Campanha de
Fernando Haddad gasta 20 vezes mais do que a de Bolsonaro
Agência Brasil
Derrotado no segundo
turno da eleição presidencial, o petista Fernando Haddad gastou 20 vezes mais
do que Jair Bolsonaro, na campanha eleitoral. Segundo dados disponíveis do
portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Haddad declarou, até
agora, despesas de R$ 34.400.867. Já Bolsonaro registrou na Justiça Eleitoral
gastos de R$ 1.721.537.
Os valores
arrecadados e aplicados nas campanhas são declarados pelos candidatos e
partidos políticos à Justiça Eleitoral. Pelo calendário eleitoral, até o
próximo dia 6 de novembro, é preciso apresentar as contas referentes ao
primeiro turno. Já a prestação de contas do segundo turno tem de ser feita até
17 de novembro. As contas podem ser impugnadas até 20 de novembro.
Considerando a
votação dos dois candidatos no segundo turno, cada voto de Haddad custou R$
0,73 e de Bolsonaro, R$ 0,03. Ao final da apuração do segundo turno, Bolsonaro
ficou com 57.797.847 votos (55,13%) e Haddad com 47.040.906 (44,87%). A
prestação de contas disponível no TSE diz respeito à movimentação financeira
das duas campanhas desde o primeiro turno.
Horário eleitoral
Segundo registro no
TSE, o PSL arrecadou R$ 2.547.640, sendo R$ 2.162.152 de financiamento
coletivo, o que representa 84,9% do total. O restante foi de doações de
pessoas físicas e dos dois partidos da coligação (PSL e PRTB).
A campanha de
Bolsonaro investiu R$ 660 mil na produção de programas de rádio televisão e
vídeo. Outros R$ 345 mil foram destinados às campanhas dos filhos de Bolsonaro,
Flávio (RJ) e Eduardo (SP), e do aliado Hélio Bolsonaro (RJ).
O candidato
vitorioso passou boa parte da campanha recolhido. No dia 6 de setembro, quando
fazia campanha em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro levou uma facada. O golpe
foi desferido por Adélio Bispo de Oliveira, preso em flagrante e transferido
para o presídio federal de Campos Grande (MS). Bolsonaro passou parte da campanha
internado: teve alta no dia 29 de setembro.
Fundo especial
Conforme dados
apresentados ao TSE, a campanha de Haddad arrecadou menos do que gastou. Foi
declarada uma arrecadação de R$ 32.672.599 – 94,5% do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC), constituído por recursos públicos. O
financiamento coletivo foi de R$ 621.896, e as doações pela internet chegaram a
R$ 102.169.
Com uma despesa
contratada de R$ 34.400.867, a diferença é de R$ 1.728.268. O principal gasto
da campanha petista foi com a produção dos programas do horário eleitoral
gratuito: R$ 4.814.600 pagos a M. Romano Comunicação. Outros R$ 4.700.000
destinaram-se ao aluguel de equipamentos e estrutura para gravação da
propaganda eleitoral.
Parte da
movimentação financeira da campanha petista foi feita quando o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva era o candidato e Haddad o vice. O PT declarou ao TSE
uma arrecadação de R$ 20.599.420 referente a esse período, além de despesas de
R$ 19.118.635. A procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge, declarou que
predirá o ressarcimento do valor correspondente ao fundo especial, que
representa 97,1% do total arrecadado, de todos os candidatos julgados
inelegíveis pela Justiça Eleitoral, inclusive Lula.