da Globo, Paulo Tonet. Almoçaram juntos domingo passado, revelou a Coluna.
Na moita
Deputados da tropa de choque já falam em cassar a concessões da emissora quando vencerem os prazos, que são renovados a priori em comissão responsável na Câmara.
Em tempo
A informação dessa guerra de poderosos chegou à Coluna no sábado de fonte do Palácio, e por ora não conseguimos contato com o BNDES e a assessoria da emissora.
É o recesso
Não há negociatas ou articulações – do Palácio e da oposição – no adiamento da votação do processo de Temer para agosto. Deputados e chefes de gabinetes tinham viagens marcadas com suas famílias. É só o descanso de praxe de todo julho. Deputados consultados pela Coluna apontaram o perigo de até perderem seus casamentos.
PF & Povo
Agentes e delegados da Polícia Federal unidos foram às ruas de São Paulo ontem e coletaram 2.015 assinaturas num documento que pede apoio ao Congresso para votar a PEC 412, pela autonomia da PF. Um dos signatários foi o historiador Leandro Karnal.
Ordem do chefe
Em meio ao contingenciamento de recursos orçamentários, o Ministério da Saúde lidera o ranking de pagamentos de emendas parlamentares com R$ 3,9 bilhões executados até o último dia 6 de julho.
Alegria geral
Na esteira, aparecem os ministérios da Agricultura (R$ 253 mi), Cidades (R$ 248 mi), Educação (R$ 156 mi), Integração Nacional (R$ 124 mi) e Defesa (R$ 113 mi). Segundo a oposição, a liberação ajudou a segurar o processo contra Temer na CCJ.
Agraciados
Deputados e senadores de SP foram agraciados com R$ 483 milhões no 1º semestre. As bancadas mineiras destinaram (R$ 476 mi) em emendas. Integram o topo do ranking de emendas o Rio Grande do Sul (R$ 297 mi), Paraná (R$ 294 mi) e Bahia (R$ 252 mi).
Em baixa
Com a primeira-dama Marcela Temer submersa, o programa Criança Feliz segue em baixa. Para tentar atingir a meta de atendimento de 4 milhões de crianças até 2018, o Governo abriu novo processo de adesão ao programa para atender a 764 municípios.
Generoso
O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (PMDB-RS), tem sido generoso com a liberação de recursos para municípios gaúchos, e bem econômico com outros Estados. Na última semana, liberou R$ 2,3 milhões e R$ 1,2 milhão para Santo Ângelo (RS) e Santa Rita (RS), respectivamente, para aquisição de alimentos.
Dois pesos
Para Pernambuco, por exemplo, foram destinados pouco mais de R$ 600 mil do chamado PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).
Burocracia..
O Governo emitiu o “reconhecimento por extenso período de seca” para 39 municípios do Ceará, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas para receber recursos federais, as prefeituras têm que vencer a burocracia, como apresentar um relatório com diagnóstico dos danos e o Plano Detalhado de Resposta, por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID).
..sem garantia
Só depois desse demorado processo, o Ministério da Integração define o valor do recurso que será disponibilizado. É outro desafio.
Barafunda
O plebiscito na Venezuela sobre as decisões do presidente-ditador civil Nicolas Maduro é só um ensaio, mas vale para o Governo medir a temperatura popular. De qualquer forma, deve-se desconfiar de urnas que são controladas por uma Corte totalmente governista, e de ‘olheiros’ internacionais que são simpatizantes do chavizmo.
Ponto Final
“Aviso aos navegantes e aos intérpretes do pensamento alheio: não tem plano B. Só temos um plano: Lula em 2018.”
Do deputado José Guimarães (PT-CE).

segunda-feira, 17 de julho de 2017

MADURO ENFRENTA SEVERA OPOSIÇÃO NA VENEZUELA



Oposição diz que Maduro foi "revogado" com resultado de plebiscito na Venezuela

Agência Brasil
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta dura oposição no país
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, disse que, como a oposição conseguiu quase sete milhões de votos a favor da sua proposta no plebiscito contra o governo, o resultado deixa o presidente do país, Nicolás Maduro, praticamente "revogado".
"Com os votos do povo venezuelano, matematicamente Nicolás Maduro está revogado no dia de hoje. Esse era o medo que [ele] tinha do plebiscito revogatório e, por isso, impediu; por isso o governo não quer fazer eleições nunca mais", disse Borges após conhecer os resultados eleitorais.
O opositor assegurou que a denominada consulta popular aconteceu "com total beleza e confiança" e que os venezuelanos contaram com menos centros de votação do que em qualquer outra disputa nacional.
"No entanto, o povo superou todos os obstáculos, não somente o de haver menos lugares para votar, mas também superou o medo, superou a violência, superou as ameaças do governo aos funcionários públicos, às pessoas que recebem programas sociais", prosseguiu Borges.
A chamada comissão de fiadores do plebiscito opositor informou antes, com base em 95% do total de votos, que 7.186.170 de venezuelanos participaram da consulta feita à margem do poder eleitoral e que pelo menos 98% dos eleitores votaram sim nas três perguntas.
"Esperamos o número final que será divulgado nesta segunda-feira (17) para que nós possamos ter a certeza de que vamos conseguir a mudança democrática no país", finalizou.

APROVAÇÃO DE TRUMP CAI NOS ESTADOS UNIDOS



Aprovação de Trump cai para 36% no pior índice de um presidente em 6 meses

Agência Brasil








A aprovação do presidente norte-americano Donald Trump caiu de 42% para 36%, na marca dos 100 dias de gestão em abril, ao completar seis meses de governo. A pesquisa, realizada pelo jornal The Washington Post e Rede de TVABC, mostra que a popularidade dele é a pior registrada nos últimos 70 anos no país na comparação com os seus antecessores.
O índice de desaprovação ou rejeição subiu cinco pontos percentuais desde a sondagem de abril. Agora, 58% dos norte-americanos disseram reprovar o governo Trump e 48% afirmaram "desaprovar fortemente" a gestão do atual presidente.
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Presidente tenta desqualificar resultados
A pesquisa foi divulgada neste domingo (16). Depois de conhecer os números, Trump desqualificou o resultado ao chamá-lo de "impreciso em torno de um curto tempo desde a eleição". Na opinião dele, quase "40% de aprovação” não significam “um resultado tão ruim".
A pesquisa também comparou a aprovação de Trump durante a campanha, quando era de 43% no começo e 46,4% na reta final. A margem de erro do levantamento é de 2,5% para mais ou para menos. Analistas acreditam que as denúncias de ingerência russa nas eleições representam o principal fator de desgaste de Trump junto à opinião pública.
A aprovação caiu mais na última semana, depois da revelação do contato entre o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., e uma advogada russa, em um encontro que teria ocorrido para buscar informações que pudessem prejudicar a candidatura de Hillary Clinton.
A pesquisa Washington Post/ABC também mediu o impacto da revelação sobre Trump Jr. junto ao eleitorado. Cerca de 26% dos eleitores não viram problema no encontro, enquanto 63% disseram que a reunião foi inapropriada.
Na visão dos entrevistados, também é mais importante que o governo implante um plano de saúde para os mais necessitados e que realize cortes nos impostos. O estudo indicou que 63% afirmaram que o governo federal deve prover um plano de saúde para americanos de baixa renda, como o extinto Obamacare. Para 27% dos entrevistados, o mais importante é a redução de impostos.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...