sábado, 12 de novembro de 2016

PREOCUPAÇÃO MUNDIAL COM AS DECISÕES FUTURAS DE TRUMP



China deve ganhar mais influência global após vitória de Trump no EUA

Estadão Conteúdo 






O candidato republicano à presidência está apresentando uma ambiciosa agenda para seus primeiros 100 dias 

A perspectiva de um Estados Unidos mais protecionista e focado em assuntos internos sob a batuta de Donald Trump abre espaço para a China expandir sua influência global. Ao passo que o Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que exclui a China, tem poucas chances de se materializar sob um governo Trump, Pequim deve continuar a atuar para assegurar novos pactos comerciais concorrentes. Paralelamente, as estatais chinesas se preparam para expandir seus investimentos no exterior, ao longo dos países abarcados pela estratégia do "Cinturão Econômico da Rota da Seda". Para isso, eles contam com o apoio do Banco de Desenvolvimento Infraestrutura Asiático (AIIB), que será comandado por Pequim mas conta com a participação de cerca de uma centena de países.

O governo Obama alertou que um fracasso em aprovar o TPP, que é parte fundamental do "pivô" para a Ásia dos Estados Unidos, poderia resultar na China conseguindo mais vantagens comerciais às custas dos EUA. Esta semana, a ministra de Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, afirmou que o colapso do TPP "deixaria um vácuo em acordos comerciais, que certamente seria aproveitado por outros".

Bishop afirmou que caso isso aconteça, a Austrália irá fazer o que puder para conseguir melhores condições para seu comércio, e mencionou em particular a Parceria Econômica Regional, um acordo que está sendo costurado entre países do Pacífico, entre eles a China, e que deixaria os EUA de fora. Separadamente, a China afirmou que iria buscar apoio para um acordo de livre comércio liderado por Pequim na região durante uma cúpula de líderes do Pacífico que acontece na semana que vem,  "A eleição de Trump é uma espécie de retrocesso na globalização", afirmou o professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, Li Xi. Isto poderia dar, à China, a "oportunidade de expandir sua influência", acrescenta.

Nas últimas semanas, a China estreitou os laços econômicos e diplomáticos com as Filipinas, um aliado próximo dos Estados Unidos, e a Malásia. Juntos, os três países anunciaram acordos no valor de US$ 58 bilhões. He Yimin, gerente de vendas da Xin Gang Cheng Stainless Steel Wares, um exportador baseado na cidade de Yunfu, acredita que seu país pode se beneficiar do fracasso da TPP. "Acredito que é algo bom para a China", disse. "Atualmente, os países sudeste asiático têm tido postura bastante amigável em relação à China".

Logo após o fim das eleições norte-americanas, a primeira-ministra britânica, Theresa May, sublinhou que Londres permanece "aberta para negócios com a China". Na quinta, os dois países anunciaram um plano para aprofundar os laços entre si no setor de serviços financeiros. Esta semana, em visita à Letônia, o primeiro-ministro chinês anunciou um fundo de US$ 11,1 bilhões para investimentos na Europa Oriental.

Em parte porque têm enfrentado o enfraquecimento da demanda global, os exportadores chineses estão menos dependentes dos EUA mesmo com a desaceleração da economia doméstica. Cinco anos atrás, Kin Yat exportava 100% de seus produtos. Agora, 30% do que fabrica é vendido na China. "As fábricas chinesas são bastante flexíveis, elas podem se adaptar rapidamente às mudanças", disse.

Em um setor exportador que tem sido alvo preferencial de disputas nos últimos anos, o de aço, os EUA respondem por uma parcela cada vez menor das exportações chinesas. Atualmente, o país compra cerca de 2,5% do que a China vende para fora. Dez anos atrás, essa porcentagem era de 6,6%. A criação de tarifas maiores em um governo Trump aceleraria este processo, mas não teria impacto significativo na indústria de aço chinesa.

Apesar disso, os Estados Unidos ainda é o maior parceiro comercial da China e a perspectiva de relações estremecidas por causa da postura de Trump é um motivo de preocupação em Pequim. Autoridades chinesas comentam que ainda é muito para compreender qual pode ser o efeito do novo governo na China. No entanto, um artigo publicado pela agência estatal de notícias, Xinhua, alertou contra o protecionismo, afirmando que tais políticas aceleraram a crise nos EUA durante a Grande Recessão, na década de 1930.

Alguns analistas questionam a lógica das acusações de Trump de que a China manipula sua moeda de forma prejudicial aos EUA. O país manteve por anos o yuan desvalorizado para beneficiar os exportadores mas, nos últimos anos, com os capitais deixando o país por causa da desaceleração econômica, o Banco Central tem intervido na direção contrária, tentando prevenir uma depreciação muito rápida. "A expectativa é de que a chegada de Trump crie mais condições para a desvalorização", disse Zeng Hao, da Shanxi Fenwei Energy, uma consultoria de commodities especializada em carvão.
Fonte: Dow Jones Newswires.

OPINIÃO DE TRUMP SOBRE OS PROTESTOS DE RUA



Trump fala, pela primeira vez, sobre protestos nos EUA: 'Muito injusto'

Estadão Conteúdo 








Donald Trump

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, falou, pela primeira vez, sobre os protestos que eclodiram em grandes cidades americanas após a sua vitória nas eleições americanas, como destacou a rede de televisão CNBC. Em seu perfil no Twitter, o republicano, ontem à noite, disse que "manifestantes profissionais, influenciados pela imprensa, estão protestando. Muito injusto!".

Já na manhã desta sexta-feira, Trump baixou o tom e disse, também no Twitter, que ama "o fato de pequenos grupos de manifestantes, na noite passada, demonstrarem paixão por nosso país. Nós todos vamos nos unir e ficar orgulhosos!". Nova York, Washington, Los Angeles e Denver foram algumas das cidades que registraram protestos contra Trump ontem. Alguns quebraram janelas e atearam fogo em sacos de lixo. Em Portland, Oregon, a polícia chamou o ocorrido de "tumulto", após confrontos com manifestantes.


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A MAIOR SUPERLUA DOS ÚLTIMOS 70 ANOS



Maior superlua em quase 70 anos será vista no dia 14 de novembro

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte






Até o fim de 2016, todas as luas cheias - 16 de outubro, 14 de novembro e 14 de dezembro - serão superluas

Os brasileiros ainda compravam em cruzeiros, o presidente era Eurico Gaspar Dutra e os televisores não existiam no País na última vez em que a lua esteve tão perto da Terra. Na próxima segunda-feira, 14, o satélite vai estar à menor distância do planeta desde 1948, cerca de 355 mil quilômetros, o que faz do fenômeno uma super-superlua. O intervalo médio entre o satélite e a Terra é de aproximadamente 384 mil quilômetros. A diferença entre as duas posições lunares daria para percorrer o Brasil quase sete vezes, de norte a sul.

A superlua ocorre quando a lua cheia ou nova atinge o perigeu, o ponto mais próximo da Terra em sua órbita mensal. A trajetória da Lua é elíptica e, como ela não faz um círculo perfeito ao redor da Terra, existem datas em que o satélite está mais próximo ou distante do planeta. A superlua é um fenômeno comum, que ocorre em média seis vezes por ano. Em 2016, são três consecutivas, nos dias 16 de outubro, 14 de novembro e 14 de dezembro.

Em outubro e dezembro, a lua fica cheia no mesmo dia em que atinge o perigeu. Neste mês, ela entra na fase cheia duas horas antes, o que faz com que esta seja uma superlua ainda maior. A agência espacial norte-americana Nasa afirmou que ela deve chegar a um tamanho 14% superior e ficar 30% mais brilhante do que uma lua cheia no ápice da sua órbita.

Um fenômeno como esse só deve ocorrer novamente no dia 25 de novembro de 2034. Do Observatório do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (IAG-USP), em Valinhos (SP), Messias Fidêncio Neto afirma que visualmente a diferença entre a superlua de novembro e outras superluas não é percebida a olho nu. "É possível ver a mudança se você observar pelo telescópio, medir o diâmetro e olhar nos mínimos detalhes", diz o técnico do Observatório Abrahão de Moraes.

"Nos próximos anos haverá outras superluas, que vão estar um pouco mais longe, mas para nós a diferença é mínima", afirma Messias. Ele recomenda, para os curiosos pelo fenômeno, que observem a lua nascendo, perto do horizonte leste do céu. "O que ocorre é uma ilusão de que o satélite parece ainda maior, mas essa técnica de observação também pode ser utilizada para qualquer outra lua cheia", comenta.

No Brasil, o ápice da superlua vai ocorrer durante o dia, às 11 horas e 52 minutos do dia 14 de novembro, o que dificulta a visibilidade. Apesar disso, o técnico diz que, na noite anterior e na própria noite do dia 14, a lua já vai estar maior do que o normal e será possível observar o fenômeno nesses períodos.

O técnico do Observatório apontou que a melhor maneira de ver a superlua é em lugar aberto, distante da iluminação urbana. "Fora da cidade ou em uma montanha, onde a interferência atmosférica é menor, já que muitas vezes a poluição, as luzes e os prédios escondem o horizonte e só fica possível observar a lua quando ela estiver bem no alto do céu", afirma.

"O termo superlua entrou para o senso comum nos últimos anos. Originalmente, era uma palavra da astrologia moderna para nomear uma lua nova ou cheia que estava 90% mais próxima da Terra dado a sua órbita", explica a Nasa. Para a agência, hoje o termo foi popularizado e se refere de uma forma abrangente a uma lua cheia que está mais próxima da Terra do que o normal.

No dia 14, a Terra deve receber um pouco mais de luz que a Lua reflete do Sol, mas o fenômeno não tem nenhuma influência gravitacional sobre o planeta. O técnico do Observatório também comenta que a lua cheia não é a melhor fase para se observar o satélite pelo telescópio, já que o sol a ilumina de frente e fica mais difícil de ver os detalhes. "O que a superlua tem de mais importante é despertar a curiosidade astronômica nas pessoas", afirma Messias.

O VIRUS MAYARO É SEMELHANTE AO VIRUS CHIKUNGUNYA, MAS, OS MOSQUITOS TRANSMISSORES SÃO DIFERENTES



Cientistas anunciam infecção pelo mayaro no Haiti

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte






Cientistas americanos anunciaram ter encontrado, no Haiti, um caso inédito de infecção pelo mayaro - um vírus típico da Amazônia, que causa uma febre semelhante à chikungunya. De acordo com eles, o caso pode ser um indício de que o vírus está se espalhando pelas Américas.
Um especialista em virologia consultado pela reportagem, no entanto, afirma que não há motivos para alarme, já que o vírus, conhecido há mais de 60 anos, por enquanto só é transmitido por mosquitos silvestres - e não pelo Aedes aegypti, que poderia espalhá-lo em áreas urbanas. O Ministério da Saúde informou que não há registros de transmissão da febre mayaro por meio do Aedes aegypti.

O caso registrado no Caribe pela equipe liderada por John Lednicky, da Universidade da Flórida (Estados Unidos) foi identificado a partir de amostras de sangue de um menino de 8 anos, morador de uma zona rural do Haiti.

Até hoje, o mayaro só havia causados surtos isolados na região amazônica, em países como Brasil, Colômbia e Venezuela. Em 2015, um surto de febre mayaro foi registrado em Goiás, atingindo cerca de 40 pessoas.

O registro de um caso no Haiti, no entanto, não significa necessariamente que o vírus esteja avançando pelo mundo, de acordo com o virologista brasileiro Mauricio Lacerda Nogueira, do Laboratório de Pesquisas em Virologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

"O vírus não provocou nenhuma epidemia mundial nas últimas décadas e nada indica que isso irá ocorrer da noite para o dia apenas porque tivemos um caso no Haiti. Precisamos ficar em alerta, mas não podemos ceder ao alarmismo", disse Lacerda à reportagem.

O Brasil é o país com o maior número de casos de mayaro no mundo, de acordo com Lacerda. Mas ele só se tornaria um problema epidemiológico grave - como a dengue, por exemplo - caso se adaptasse para utilizar o Aedes aegypti como vetor. Mas essa possibilidade, por enquanto, não passa de uma especulação.

"O mayaro pode se tornar um problema se começar a ser transmitido pelo Aedes aegypti. Sabemos que em laboratório o Aedes é capaz de transmiti-lo, mas até onde sabemos, nunca houve uma epidemia de mayaro que possa ser atribuída a esse mosquito, nem no Brasil, nem nas Américas" disse Lacerda.
Mosquitos variados já transmitem 37 tipos de vírus no Brasil

Vacina pronta

Diversos grupos de pesquisa no Brasil têm feito estudos sobre o mayaro - incluindo a equipe liderada por Lacerda - e até mesmo uma candidata a vacina já foi desenvolvida em laboratório.

"A vacina está praticamente pronta, mas os testes clínicos não avançaram ainda por falta de interesse da indústria farmacêutica. Há poucos casos e, portanto, pouca procura. Não sabemos qual é o impacto socioeconômico da doença", disse.

Apesar dos vários estudos, segundo Lacerda o mayaro ainda é de maneira geral muito pouco estudado e pouquíssimo conhecido pela comunidade científica e médica. "Isso é o mais preocupante em relação a esse vírus. Ao contrário da chikungunya, que tem sintomas muito parecidos, o mayaro é completamente desconhecido por 95% da comunidade médica", afirmou.

Segundo ele, o fato da maior parte dos médicos nunca terem ouvido falar do vírus é problemático porque é possível que muitos casos atribuídos à chikungunya sejam na realidade casos de mayaro. Atualmente, o diagnóstico de mayaro só é feito por meio de teste molecular.

"Além disso, se o vírus não é reconhecido, isso significa que se ocorrer uma grande epidemia vamos demorar para detectá-la, como ocorreu com a zika, cujo alastramento só foi percebido quando já tínhamos dezenas de milhares de casos", disse Lacerda.

Alerta para cientistas. Lacerda afirma que o lado positivo da preocupação dos cientistas americanos com o caso de mayaro registrado no Haiti é chamar a atenção da comunidade científica e médica para a existência do vírus - o que provavelmente resultará em mais estudos sobre o vírus.

"O mayaro pode ser visto como uma chikungunya brasileira, mas é bastante negligenciado. O vírus é amplamente distribuído na Amazônia e no Cerrado e, caso um dia seja transmitido pelo Aedes aegypti, realmente teremos um problema. Por isso é preciso avaliar a epidemia que tivemos em Goiás, para confirmar se realmente ela foi produzida por mosquitos da fauna silvestre, ou se há alguma possibilidade de envolvimento do Aedes", declarou o cientista.

Até agora, porém, de acordo com o Ministério da Saúde, não há registros no Brasil de transmissão da mayaro por meio do Aedes aegypti. Segundo a pasta, o vírus é considerado endêmico na região Amazônica e o Brasil registrou entre dezembro de 2014 e janeiro deste ano 70 casos confirmados da doença cujos sintomas são semelhantes ao de dengue e chikiungunya.

Ainda de acordo com o ministério, não há mortes confirmadas pela doença no País e os casos confirmados são esporádicos e ocorrem em áreas rurais. Não há casos de transmissão urbana. Não há terapia específica ou vacina. Os primeiros sinais da infecção são febre, cansaço e que podem ser seguidos por manchas vermelhas, dor de cabeça e nas articulações.

MONITORAMENTO DE LIGAÇÃO INDESEJADA PEL,A ANATEL

  Anatel amplia monitoramento de ligação indesej...