quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O SOCORRO VEM DO CÉU E DA TERRA



Safra recorde pode ajudar o país a sair do atoleiro

Bruno Moreno 







PLANTIO – Safra de grãos em Minas Gerais chegará a 13,8 milhões de toneladas, alta de 17,1%


O pontapé para a recuperação econômica brasileira deve vir do céu e do campo neste ano. A previsão de boas condições climáticas, com chuvas, fez com que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) preveja uma safra recorde de grãos (215,27 milhões de toneladas) para 2017. O valor corresponde a um aumento de 15,3% (ou 28,6 milhões de toneladas) em comparação com o total de 186,7 milhões de toneladas no período 2015/16. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também prevê safra 16,1% maior.

Traduzindo o eco-nomês, mais oferta de grãos significa um aumento das riquezas produzidas no país, a redução dos preços e até mesmo mais empregos.

A tendência, segundo especialistas, é a de que a movimentação econômica em torno do agronegócio possa reverberar na economia como um todo.

Na semana passada, antes da publicação da previsão da Conab, o Boletim Focus apontou um crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017. Agora, é possível que a projeção melhore. Metade do crescimento do PIB terá como resultado o agronegócio, conforme a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

“A tendência é que de fato isso possa contribuir para aumentar o PIB. O impacto do aumento da safra é direto no aumento do PIB. Essa estimativa é da safra como um todo, e esses 215 milhões de toneladas não foram colhidos ainda e, até então, o clima tem sido bastante favorável, ao contrário do ano passado”, aponta o superintendente de gestão da oferta da Conab, Wellington Teixeira.

Para se ter uma ideia, o setor responde a 22% do Produto Interno Bruto brasileiro.

O professor de Economia Brasileira e Finanças da PUC Minas, Ário Maro, avalia que o primeiro impacto da safra recorde de grãos ocorre na elevação da renda agrária. “Você vai ter mais compras, não só de insumos, mas de bens finais. Principalmente nas cidades polos do agronegócio. Vai ter uma reativação de negócios”, aposta. Com a reativação, podem surgir novas vagas de emprego.

O economista destaca que o setor tem a capacidade de alavancar a economia quando há estagnação. Segundo ele, apenas o agronegócio não tira o país da recessão, mas é um belo começo.

“São setores que saem na frente. O esforço de investimento já está dado. Sempre nesses momentos, o setor agroindustrial ajuda a passar por essa turbulência. Aí, num segundo momento, setores como a construção civil e automóveis começam a se recuperar. É de bom tamanho saber que esse setor está respondendo ”, avalia.

Preços equilibrados
De acordo com Teixeira, a safra recorde deve contribuir também para que não haja aumentos expressivos de alguns produtos, como o feijão. No ano passado, o preço da leguminosa subiu sem parar até o mês de setembro, quando alcançou alta acumulada de 136,57% no ano.

A primeira safra do feijão deve atingir 1,3 milhão de toneladas, resultado 25,7% superior à safra passada. Já a colheita do arroz deve alcançar 11,64 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 9,7%.

“A tendência é a de que tenha oferta em abundância, e isso promove o abastecimento interno e a retomada das exportações. E evita que tenhamos condições de preço como as do ano passado”, afirma.

Já sobre a balança comercial, Teixeira aposta na retomada de mercados.

Caixa libera R$ 6 bilhões em empréstimos para produtores
A Caixa Econômica Federal anunciou ontem que irá disponibilizar aos produtores rurais R$ 6 bilhões para a linha de Custeio Antecipado, que possibilita o acesso a recursos para as lavouras até 270 dias antes do início do plantio da Safra Verão 2017/2018.

A safra cujo empréstimo foi disponibilizado é a seguinte a deste ano, quando a previsão é de recorde na produção de grãos.

A linha está disponível para as principais culturas, como soja, milho, arroz, trigo, feijão e sorgo, e conta com análise técnica automática para propostas de até R$ 500 mil.

Segundo o vice-presidente de Produtos de Varejo da Caixa, Fábio Lenza, o objetivo é fazer com que o produtor planeje os cutsos da próxima safra.

“O Custeio Antecipado proporciona as condições necessárias para que os recursos financeiros do Crédito Rural cheguem ao produtor rural de forma rápida, simples e no melhor momento, para que possa se programar e reduzir custos”, comenta.

Produtores podem contratar até R$ 3 milhões no Custeio Antecipado, deduzido deste limite o valor contratado entre julho e dezembro de 2016.

Balanço
A carteira de Crédito Rural da Caixa ultrapassou o montante de R$ 7 bilhões de saldo em operações ativas.

Para o ano-safra 2016/2017, que se encerra em junho de 2017, a Caixa deve superar o volume de R$ 10 bilhões em contratações nas linhas de crédito destinadas a custeio, investimento, industrialização e comercialização para produtores rurais, agroindústrias e cooperativas.

As contratações podem ser feitas nas 1.700 agências do banco espalhadas pelo país.






terça-feira, 10 de janeiro de 2017

TRUMP VALORIZA MUITO A RUSSIA



Trump diz que somente pessoas 'estúpidas' não querem boa relação com a Rússia


Estadão Conteúdo 









O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu, em seu perfil no Twitter, que somente "pessoas estúpidas ou tolas" pensam que ter uma boa relação com a Rússia é uma coisa negativa. O comentário, feito ontem, ocorreu após a divulgação do relatório das agências de inteligência americanas, que teria comprovado que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou um "esforço" de Moscou para interferir nas eleições presidenciais dos EUA, divulgando e-mails de pessoas ligadas à candidata democrata Hillary Clinton.

Segundo Trump, "já existem problemas suficientes em todo mundo. Quando eu for presidente, a Rússia irá nos respeitar muito mais do que agora e os dois países, talvez, irão trabalhar juntos para resolver alguns dos grandes problemas mundiais".

Antes disso, o presidente eleito americano já havia culpado o Partido Democrata pelo ataque cibernético feito pela Rússia durante as eleições. Trump disse que houve uma "negligência grosseira" por parte do comitê democrata, que permitiu os ataques hackers de Moscou.


PREFEITOS IRRESPONSÁVEIS DEVERIAM SER PUNIDOS



Prefeitos em Minas herdam 'presente de grego' de administrações passadas

Janaína Oliveira 







Moradores de Ribeirão das Neves, na Grande BH, sofrem com a falta da coleta de lixo desde o ano passado; novo prefeito promete regularizar serviço



Em apenas 10 dias de gestão, prefeitos mineiros já perceberam o tamanho da encrenca que terão que administrar. Entre os problemas herdados estão desde cofres vazios e salários dos servidores atrasados a linhas de telefones cortadas por falta de pagamento e interrupção de serviços de saúde à população.
Em algumas cidades, o absurdo é ainda maior, como por exemplo, sumiço de carro oficial e até computadores com arquivos apagados, o que impede que os novos gestores tenham informações sobre a real situação das contas públicas. Em tempos de crise, o “presente de grego” das administrações anteriores impõe mais arrocho para os municípios.
Em Esmeraldas, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, o prefeito Márcio Belém (PMDB) não pode usar o telefone do gabinete para fazer ou receber chamadas. Assim como essa linha, todas as outras instaladas em prédios municipais, inclusive escolas, estão cortadas em função de inadimplência. O serviço só foi preservado no hospital da cidade.
“A antiga administração fez uma negociação com a empresa de telefonia, mas não honrou os pagamentos.   Conseguimos somente o desbloqueio das linhas do hospital e a restauração da internet. A dívida passa de R$ 200 mil”, diz o secretário de Planejamento e Gestão, Túlio Costa.
Outro “abacaxi” corresponde às folhas de pagamento relativa a dezembro e ao 13 º salário. “Cada folha custa cerca de R$ 5 milhões. Não temos condição de pagar agora. Mas vamos tentar quitar o pagamento de janeiro e nos reunir com os sindicatos para o escalonamento do que ficou pra trás”, afirma ele, que ainda apontou o sumiço de bens.
“Móveis, uma impressora e HDs de computador foram extraídos. Vamos fazer uma auditoria contábil e patrimonial e encaminhar ao Ministério Público”, diz Costa.
Folha de Pagamento
Na pequena Itacarambi, no Norte de Minas, com pouco mais de 18 mil habitantes, segundo o IBGE, a prefeita Nívea Maria (PTB) encontrou uma folha de pagamento sem quitar e sem empenhar de R$ 1,9 milhão.
“Além dessa conta enorme, arquivos de computadores dos setores de licitação, planejamento e contabilidade foram apagados e vários carros estão sucateados”, afirma o secretário de Administração, Wendel Chaves Almeida.
Prefeito de Biquinhas, cidade com menos de 3 mil habitantes localizada no Centro-Oeste, Arisleu Ferreira Pires (PMDB) conta que encontrou o caos.
“O salário de dezembro não foi pago e a folha em atraso já está em R$ 240 mil. Mas a dívida com a Previdência beira os R$ 2 milhões. E vários itens desapareceram, como motosserra, máquina de cortar grama e bomba usada no combate à dengue”, afirma.
Segundo Pires, até o carro oficial, um Sonic preto, sumiu e só apareceu três dias depois do réveillon.  “O veículo foi trazido por um reboque de Três Marias, mas está todo detonado, com pára-choque quebrado, motor quebrado e pneu estourado. Agora, está com a seguradora para fazer o conserto”, diz o prefeito, que registrou ocorrência policial sobre o carro e outros bens.
Em Manga, no Norte de Minas, o prefeito Joaquim Oliveira (PPS), o Quinquinha, descreve a situação que encontrou como caótica. “Não houve transição. O prefeito antigo passou a chave, mas até hoje não recebemos os dados da parte financeira e contábil”, afirma.
Segundo ele, obras estão inacabadas e 11 comunidades estão sem água, já que as bombas submersas estão queimadas. “Carros estão parados por falta de manutenção e informações foram deletadas dos computadores. A situação é de calamidade”, diz.
Segundo a economista da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Angélica Ferreti, casos como os citados agravam a situação dos municípios, que já sofrem com perdas na arrecadação e menor transferência de recursos por parte do estado e União
Sem saída, eleitos decretam calamidade financeira nas cidades
Diante de uma dívida de R$ 241 milhões, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o prefeito Junynho Martins (PSC) decretou ontem estado de calamidade financeira no município.
Entre os problemas herdados estão o não pagamento do salário de dezembro e do 13º dos servidores, além do atraso de repasses à empresa responsável pela coleta de lixo no município, o que está comprometendo o serviço desde outubro do ano passado. “O montante dos débitos cresceu mais de 100% em quatro anos. Isso é praticamente impagável”, declarou o prefeito.
Segundo Martins, serão tomadas medidas emergenciais como auditoria na folha de pagamento do mês passado; revisão dos contratos municipais, regularização da coleta de lixo nos próximos dias e do atendimento do Hospital São Judas Tadeu.
Só a dívida com a empresa de coleta seria de R$ 8,5 milhões. Ele anunciou ainda que a previsão é de regularizar os pagamentos dos servidores a partir de fevereiro. “Encontramos um furação. Não temos dinheiro de imediato, mas vamos pagando aos poucos. Pedimos paciência à população”, afirmou.
Os primeiros dias da gestão também não foram fáceis para o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (PP). Na último dia 6, ele assinou decreto em que instaura estado de calamidade econômica no maior município do Triângulo Mineiro em função do rombo nas contas públicas, que somam mais de R$ 390 milhões, segundo Leão.





Na pequena Itacarambi, folha de pagamento não foi quitada e arquivos de computadores foram apagados

De acordo com o prefeito, do total da dívida com folha de pagamento, encargos e fornecedores, R$ 104,9 milhões são recursos empenhados e não pagos no exercício 2016. Na prática, o documento estabelece um contingenciamento dos recursos previstos para o orçamento de 2017, com a ressalva de gastos com pessoal e em áreas essenciais como saúde e educação.
A determinação também permite que o Executivo realize contratações emergenciais, com dispensa de licitação, no intuito de manter a continuidade de serviços considerados básicos.
Representantes das administrações passadas das prefeituras citadas na reportagem não foram localizados ou não retornaram as ligações.
“Encontramos o caos, com UPA fechada, salário de médico com três meses de atraso e uma dívida quase impagável.
Serei incansável para colocar as contas em dia”
Junynho Martins (PSC)
Prefeito de Ribeirão das Neves
Betim tem dívida de cerca de R$ 2 bilhões
Um dia após a posse, o prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PHS), assinou um decreto de emergência administrativo-financeira. No documento consta uma série de ações estabelecidas com o intuito de não gerar novos gastos, como por exemplo, a proibição de contratação. O decreto ficará em vigor por 180 dias.
A dívida total do município gira em torno de R$ 2 bilhões. Desse total, R$ 900 milhões compõem a dívida a longo prazo; R$ 600 milhões são relativos ao instituto de previdência dos servidores; R$ 30 milhões com a folha de pagamento, R$ 450 milhões em precatórios e outros R$ 110 milhões com fornecedores.  Dentre os fornecedores, estão em atraso pagamentos da ordem de R$ 74 milhões apenas para aqueles que vendem materiais para a saúde.
O prefeito também decidiu parcelar os salários dos servidores municipais. Quem recebe até R$ 3 mil recebeu integralmente na última sexta-feira, dia 6.
Já aqueles que ganham mais que esse montante, terão creditado o salário referente ao mês de dezembro no próximo dia 20 até o limite de R$ 3 mil. O servidor que ganha mais de R$ 6 mil receberá o restante na primeira semana de fevereiro, em data ainda não especificada pela prefeitura.
Entre as medidas previstas no decreto também está a renúncia do salário de R$ 21 mil do cargo de prefeito.
Dentre as cidades com mais de 200 mil habitantes, Vittorio Medioli é considerado o prefeito mais rico do país, com patrimônio de R$ 352.572.936,23 declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Até o carro oficial da prefeitura – um Sonic, da Chevrolet – sumiu no dia do réveillon. Só apareceu dias depois, trazido por um reboque de Três Marias, batido, com o motor estragado e pneu estourado”

Arisleu Ferreira Pires (PSDB)
Prefeito de Biquinhas
“O antigo prefeito só passou a chave. Carros estão quebrados, arquivos foram apagados dos computadores e 11 comunidades estão sem água porque as bombas estão queimadas”

Joaquim Oliveira, o Quinquinha (PPS)
Prefeito de Manga

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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