quinta-feira, 11 de maio de 2017

CEM ANOS DE TRAGÉDIA NA RUSSIA



Uma tragédia centenária

Manoel Hygino 







Na sessão da última quinta-feira de abril da Academia Mineira de Letras, o secretário de Estado da Cultura, Ângelo Oswaldo, de privilegiada e invejável memória, comentou comigo aproximar-se o centenário da morte da família real russa. Pouco, aliás, se tem ouvido sobre a própria Revolução de 1917, mas falta menos de um ano para o fim dos Românov. Transportada através do imenso país até os Urais, ela se instalou na cidade de Ekatarinburgo, na casa Ipatiev, de dois andares, confortável e ampla.
A revolução durou de 1917 a 1920, encerrando a monarquia absoluta de Nicolau II e deixando 6 milhões de mortos, vítimas de massacres, fome e epidemia. Entre as vítimas, aliás, a própria família real – o soberano, a czarina Alexandra e os cinco filhos (quatro mulheres e o caçula, herdeiro do trono), assassinados na madrugada de 17 de julho de 1918, após confinados 78 dias.
Robert K. Massie, que estudou a fundo o tema, descreve os derradeiros momentos: “era meia-noite quando Yakov Yurovsky, líder dos executores, subiu as escadas para acordar a família. Justificou a invasão, afirmando que era preciso remover todos para o porão, por causa do risco de serem atingidos por tiros disparados da rua. Em 40 minutos, Nicolau, 50 anos; Alexandra, 46; o filho Alex, 13 e as filhas – Olga, 22; Tatiana, 21; Marie, 19; e Anastasia, 17; arrumaram-se. Aléxis, que era hemofílico, estava debilitado e precisou ser carregado pelo pai. Um médico, amigo do czar, que estava retido na casa, e mais dois empregados, também foram obrigados a acompanhá-los”.
O grupo desce ao porão. O líder determina que todos fiquem lado a lado para uma foto. Com isso, provaria em Moscou que os reféns não tinham fugido. Em vez de um fotógrafo, onze homens armados entram no local. Faz-se a sentença de morte e o pelotão começa a atirar.
Depois do fuzilamento, só fumaça, o cheiro de pólvora e um rio de sangue. Um pequeno gemido e um movimento. O rapazola, herdeiro do trono, ainda nos braços do pai, moveu fracamente a mão para segurar-lhe o casaco. Um dos atiradores deu um pontapé na cabeça de czarevevith. Yurovsky avança e dispara dois tiros no ouvido do menino. Anastasia,que apenas desmaiara, recupera a consciência e grita. Todo o grupo se volta para ela com baionetas e coronhas de espingardas. Estava terminado.
Nicolau levara um tiro de revólver na cabeça e morrera instantaneamente. Alexandra só teve tempo de erguer a mão e benzer-se. O médico Botkin cai, morto. A criada Demidova resistiu à primeira descarga, mas foi trespassada por baionetas. O corpo de Trupp, empregado da família, estava também lá. Não havia dó ou piedade. O cãozinho Jimmy, um spaniel levou uma coronhada, que lhe esmigalhou o crânio.
Os corpos foram embrulhados em lençóis e colocados num caminhão. Antes da madrugada, o veículo chegou ao local previamente escolhido, o bosque “Quatro Irmãos”. Começa o desmembramento dos corpos. O que restava era dissolvido em ácido sulfúrico, alguns ossos queimados.
O Inquérito Judiciário sobre o assassinato foi realizado por Nicolas Sokoloff, juiz de Instrução do Tribunal de Omsk, publicado em Paris, em 1924 documento sobre a tragédia de Ekaterinburgo, com plantas e 83 fotografias inéditas. Tenho um exemplar da época. Em menos de um ano, será o primeiro centenário da tragédia.

A INFLUÊNCIA DAS MÃES NA NOSSA VIDA



A influência da mãe nas escolhas afetivas

Simone Demolinari 







O útero materno, também conhecido como “paraíso perdido”, é um lugar onde nos sentimos totalmente acolhidos. Recebemos alimento, aconchego, temperatura agradável, permanecemos em total harmonia, paz e tranquilidade. Na vida intrauterina nos sentimos completos e plenos. A fusão mãe e filho é a total completude (mãe e filho numa só pessoa). Contudo, ao nascer um caos se instala, fica para trás metade de nós – tanto para mãe quanto para o filho.

Após o nascimento do filho, as mães são acometidas por um vazio tão grande que deprimem após o parto. Já os filhos sentem frio, fome, dores, além da perda do aconchego.

A ruptura do nascimento é muito traumática e isso fica estampado na cara dos bebês – nenhum nasce rindo, ao contrário, todos nascem chorando. É interessante observar a expressão facial de quem nasce e de quem morre. Os que morrem expressam serenidade, enquanto os que nascem expressam desespero. Por aí, podemos imaginar o tamanho do trauma em sair do útero.

Já nascido, o filho torna-se totalmente dependente da mãe. E a mãe, por mais que se esforce, não conseguirá ser suficiente para o filho, uma vez que a busca dele é pelo paraíso perdido. A partir dessa busca inatingível, nasce a “sensação de incompletude” presente em todos nós em maior ou em menor grau. Muitos denominam a isso “vazio existencial”.

A infância e a adolescência não nos cura desse trauma. Ao contrário, à medida que o tempo passa, a dependência emocional do filho em relação à mãe só aumenta. A forma que a mãe irá lidar com esse vínculo é que determina a formação psíquica da criança. Mães muito críticas, por exemplo, podem formar filhos submissos, com auto estima baixa. Mães egoístas podem estimular a insegurança, e assim por diante.

Este vínculo da infância reflete mais tarde na vida adulta, afinal é com a mãe que vivemos nossa primeira experiência afetiva. Uma experiência impactante que influencia diretamente na escolha do par amoroso.

À luz dessa premissa fica compreensível alguns vínculos doentios. A crença do inconsciente é: “se nem minha mãe se importou comigo, quem irá se importar?”. Deriva daí a submissão, o medo do abandono, a sensação de inadequação, a subserviência, a doação ilimitada de afeto, o medo da rejeição, etc.

Por outro lado, uma mãe considerada “suficientemente boa” – aquela que está atenta às necessidades do filho, comprometida com a maternidade, dando ou transmitindo a sensação de acolhimento, proteção, segurança e alegria, tende a criar filhos mais independentes, auto confiantes, com boa inteligência intrapessoal e facilidade de se relacionar sem medo da rejeição. Geralmente fazem boas escolhas afetivas, tanto pela sua autovalorização quanto pela sua saúde emocional.

Não há como negar que tanta troca entre mãe e filho (desde o útero) não esteja diretamente ligada à formação psíquica do adulto. Não tem como ser diferente.

APARECIMENTO DO MACACO MICO-LEÃO-DOURADO NAS FLORESTAS DO RIO DE JANEIRO



Após mais de um século, pesquisadores avistam micos-leões-dourados

Agência Brasil











Mico-leão-dourado avistado por pesquisadores na Reserva Biológica Fiocruz Mata Atlântica, na cidade do Rio de Janeiro


Tudo começou em 2015, quando pesquisadores da Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica,campus avançado para pesquisas em biodiversidade e saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizado em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, ficaram sabendo da existência de micos-leões-dourados na região.
No ano seguinte, a presença foi confirmada por um funcionário que avistou três indivíduos juntos da espécie Leontophitecus rosalia. No dia 19 de abril passado, pesquisadores fizeram a primeira foto da espécie, confirmando o aparecimento raro depois de mais de um século sem que micos-leões dourados fossem vistos na cidade do Rio de Janeiro.
“Significa que esses animais estão ali, regularmente”, disse à Agência Brasil o biólogo Ricardo Moratelli, um dos responsáveis pela gestão ambiental e levantamento da biodiversidade da Estação Biológica da Fiocruz. O próximo passo, segundo ele, é descobrir a origem desses animais: se são remanescentes de uma população local ou se foram trazidos de outra região e soltos na área.
Moratelli acredita que o mais provável é que tenham sido trazidos de outra região. “Poderiam estar em criadouros; podem ter sido trazidos ilegalmente. É muito difícil que sejam remanescentes de populações naturais. Mas é uma possibilidade que a gente não pode também descartar”, disse o biólogo.
Para que possam ser feitos testes que comprovem a origem desses animais, Moratelli explicou que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) terão de conceder licenças para os testes: “A gente não pode encostar nos animais sem as licenças”.
Embora seja um grupo pequeno e inviável a longo prazo, Ricardo Moratelli disse que a presença deles demonstra que aquela área poderia, inclusive, receber mais micos-leões dourados – uma vez que era o habitat original da espécie, o que abre a possibilidade para se tentar introduzir mais animais no local.
Extinção
Moratelli conta que o mico-leão-dourado é uma espécie nativa dessa região e foi extinta entre o final do século 19 e o começo do século 20. “Existe na região em torno de 50 a 60 quilômetros quadrados de matas conectadas que são habitats favoráveis para a vida desses animais. Pode ser que eles continuem por aquela área, pode ser que eles se desloquem pelo Maciço da Pedra Branca para outras regiões voltadas para a vertente sul. A gente não sabe”.
O biólogo Ricardo Moratelli conta que, por volta de 1830, o mico-leão-dourado habitava desde a Bacia do Rio Sepetiba até o norte do estado, na fronteira com o Espírito Santo, e foi se extinguindo aos poucos com mudanças feitas pelo homem no meio-ambiente local. Isso, associado à caça, reduziu muito as populações desta espécie, até que, em 1960, existiam apenas 200 indivíduos livres na natureza e todos na Bacia do Rio São João, que engloba as cidades de Silva Jardim e Casimiro de Abreu e inclui as reservas biológicas de Poço das Antas e União. Em 1940, a espécie já estava restrita à Bacia do Rio São João e às adjacências da Lagoa de Araruama.
“[A espécie] já não existia no município do Rio de Janeiro. A ocorrência desses animais mostra que essa área tem potencial para receber mais indivíduos e talvez ampliar um pouco a distribuição atual dessa espécie, por meio de reintrodução”, disse, ao lembrar que ainda não há decisão sobre o assunto: “são só ideias para se pensar o que fazer”. Qualquer medida deve ser tomada pelo Inea, que tem a missão de proteger os fauna local como um todo.
Os pesquisadores continuam a procura de outros exemplares da espécie. A Estação Biológica Fiocruz trabalha no levantamento constante da biodiversidade daquela região, englobando flora e fauna, como morcegos, anfíbios, aves e roedores.
Diversidade
Até o momento, os pesquisadores descobriram que os micos-leões dourados avistados estão vivendo na área da Estação Biológica Fiocruz em grupos mistos com saguis de tufo branco, que são animais introduzidos, oriundos do Nordeste brasileiro. Atualmente, existem 3,2 mil micos-leões-dourados no estado do Rio de Janeiro que se multiplicaram a partir daqueles 200 indivíduos que existiam em 1960.
“Existe uma diversidade genética muito baixa para a espécie”. Segundo Ricardo Moratelli, se os três indivíduos avistados no campus da Fiocruz forem oriundos de outras áreas e por alguma razão pararam ali, é o melhor para a espécie. “Quanto maior a variabilidade genética e maior a distribuição geográfica, melhor para a espécie”, afirmou.
Ricardo Moratelli disse também que o pequeno grupo corre o risco de ser atacado por predadores e morrer por doenças. “A gente sabe que esse pequeno grupo não vai viver ali por muito tempo que, quando se fala em conservação, são 30, 40, 50 anos. Mas o fato de eles ocorrerem ali de 2015 até hoje mostra que o habitat é favorável para essa espécie ainda e que um programa de reintrodução ali poderia ser pensado. Seria belíssimo ter micos-leões-dourados na maior floresta urbana das Américas”, disse.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

MINEIRA DE IPATINGA-MG PODE SER A PRIMEIRA PREFEITA DE CIDADE DOS EUA



Mineira concorre à Prefeitura de Framingham, em Massachussets, nos EUA

Paula Bicalho









Priscila pode se tornar primeira prefeita de cidade dos EUA


Priscila Sousa, nascida em Ipatinga, é uma das concorrentes ao cargo de prefeito em Framingham, Massachusetts/EUA, que, a partir de 2018, vai se tornar município. Morando no país desde 1995, Priscila é cidadã americana há 6 anos e filiada ao Partido Democrata.
A jovem tem bacharelado em Ciências Políticas pelo Simmons College, em Boston, e fez estágio na State House com a senadora Barbara L’Italien durante sua carreira como deputada estadual. Embora não faça parte da sua formação acadêmica, Souza também tem experiência em campanhas já que em 2012 trabalhou na reeleição do ex-presidente Barack Obama em Las Vegas, Nevada.
A decisão para se lançar candidata deve-se a fase atual “bastante emocionante na história de Framingham, em que existe uma grande oportunidade para o governo municipal ser mais inclusivo, com grande representatividade para os imigrante". No site da campanha (http://priscillaframingham.com/), a candidata afirma que sua missão é transparência no governo local e amplo apoio às mulheres, ao envelhecimento da população com qualidade de vida e à educação das crianças.
Priscila precisa de 500 assinaturas de eleitores cadastrados em Framingham para que possa concorrer oficialmente. Os outros dois candidatos são John Stefanini, um ex-representante do estado e Joshua Horrigan, nativo da cidade. O primeiro prefeito de Framingham servirá por quatro anos e como chefe do Poder Executivo, orientará na transição da comunidade para uma cidade. A eleição municipal está marcada para 7 de novembro.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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