Márcio Doti
Os arredores e quem sabe a essência
dos financiamentos do BNDES têm sido investigados com notória determinação pela
Polícia Federal através da Operação Acrônimo. Mas são tão graves e vultosas as
operações de financiamento realizadas pelo banco, inclusive com subsídios que
renderam altas despesas ao Tesouro Nacional, que parece indispensável entregar
o desafio de destrinchar os meandros administrativos dessas operações aos
nossos parlamentares, deputados e senadores, aqueles de fato preocupados com os
destinos da nação e o uso do dinheiro público. Para início de assunto, a partir
de 2009, o governo repassou ao BNDES títulos da dívida pública. Quando Guido
Mantega era ministro da Fazenda decidiu dar crédito barato às empresas a título
de compensar efeitos de uma crise global vivida àquela época. Desde então, o
volume de empréstimos do Tesouro ao BNDES saltou de R$40 para R$455 bilhões. Um
número fantástico? Nem tanto. Porque isso é a informação de que o dinheiro serviu
para financiamentos em juros próximos à TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo),
bem inferior ao custo em juros com que o Tesouro se financia. Quer dizer, o
governo bancou o prejuízo que hoje todos estamos pagando e prestes a pagar
ainda mais, seja através do imposto do cheque ou do aumento de tributos.
Esses empréstimos subsidiados representam cerca de R$ 184 bilhões de custo que o governo vai pagar nos próximos 40 anos. A projeção desse valor corresponde aos juros que o BNDES vai pagar ao Tesouro e aqueles encargos que o governo vai pagar ao mercado para tomar dinheiro emprestado através da venda de títulos da dívida pública. Tem graça? Nenhuma. Ao contrário, provoca imensa revolta quando se percebe que tudo isso foi praticado durante o governo Lula, a título de fomentar o ambiente tido como de grande prosperidade para a sociedade brasileira, com elevação de pobres a melhores categorias econômicas e tudo o que agora vai ruindo, porque só nesse particular relacionado com o BNDES já serão 40 anos de ônus, certamente que para os bolsos de todos nós. Sem contar o que isso rendeu de inflação e outros impactos na economia hoje enfraquecida ou em crise. E sem contar os financiamentos concedidos pelo governo através do BNDES para as empreiteiras OAS e Odebrecht realizarem obras em países amigos em condições até outro dia mantidas sob sigilo por decisão de decreto presidencial.
É uma mágica perversa porque alimenta um quadro irreal ao colocar no mercado um dinheiro que aparentemente vai produzir prosperidade, obras, empregos, lucros, impostos, mas que no girar da roda está mesmo é produzindo aumento da dívida pública que aos poucos, mas dolorosamente, vamos todos pagar. No momento em que se pratica operação assim o que aparenta é o girar saudável das engrenagens da economia, mas na prática, o que sai dessa máquina é ônus, prejuízo. É crise como esta em que estamos metidos. Será que o assunto interessa aos nossos parlamentares?
Esses empréstimos subsidiados representam cerca de R$ 184 bilhões de custo que o governo vai pagar nos próximos 40 anos. A projeção desse valor corresponde aos juros que o BNDES vai pagar ao Tesouro e aqueles encargos que o governo vai pagar ao mercado para tomar dinheiro emprestado através da venda de títulos da dívida pública. Tem graça? Nenhuma. Ao contrário, provoca imensa revolta quando se percebe que tudo isso foi praticado durante o governo Lula, a título de fomentar o ambiente tido como de grande prosperidade para a sociedade brasileira, com elevação de pobres a melhores categorias econômicas e tudo o que agora vai ruindo, porque só nesse particular relacionado com o BNDES já serão 40 anos de ônus, certamente que para os bolsos de todos nós. Sem contar o que isso rendeu de inflação e outros impactos na economia hoje enfraquecida ou em crise. E sem contar os financiamentos concedidos pelo governo através do BNDES para as empreiteiras OAS e Odebrecht realizarem obras em países amigos em condições até outro dia mantidas sob sigilo por decisão de decreto presidencial.
É uma mágica perversa porque alimenta um quadro irreal ao colocar no mercado um dinheiro que aparentemente vai produzir prosperidade, obras, empregos, lucros, impostos, mas que no girar da roda está mesmo é produzindo aumento da dívida pública que aos poucos, mas dolorosamente, vamos todos pagar. No momento em que se pratica operação assim o que aparenta é o girar saudável das engrenagens da economia, mas na prática, o que sai dessa máquina é ônus, prejuízo. É crise como esta em que estamos metidos. Será que o assunto interessa aos nossos parlamentares?


