domingo, 19 de junho de 2016

EXEMPLO DE CORRUPÇÃO GENERALIZADA NO BRASIL

Empresas investigadas na Lava Jato e na Zelotes equivalem a 14% do PIB

Estadão Conteúdo 



As empresas "oficialmente" envolvidas nas operações Lava Jato e Zelotes equivalem a cerca de 14% do PIB brasileiro. Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, as 32 companhias com ações abertas na Justiça Federal ou com inquéritos públicos nas duas operações da Polícia Federal têm uma receita combinada de aproximadamente R$ 760 bilhões, o que, segundo analistas, dá uma ideia dos efeitos que as investigações sobre corrupção podem ter na economia brasileira.

"Não é um número desprezível. Se considerado o impacto indireto sobre a cadeia do petróleo e construção pesada do País, o estrago é chocante, de proporções incomensuráveis", diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados. "A questão que fica é: quais serão os impactos para o País, olhando daqui pra frente?"

Os efeitos da Lava Jato sobre as empresas foram devastadores. Muitas companhias, sobretudo fornecedoras da Petrobrás, quebraram e outras entraram em recuperação judicial. Grandes grupos estão vendendo ativos e com dificuldade de refinanciar suas dívidas. Cerca de 1 milhão de trabalhadores foram demitidos ao longo dos últimos meses, de acordo com estimativa da Força Sindical. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) calcula cerca de 140 mil cortes somente na área da construção. Fontes do setor de óleo e gás dizem que a Petrobrás eliminou mais de 170 mil vagas. A Odebrecht cortou cerca de 50 mil pessoas desde 2014.

Para Mendonça de Barros, o resultado disso tudo deve ser uma mudança na forma de se fazer negócios no Brasil, já que a corrupção reduz a eficiência produtiva. "O inverso pode ocorrer agora. O governo terá de rever as concessões e as relações com o setor privado."

Para Sérgio Lazzarini, do Insper, as empresas vão ter de se reinventar. "A Lava Jato cumpre o papel de escancarar um modelo vigente há séculos no País: o capitalismo de laços, em que o sucesso dos grupos econômicos está ligado ao Estado."

Mas essa reinvenção não será fácil. Os grupos que sobreviverem ao turbilhão terão mais dificuldade de obter crédito e buscar sócios. É o caso da Petrobrás, que tenta se desfazer de parte da BR Distribuidora e de outros ativos. No caso da BR, busca um sócio. Os interessados, porém, resistem em ser minoritários da estatal.

Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral, diz que as investigações ajudam a ampliar o ciclo econômico negativo vivido pelo País. Mas já há visões mais otimistas. "A sensação pior ficou para trás. Há uma mudança de percepção de ânimo dos investidores", diz Alexandre Bertoldi, sócio-gestor do Escritório Pinheiro Neto.

Outro lado

A reportagem procurou as 32 empresas citadas nas investigações. Bradesco, Camargo Corrêa, Engevix, Odebrecht, Petrobrás, Serveng e UTC não comentaram. A Gerdau, citada na Zelotes, informou que "nem o grupo nem seus executivos prometeram (...) ou deram vantagem indevida a funcionários públicos". O Safra informou que o banco não tem implicação na Zelotes, mas sim a JS Administração. O Santander diz que não é parte investigada. Corretora Tov, MPE, Fidens, Qualy, Laser Jet e Brasil Trade não foram encontradas pela reportagem. As outras companhias citadas não retornaram os pedidos de entrevista.



POLÍTICA BANCÁRIA DE JUROS NO BRASIL



Como os bancos ganham com o seu dinheiro

Tatiana Lagôa 






Enquanto a conta bancária dos brasileiros fica cada vez mais próxima do negativo, os cofres dos bancos seguem na direção contrária. Na lista de dez companhias que mais lucraram no primeiro trimestre deste ano, cinco são instituições financeiras. Como conseguem tal façanha? A resposta é simples, com o seu dinheiro.
Quem aplica R$ 5 mil na poupança, ao final de um ano, tem R$ 5.418,50 de saldo. Se, ao contrário, o correntista fica devendo R$ 5 mil no cheque especial, a dívida chega a R$ 18.541 ao final de 12 meses. Essa diferença entre o que o banco cobra quando empresta e quanto paga quando capta, o chamado spread bancário, é a principal fonte de riqueza dessas instituições.
Se no setor financeiro não há crise, no mundo real os brasileiros convivem com inadimplência, desemprego, empréstimos, cartão de crédito no limite e cheque especial. E é esse descontrole financeiro que faz a mágica da multiplicação do dinheiro acontecer nos bancos.
O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, explica que ao mesmo tempo em que os bancos têm seus empréstimos lastreados pela Selic, que está em 14,25% ao ano, cobram dos clientes percentuais bem mais altos. Só no cartão de crédito, os juros cobrados chegam a 441,76% ao ano.
Outra forma de rentabilidade é a cobrança de taxas, em trajetória de alta. Oliveira lembra que as taxas e juros tendem a ficar maiores em tempos de crise. “Os bancos deixam de ganhar em escala, porque os financiamentos caem. Em contrapartida, eles passam a ter margens mais altas para cobrir os riscos de perdas”, explica.
Desempenho de mercado
Segundo dados da Economática, bancos como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e BTG apresentaram os melhores desempenhos dentre as empresas de capital aberto do país, com lucros bilionários.
Elas ainda possuem participação acionária em algumas das principais empresas com sede no Brasil. A Vale, por exemplo, que foi a empresa brasileira que mais lucrou no primeiro trimestre deste ano, tem dentre os principais acionistas, o Bradesco, com participação de 21,2% via Bradespar (um dos braços do banco).
Alta da taxa dos juros dificulta a recuperação da economia
A estabilidade da taxa Selic em 14,25%, a maior dos últimos dez anos, desde julho do ano passado, é positiva para os bancos. Além de justificar taxas mais altas, ainda torna investimentos lastreados por ela mais interessantes, ou seja, atrai clientes.
“A alta da Selic favorece a manutenção de uma sociedade que vive mais de rendimentos do que de investimentos reais. É bom para os bancos e ruim para a economia real porque esse recurso poderia ser utilizado para criar empresas e gerar empregos”, avalia o vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Pedro Paulo Pettersen.
Além da Selic, a desinfor-mação dos brasileiros é outro ativo importante para os bancos. “Com o discurso de que está do seu lado e que tem o crédito e investimento certo para você, os bancos atraem milhares de desinformados. E ganham muito dinheiro com isso, já que o negócio deles é esse”, afirma a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim.
Procurada, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que a maior parte do valor gerado pelos bancos se destina a remunerar seus funcionários e a sociedade como um todo, por meio de impostos e contribuições sociais pagos ao governo, sendo distribuído em recursos humanos (41,7% do valor), governo (23,9%) e acionistas (34,4%).
Em nota, o Banco do Brasil informou que “pauta sua política de tarifas de acordo com os normativos do Banco Central e monitora os movimentos do mercado”. Os demais bancos não se manifestaram.





sábado, 18 de junho de 2016

NOVA DESCOBERTA DOS PESQUISADORES DE MINAS GERAIS



Mineiros criam pomada à base de urucum que acelera cura de lesões na pele

Renato Fonseca 






Pesquisadores Paulo César Stringheta e Aloísio José dos Reis trabalham desde 1999 para desenvolver a pomada cicatrizante à base de urucum

Nas tribos indígenas, ele é usado para pintar o rosto de vermelho. Nos lares brasileiros, dá cor às receitas e, em alguns casos, até ajuda as mulheres na hora do bronzeado. Popularmente conhecido como um corante natural, o urucum é o novo aliado no tratamento de ferimentos na pele causados por diabetes, queimaduras, cortes e psoríase.
Após exatos 17 anos de trabalho, grupo de pesquisadores mineiros de Viçosa, na Zona da Mata, desenvolveu pomada fitoterápica à base da semente do fruto. O medicamento é capaz de reduzir o tempo de cicatrização e custa menos que outros produtos indicados para lesões dermatológicas. Atualmente, pode ser comprado pela internet, mas, em breve, está nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais.

Descoberta
O pesquisador Aloísio José dos Reis conta que em 1999, ao manipular o urucum com as mãos machucadas, percebeu o efeito cicatrizante. “As lesões melhoraram de forma muito rápida”, diz. Porém, só em 2006 foi criada a firma Profitus, vinculada à Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Aloísio e o professor da UFV Paulo César Stringheta utilizaram uma fração das sementes para obter o remédio natural. A dupla desenvolveu tecnologia própria capaz de retirar o extrato do fruto de forma mais eficiente e a baixo custo.
As primeiras aplicações, conta Aloísio Reis, foram feitas em coelhos e ratos. Três marcas de pomadas cicatrizantes existentes no mercado foram utilizadas e os resultados comparados antes dos testes em humanos. Os pesquisadores garantem que não há contraindicação.
“O diferencial é que os produtos são feitos com extratos naturais. Não são fármacos, mas sim dermocosméticos. Por ser um produto com princípios ativos de origem natural, não apresenta qualquer contraindicação no uso em lesões dermatológicas e para a melhoria da proteção da pele”, afirma Paulo Stringheta.
Segundo ele, os trabalhos foram feitos no laboratório de Corantes Naturais e Compostos Bioativos da UFV e serviram como pano de fundo para teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos, e um livro sobre o urucum e suas aplicações.
“Houve envolvimento de profissionais de diferentes áreas, como bioquímicos, farmacêuticos, engenheiros de alimentos e químicos. Uma equipe interdisciplinar”, acrescenta.

Eficácia no tratamento de ‘pé diabético’ é diferencial
Conforme os resultados obtidos em laboratório, os pesquisadores perceberam que a concentração do extrato do urucum poderia variar, possibilitando o tratamento de várias lesões dermatológicas. Quatro tipos de pomadas foram criadas após os experimentos.
Uma delas é indicada para o tratamento de escaras, feridas desenvolvidas em pacientes que ficam deitados ou sentados por muito tempo, como cadeirantes. Outra é ideal para queimaduras de primeiro grau. “Além de cicatrizar, traz outros benefícios. No caso das queimaduras, a pomada acaba com o ardor em cerca de dez minutos”, assegura Aloísio Reis.
O professor Paulo Stringheta também lembra a eficácia do produto em pessoas que sofrem com diabetes. Para os portadores da doença, uma das complicações mais comuns é o chamado pé diabético, que causa desde feridas crônicas e infecções até amputações dos membros inferiores.
Segundo ele, algumas pessoas que desenvolveram ferimentos do tipo estavam “há anos” utilizando medicamentos convencionais e não percebiam melhora. “Com a pomada de urucum, os resultados foram imediatos”, diz.

Onde achar
Na internet (profitus.com.br), a pomada de 30 gramas é vendida por R$ 47. O valor é até 40% mais barato se comparado a remédios receitados para lesões na pele. Dez mil unidades do produto foram disponibilizadas no primeiro lote. O segundo contará com 50 mil.
A empresa responsável informou que os diretores estão em negociação com farmácias e representantes comerciais. Em estabelecimentos de Viçosa já pode ser encontrada. A expectativa é a de que, em breve, esteja disponível em lojas de todo o país.
Comprovada a eficácia da pomada à base de urucum, os pesquisadores trabalham agora em testes para viabilizar o licenciamento de novos produtos para o tratamento de herpes, afta, acne, furúnculo e micoses.

Daniel Sotto Maior/CCS-UFV



Pomada pode ser utilizada em ferimentos na pele causados por diabetes, queimaduras, cortes e psoríase


LULA FOGE DO JUIZ SERGIO MORO COMO O DIABO DA CRUZ



Lula tenta ganhar tempo e manter inquéritos da Lava Jato no STF

Estadão Conteúdo 



Lula terá que explicar à PF um documento de serviço prestado em propriedade em Atibaia

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta sexta-feira, 17, um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode adiar o envio dos processos contra ele na Lava Jato para o juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Os advogados querem que as investigações fiquem na Corte até que os recursos que tentam impedir a transferência do petista para a primeira instância sejam julgados.

O pedido deverá ser analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Nesta semana, além de devolver para Moro os procedimentos que envolvem o sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá, cuja propriedade é atribuída a Lula, o ministro também anulou os áudios em que o ex-presidente aparece conversando com a presidente afastada Dilma Rousseff sobre o envio de um termo de posse para o ministério da Casa Civil.

Nos chamados embargos de declaração, a defesa de Lula pede que o ministro Teori esclareça supostas obscuridades e dúvidas na decisão de devolver os processos contra ele para Moro. Para os advogados, se o caso das propriedades estiver ligado à Lava Jato, deve ficar no STF; se não tiver relação, a Corte deve decidir então qual é o órgão competente para processá-lo.

Os defensores do petista sustentam que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu incluir Lula no chamado inquérito-mãe da Lava Jato, conhecido como "quadrilhão", e que não há motivo para que apurações sobre o mesmo caso sejam encaminhadas por outras instâncias. A inclusão de Lula no "quadrilhão", no entanto, ainda não foi autorizada e está sob análise de Teori.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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