PESQUISA
Por definição: Uma pesquisa é um processo sistemático
de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos
conhecimentos, e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É
basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto
da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular
também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejados
pela busca de um conhecimento. Ao profissional da pesquisa (especialmente no
campo acadêmico), dá-se o nome de pesquisador. (Wikipédia).
As pesquisas podem ser dos seguintes tipos:
Pesquisa Bibliográfica
Pesquisa Descritiva
Pesquisa Laboratorial ou
Experimental
Pesquisa Empírica
Pesquisa de Campo
Pesquisa Acadêmica
Sabemos que o desenvolvimento tecnológico atual deve seu
desenvolvimento à observação e em grande parte à pesquisa. Com o advento da
internet, que é a maior biblioteca mundial, fazer pesquisa de todos os tipos,
ficou bastante facilitado o acesso às informações necessárias para o
desenvolvimento dos trabalhos.
Então, copiando e aprendendo com a nossa mãe natureza,
apresentamos um trabalho de divulgação da “REVISTA DE PESQUISA DA FAPESP-USP”
muito interessante mostrando os vários produtos hoje existentes, frutos da
observação da natureza.
Produtos inspirados pela natureza dobram
todos os anos
Exemplos do tipo foram
apresentados pela bióloga norte-americana Janine Benyus durante o Simpósio
Internacional Biomimética & Ecodesign, realizado pela FAPESP e pela Natura
KARINA TOLEDO | Edição Online
12:43 16 de abril de 2013
Fenômeno batizado pelos
cientistas de “efeito lótus” serviu de inspiração para o desenvolvimento de tintas,
vidros e tecidos autolimpante
Agência
FAPESP – A planta de lótus (Nelumbo nucifera) virou
símbolo de pureza espiritual por sua capacidade de se manter impecavelmente
limpa apesar do ambiente lamacento em que vive. Tal façanha pode ser explicada
pela presença de nanocristais de cera na superfície de suas folhas capazes de
repelir a água de maneira muito eficaz. As gotas que ali caem assumem uma forma
quase perfeitamente esférica, deslizam com facilidade e levam consigo a sujeira
e os microrganismos.
Tal fenômeno, batizado pelos
cientistas de “efeito lótus”, serviu de inspiração para o desenvolvimento de
tintas, vidros e tecidos autolimpantes, que dispensam o uso de detergentes,
além de equipamentos eletrônicos à prova d’água.
Já a superfície única da pele do
tubarão de galápagos (Carcharhinus galapagensis), repleta de minúsculas
protuberâncias que funcionam como um repelente natural de bactérias, inspirou o
desenvolvimento de biofilmes para revestir camas hospitalares, entre outras
aplicações.
Esses e outros exemplos de
tecnologias inspiradas pela natureza foram apresentados pela bióloga
norte-americana Janine Benyus durante o Simpósio Internacional Biomimética
& Ecodesign, realizado pela FAPESP e pela Natura no dia 11 de abril.
Benyus é pioneira em um campo de pesquisa
emergente, a biomimética, que propõe aos cientistas usar a biodiversidade não
como fonte de matéria-prima para a indústria, mas como fonte de ideias para o
design e o desenvolvimento de produtos e de sistemas.
“O número de produtos inspirados
pela natureza dobra a cada ano no mercado e o número de publicações científicas
na área duplica a cada dois ou três anos. É um campo do conhecimento que cresce
muito rapidamente”, contou Benyus.
Durante a palestra, a bióloga
mostrou de que forma a biomimética pode ajudar a superar desafios globais, como
garantir o acesso à água potável, à alimentação e à energia, além de reduzir as
emissões de carbono. Entre os casos citados, está um dispositivo capaz de
capturar a umidade do ar e usá-la para irrigar plantações de forma dez vezes
mais eficiente que as redes coletoras de neblina tradicionais.
O autor original da ideia é o
besouro da Namíbia (Stenocara gracilipes), morador de áreas desérticas que,
durante a madrugada, coleta o sereno com a ajuda de microcanais na superfície
de seu corpo feitos de materiais hidrofóbicos (como as folhas de lótus) e hidrofílicos
(que, ao contrário, atraem a água). As microgotículas fluem pelos microcanais
do dorso e unem-se para formar gotas grandes, que chegam até a boca do animal.
“Existem duas formas de fazer
biomimética. Uma delas é partir de um desafio de design e buscar um modelo
biológico capaz de realizar aquela função que você precisa. A outra é observar
um fenômeno interessante do mundo natural e procurar aplicações para ele”,
afirmou Benyus.
O princípio não serve apenas para
o desenvolvimento de produtos. Pode inspirar, por exemplo, o planejamento de
cidades sustentáveis, que funcionem como um ecossistema natural. “Ecossistemas
naturais, como as florestas tropicais, são generosos. Limpam o ar, limpam a
água, fertilizam o solo. Produzem serviços que beneficiam também outros
habitats. É isso que as cidades deveriam fazer”, opinou.
Construir
pontes
Antes de trabalhar como consultora de
empresas interessadas em encontrar soluções para criar produtos sustentáveis,
Benyus era escritora de livros de história natural.
“Como bióloga, eu via muitos
pesquisadores estudando como as folhas fazem fotossíntese e como os ecossistemas
trabalham tão bem em conjunto. Por outro lado, havia um interesse crescente das
empresas por soluções mais sustentáveis. Mas os designers não enxergavam as pesquisas
produzidas pelos biólogos. Era preciso construir uma ponte entre eles”, contou.
Há 15 anos, Benyus publicou o
livro Biomimicry: Innovation Inspired by Nature, no qual reuniu diversas
pesquisas sobre o tema e introduziu o termo “Biomimética”. Desde então, além de
prestar consultoria empresarial, a americana oferece um serviço sem fins
lucrativos para instituições acadêmicas e cursos de especialização para
biólogos, químicos, engenheiros, arquitetos e demais cientistas interessados em
se aprofundar no tema. Todos os serviços estão reunidos no Instituto
Biomimicry 3.8.
Benyus também mantém o portal
Ask Nature, que reúne um enorme banco de dados taxonômicos e permite
aos pesquisadores interessados em biomimética realizar gratuitamente buscas de
estratégias do mundo natural para lidar com um determinado desafio.
“Tudo que os organismos naturais
fazem para saciar suas necessidades – comer, respirar, acasalar – contribui de
alguma forma para a fertilidade do habitat em que vivem. Os dejetos dos animais
adubam o solo, o dióxido de carbono que expiram é usado pelas plantas na
fotossíntese. A vida criou um sistema generoso e essa é a razão pela qual esse
material genético existe há 10 mil gerações. A única forma de garantir o futuro
de nossos filhos, netos e bisnetos é cuidar do lugar em que vão viver. Tem de
aprender a ser generoso. É o que a vida faz”, defendeu.
Design
sustentável
Ainda durante o Simpósio Internacional Biomimética & Ecodesign, Tim
McAloone, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Danmarks Tekniske
Universitet, na Dinamarca, falou sobre outra estratégia que permite às empresas
criarem processos e produtos ambientalmente adequados: o ecodesign.
“Design para o ambiente é um
conceito que permeia todas as fases do ciclo de vida de um produto, desde a
escolha do material, do processo de manufatura e dos meios de transporte,até a
distribuição e o descarte”, explicou.
Como exemplo, citou uma cadeira
de escritório desenvolvida pela empresa americana Steelcase. Com um número
menor de peças e materiais diferenciados, foi possível reduzir 15% o peso de
transporte e o volume, além de tornar o processo de reciclagem mais fácil e de
aumentar a durabilidade.
Além de apresentar aos cientistas
critérios-chave para o design sustentável, McAloone falou sobre meios para
implantar essa forma de planejamento nas organizações e divulgou um guia
gratuito para o desenvolvimento de produtos disponível para download no
endereço eletrônico: www.kp.mek.dtu.dk/Forskning/omraader/ecodesign/guide.aspx.
Parceria
Na abertura do simpósio, o diretor de Ciência e Tecnologia da Natura, Vitor
Fernandes, afirmou que o objetivo do evento era unir dois temas considerados
pela empresa “bastante complementares”. “Queremos discutir com a comunidade
científica de que forma isso pode ser aprofundado, expandido e gerar valor para
a sociedade, as empresas e a ciência”, disse.
O diretor científico da FAPESP,
Carlos Henrique de Brito Cruz, ressaltou que a parceria com a Natura faz parte
dos esforços da FAPESP para promover a interação entre pesquisadores de
instituições acadêmicas paulistas e aqueles que atuam em empresas.
“No Estado de São Paulo existe um
grau de interação entre empresa e universidade comparável ao de qualquer lugar
do mundo onde há boas pesquisas e boa ciência”, disse Brito Cruz.
Segundo dados da National Science
Foundation, em 2010, aproximadamente 6% do dinheiro investido em pesquisa nas
universidades norte-americanas veio de empresas. “Na Europa esse percentual
varia entre 3% e 10%. Em universidades paulistas, como USP, Unesp e Unicamp,
está entre 5% e 10%. São percentuais comparáveis em termos de volume de
recursos e de quantidade de projetos”, disse Brito Cruz.
Mas, para que a parceria dê
certo, ponderou o diretor científico da FAPESP, é preciso que a empresa tenha
sua própria atividade de pesquisa. “Assim conseguirá perceber onde precisa de
ajuda e montar uma pauta de pesquisa. A colaboração com a universidade não
substitui a pesquisa interna da empresa”, destacou.