domingo, 2 de outubro de 2016

O VOTO É UM ATO DE CARIDADE, DE EGOÍSMO OU DE OFENSA?



Valor do voto

Frei Betto 




Votar é um ato de caridade. Ou de egoísmo e, portanto, de ofensa ao próximo e a Deus. Posso votar com raiva, visando apenas a derrotar o adversário de meu candidato. Ou porque espero obter da eleição algum beneficio pessoal.
Desde a Grécia antiga, votar é escolher quem deve administrar a cidade para o bem comum. A democracia nasceu imperfeita, pois entre os gregos eram poucos os homens livres se comparados ao número de escravos, e imperfeita a democracia continua. Cabe a nós, cidadãos, aperfeiçoá-la.
Está ao alcance de nosso voto escolher vereadores e prefeitos que administrem o município em favor da maioria da população, e não de corporações ou da minoria que usa a máquina pública em benefício próprio, inclusive embolsando o dinheiro de nossos impostos pela via da corrupção.
Votar bem nos exige espiritualidade. Torna-se um ato de caridade quando, ao me aproximar da urna, não penso em meus interesses, mas nos direitos daqueles que ainda se encontram sem acesso digno à alimentação de qualidade, à saúde, à educação, à cultura, ao transporte público, à moradia e ao lazer.
O olho do eleitor deve se estender para além de seu bairro e se perguntar como o seu voto pode melhorar as condições de vida nas periferias, erradicar as favelas, favorecer o transporte coletivo, ampliar o saneamento, e combater os cartéis de ônibus, as milícias e o narcotráfico.
“Vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (João 10,10), disse aquele que partilhou os pães e os peixes para saciar a fome da multidão. A vida é o dom maior de Deus. Portanto, não há exagero em afirmar que votar de acordo com a vontade de Deus é eleger vereadores e prefeitos que terão por meta favorecer a maioria da população do município, em especial os mais carentes de direitos.
O voto de caridade não se pergunta se o candidato é cristão, espírita, adepto do candomblé ou ateu. “Nem todo aquele que diz Senhor, entrará no Reino dos Céus” (Mateus 7,21).
Há candidatos que posam de santinhos, são indicados por padres e pastores, enchem a boca com o nome de Jesus, mas são lobos em peles de ovelhas. Estão centrados em suas ambições políticas pessoais e vinculados aos interesses escusos das corporações que representam. São insensíveis aos dramas dos pobres e dos excluídos.
Não nos deixemos enganar por belos discursos e sedutoras promessas. Procuremos nos informar sobre a vida pregressa de nossos candidatos. Verificar se, de fato, se empenharam pelo bem da maioria e lutaram contra os preconceitos e a opressão.
Caso contrário, estaremos semeando vento para colher tempestades. E a democracia brasileira já se encontra suficientemente fragilizada para alicerçarmos sua base – a eleição municipal – na areia movediça dos que, uma vez eleitos, cospem em nossos votos. Nossa democracia precisa estar enraizada na pedra sólida de quem veio para servir a todos, e não para tirar proveitos e obter privilégios.

PARECE MENTIRA MAS É VERDADE



Conselhos sobre o Brasil

Manoel Hygino 






Thaís Abi- Samora, há dois anos, advertia que, se alguém viajar ao exterior ou encontrar quem queira saber algo sobre o Brasil, conte um pouco sobre as leis brasileiras. Eis o que é aconselhado:
1– No país abençoado por Deus, se for com sua família almoçar no domingo e tomar um ou dois chopes, ou dois copos de cerveja e for parado numa blitz, pagará multa de R$ 1.960 e terá a carteira cassada.
2 – Se comer bombons de licor, tomar xarope para tosse e alguns comprimidos e for parado num blitz, você paga uma multa de R$ 1.960 e terá a carteira cassada por um ano e o carro apreendido. Se tem dúvidas, tome conhecimento da lei que estabeleceu essas punições.
3 – Se você fumar maconha, fumar crack, cheirar cocaína, tomar comprimidos de ecstazy, tomar injeção de heroína ou ópio e for parado numa blitz, nada vai lhe acontecer.
4 – Se você roubar, assaltar, estuprar, atropelar e até matar alguém, com um bom advogado o máximo que acontece é esperar o julgamento em liberdade e, se condenado, como réu primário, ir para o regime semiaberto. Se tiver bom comportamento, só vai cumprir um terço da pena. Já se roubar milhões do povo ou dos cofres públicos, várias coisas podem ocorrer: vai eleger-se deputado ou senador, passará 15 dias num resort na Bahia em companhia da amante, será eleito presidente do Senado, nomeado ministro ou presidente de uma agência controladora.
5 – Um detalhe importante: se você tiver menos de 18 anos completos, aí você pode beber e dirigir como quiser, roubar, assaltar, estuprar e matar, sem problema algum. Você não pode ser preso porque é criança e pega no máximo três anos de cadeia.
6 – Agora, a melhor de todas: se você tem uma arma em casa, comprada regularmente depois de passar por todas as dificuldades da aquisição, com todos os atestados, testes e documentos apresentados e tiver a infelicidade de atirar em um bandido que entrou na sua casa para roubar ou matar, você será preso por tentativa de homicídio e pagará indenização ao bandido ou sua família por danos físicos e morais.
7 – Pior ainda, se o bandido for menor, aí você está lascado mesmo. Se por acaso ele estiver desarmado, aí é caso de tentativa de homicídio qualificado, sem possibilidade de defesa da vítima. Portanto cuidado: se um bandido entrar na sua casa, antes de atirar pergunte o que ele deseja, pergunte se ele está armado e se ele é menor. Agora, se ele matá-lo e for preso, vai receber de auxílio do governo R$ 922 por mês para cada filho que tiver.
Depois dessas explicações, veja a cara do seu amigo estrangeiro. Ele vai estar pensando que você é gozador, mentiroso ou ignorante mesmo.
Ele só vai chamá-lo de mentiroso, mesmo se você disser que precisa trabalhar cinco meses e oito dias de um ano para pagar ao governo os seus impostos!
Talvez comece a achar que você é louco e se seu país é um hospício, se disser que dois políticos condenados pela mais alta corte do país, e sem direito a recorrer, estão como deputado na Câmara Federal e presidindo o Senado e que ambos são membros da (CCJ) Comissão de Constituição e Justiça.






VAMOS RENOVAR TIRAR O VELHO CORROMPIDO



Uma nova era depende de todos nós

Editorial Jornal Hoje em Dia 




Levantamos hoje juntos com outras 144 milhões de pessoas para, mais uma vez, o exercício da democracia. Ao final do dia, grande parte dos 5.500 municípios brasileiros já terão definidos os novos gestores do Executivo e a nova bancada do Legislativo municipal.
Não é qualquer eleição. É a primeira vez que vamos às urnas após uma crise sem precedentes que alcançou a alta classe da política nacional, agravou um ambiente econômico já degradado e derrubou a primeira mulher eleita e reeleita presidente do Brasil. Somente daqui a alguns anos vamos ter noção do que se passou nos últimos meses com o país.
Mas é notório que o país precisa de uma renovação. E hoje temos a oportunidade de fazer dessa eleição um divisor de águas, um marco para uma retomada de confiança e até de autoestima do país. A responsabilidade dos rumos do país, na verdade, é da população. Políticos desonestos não alcançam os postos por esforço próprio. São colocados nos lugares pela população por meio do voto.
Você, pessoa de bem, precisa refletir também sobre o comportamento em relação á política. Não fique parado só lamentando. Participe das decisões de sua cidade, não apenas comparecendo hoje, mas também em debates, audiências públicas, cobrando do prefeito ou do vereador, mesmo que o parlamentar eleito não seja quem você votou.
Ninguém ocupa um cargo público somente para um grupo de pessoas ou região – pelo menos não deveria ser assim. O eleito presta serviço para a cidade inteira, e deve satisfação a todos os habitantes. Quando as pessoas de bem se distanciam da política, abrem espaço para os desonestos. E essa ocupação dos cargos públicos tem que começar pelas cidades. E hoje é o dia.
Por isso, vote com o respeito e o carinho que você tem pela cidade em que vive. Escolha quem você acredita que vai fazer o melhor para todos. Leve o assunto para dentro da família e explique aos filhos o que está ocorrendo hoje e qual a importância. Converse com os amigos e respeite também as posições diversas. Enfim exerça o seu direito com responsabilidade e independência.
Que se comece hoje a escrever uma nova era para o país. E você, eleitor, é o coautor dessa história. 




Uma nova era depende de todos nós
Editorial Jornal Hoje em Dia
Levantamos hoje juntos com outras 144 milhões de pessoas para, mais uma vez, o exercício da democracia. Ao final do dia, grande parte dos 5.500 municípios brasileiros já terão definidos os novos gestores do Executivo e a nova bancada do Legislativo municipal.
Não é qualquer eleição. É a primeira vez que vamos às urnas após uma crise sem precedentes que alcançou a alta classe da política nacional, agravou um ambiente econômico já degradado e derrubou a primeira mulher eleita e reeleita presidente do Brasil. Somente daqui a alguns anos vamos ter noção do que se passou nos últimos meses com o país.
Mas é notório que o país precisa de uma renovação. E hoje temos a oportunidade de fazer dessa eleição um divisor de águas, um marco para uma retomada de confiança e até de autoestima do país. A responsabilidade dos rumos do país, na verdade, é da população. Políticos desonestos não alcançam os postos por esforço próprio. São colocados nos lugares pela população por meio do voto.
Você, pessoa de bem, precisa refletir também sobre o comportamento em relação á política. Não fique parado só lamentando. Participe das decisões de sua cidade, não apenas comparecendo hoje, mas também em debates, audiências públicas, cobrando do prefeito ou do vereador, mesmo que o parlamentar eleito não seja quem você votou.
Ninguém ocupa um cargo público somente para um grupo de pessoas ou região – pelo menos não deveria ser assim. O eleito presta serviço para a cidade inteira, e deve satisfação a todos os habitantes. Quando as pessoas de bem se distanciam da política, abrem espaço para os desonestos. E essa ocupação dos cargos públicos tem que começar pelas cidades. E hoje é o dia.
Por isso, vote com o respeito e o carinho que você tem pela cidade em que vive. Escolha quem você acredita que vai fazer o melhor para todos. Leve o assunto para dentro da família e explique aos filhos o que está ocorrendo hoje e qual a importância. Converse com os amigos e respeite também as posições diversas. Enfim exerça o seu direito com responsabilidade e independência.
Que se comece hoje a escrever uma nova era para o país. E você, eleitor, é o coautor dessa história. 


ECONOMIA NO MUNDO E NO BRASIL

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