sexta-feira, 17 de julho de 2015

DEVEMOS BOTAR A BOCA NO MUNDO



  

Márcio Doti



A cada dia fica mais evidente que onde cada um puxa a brasa para a sua sardinha, o caminho que resta ao cidadão brasileiro é o de demonstrar o quanto vale uma garganta. Por garganta devemos entender as vaias, as mensagens eletrônicas, faixas, redes sociais, tudo o que estiver ao alcance para fazer valer a presença dos mais fracos na fila do atendimento. Por mais fracos devemos tomar o povo, cada cidadão, todos os cidadãos sujeitos aos absurdos hoje impostos a todos nós.

Vejamos o que estava para acontecer na área de pós-graduação e doutorado ambos custeados pelo governo federal. A pátria educadora chegou a anunciar que iria cortar 75% das verbas destinadas à CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, órgão do Ministério da Educação, responsável pelo setor. Isso, depois do governo ter iniciado o ano com um corte de um terço nas verbas da educação, para cumprir metas de enxugamento impostas pela área econômica.

A reação ao anúncio foi imediata. Pessoal das universidades, a juventude e gente da área acadêmica, todos se juntaram e puseram a garganta para funcionar. Certamente que esse foi como deve estar sendo e futuramente será o pesadelo da presidente Dilma em se equilibrar na corda bamba. De um lado as demandas e do outro os operadores da economia de olho nos gastos e nos ponteiros da inflação e todos os indicadores econômicos. Num ambiente assim, quem grita é respeitado, quem se faz notar é considerado. Triste mas verdadeiro. Veio, então, o Ministério da Educação e expediu nota em que anunciava uma redução de 10 ao invés dos 75%. Mesmo assim, os repasses serão feitos em três etapas, havendo dúvidas quanto aos valores da terceira parte que vão depender dos indicadores econômicos. E também das vaias e cobranças, de gargantas revoltadas.

Não vamos nos esquecer de que o próprio ministro presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski levou ao Congresso um pedido de reajuste para seus colegas e todo o judiciário alegando que o pessoal precisava fazer feira, ir ao supermercado. Marcou presença, argumentou e saiu com 60% de reajuste. Os partidos políticos nem precisaram gritar, falar alto, enfim, usar a garganta. Tiveram logo um reajuste nos repasses do Fundo Partidário da ordem de 300%. Isto mesmo. Três vezes mais do que recebiam.

O assunto é sério, importante, estamos falando da formação de nossos jovens, estamos tratando de movimentar os nossos centros de inteligência, sabemos bem que o diferencial de um país é a importância que ele dá à pesquisa, sendo dali que nascem os conhecimentos científicos e tecnológicos que vão refletir na nossa produção e consequentemente na nossa economia. Sem muita pesquisa, mas tomando por base o que acabamos de dizer e o que se estampa diante de nós, é preciso exercitar as gargantas, fazer-se notar para merecer respeito. Volto a valorizar o papel desempenhado pelas redes sociais nesse processo. Ao despertar o cidadão, motivá-lo para a reflexão, para o conhecimento de situações, estamos fazendo dos processos de comunicação em geral um ambiente importante para induzir transformações e crescimento da sociedade brasileira. Sem grito, sem garganta, com a falta de respeito que vem predominando é difícil saber onde vamos parar.

MINHA CASA MINHA DÍVIDA



Grupo frauda licitações do "Minha Casa Minha Vida" em Minas
Hoje em Dia




Foram cumpridos nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (17), quatro mandados de busca e apreensão em empresas e cinco conduções coercitivas nas cidades de Campo Belo, Lavras, Formiga e Belo Horizonte. A ação faz parte da operação "Farol 40", que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa, formada por empresários da construção civil e servidores públicos, que fraudava licitações para construção de moradias do "Programa Minha Casa Minha Vida".

O grupo é suspeito controlar o processo de licitação e direcionar os requisitos a empresas envolvidas no esquema. O nome da Operação se refere ao artigo 40 da lei 8.666/90, a lei de licitações, que estabelece as exigências mínimas do edital para o tipo de obra investigada, com o fim de assegurar o caráter competitivo do procedimento licitatório e a isonomia dos licitantes.

As investigações começaram há cerca de um ano e a Polícia Federal (PF) trabalhou para identificar e colher provas contra o grupo que além de direcionar procedimentos licitatórios, utilizava de Associação de Moradores inativas, para contratar diretamente com a Caixa Econômica Federal. Assim, eles mantinham afastado o cumprimento da lei de licitação. O esquema era usado para a construção de moradias destinadas ao "Programa Minha Casa Minha Vida".

A organização agia em diversas cidades de Minas Gerais e também em Goiás. As obras contratadas estão sendo investigadas pela Polícia Federal e fiscalizadas pela Controladoria Geral da União.

Os suspeitos podem responder pelo crime de estelionato, associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, uso de documentos falsos e peculato. Se condenados, poderão cumprir até 44 anos de prisão.


NÃO VOU RUIR SOZINHO



Vou explodir o governo’, disse Cunha a aliados

Josias de Souza.


Ameaçado de implosão pelos desdobramentos da Operação Lava jato, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu dobrar a aposta. Ele sinaliza para os seus aliados que está estocando dinamite. “Eu vou explodir o governo”, declara em privado o presidente da Câmara. Terceira autoridade na linha de sucessão, Cunha imaginava-se portador de um destino. Começa a perceber que virou uma fatalidade. E não parece disposto a ruir sozinho.
Alvejado pelo depoimento do delator Júlio Camargo, um consultor que o acusa de ter cobrado propina de US$ 5 milhões num contrato de navios-sonda da Petrobras, Cunha ergueu um universo paralelo para lhe servir de refúgio. Nesse universo particular, Cunha é vítima de um complô urdido pelo governo e pela Procuradoria da República para fazer de um deputado modelo um político desonesto.
Dias atrás, em conversa com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), Cunha acusou-o de tramar com o procurador-geral da República Rodrigo Janot para prejudicá-lo. Alheio às negativas do interlocutor, Cunha ameaçou converter a rotina do governo na Câmara num inferno. Noutro encontro, tratou do impeachment de Dilma com o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ).
Também investigado na Lava Jato, o deputado Lira queria saber se um pedido de impeachment de Dilma passaria pela comissão que dirige. Cunha explicou que o rito de tramitação de um processo de afastamento de presidente da República não passa pela CCJ. E revelou como planeja agir: em vez de tomar decisões solitárias, submeterá a encrenca à deliberação do plenário da Câmara.
Ao inquirir Júlio Camargo em Curitiba, o juiz Sérgio Moro quis saber por que ele não mencionara antes o enredo que envolve Eduardo Cunha. O delator explicou que, ao depor para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, fora informado de que acusados com foro privilegiado não deveriam ser citados senão em Brasília. Esclareceu que, convocado pelo Ministério Público Federal, na Capital, contou sobre a propina de Cunha. Disse, de resto, que silenciara antes por receio de que Cunha prejudicasse seus familiares (assista abaixo).
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Noutro trecho do depoimento, o advogado Nélio Machado, a serviço de Cunha, insinuou que Júlio Camargo mentia. E perguntou se ele havia citado o deputado nos depoimentos prestados em Brasília. O delator refutou a pecha de mentiroso e respondeu afirmativamente. Disse que levara Cunha ao ventilador em dois depoimentos à Procuradoria-Geral da República —o primeiro deles há cerca de três meses.
Cunha arma emboscadas para Dilma na volta das férias do Legislativo, em agosto. Age em combinação com o presidente do Senado, Renan Calheiros, outro investigado da Lava Jato que busca refúgio atrás da tese do sítio do Planalto e da Procuradoria ao Congresso. A dupla trama inaugurar CPIs sobre Fundos de Pensão e BNDES nas duas Casas. As comissões do Senado já foram encaminhadas.
Com a bússola quebrada, o Planalto avaliara que o avanço da Lava Jato sobre os investigados com mandato levaria a um recuo de Cunha e Renan. Deu-se, porém, o oposto. Na definição de um cacique do PMDB, os presidentes da Câmara e do Senado comportam-se como “camicases” —uma referência aos pilotos da força aérea japonesa que realizavam ataques suicidas contra armadas inimigas.
Suprema ironia: com o mandato sob questionamento, Dilma tem como principais opositores dois expoentes do PMDB do vice-presidente Michel Temer. A oposição, por ora, joga parada, observando o canibalismo da coligação governista.



COMENTÁRIO:
mineiro76
Não há inocentes nesta história! O PT montou um esquema criminoso nas estatais, principalmente na PETROBRÁS e no BNDES, e chamou os parlamentares para a "festa". Não fosse o "faro policial" de alguns agentes da PF e de membros do MP, ladeados pela coragem do juiz Sérgio Moro, que "esbarraram" em crimes durante várias investigações avulsas, estaríamos hoje vendo a PETROBRÁS e o país afundar dia após dia sem que a rede de corrupção na máquina pública fosse investigada. Os bolivarianos negavam o tempo todo a presença de roubos em série na maior estatal brasileira, dizendo tratar-se de uma campanha da mídia "golpista" contra a empresa. Se Cunha e Renan caírem, Dilma e o PT vão juntos. Todos sabiam e eram partícipes da roubalheira. Para mim, o pior ainda está por vir. Quando a CPI do BNDES for aberta, vai faltar espaço físico nas fronteiras do Brasil para tantos criminosos que tentarão atravessá-la fugindo dos tentáculos da Justiça brasileira.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

RELÍQUIA DA ENGENHARIA



Conheça cidade que foi cenário de 007 e fica sobre plataforma de petróleo
Felipe Floresti



Cenário de 007, cidade fica sobre plataforma de petróleo no Azerbaijão
Parque, cinema, apartamento, livraria e campo de futebol estão entre as instalações de Neft Daslari, uma cidade construída sobre uma plataforma de petróleo no Mar Cáspio

 

A cidade já chegou a ter 300 km de pontes e estradas sobre as águas do Mar Cáspio. Hoje restam somente 45 km Creative Commons/IPAAT
Uma cidade em alto-mar que usa como fundação sete navios naufragados - entre eles, o primeiro petroleiro do mundo: esta é Neft Daslari (que significa "rochas de petróleo"), no Azerbaijão.
O país é um dos pioneiros na extração de petróleo. E construiu a primeira plataforma de petróleo em alto-mar do mundo, em 1949, a 55 km da costa mais próxima e a 100 km da capital, Baku.
A incursão nas águas do Mar Cáspio deu tão certo que cresceu, chegando a duas mil perfurações, 300 quilômetros de pontes, cinco mil funcionários e toda infraestrutura para eles. Isso inclui um cinema para 300 pessoas e até um parque com árvores, cujo solo foi retirado do continente.
Uma viagem de 6 a 12 horas, dependendo do tipo de embarcação, separa a capital das Rochas de Petróleo. O local também serviu de locação para o agente secreto mais famoso do mundo, James Bond, enfrentar os russos do mal no filme "007 O mundo não é o bastante".
Construída pelos soviéticos, a plataforma foi aos poucos sendo deixada de lado após o fim do bloco comunista. Embora continue em atividade, com cerca de dois mil trabalhadores, ela já não tem mais a grandiosidade do passado. A força das ondas e a corrosão provocada pela água salgada já destruiu boa parte da estrutura: restam apenas 45 km de estradas e alguns blocos de apartamentos afundaram durante uma tempestade alguns anos atrás.
Apesar das más condições, alguns turistas visitam a ilha, que é uma relíquia da engenharia e arquitetura soviética.
Deu vontade de ir à cidade de aço? Então, corra: a estimativa é que as reservas de petróleo da região esgotem em 20 anos. Depois disso, restará somente um esqueleto de aço sobre as águas do Mar Cáspio.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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