sábado, 3 de dezembro de 2016

O BRASIL CADA VEZ MAIS POBRE



Aumenta a população brasileira na extrema pobreza, e cenário pode piorar

Tatiana Lagôa e Janaína Oliveira






Aos 65 anos, o aposentado José Félix da Silva passa por muitas dificuldades para sobreviver com apenas R$ 880 por mês

O achatamento da renda dos brasileiros, provocado pela crise econômica, agrava uma situação já dramática e faz aumentar o número de pessoas em estado de extrema pobreza no país. Dados do IBGE mostram que, se em 2014 este grupo representava 7,9% da população, em 2015, o percentual passou para 9,2%. O cenário poderá piorar ainda mais nos próximos anos com a política fiscal adotada pelo governo Temer, apontam especialistas.
De acordo com o levantamento divulgado ontem pela instituição, 17,8% da população ganhava até meio salário em 2015 e outros 30,3% ficavam na faixa de renda entre meio e um salário. Em síntese, 57,3% dos brasileiros ganham até um salário mínimo que, no ano passado, estava em R$ 788. O rendimento médio no país caiu 7,16% neste período, passando de R$ 1.368 para R$ 1.270. Esse é o menor valor desde 2011.
“Vivemos o reflexo do aumento do desemprego conjugado com a queda na renda. A pobreza é agravada porque quem sofre mais na crise são os trabalhadores menos qualificados e de baixa renda”, explica o vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Pedro Paulo Pettersen.
Futuro
Especialistas defendem que o desmonte no Bolsa Família, aliado aos efeitos da PEC 55 – que limita os gastos do poder público pelos próximos 20 anos – no salário mínimo poderá empurrar os mais pobres para a miséria. Desde que o peemedebista assumiu a Presidência, 1,123 milhão de cadastros do programa assistencial foram cancelados ou bloqueados (dado de 7 de novembro de 2016).
“O governo propõe fazer o contrário do que seria certo neste momento recessivo. Com mais pessoas sofrendo as consequências da crise, é preciso que haja um aumento do assistencialismo”, observa a coordenadora do Centro de Capacitação e Pesquisa em Projetos Sociais da UFMG, Danielle Cireno Fernandes.
A socióloga explica que, mais do que um programa assistencial, o Bolsa Família ajuda a girar a economia, com a inclusão de brasileiros no universo do consumo. Dessa forma, há um fomento às vendas e, consequentemente, geração de empregos no comércio e na indústria.
Para Pedro Paulo Pettersen, “a PEC dos Gastos vai afetar diretamente a baixa renda porque, se o salário mínimo não subir na mesma proporção que subia antes, haverá agravamento da desigualdade social”.
“Acho que o governo tem um grande problema para resolver. De um lado, precisa mesmo cortar gastos. De outro, precisa fazer de uma forma que não afete o salário mínimo para que os mais pobres não sofram”
Mauro Rochlin
Professor de economia Fundação Getúlio Vargas
Realidade
Os números do IBGE reforçam o que já sofrem, na prática, brasileiros como José Félix da Silva, de 65 anos. A aposentadoria que ele recebe, de R$ 880, mal dá para o básico. “Pelo menos fome não passo, mas está cada dia mais difícil sobreviver. Um pacote de açúcar está custando R$ 12. Essa crise pegou a gente de jeito”, diz ele, que criou 15 filhos trabalhando como pedreiro.
Moradora da ocupação Rosa Leão, na divisa de BH e Santa Luzia, a dona de casa Liergy de Oliveira Silva, de 21 anos, sonha em ter o básico. “O que eu queria mesmo era asfalto na rua e piso no chão da minha casa”, conta. O marido dela está desempregado. “O Bolsa Família seria a salvação, mas a gente não consegue porque mora na ocupação”, lamenta.






VENEZUELA SOFRE CARTÃO VERMELHO DO MERCOSUL



Ministra da Venezuela diz que o país não reconhece suspensão no Mercosul

Estadão Conteúdo 







A ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodriguez, disse hoje que não foi informada sobre a suspensão de seu pais do Mercosul, por outros membros do grupo. Ela rejeitou a acusação de que a Venezuela não cumpriu com os termos do bloco.

"A Venezuela não reconhece a ação nula conduzida sob a lei da selva, realizada por autoridades que estão destruindo o Mercosul".

As nações sul-americanas suspenderam a Venezuela nesta sexta-feira pelo que chamaram de falha no cumprimento de compromissos feitos quando o país se uniu ao grupo, em 2012.

O ministro de Relações Exteriores da Argentina disse em um comunicado que a Venezuela falhou em cumprir o prazo para adotar certos padrões exigidos para a adesão. Ministros do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai notificaram os Venezuelanos sobre a decisão em uma carta.

ÚLTIMA ETAPA DA TRAJÉDIA DA COLÔMBIA COM CHAPECOENSES



Após tragédia aérea que matou 71 pessoas, Chapecó recebe seus heróis neste sábado

Estadão Conteúdo 






Arena Condá é preparada para receber corpos de jogadores para o velório

Chapecó está pronta para receber seus heróis. A previsão é que o primeiro dos três aviões da FAB chegue à cidade de Santa Catarina às 7h45 deste sábado, trazendo as primeiras urnas embarcadas nesta sexta-feira em Medellín dos corpos de jogadores da Chapecoense, dirigentes, convidados e membros da comissão técnica.

O primeiro avião partiu da Colômbia às 19h25 (do horário de Brasília), depois de cortejo oficial e devidas homenagens. A previsão é que as aeronaves cheguem ao Brasil com diferença de 15 minutos cada.

A cerimônia em Medellín dimensionou o sofrimento de um povo e sua união definitiva com os brasileiros. O cortejo ganhou as ruas da cidade e a bênção de um padre antes que os corpos fossem enviados de volta para casa. Houve muita comoção. Os aviões tinham previsão de parada de 1h30min em Manaus para reabastecimento. Quatro sobreviventes brasileiros permanecem na Colômbia.

A FAB deixo Medellín com 50 dos 64 brasileiros mortos no desastre da LaMia, que transportava o time da Chapecoense, convidados e jornalistas para jogo da final da Sul-Americana, contra o Atlético Nacional. A causa da queda do avião, de acordo com informações de órgãos da Colômbia, e que matou 71 pessoas, foi falta de combustível.

A Fifa decretou minuto de silêncio para todas as partidas deste sábado e domingo pelo mundo, depois de o futebol amargar a maior tragédia envolvendo um time em toda a sua história.

DIA DE HOMENAGENS

O dia será de homenagem e emoção em Chapecó. A cidade vai parar com o intuito de se despedir de seus ídolos. O velório coletivo e homenagem às vítimas do acidente aéreo que matou atletas, comissão técnica, dirigentes da Chapecoense e profissionais de imprensa deve ser aberto ao público por volta do meio-dia, na Arena Condá, em Chapecó. Antes disso, personalidades do futebol, governantes e personalidades farão suas homenagens.

O roteiro ainda prevê um encontro com o presidente da República, Michel Temer, no aeroporto da cidade. A expectativa é que metade da cidade, cerca de 100 mil pessoas, participe de alguma forma da cerimônia. A organização também espera receber o presidente da Fifa, Gianni Infantino; o presidente colombiano Juan Manoel Santos; e o técnico da seleção brasileira, Tite. Também é esperado alguns ex-jogadores do clube e diversas personalidades do mundo político e futebolístico.

No gramado, uma série de homenagens ocorrerão. Em uma delas, que foi ensaiada nesta sexta-feira, 71 pessoas entrarão no gramado segurando bexigas brancas. O nome de cada falecido será citado e a bexiga com seu nome será solta. Uma camisa com o nome do morto e uma flor serão entregues para os familiares.

Os três aviões que saíram da Colômbia, com os corpos de 50 vítimas, devem chegar à Chapecó com um intervalo de 15 minutos entre eles. Na sequência, Temer irá entregar as medalhas de honra ao mérito desportivo aos familiares dos jogadores.

A cerimônia com o presidente está prevista para durar apenas 45 minutos. O trajeto entre o aeroporto e a Arena Condá deve levar pelo menos 1h30. A Polícia Militar tem pedido para que o público se dirija diretamente para o estádio - evitando aglomerações no aeroporto (que estará interditado) e ao longo do caminho até o estádio.

Os caixões serão transportados em três caminhões abertos. Carros dos Bombeiros vão abrir e fechar o cortejo, que será acompanhado por policiais. O comboio passará pelas avenidas Irineu Bornhausen, Avenida General Osório e Rua Uruguai. A Arena Condá comporta cerca de 20 mil pessoas, mas como a previsão é de que mais de 100 mil, a prefeitura de Chapecó alugou dois telões nos arredores do estádio.

Se tudo correr dentro do previsto, os corpos chegam às 11h15 na Arena. Antes da abertura dos portões, os familiares e amigos próximos terão 45 minutos para uma cerimônia íntima. A expectativa é que o velório se encerre às 15 horas.


APARATO GIGANTESCO DE SEGURANÇA 

Para a segurança do evento serão colocados 150 Policiais Militares; 60 Bombeiros; 25 Policiais Rodoviários Federais; 20 Policiais Rodoviários Estaduais; 300 oficiais do Exército; 20 Policiais Civis; 12 Agentes de Trânsito; 40 Guardas municipais; e 150 a 200 seguranças.

Além do esquema de segurança, a organização colocará 450 profissionais da saúde, entre médicos, enfermeiros, psicólogos, auxiliares de enfermagem e farmacêuticos, motoristas, com as respectivas estruturas operacionais, além de 200 voluntários de diversas instituições. No total, é esperado pouco mais de 1000 jornalistas no evento de 15 países diferentes.


Com emoção e aplausos, corpos de jogadores da Chapecoense deixam a Colômbia




Sob forte emoção e aplausos dos colombianos, os corpos dos jogadores da Chapecoense embarcaram rumo ao Brasil por volta das 16 horas (19h no horário de Brasília), em Medellín, na Colômbia. Antes do embarque, os corpos percorreram ruas da cidade em cortejo fúnebre, acompanhado por demonstrações de carinho e homenagens do povo local.

As três aeronaves Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) foram até a Colômbia para levar os corpos até Chapecó, onde neste sábado será realizado o velório. A última viagem das vítimas do voo da companhia aérea colombiana LaMia começou por volta das 12h40 de Medellín, onde saíram da funerária em cortejo à base militar do aeroporto, cerca de 35km distante. Nas duas horas de deslocamento, mais carinho e comoção.

Os colombianos saíram às passarelas e ruas para aplaudir. Alguns carregavam bandeiras ou camisas do Nacional de Medellín, time que enfrentaria a Chapecoense na final da Copa Sul-Americana, na quarta-feira. Outras pessoas levaram nas mãos lenços brancos. Nas casas, bandeiras do Brasil e muita gente no portão acompanhou atentamente o cortejo, que fez a prefeitura fechar as ruas para o trânsito.

Na chegada à base área, militares brasileiros e colombianos se uniram para a cerimônia. Um corredor de militares demarcou o caminho dos caixões até a parte interna dos aviões. No trajeto, o aeroporto ficou silencioso. Apenas os acordes tristes da corneta demarcavam o lento avanço dos corpos. A bandeira da Chapecoense adornava o caixão. O escudo do clube, aliás, estava bordado no uniforme de alguns militares.

Antes de entrar no avião, a bênção de um padre local, com direito a referência à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Jornalistas de vários países estiveram na pista do aeroporto para registrar as últimas e tristes imagens da equipe catarinense, que fez história a ser a primeira do seu Estado a chegar a uma final de competição internacional.

Os aviões saíram de Medellín e seguiram por um voo de quatro horas de duração para Manaus. No Amazonas, uma parada técnica de 1h30 para reabastecimento vai anteceder o trecho final. Serão mais 6h30 para Chapecó, onde no funeral, neste sábado, as vítimas voltam a ter uma despedida com emoção e mais aplausos.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

MORO: QUEREM ACABAR COM A LAVA JATO



Emenda da meia-noite precisa ser melhor debatida aqui no Senado, diz Moro

Estadão Conteúdo 







Moro elogiou o Senado e disse que a transparência deve ser a postura da Casa em relação ao pacote anticorrupção.

O juiz federal Sergio Moro criticou emendas incluídas no pacote das dez medidas anticorrupção, aprovado pela Câmara na madrugada de quarta-feira, 30, sem que houvesse discussão. Ele citou a inclusão do crime de responsabilidade para juízes e promotores, que não havia sido debatida durante as sessões da comissão especial da Casa. Moro se manifestou sobre o episódio durante debate no Senado sobre projeto que atualiza a lei de abuso de autoridade. "Sem querer ofender, mas essas emendas da meia noite não permitem avaliação por parte da sociedade", disse. Moro avaliou que as emendas "não são apropriadas", pois são temas muito "sensíveis". Segundo ele, alterações feitas pelos deputados precisam ser melhor debatidas no Senado.

Apesar da tentativa dos senadores, articulada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMBD-AL), de votar na quarta à noite o pacote que veio da Câmara no plenário, Moro elogiou o Senado e disse que a transparência deve ser a postura da Casa em relação ao pacote anticorrupção. Moro também criticou que outros itens incluídos no projeto inicialmente apresentado pelo Ministério Público Federal não ficaram claros e devem ser revistos, como estabelecer que o promotor que compromete o decoro está elegido à conduta criminosa. "Tem que tomar cuidado para evitar a criminalização do exercício da função", ponderou Moro, que ficou sentado ao lado de Renan no plenário.

Outro ponto questionado por Moro é sobre magistrados que externam posicionamentos em público. "É crime juiz externar opinião? Concordo que não deve opinar sobre casos pendentes, mas criar um crime, me parece que é um exagero", declarou. Desde o início de sua fala, Moro destacou que os projetos da Câmara e do Senado sobre abuso de autoridade são diferentes. Após a fala de Moro, Renan agradeceu a presença dos representantes de associações de magistrados e confirmou que as medidas contra a corrupção não vão tramitar em urgência. "Ontem o Senado Federal decidiu por 44 votos a 14 que a matéria vinda da Câmara dos Deputados não será tratada em regime de urgência. Ela se submeterá a um debate transparente a luz do dia", afirmou. O peemedebista tornou a repetir que o Senado aprovou a principal medida contra a corrupção em 2013, que aumenta a pena para o crime de corrupção. A matéria aguarda apreciação da Câmara.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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