Temer se solidariza com
povo grego pela morte do embaixador Kyriakos Amiridis
Agência Brasil
Hoje em Dia - Belo
Horizonte
O corpo do grego foi encontrado num carro carbonizado e abandonado no
Arco Metropolitano, anel viário da Região Metropolitana do Rio
O presidente Michel Temer enviou cartas às duas mais altas autoridades
da Grécia manifestando pesar pela morte do embaixador grego no Brasil, Kyriakos
Amiridis, e prometeu "rigorosa investigação" sobre as causas do
assassinato. Ao presidente Prokopis Pavlopoulos e ao primeiro-ministro Alexis
Tsipras, Temer manifestou solidariedade ao povo grego e ofereceu condolências
em nome do povo brasileiro.
"As autoridades competentes estão conduzindo rigorosa investigação
para esclarecer as circunstâncias do ocorrido e julgar os responsáveis. O
governo brasileiro reafirma sua disposição de colaborar ativamente com a parte
grega, como tem feito desde o início", escreveu o presidente a
Pavlopoulos, em correspondência enviada nesta sexta-feira (30). Ao primeiro-ministro,
Temer disse que o Brasil se mantém "de prontidão" para cooperar com
as investigações.
Nesta sexta-feira, as investigações apontaram que a morte do embaixador
foi decorrente de crime passional e que o policial militar Sergio Gomes Moreira
Filho confessou o crime.
"O Brasil associa-se à Grécia nessa hora de luto. Ofereço ao
governo e ao povo gregos, em especial aos familiares e amigos do embaixador
Amiridis, nossas mais sentidas condolências e compaixão", disse a Tsipras,
após afirmar que lhe causou "profunda tristeza" a morte do diplomata.
Polícia identifica corpo e
pede prisão de mulher de embaixador grego
A Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu a prisão da mulher do embaixador
da Grécia no Brasil. Ela é apontada como suspeita da morte do diplomata Kyriakos
Amiridis, 59, que estava desaparecido desde a última segunda-feira (26). Um
policial militar e o primo dele também são apontados como suspeitos.
O pedido de prisão temporária foi feito à Justiça nesta sexta-feira (30)
após a polícia identificar que o corpo Amiridis é o mesmo que foi encontrado
carbonizado na quinta (29) dentro de um carro sob um viaduto em Nova Iguaçu.
Segundo a Polícia Civil, o soldado da PM Sérgio Gomes Moreira Filho, 29,
confessou ter matado o diplomata. Para a polícia, ele tinha um caso
extraconjugal com a viúva do embaixador, a brasileira Françoise Amiridis, e o
crime teria motivação passional.
Ainda segundo as investigações, Kyriakos Amiridis teria sido morto na
própria casa e, na sequência, seu corpo teria sido retirado do local pelo PM e
levado no carro alugado pelo embaixador - o mesmo veículo que foi encontrado em
chamas em Nova Iguaçu.
Um sofá com manchas de sangue foi encontrado na casa em que o casal
estava hospedado. O móvel foi levado para a delegacia durante a madrugada e
passou por perícia.
Foi a própria viúva do embaixador que comunicou o sumiço do marido à
Polícia Federal. A PF avaliou que o desaparecimento não tinha relação com a
atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à
DHBF, que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos.
Procurado, o Ministério de Relações Exteriores disse que não comentará o
assunto, e funcionários do Consulado da Grécia no Rio não deram informações
sobre o paradeiro de Amiridis. A Embaixada da Grécia ainda não havia se
pronunciado oficialmente sobre o caso.
O embaixador estava de férias no Rio até o próximo dia 9, quando deveria
voltar ao trabalho na embaixada em Brasília. Gomes Filho está na Polícia
Militar desde abril de 2012 e trabalhava na UPP Fallet/Fogueteiro. Ele será
submetido a processo administrativo disciplinar e um conselho de revisão
disciplinar decidirá por sua permanência ou exclusão da instituição. Ele deve
ser encaminhado para a unidade prisional da PM.
PAIXÃO PELO RIO
Amiridis era um apaixonado pelo Rio e já foi cônsul na cidade de 2001
até 2004. Em janeiro deste ano, ele assumiu o posto em Brasília. Nas suas
folgas, ele costuma passar alguns dias no Rio. Um dos funcionários da embaixada
grega em Brasília confirmou que a mulher de Amiridis tem residência na capital
fluminense.
O embaixador era formado em direito pela Universidade de Aristóteles em
Tessalônica, na Grécia. Sua carreira diplomática começou em 1985. Antes de
assumir o posto em Brasília, ele foi embaixador da Grécia na Líbia por quatro
anos a partir de 2012.