União Europeia
apresenta sua visão sobre o futuro do euro
AFP
A Comissão Europeia
apresentou nesta quarta-feira (31) suas propostas para acelerar a integração da
zona do euro, estimulada pela chegada ao poder na França do europeísta Emmanuel
Macron, que iniciou um diálogo com a Alemanha para aprofundar a construção do
bloco.
A vontade de
"refundar" a União Europeia (UE) do novo presidente francês, assim
como o recente chamado da chanceler alemã Angela Merkel para reforçar a UE,
abrem "uma janela de oportunidades" para melhorar o funcionamento da
moeda única, que muitos consideram inacabada.
"Não podemos
deixar de aproveitar essa ocasião histórica", insistiu o comissário de
Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, durante uma entrevista
coletiva em Bruxelas.
O objetivo é
formular "pistas possíveis para aprofundar e concretizar a União Econômica
e Monetária para 2025", destinadas a reduzir as diferenças entre ricos e
pobres nos 19 países que adotaram a moeda única.
Sua eventual
implementação dependerá amplamente da cooperação entre Paris e Berlim.
Angela Merkel se
mostrou aberta à possibilidade de avançar sobre a União, mas espera em troca
esforços do novo presidente francês que se traduzam em uma reforma do mercado
de trabalho deste sócio para que seja mais competitivo e um saneamento das
finanças públicas.
Entre as propostas
da Comissão estão a criação de uma "capacidade fiscal" da zona do
euro. Um termo menos forte do que o de "orçamento", utilizado para
não perturbar os conservadores alemães que se opõem a uma maior solidariedade
entre economias da zona euro.
Outra proposta é no
futuro fundir o papel do comissário de Assuntos Econômicos e o do presidente do
Eurogrupo, porta-voz e organizador dos trabalhos dos 19 ministros da zona do
euro, cargo ocupado atualmente pelo holandês Jeroen Dijsselbloem.
A ideia de um
orçamento e de um superministro de Finanças da zona do euro, que também apoia
Macron, recebeu um eco muito positivo entre os social-democratas alemães.
Bruxelas, Bélgica | AFP | quarta-feira
31/05/2017 - 14:27 UTC-2 | 591 palavras
Por Céline LE PRIOUX
A Comissão Europeia
apresentou nesta quarta-feira suas propostas para acelerar a integração da zona
do euro, estimulada pela chegada ao poder na França do europeísta Emmanuel
Macron, que iniciou um diálogo com a Alemanha para aprofundar a construção do
bloco.
A vontade de
"refundar" a União Europeia (UE) do novo presidente francês, assim
como o recente chamado da chanceler alemã Angela Merkel para reforçar a UE,
abrem "uma janela de oportunidades" para melhorar o funcionamento da
moeda única, que muitos consideram inacabada.
"Não podemos
deixar de aproveitar essa ocasião histórica", insistiu o comissário de
Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, durante uma entrevista
coletiva em Bruxelas.
O objetivo é
formular "pistas possíveis para aprofundar e concretizar a União Econômica
e Monetária para 2025", destinadas a reduzir as diferenças entre ricos e
pobres nos 19 países que adotaram a moeda única.
Sua eventual
implementação dependerá amplamente da cooperação entre Paris e Berlim.
Angela Merkel se
mostrou aberta à possibilidade de avançar sobre a União, mas espera em troca
esforços do novo presidente francês que se traduzam em uma reforma do mercado
de trabalho deste sócio para que seja mais competitivo e um saneamento das
finanças públicas.
Entre as propostas
da Comissão estão a criação de uma "capacidade fiscal" da zona do
euro. Um termo menos forte do que o de "orçamento", utilizado para
não perturbar os conservadores alemães que se opõem a uma maior solidariedade
entre economias da zona euro.
Outra proposta é no
futuro fundir o papel do comissário de Assuntos Econômicos e o do presidente do
Eurogrupo, porta-voz e organizador dos trabalhos dos 19 ministros da zona do
euro, cargo ocupado atualmente pelo holandês Jeroen Dijsselbloem.
A ideia de um
orçamento e de um superministro de Finanças da zona do euro, que também apoia
Macron, recebeu um eco muito positivo entre os social-democratas alemães.
- 'Intensos debates'
-
Pero, entre os
conservadores de Angela Merkel a ideia gera menos entusiasmo. Por que não um
ministro das Finanças da zona do euro?, mas com a condição de que "possa
impor o respeito por todos das regras" fiscais, ressaltou o ministro
alemão, Wolfgang Schauble, em uma entrevista com o semanário Der Spiegel.
A Comissão Europeia
sugere igualmente a criação para depois de 2019 -após as eleições na UE- de um
"ativo sem risco europeu", "um novo instrumento de emissão de
dívida comum, que reforçaria a integração pela estabilidade financeira".
Uma ideia que
seguramente inquietará Berlim, que se opõe à criação de tudo que se pareça a um
"eurobono".
O tema, que várias
vezes foi evocado, "provoca intensos debates, pois alguns temem que
desestimule os Estados-membros a promover políticas econômicas virtuosas",
comentou a Comissão Europeia em seu informe sem citar diretamente a Alemanha,
defensora da ortodoxia fiscal.
"A Comissão
Europeia continuará reflexionando sobre as diferentes possibilidades de ativos
sem risco para a zona do euro, para estimular o debate", escreve a
Comissão.
Sobre a mesa também
está a ideia de criar um 'Fundo Monetário Europeu', como deseja Schauble.
Bruxelas propõe
também medidas para completar a União bancária "o antes possível".
O projeto da
Comissão para criar uma garantia de depósitos europeia, apresentado em novembro
de 2015, tem dificuldades para avançar.
A Alemanha
manifestou em várias ocasiões sua reticência a una mutualização do sistema, já
que teme que os poupadores alemães paguem pelos bancos de outros países.
Em junho de 2016, a
Alemanha impôs que o tema só fosse tratado novamente pelos ministros da zona do
euro uma vez que o balanço dos bancos (em particular italianos) forem saneados
de seus empréstimos incobráveis.